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Full text of "Iheringia"

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serie Zoologia 


BL ISSN 0073-4721 


Notas sobre a ocorrência de Hiereoblatta cassidea (ESCHSCHOLTZ, 
1822), de Monastria similis (SERVILLE, 1839) e diferenciação 
entre respectivas ninfas (DICTYOPTERA, BLADBERIDAE). 


CORRS 12) m ER isso RE p. 3 

Notas sobre ovos de serpentes (Boidae, Colubridae, Elapidae e 
Viperidae). 

MOEMA LEITÃO DE ARAUJO ..... arte ca meant rasa rennen p.9 


Nota: Ocorrência de Melanophyryniscus stelzneri dorsalis (MER- 
TENS, 1933) no Estado de Santa Catarina, Brasil (Anura 
Bufonidae), 

BIER ISO BRINCO o snes ros o beds NUR en A p. 39 


Nota: Ocorrência de Hyla flavoguttata A. LUTZ & B. LUTZ, 1939, 
no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Hylidae). 
RR A NERDS RA RR Er TEE RER p. 43 


Nota: Ampliacion de la distribuciön geografica de tres especies de 
Brachyura (Crustacea, Decapoda) para aguas uruguayas. 
Ne N Te 5 MERO NRP pa p. 45 


Estudio del contenido gästrico de Pimelodus clarias maculatus 
(LACEPEDE, 1803) (Pisces, Pimelodidae). 
SA AO MB Do 8 DR PR RR RUDE RG PR RE REAR ana a ne Re p. 47 


Notes sur quelques Crepidoderini nouveaux ou peu connus 
(Chrysomeleoidea - Alticinae). Coleoptera-Phytophaga. 
JAN BECHYNE & B. SPRINGLOVA DE BECHYNE............ p. 63 


Museu de Ciências Naturais da 
Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul 


FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RIO GRANDE DO SUL 


Entidade de direito privado, instituída pela Lei Estadual n.º 6497 de 20/12/72. 
(Supervisionada pela Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regional e Obras 
ZOOBOTÁNICA Públicas do Governo do Estado do Rio Grande do Sul) 


Governador do Estado 
SINVAL GUAZZELLI 


Secretário do Interior, Desenvolvimento Regional e Obras Públicas. 
OCTÁVIO GERMANO 


Presidente da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul 
ERNESTO ALFREDO PREUSSLER 


Diretoria da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul 


Diretor-Superintendente 
JOSE WILLIBALDO THOME 


Diretores-Executivos 


do Jardim Botänico - ALBANO BACKES 
do Museu de Ciências Naturais - JOÃO PEDRO R. PAPLEO 
do Parque Zoolögico - GILBERTO C. MATTES 


Impresso com autorização e sob a responsabilidade do Diretor 
Superintendente da FZB (alínea d) art. 14, dos 
Estatutos - Decreto RS n.º 22, 683/73). 


Notas sobre a ocorrência de Hiereoblatta cassidea 
(ESCHSCHOLTZ, 1822) de Monastria similis 
(SERVILLE, 1839)e diferenciação entre respectivas ninfas 
(DICTYOPTERA, BLABERIDAE) * 


Claudio José Becker ** 


ABSTRACT 


Some behavior particularities and colouring differences that distinguish the nymphs of 
Monastria similis (SERVILLE, 1839) from the Hiereoblatta cassidea (ESCHSCHOLTZ, 1822) has 
been observed. It is given data about new occurrences of these species in “Rio Grande do Sul” 
State. 


RESUMO 


Apresentam-se observações de particularidades de comportamento e coloração, que per- 
mitem a diferenciação entre as ninfas de Monastria similis (SERVILLE, 1839) e Hiereoblatta 
cassidea (ESCHSCHOLTZ, 1822). Fornecem-se também, dados sobre novas ocorrências destas 
espécies no Rio Grande do Sul. 


INTRODUÇÃO 


Iniciamos nossos estudos sobre blatários silvestres do Rio Grande do Sul, 
em 1970, com MH. cassidea. Estes, posteriormente, abrangeram também M. 
similis, material gentilmente determinado por I.R.S. Albuquerque do Museu 
Nacional, RJ. 

A escolha de M. stmilis para continuação de nossa pesquisa se deve ao 
muito em comum que tem com H. cassidea tanto sob ponto de vista de sua 
ecologia quanto de sua etologia e por serem ambas, encontradas em sítios 
relativamente próximos e de fácil acesso para nós. 

O gênero Hiereoblatta representado por H. cassidea, é monotípico e sua 
ocorrência para o Rio Grande do Sul foi assinalada pela primeira vez para 
Pelotas (REHN, 1937). Mais tarde, registrou-se sua ocorrência nos municípios 
de Sapiranga, Dois Irmãos, São Leopoldo e Sapucaia do Sul (BECKER, 
1970). 

As indicações da ocorrência de M. sirzilis, são um tanto vagas: SERVILLE 
(1839) ao descreve-la, afirma (I.c.: 82): “'Deux individus provenant de la 


* Aceito para publicação em 24/VI/1976. Contribuição FZB n.º 028. 

* Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal n.º 
1188, Porto Alegre, RS, Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (TC. 
10.904). 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):3-8, 15 mar. 1978 


4 BECKER, ].C. 


collection Latreille, sans indication de patrie.’’; KIRBY (1904) se refere como 
ocorrente na América do Sul; já ALBUQUERQUE (1964) cita sua ocorrência 
para Santa Catarina. 

Chama especial atenção o fato de que, normalmente nos locais onde se 
encontram H. cassidea não existam M. similis e vice-versa. A única exceção, 
tem sido na localidade de Morro Reuter, Mun. de Dois Irmãos, RS, onde, 
ambas as espécies podem ser encontradas, até, por vezes, na mesma árvore. 

Muito embora a grande semelhança de hábitos e habitat, os imagos 
destas duas espécies apresentam grandes diferenças morfológicas e de co- 
loração entre si. As ninfas porém, são facilmente confundidas, principalmen- 
te nos ínstares intermediários (Figs. 3 e 4). 

Este fato nos causou problemas quando iniciamos os trabalhos de coletas 
de dados bionômicos de M. similis, tornando-se necessária a investigação e o 
estabelecimento de padrões que permitissem a imediata identificação das 
ninfas destas espécies. 

Para a realização do trabalho, já que não encontramos referências bi- 
bliogräficas sobre o assunto, efetuamos uma série de observações em campo e 
em laboratório. Coletamos os animais, especialmente ninfas, pelos métodos 
convencionais de captura de insetos vivos e para sua citação e manutenção nos 
utilizamos de viveiros (BECKER, 1970). 

A Divisão Regional do Estado do Rio Grande do Sul é apresentada de 
acordo com '*Geografia do Brasil - Grande Região Sul”, 1968. 

O material examinado, encontra-se depositado na Coleção de Blatários 
do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do 
Sul, Porto Alegre. 


OBSERVAÇÕES 
Monastria similis (SERVILLE, 1839) 


Os imagos têm coloração predominantemente preta com pequenas 
manchas marrons. Os machos têm o comprimento total (incluindo tegminas) 
de 50 a 52 mm, são alados, têm asas funcionais e as tegminas ultrapassam o 
ápice do abdomem. As fêmeas têm tegminas curtas, não ultrapassando 
metade do abdomem, asas muito pequenas, vestigiais, não funcionais e seu 
comprimento total é de 42 a 43 mm (Figs. la e 1b). 

As formas jovens (Fig. 3), apresentam, em linhas gerais, a morfologia 
comum das ninfas de espécies da sub-família Blaberinae. Cor predominan- 
temente marrom, tegumento dorsal fosco com inúmeras projeções minúsculas 
pouço visíveis à vista desarmada, nas quais aderem partículas e fragmentos do 
ambiente em que vivem, proporcionando-lhes uma boa camuflagem. Te- 
gumento ventral é liso e brilhante, tendo a cabeça e patas de cor cinza escuro. 

As ninfas no primeiro e segundo intares, apresentam coloração cinza € 
seu comprimento não passa de 8 mm. A partir da 2.º ecdise, a coloração 
tende para o marrom ou castanho, permanecendo cabeça e patas com a cor 
cinza. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):3-8, 15 mar. 1978 


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O comprimento máximo das ninfas não excede a 43 mm que correspon- 
de também ao tamanho do corpo do imago. 

Na natureza, as ninfas normalmente encontram-se um tanto dispersas, 
isoladas uma das outras e ainda, quando surpreendidas, deixam-se cair ao 
solo e permanecem imóveis por longo tempo, simulando estar mortas. 
Ocorrência: 

Temos encontrado representantes desta espécie, nos município de Bom 
Jesus, Caxias do Sul, Nova Petrópolis, Dois Irmãos, Salvador do Sul, São 
Leopoldo e Canoas. 


Hiereoblatta cassidea (ESCHSCHOLTZ, 1822) 


Os imagos são bem maiores do que os da espécie anterior (Fig. 2). Os 
machos têm de 59 a 62 mm e as fêmeas 56 a 59 mm de comprimento e sua 
coloração é predominantemente castanha (BECKER, 1970). 

As ninfas (Fig. 4) também têm coloração predominantemente castanha, 
inclusive cabeça e patas. Seu tegumento dorsal é fosco e apresenta as mesmas 
projeções referidas em M. sirmilis. Estas, bem como a superfície fosca do 
tegumento dorsal, são uma particularidade de muitas ninfas de outras 
espécies, parecendo-nos ser comum a todas da sub-familia Blaberinae. 

Na natureza, as ninfas normalmente permanecem juntas, em pequenas 
colônias, encontrando-as muitas vezes superpostas. 

Ocorrência: 

Em nossas coletas verificamos a ocorrência desta espécie, além dos já 

citados anteriormente, nos seguintes municípios: 

Zona da Depressão Central: Esteio, Porto Alegre e Viamão; 

Zona dos Campos de Cima da Serra: Bom Jesus e São Francisco de Paula; 
Zona da Encosta Inferior Nordeste: Canela, Gramado, Nova Petrópolis, 
Salvador do Sul, Montenegro, Taquara e Novo Hamburgo. 


CONCLUSÕES 


1) Se encontrarmos ninfas com tamanho superior a 43 mm, não poderão 
ser de M. similis, cujos imagos não ultrapassam esta medida. 

2) Se encontrarmos ninfas com tamanho inferior a 10 mm e coloração 
cinza, trata-se de M. similis em 1.º ou 2.º ínstar. Nesta fase porém, à se- 
melhança das H. cassidea, elas permanecem juntas com a barata-mãe (BEC- 
KER, 1970). 

3) As ninfas de tamanho intermediário é que podem suscitar as maiores 
dúvidas, assim, estabelecemos o seguinte: 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):3-8, 15 mar. 1978 


6 BECKER, J.C. 


Particularidade: H. cassidea | 


Aspecto do lado ventral: | Tegumento liso, bri-|Tegumento liso, bri- 

lhante, cor marrom oul|lhante, cor marrom, pa- 
castanho, patas e cabeça|tas e cabeça cor casta- 
cor cinza; nho; 


Atitude tomada quando|Deixam-se. cair ao solo, |Procuram fugir para lo- 


surpreendidas ou amea-| permanecendo imóveis |cal ao abrigo da luz 
çadas: | por longo tempo; 


Padrão de dispersão dos|Geralmente isolados uns | Geralmente agregados. 
indivíduos: dos outros; 


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 


ALBUQUERQUE, I.R.S. 1964. Check-list dos Blattaria brasileiros. Bo/m Maus. para. “Emilio 
Goeldi". Nova Ser. Zoologia, Belém (41):6. 

BECKER, C. J. 1970. HIEREOBLATTA CASSIDEA (ESCH., 1822) (BLABERIDAE, DICTYOP- 
TERA) Notas à morfologia à biologia. Revta bras. Ent., São Paulo, 14(9):63-71. 

ESCHSCHOLTZ, J.F. 1822. Entomographien. Etst Lieferung. Berlin. apud ALBUQUERQUE, 
I.R.S. 1964. Check-list dos Blattaria brasileiros. Bo/m Mus. para. “Emilio Goeldi". Nova 
Sér. Zoologia, Belém (41):36. 

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA. 1968. Geografia do Brasil; Grande Região Sul. 
2.ed. Rio de Janeiro, Fundação IBGE. v. 4, t.2. (Biblioteca Geográfica Brasileira. Série A, 
Publicação, 18). 

KIRBY, W.F. 1904. Blattidae. In: ——. A synonymic catalogue of Orthoptera. London, British 
Museum. v. 1, p. 61-205. 

REHN, J.A.G. 1937. New or little known neotropical Blattidae (Orthoptera). Trans. Am. ent. 
Soc., Philadelphia, 63:241-43, pl. 16. 

SERVILLE, J.C.A. 1839. Blattaires. In: ——. Histoire Naturelle des insectes; Orthopteres. Paris, 
Librairie Encyclopédique de Roret. p. 81-2. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):3-8, 15 mar. 1978 


Notas sobre a ocorrência de... 7 


Fig. la — Monastria similis, imago macho, vista dorsal. Fig. 1b — Monastria 
similis, imago fêmea, vista dorsal. Fig. 2 — Hiereoblatta cassidea, imago 
fêmea, vista dorsal (não há dimorfismo sexual visível do lado dorsal). 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):3-8, 15 mar. 1978 


8 BECKER,J.C. 


Fig. 3 — Monastria similis, ninfa de 6.º ínstar. Fig. 4 — Hiereoblatta cas- 
sidea, ninfa de 4.º instar. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):3-8, 15 mar. 1978 


Notas sobre ovos de serpentes (Boidae, Colubridae, 
Elapidae e Viperidae )* 


Moema Leitão de Araujo ** 


RESUMO 


Descrevem-se, neste trabalho, a forma, coloração, dimensões e número de ovos de 17 
espécies e subespécies de Ophidia das famílias Boidae, Colubridae, Elapidae e Viperidae. Em 
outras 6 espécies e subespécies os dados acima são redescritos. Ao final é apresentada uma tabela 
onde constam estes dados e os relativos a embriões, e épocas de postura dos exemplares estu- 


dados. 
ABSTRACT 


The form, coloration, dimension and number of eggs of 17 species and subspecies of 
Ophidia, of the following families: Boidae, Colubridae, Elapidae and Viperidae are described. 
These points are redescribed for other six species and subspecies. A table is presented showing 
these data and laying dates of the studied specimens. 


INTRODUÇÃO 


Este estudo foi realizado com o objetivo de contribuir para um maior 
conhecimento biológico de nossas serpentes, uma vez que são poucos os 
trabalhos sobre ovos de serpentes brasileiras. Somente AZEVEDO (1960-61) 
descreveu ovos de Micrurus WAGLER, 1824, entre os quais de alguns exem- 
plares do Estado do Rio Grande do Sul. Em 1960, AZEVEDO, cita o nú- 
mero, tamanho e forma de ovos de cobras corais. Em 1961, descreve uma 
série de ovos encontrados, em dissecação de cobras corais, dando o com- 
primento e a largura dos mesmos, estabelecendo o quociente entre estas duas 
medidas. 

Na Ásia, MOOSE (1902) relaciona o número de ovos da serpente Vipera 
russell (SHAW, 1802). 

Na América do Norte, CONANT (1934) descreve as observações rea- 
lizadas com duas ninhadas ‘de Lampropeltis getulus niger (YARROW, 
1882), dando o número, medidas e peso dos ovos e o sexo, comprimento e 
peso-dos filhotes ao nascer. 

Em 1937, BLANCHARD examinou os ovos e ninhadas de Diadophis 
punctatus LINNE, 1766. 

DITMARS (1949) cita a época de postura, o número de ovos e a tem- 
peratura de incubação de Python. O mesmo autor em 1951, relata o número, 
forma, coloração dos ovos e a época de postura de serpentes norte-ameri- 
canas. 


e 


Trabalho aceito para publicação em 13/VIl/1976. Contribuição FZB n.º 031. 


** Pesquisadora do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotâni do Ri | 
EA es MICO ç ica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1186 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978 


10 LEITÃO DE ARAUJO, M. 


CLARK (1953) descreve os ovos, postura e incubação da serpente E/aphe 
emoryi (BAIRD & GIRARD, 1853). 

CLARKE (1954) e SHOOP (1957) fazem referência à postura, forma, 
número e tamanho dos ovos e filhotes de Lampropeltis calligaster calhgaster 
(HARLAN, 1827). 

TELFORD JR. (1955) cita a forma, tamanho e número de ovos da ser- 
pente Micrurus fulvius fulvius (LINNAEUS, 1928). 

NEILL & BOYLES (1957) descrevem a forma, tamanho e número de 
ovos de Tantilla coronata (BAIRD & GIRARD, 1853). 

CONANT & DOWNS (1940), WERLER (1951), PERKINS (1952), 
KLAUBER (1956), WRIGHT, A.H. & WRIGHT, A.A. (1957), CARPEN- 
TER (1958), SABATH & WARTHINGTON (1959) e GOING, CJ. & 
GOING, O.B. (1962) realizaram diversos estudos sobre reprodução, ovos, 
filhotes e datas de posturas. 

ARNOLD (1948), LEGLER (1956), ZWEIFEL (1961), COUCH (1966) e 
WHITAKER (1968) experimentaram métodos simples e práticos de incu- 
bação de ovos de répteis em laboratório. 

Na América do Sul, DONOSO-BARROS (1966) examinou o número de 
ovos e época de postura de três espécies de serpentes chilenas. 

OREJAS-MIRANDA & GARCIA (1967) relatam as observações sobre 
uma postura de Phxlodryas patogoniensis (GIRARD, 1857) do Uruguai, 
dando a forma, coloração, peso e medidas dos ovos. 

VAZ-FERREIRA, ZOLESSI & ACHAVAL (1970-73) verificaram a 
ovoposição e desenvolvimento de ofidios e lacertilios do Uruguai em for- 
migueiros de Acromyrmex. 

Os dados para o estudo dos ovos das serpentes foram obtidos por: dis- 
secação de exemplares fixados e depositados na coleção do Museu de Ciências 
Naturais (MCN) da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul; coleta no 
local da captura de um exemplar, ou seja, sob madeira apodrecida; por 
observação do momento da postura em cativeiro (destes os dados de medidas, 
coloração e forma foram tomados in vivo, ou seja, logo após a expulsão). 
Alguns dos ovos obtidos pela dissecação de exemplares, encontravam-se em 
mau estado de conservação, o que prejudicou a observação de sua forma, 
medida e coloração natural. As medidas foram tomadas em milímetros com 
paquímetro, tendo como base o comprimento e a largura maior. O material 
encontra-se conservado em álcool 70º. 

No presente trabalho, são descritos pela primeira vez ovos de: Boa 
constrictor constrictor LINNAEUS, 1768, Bothrops jararaca (WIED, 1824), 
Chironius bicarinatus (WIED, 1820), Dromicus almadensis (WAGLER, 
1824), Dromicus poecilogyrus pictostriatus (AMARAL, 1944), Eunectes 
murinus (LINNAEUS, 1758), Helicops carinicaudus infrataeniatus (JAN, 
1865), Liophis miliaris (LINNAEUS, 1758), Lygophis Havifrenatus COPE, 
1862, Lystrophis dorbignyi (DUMÉRIL, BIBRON & DUMÉRIL, 1854), 
Mastigodryas bifossatus (RADDI, 1820), Oxyrhopus rhombifer rhombifer 
DUMERIL, BIBRON & DUMERIL, 1854, Philodryas olfersii (LICHTENS- 
TEIN, 1823), Sıbynomorphus ventrimaculatus (BOULENGER, 1885), 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51) :9-37, 15 mar. 1978 


Nota sobre ovos de serpentes... 


Thamnodynastes strıgatus (GUNTHER, 1850), 
MERIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 e Waglerophis merremii (WAGLER, 


1824). 


OBSERVAÇÕES 


FAMÍLIA: BOIDAE 


fig. 1. 


Dimensões dos ovos: 


Ovo Comprimento 
1 23,30 
2 41,45 
3 48,25 
4 46,00 
5 55,90 
6 48,35 
7 51,25 
8 48,90 
9 | 50,00 

10 51,25 

11 47,75 

12 36,80 

13 25-7) 

14 — 55,10 

15 39,10 

16 43,70 

17 53,10 

18 60,65 

19 45,45 

20 41,20 

21 98,80 

22 85,40 

Media 49,88 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978 


Tomodon dorsatus DU- 


Boa constrictor constrictor LINNAEUS, 1758: BRASIL, (MCN 5130), 


Largura 


24,80 
37,20 
37,05 
45,35 
32,30 
35,90 
35,00 
34,30 
35,00 
48,80 
41,55 
42,20 
34,30 
34,90 
39,90 
2,33 
34,25 
40,60 
41,70 
49,40 
41,50 
40,75 


37,90 


12 po 3 LEITÃO DE ARAUJO, M. 


Eunectes murinus (LINNAEUS, 1758): ESTADO DO MATO GROSSO, 
Campo Grande, 1951, (MCN 5214), fig. 2. 


Dimensões dos ovos: 


Ovo Comprimento Largura 
1 64,95 43,65 
2 71,85 46,35 
3 Doi) 57,05 
4 58,90 58,70 
> 2, 55,40 
6 54,50 63,05 
7 51,40 68,75 
Media 64,70 56,13 


FAMILIA: COLUBRIDAE 

Chironius bicarinatus (WIED, 1820) 
ESTADO DO PARANA, Atuba, ESTADO DO RIO GRANDE DO 
18.11.1968, Guasque, (MCN 5994), SUL, Caxias do Sul, Ana Rech, 
fig. 3. X.1959, T. de Lema, (MCN 5993). 


Dimensões dos Ovos: Dimensões dos ovos: 


Ovo Comprimento Largura Ovo Comprimento Largura 


1 32,25 10,10 1 17,35 9,60 
2 28,75 1215 2 27,00 11,30 
3 29,05 11,45 3 25,90 10,15 
4 29,50 11,15 4 25,85 11,20 
5 31,10 11,75 5 28,60 11,25 
6 30,30 10,25 6 18,65 10,60 
7 31,10 19.55 7 19,20 11,30 
8 30,15 10,75 8 27,90 9,75 
Media 30,27 A 25,75 10,95 

Media 24,02 10,67 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978 


Dromicus almadensis (WAGLER, 1824) 
ESTADO DO RIO GRANDE DO Porto Alegre, Guarujá, 
SUL, Viamão, X1I.1975, A. Bós, 16.X.1959, A.C.P. Azevedo, (MCN 
(MCN 5892). 5188) 


Dimensões dos ovos: Dimensões dos ovos: 


Ovo Comprimento Largura Ovo Comprimento Largura 


1 20,20 12,70 1 13,02 7,09 

24,20 13,40 2 14,02 6,08 
3 2235 12,90 3 13,09 7,03 
4 20,15 13,25 4 9,00 5,07 
5 19,40 12,10 5 21,08 7.07 
6 18,45 11,85 6 21,00 7,03 
Media 20,79 12.70 Media 15.20 6,56 


Porto Alegre, 7.X1.1959, A.C.P. Azevedo, (MCN 5191), fig. 4. 


Ovo Comprimento Largura 
1 20,03 17,07 
2 24,01 17-01 
3 21,07 7,09 
4 18,08 7,07 
Media 20,79 12,06 


- Dromicus poecilogyrus pictostriatus (AMARAL, 1944) 


ESTADO DO RIO GRANDE DO Tramandaí, Cidreira, XI.1974, 
SUL, Porto . Alegre, 6.X.1962, P.C. Braun, (MCN 5235). 

C.A. Hartlieb, (MCN 5182), fig. 5. 

Dimensões dos ovos: Dimensões dos ovos: 


Ovo Comprimento Largura Ovo Comprimento Largura 


1 22,08 1504» 1 21,70 12,70 
2 22,00 11.008 2 21,70 12,10 
3 23,05 14.09 3 18,60 12,30 
4 22,01 or 4 20,90 12,60 
5 23,00 1058 5 20,00 13,00 
6 21,04 10,07 6 20,70 13,60 
7 21,05 1204 7 18,20 13,00 
8 23,05 2.0 8 20,00 12,00 
Media 22,16 2 8 21,20 12,30 

Media 20,33 12,62 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978 


14 LEITÃO DE ARAUJO, M. 


Helicops carinicaudus infrataeniatus (JAN, 1865) 


ESTADO DO RIO GRANDE DO Viamão, 31.11.1963, C.A. Har- 
SUL, VII.1956, (MCN 0118). tlieb, (MCN 5181), fig, 6. 


Dimensöes dos ovos: Dimensöes dos ovos: 


Ovo Comprimento Largura Ovo Comprimento Largura 


1 14,50 12,30 1 18,09 13,05 
2 11,80 15,65 2 33,05 10,09 
3 10,65 13.55 3 20,09 12,03 
4 10,75 16,50 4 12,09 10,04 
5 14,80 14,70 5 29,01 10,00 
6 19,05 11,00 6 20,05 10,00 
7 17,85 12,90 7 14,03 6,01 
8 19,70 12,15 Media 20,91 10,17 
9 20,40 10,20 

10 17,55 14,40 

11 15,80 11,35 

Média Sal 157353 


Liophis jaegeri (GUNTHER, 1858) 
ESTADO DO RIO GRANDE DO Viamão, Passo do Vigário, V.1960, 
SUL, Viamão, Morro do Coco, T. de Lema, (MCN 5195). 
X11.1959, T. de Lema, (MCN 5189), 
fie 7. 


Dimensöes dos ovos: Dimensöes dos ovos: 


Ovo Comprimento Largura Ovo Comprimento Largura 


1 22,08 12,02 1 17,05 10,02 
2 19,06 12,05 2 19,03 10,00 
3 19,04 11,01 3 19,00 10,00 
4 19,05 14,03 4 17,03 11,07 
5 21,07 12,04 5 20,03 9,04 
6 21,00 13,09 6 17,06 11,07 
7 20,07 12,02 7 17,01 11,02 
8 21,02 13,03 8 17,04 10,08 
9 20,06 13,09 9 16,06 | 9,05 
1 pé tos Média TORA Dao 
Média 20,22 12,59 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978 


Nota sobre ovos de serpentes... 2 15 


Liophis miliaris (LINNAEUS, 1758) 


ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, Torres, 2.X1.1963, T. de Lema, 
(MCN 5989), fig. 8. 


Dimensões dos ovos: 


Ovo Comprimento Largura 
1 24,75 9,50 
2 24,65 9,25 
3 26,35 9,40 
4 24,95 10,10 
5) 22,85 11,20 
6 25,25 9,50 
7 19,15 11,75 
8 24,75 8,55 
9 22,40 12,05 

10 23,85 11,60 

11 21,80 ih) 

12 20,80 10,35 

13 26,40 14,15 

14 23,50 9,50 

15 21,65 12,15 

16 19,50 10,90 

17 19,95 10,80 


Media 23,09 10,50 


Porto Alegre, Serraria, 16.X.1971, Guaíba, Guayba Country Club, 
(MCN 6003). B.Z. de Lema, (MCN 5990). 


Dimensöes dos ovos: Dimensöes dos ovos: 


Ovo Comprimento Largura Ovo Comprimento Largura 


1 35,10 13,10 1 26,15 7,05 
2 31,33 12,95 2 26,20 9,70 
3 37,35 10,70 3 25,50 7,45 
E! 36,50 11,65 4 25,90 7.99 
5 36,95 11,50 5 28,25 8,55 
6 32,00 13,80 6 24,45 9,05 
7 33,40 13,10 7 22,55 8,60 
Media 34,66 12,40 8 26,20 8,95 

Media 25,65 8,36 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51) :9-37, 15 mar. 1978 


Tó aa an 2 u 22 afinco a 
Lygophis flavifrenatus COPE, 1862 


ESTADO DO RIO GRANDE DO Sul Torres, Lagoa Itapeva, 25.X.1956, 
T. de Lema, (MCN 6004), fig. 9. 


Dimensões dos ovos: 


Ovo Comprimento Largura 
It 17,90 10,75 
2 12,20 6,80 
3 14,85 6,40 
4 12,70 6,35 
5 8,55 6,40 
6 13,20 6,45" 
7 12,90 5,60 
8 12,20 6,35 
3 10,95 5,75 
Média 12,82 6,76 


Lystrophis dorbignyi (DUMÉRIL, BIBRON & DUMÉRIL, 1854) 


ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, Torres, 3.XI. 1961, T. de Lema, 
(MCN 5187), fig. 10. 


Dimensões dos ovos: 


Ovo Comprimento "Largura 
1 28,02 10,02 
2 26,00 10,04 
3 25,08 11,01 
Media 26,36 10,35 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978 


Nota sobre ovos de serpentes... 17 


Mastigodryas bifossatus (RADDI, 1820) 


ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, Viamão, Itapoã, XI.1956, J.M. 
Rosa, (MCN 5996), fig. 11. 


Dimensões dos ovos: 


Ovo Comprimento Largura 
1 39,15 20,10 
2 39,20 23,65 
3 40,90 20,35 
4 39,15 20,65 
5 40,15 21:10 
6 38,95 20,60 
7 41,70 20.75 
8 35,30 21,60 
3) 38,90 22,95 

10 39,40 21,45 

11 42,65 21125 

12 20,35 22,45 

13 45,15 28,55 

14 40,80 2.1245 

15 36,40 22.55 

16 44,90 19,90 

17 50,80 ERRO 20,59 

18 37,60 18,35 

Média 39,52 21,16 


Oxyrhopus rhombifer rhombifer DUMÉRIL, BIBRON & DUMÉRIL, 1854 


ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, Canoas, Passo das Canoas, 
24.XI1.1962, (MCN 5184), fig. 12. 


Dimensões dos ovos: 


Ovo Comprimento Largura 
1 22,00 14,06 
2 21,05 13,09 
3 22,02 14,05 
4 24,06 13,02 
5 21,00 12,03 
6 23,05 15,00 
7 23.01 15,08 
8 24,04 15,00 
9 18,02 14,09 

10 25,03 12,03 

11 24,00 13,08 

12 19,00 16,03 

1 20,00 12,09 

14 22,09 14,06 

15 22,00 16,04 

Média 22,02 19,93 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978 


LEITÃO DE ARAUJO, M. 


Philodryas aestivus (DUMERIL, BIBRON & DUMERIL, 1854) 


ESTADO DE SÃO PAULO, (MCN 


5999), fig. 13. 
Dimensões dos ovos: 


Ovo Comprimento 


20,2) 
20,25 
26,30 
23,20 
23,05 
18,95 
22,50 
25,20 
21,60 
12,30 
12,25 


Media 21,07 


a ONO 00 + GA EO dm 


psd | 


Largura 


9,25 
11,40 
2.3) 
10,95 
10,40 
11,35 
10,10 
10,05 
10,25 
5,95 
6,35 


10,58 


ESTADO DO RIO GRANDE DO 
SUL, (MCN 6001). 


Dimensöes dos ovos: 


Ovo Comprimento Largura 


1 26,55 9,75 
2 26,10 10,80 
3 30,90 11,10 
4 23,25 10,40 
Media 25,70 10,51 


Philodryas olfersii (LICHTENSTEIN, 1823) 


ESTADO DE SANTA CATARINA, 
Nova Teutônia, 27.V1.1974, F. 


Plaumann, (MCN 5991), fig. 14. 


Dimensões dos ovos: 


Ovo Comprimento Largura 


34,50 
36,10 
35,70 
28,95 
31,25 
27,15 
32,15 


Media 32,25 


1 ONES dy ma 


qi ae) 
12,20 
10,75 
11,20 
11.335 
12,25 
12,90 


11,74 


ESTADO DO RIO GRANDE DO 
SUL, Santa Maria, (MCN 5992). 


Dimensöes dos ovos: 


Ovo Comprimento Largura 


1 51,20 17,70 
2 38,10 17,30 
3 44,45 12,55 
4 40,20 153,8 
5 42,20 12,75 
6 48,70 17,40 
7 43,70 17,95 
8 42,65 16,70 
Média 43,90 16,03 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978 


Nota sobre ovos de serpentes... 19 


Philodryas patagoniensis (GIRARD, 1857) 


ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, Cambará do Sul, Itaimb£zinho, 1- 
4.X1.1962, A.C.P. Azevedo, (MCN 2038). 


Dimensöes dos ovos: 


Ovo Comprimento Largura 
1 34,50 11,25 
2 33,95 10,95 
3 33,90 12,35 
4 3505 11,30 
5 37,90 11,55 
6 42,10 9,65 
Media 3 174Y 


Viamão, Passo do Vigário, XI.1959, Viamão, Passo das Pedras, 
O.M.B. Grau, (MCN 5196), fig. 15. 29.X11.1975, A. Bös, (MCN 5976). 


Dimensöes dos ovos: Dimensöes dos ovos: 


Ovo Comprimento Largura Ovo Comprimento Largura 


1 27,06 13,07 1 34,10 19,25 
2 29,07 “17,00 2 35,90 19,80 
3 28,03 14,00 3 33,05 18,70 
4 27,07 16,08 4 33,45 17,30 
5 30,07 15,06 5 33,15 18,70 
6 31,01 15,08 6 34,55 18,80 
7 28,04 16,00 7 38,60 16,50 
8 27:07 14,06 8 39,85 16,40 
9 29,05 13,03 9 30,80 17,35 
Média 28,49 14,82 10 36,30 15,70 

Media 34,97 17,85 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37,-15 mar. 1978 


20 LEITÃO DE ARAUJO, M. 


Sibynomorphus mikanıl mikanti (SCHLEGEL, 1887) 


ESTADO DO RIO GRANDE DO Sul, Viamão, X1.1974, D. Chiden, 
(MCN 5239), fig. 16. 


Dimensöes dos ovos: 


Ovo Comprimento Largura 
1 25,90 12,80 
2 26,70 12,00 
3 25,00 13,40 
4 21,90 11,90 
5 21,70 12,70 
6 22,70 13,40 
7 31,70 12.40 
8 20,20 10,70 
9 DER 12:70 

10 29,20 12,00 

11 27,90 11,60 

Media 24,64 12,32 


Sıbynomorphus ventrimaculatus (BOULEGER, 1885) 


ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, Santa Maria, H. O. Lippold, (MCN 
320 ki. 17. 


Dimensöes dos ovos: 


Ovo Comprimento  Largura 
1 24,01 13,09 
2 24,01 13,05 
3 21,02 15,07 
4 22,04 13,03 
Media 22T 13,56 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre. (51):9-37, 15 mar. 1978 


Nota sobre ovos de serpentes... 21 
Thamnodynastes strigatus (GUNTHER, 1858) 


ESTADO DO RIO GRANDE DO Santa Maria, X.1959,H.O.Lippold, 
SUL, Candelária, VII.1960, R. (MCN 5997). 
Strassburger, (MCN 5995), fig. 18. 


Dimensões dos ovos: Dimensões dos ovos: 

Ovo Comprimento Largura Ovo Comprimento Largura 
1 17,90 10,65 1 15,05 9,30 
2 23495 10,85 2 11,65 7,90 
3 16,60 9,90 3 12,45 13,10 
4 17,15 95 4 16,45 9,75 
5 16,80 8,85 5 13,05 14,35 
6 17,90 9,85 6 33459 10,35 
7. 175 10,20 7 21,33 13,20 
8 16,85 10,15 8 7529 14,15 
g 16,40 9,70 9 18,25 14,30 

10 18,50 9,39 10 19,30 7,795 

11 18,35 9,80 I: 10,85 14,50 

12 16,65 8,65 12 17,45 1,9 

13 14,55 9,30 13 17,90 14179 

14 16,35 10,10 14 9.93 11,95 

Media 17,55 lie 2 sul El 

16 1,33 13,70 
à 12,30 13,40 
Média 16,17 124241 


Alvorada, 22.1X.1957, A. Gonçalves, (MCN 5988) 


Dimensöes dos ovos: 


Ovo Comprimento Largura 
1 TICO 12,70 
2 17,65 1275 
3 15:20 11625 
4 15,40 1215 
5 16,85 11,65 
6 11,40 10,80 
Media 14,60 11,88 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978 


22 LEITÃO DE ARAUJO, M. 


Tomodon dorsatus DUMÉRIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 


ESTADO DO RIO GRANDE DO Viamão, 29.X1.1961, P.C. Braun, 
SUL, Farroupilha, XI.1958, O. (MCN 6002). 
Camargo, (MCN 5998), fig. 19. 


Dimensões dos ovos: Dimensões dos ovos: 

Ovo Comprimento Largura Ovo Comprimento Largura 
1 11,20 11,10 1 11,15 TEA 
2 8,55 11,25 2 9,50 8,10 
3 12,40 9,40 3 9495 8,50 
4 10,70 10,20 4 10,85 8,95 

5 13,70 9,35 5 9,40 9,40 
6 12,90 10,80 6 7,55 9,55 
A 14,30 10,30 7 8,10 9,80 
8 15215 9.99 8 928 ENTE, 
9 12,80 9,70 9 10,90 8,45 

10 16,85 9,80 10 8,55 9,05 

11 8,20 13,70 Il 9525 8,95 

12 12,15 10,90 12 8,50 9,30 

13 11,70 8,40 13 15,85 6,90 

Média 12,35 10,33 Media 9,90 8,78 

Viamão, 1.X1.1961, C.A. Hartlieb, Porto Alegre, 4.V1.1974, C.E. 

(MCN 6005). Blas, (MCN 6000). 

Dimensöes dos ovos: Dimensöes dos ovos: 

Ovo Comprimento Largura Ovo Comprimento Largura 
1 10,10 6,05 1 26,95 12,75 

2 9,65 6,35 2 30,90 11,45 
3 8,05 5,95 3 2939 11.45 

4 9,40 5,50 4 25,20 11,80 
5 Tao, 4,40 5 25,50 14,20 
6 9,30 6,40 6 23519 10,60 
Médi 9,04 7 23,40 14,35 

édia eh) 8 22,05 12,90 
9 23,65 13. 

10 24,05 14,25 

11 22,19 12,80 

12 23,85 16,35 

13 23,65 12,85 

14 18.207 13,40 

15 27.30, — 11,59 

16 30,60 15,20 

Media 24,89 13,11 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978 


Nota sobre ovos de serpentes... 23 


Waglerophis merremii (W AGLER, 1824) 
ESTADO DO RIO GRANDE DO São Sebastião do Caí, Bom Princí- 
SUL, Caxias do Sul, X.1971, R. pio, 18.11.1974, E. Lerner, (MCN 
Basso, (MCN 5980), fig. 20. 5979). 


Dimensões dos ovos: Dimensões dos ovos: 


Ovo Comprimento Largura Ovo Comprimento Largura 


1 31,80 9,90 1 38,60 24,55 
2 33,25 11,55 2 36,40 22,95 
3 29,60 9,45 3 35,60 20,55 
4 27,05 950 4 33,85 24,30 
5 26,65 10,35 5 28,85 22,10 
6 37,75 do 6 17,10 32,30 
7 29,30 11,35 7 37,05 21,70 
8 28,10 12,55 8 33,35 19,55 
9 27,80 10,25 9 23,05 27,30 
10 31,95 15 10 37,60 25,20 
11 28,95 Da th 37,55 25,25 
12 29,90 us , 12 27,90 24,50 
13 28,75 BU d30lBT .M ‚ao 22,60 
14 27,85 10,50 14 30,90 20,70 
15 27,85 10.20 >15 35,95 26,40 
16 27,90 Pe 16 32,70 21,10 
17 26,75 ER ©; 37,65 19,20 
dB: 218 24,50 1055. 18 31,50 18,20 
19 30,70 16,10 19 38,60 21,15 
20 26,95 14,20 20 18,90 30,70 
21 22,90 st. 21 33,55 23,25 
22 20,20 13,05 22 31,30 21,60 
23 30,35 13,25 23 31,50 19,25 
24 24,30 11,20 Media 32,02 22,19 
25 25,30 11,75 
26 22,30 10,45 
Média 28,02 11,49 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978 


24 


FAMÍLIA: ELAPIDAE 


LEITÃO DE ARAUJO, M. 


Micrurus frontalis altirostris (COPE, 1860) 


ESTADO DO RIO GRANDE DO 
SUL, (MCN 5244), fig. 21. 


Dimensöes dos ovos: 


Ovo Comprimento Largura 


1 22,80 5,70 
Zu 24,50 8,10 
3 24,00 6,90 
4 20,70 7,90 
5 24,00 7,10 
Media 23,20 7,14 


Viamão, 27.X1.1956, M. Pälovä, 
(MCN 5255). 


Dimensões dos ovos: 


Ovo Comprimento Largura 


1 36,30 8,80 
2 42,50 9,30 
3 40,40 7,80 
Media 3 8,63 


DON VN Mm 


Rio Pardo, 17.XI1.1974, A.N. 


Müller, (MCN 5236). 


Dimensões dos ovos: 


Ovo Comprimento 


30,70 
32,80 
28,60 
25,80 
34,30 
26,20 
30,00 


Média 29,77 


1 GONE O Mm 


Viamão, 26.X11.1974, 
5234). 


Dimensões dos ovos: 


Ovo Comprimento 


30,70 
31790 
30,30 
31,60 
27,60 


Media 30,34 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978 


Largura 


14,30 
12,00 
11,10 
12,50 
11,00 
10,50 
10,70 


11,72 


(MCN 


Largura 


14,30 
11,60 
12,20 
14,90 
12,70 


13,14 


Ca oo and te o re O O 
FAMÍLIA: VIPERIDAE 
Bothrops alternatus DUMÉRIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 


ESTADO DO RIO GRANDE DO Bagé, 5.V1.1973, A.A. Anjos, 
SUL, Gravatai, Sanga das Caveiras, (MCN 5238), fig. 22. 
V.1959, L. Frediani, (MCN 5216). 


Dimensöes dos ovos: Dimensöes dos ovos: 

Ovo Comprimento Largura Ovo Comprimento Largura 
1 64,15 22.10 1 26,00 22,00 
2 31,50 12,85 2 26,00 23,00 
3 44,40 25,30 3 33,00 20,00 
4 36,70 27,35 4 35,00 22,00 
5 E) 26,20 5 30,00 29,00 
6 39,60 30,35 6 30,00 20,00 
7 38,85 27,20 7 28,00 25,00 
8 47,20 26,45 8 31,00 20,00 
9 48,00 24,20 9 30,00 23,00 

10 34,45 33,30 10 31,00 20,00 

11 ET EB} 26,30 11 33,00 20,00 

12 31,85 28,15 12 30,00 23,00 

13 44,30 29,10 13 28,00 20,00 

Média 48,52 30,85 Média 30,07 22,07 


Bothrops jararaca (WIED, 1824) 


ESTADO DE: SANTA CATARINA, Monte Carlo, 21.V.1974, H.O. 
Lippold (MCN 5243), fig. 23. 


Dimensões dos ovos:- 


Ovo Comprimento Largura 
1 25,00 13,30 
2 23,60 14,40 
3 22,50 77420 
4 22,90 13,70 
5 23,70 12,80 
6 23,80 14,10 
7 23,00 14,00 
8 25,60 19,80 
Media 23,76 14,91 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51) :9-37, 15 mar. 1978 


26 : LEITÃO DE ARAUJO, M. 


COMENTÁRIOS 


Para o Estado do Rio Grande do Sul, apenas AZEVEDO (1960-61) 
descreveu ovos de Micrurus frontalis altirostris (COPE, 1860), que variaram, 
em número, de 2-6-4-4-6 (dando uma média de 4,4 ovos para cada exem- 
plar) apresentando coloração branca in vivo e laranja em líquido, sendo a 
época da postura em dezembro. Descreveu, também, para o Estado do Rio 
de Janeiro, ovos de Micrurus corallinus corallinus MERREM, 1820, em nü- 
mero de 10 e 2 e, para o Estado de Minas Gerais, ovos de Micrurus frontalis 
frontalis (DUMÉRIL, BIBRON & DUMERIL, 1859) em número de 6. 

‚Os exemplares de Micrurus frontalis altirostris (COPE, 1860) estudados 
neste trabalho apresentaram um número de 3-5-5-7 ovos (média de 5 ovos 
para cada exemplar), de coloração amarela em líquido e branca in vivo, 
sendo a época de postura em dezembro. Este fato vem comprovar o que havia 
sido dito por AZEVEDO (op. cit.). 

OREJAS-MIRANDA & GARCIA (1967) descreveram uma postura e 
número de ovos de Phxlodryas patagoniensis (GIRARD, 1857) do- Uruguai. 
Os ovos foram em número de 13, com forma elipsóide alargada, com um dos 
polos achatados, de coloração branca grisácea, sendo a época de postura em 
novembro. 

VAZ-FERREIRA, ZOLESSI & ACHAVAL (1970) descreveram ovos de: 
Philodryas patagoniensis (GIRARD, 1857), que deram uma média de 12,2 
ovos por cada exemplar, ocorrendo a postura nos meses de janeiro a abril e 
outubro a dezembro. A coloração dos ovos era branca, branca-amarelada e de 
- forma elipsóide e ovöide; Liophis obtusus (COPE, 1863) com média 6,1 ovos 
por cada exemplar, sendo a época de postura de janeiro a abril, outubro e 
dezembro. A coloração dos ovos era branca e a forma elipsóide e ovöide; 
Micrurus frontalis altirostris (COPE, 1860) dando uma média de 3,8 ovos por 
cada exemplar, sendo a época de postura em fevereiro e novembro, a co- 
loração branca, ocasionalmente rosados, e de forma alargada, sub-ciclíndricos 
ou fusiformes; Lzop his jaegeri (GUNTHER, 1858), dando uma média de 5,5 
ovos por cada exemplar, de forma elipsöide e época de postura em dezembro; 
Elabomorphus bilineatus DUMERIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 com um 
exemplar, apresentando 7 ovos, dando como época de postura o mês de 
janeiro, de coloração branca e forma elipsóide; C/elia rustica (COPE, 1878) 
com média de 7,5 ovos por exemplar e época de postura em janeiro. 

VAZ-FERREIRA, ZOLESSI & ACHAVAL (1973) descreveram ovos de 
Philodryas aestivus manegarzoni OREJAS-MIRANDA, 1959 dando uma 
média de 13,2 ovos por cada exemplar com épocas de postura em outubro e 
novembro. 

As espécies e subespécies estudadas pelos. autores acima ocorrem, tam- 
bém, no Estado do Rio Grande do Sul, sendo que no presente trabalho 
foram examinados exemplares de: Philodryas patagoniensis (GIRARD, 1857) 
com média de 8,3 ovos por cada exemplar, com coloração branca in vivo e 
amarela em líquido, com forma alongada e época de postura em janeiro e 
novembro; Lzophis jaegeri (GUNTHER, 1858) com média de 10 ovos por 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978 


Nota sobre ovos de serpentes... 7 


exemplar e coloração amarela em líquido e formato ovóide alongado e época 
de postura em novembro e dezembro; Micrurus frontalis altirostris (COPE, 
1860) dando uma média de 5 ovos por exemplar, de coloração branca in 
vivo e amarela em líquido, com forma alongada e época de postura em 
dezembro, cujos dados coincidem com aqueles apresentados nos trabalhos 
descritos anteriormente acima. 

Os dados do presente estudo constam da tabela I e se refe- 
rem a: número de ovos, embriões, forma, coloração e épocas de postura 
das diversas espécies e subespécies examinadas. Podemos observar que as 
épocas de postura variam de novembro a março, coincidindo com os meses, 
em que a temperatura é elevada (quente). O número de ovos por postura, 
variou de 3 em exemplares de Lystrobhis dorbignyi e Micrurus frontalıs 
altirostris a 26 em um exemplar de Waglerophis merremii. O número de 
embriões encontrados variou de 1/1 em exemplares de Liophis jaegeri e 
Bothrops alternatus a 16 em um exemplar de Tomodon dorsatus. Os ovos, 
em sua maioria, eram de coloração amarela e formato alongado. Foi veri- 
ficado um comprimento máximo de 98,80 mm em ovos de Boa constrictor 
constrictor e uma largura máxima de 68,75 mm em ovos de Eunectes mu- 
rinus. 

Comparando-se estes dados com aqueles colhidos na bibliografia 
especializada, verificamos que: as épocas mais frequentes de postura daqueles 
exemplares, em sua maioria ocorrentes na América do Norte, coincidem 
também, com os meses em que a temperatura é mais elevada naquele hemis- 
fério, ou seja, de maio a setembro; o número de ovos por postura varia de 1 
em exemplares de Carphophis, Diadophis, Liophis e Tantilla a 104 em um 
exemplar de Farancia; o menor número de embriões é de 2 em exemplares de 
Lichanura e Crotalus e de 27 em um exemplar de Thamnophis; o menor 
número de filhotes é 1 em exemplares de Diadophis, Storeria, Thamnopkis, 
Ancistrodon e Crotalus e o maior número é 101 em um exemplar de Natrix. 

Através do estudo da bibliografia pudemos verificar o pouco conheci- 
mento relativo ao estudo dos ovos de serpentes no Brasil. 


AGRADECIMENTOS 


Agradecemos ao Naturalista Thales de Lema pela orientação prestada durante o desenvol- 
vimento do trabalho; à acadêmica Leonor Alice Matschulat e as pesquisadoras Maria Lúcia 
Machado Alves e Marisa Ibarra Vieira pelas valiosas sugestões e auxílio prestados; e, finalmente a 
todos os colegas do Núcleo de Vertebrados, que de uma forma ou de outra nos auxiliaram 
durante a realização deste trabalho. 


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IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51) :9-37, 15 mar. 1978 


Nota sobre ovos de serpentes... 29 
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Fig. 1 — Ovos de Boa constrictor constrictor. Fig. 2 — Ovos de Eunectes 
murinus. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978 


LEITÃO DE ARAUJO, M. 


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Fig. 3 — Ovos de Chironius bicarinatus. Fig. 4 — Ovos de Dromicus 
almadensis. Fig. 5 — Ovos de Dromicus boecilogyrus pictostriatus. Fig. 6 — 
Ovos de Helicops carinicaudus infrataeniatus. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978 


Nota sobre ovos de serpentes... ; 31 


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Fig. 7 — Ovos de Liophis jaegeri. Fig. 8 — Ovos de Liophis miliaris. Fig. 9 
— Ovos de Lygoph:s flavifrenatus. Fig. 10 — Ovos de Lystrophis dorbigny:. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978 


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Fig. 11 — Ovos de Mastigodryas bifossatus. Fig. 12 — Ovos de Oxyrhobus 
rhombifer rhombifer. Fig. 13 — Ovos de Philodryas aestivus. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978 


Nota sobre ovos de serpentes... 33 


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Fig. 14 — Ovos de Philodryas olfersit. Fig. 15 — Ovos de Philodryas pa- 
tagoniensis. Fig. 16 — Ovos de Sibynomorphus mikanii mikanit. Fig. 17 — 
Ovos de Sıbynomorphus ventrimaculatus. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978 


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Fig. 18 — Ovos de Thamnodynastes strigatus. Fig. 19 — Ovos de Tomodon 
dorsatus. Fig. 20 — Ovos de Waglerobhis merremii. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978 


Nota sobre ovos de serpentes... 35 


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Fig. 21 — Ovos de Micrucrus frontalis altirostris. Fig. 22 — Ovos de 
Bothrops alternatus. Fig. 23 — Ovos de Bothrops jararaca. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 1978 


LEITÃO DE ARAUJO, M. 


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1978 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):9-37, 15 mar. 


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NOTA: Ocorrência de Melanophryniscus stelzneri 
dorsalis(MERTENS, 1933 )no Estado de Santa Catarina, 
Brasil (Anura, Bufonidae ) * 


Pedro Canisio Braun** 


ABSTRACT 


The author reports by the first time the occurence of Me/anophryniscus stelzneri dorsalis 
(MERTENS, 1933) in Santa Catarina State, Brazil, also enlarging the geographical distribution 
are for this subspecies in Rio Grande (do Sul State, Brazil. 


Com base no exemplar n.º 22.131 da coleção do Senckenberg-Museum, 
MERTENS (1933) descreveu Melanophryniscus stelzneri dorsalis, indicando 
como terra típica, Torres, RS, Brasil. GALLARDO (1961) menciona no- 
vamente sua existência apenas para essa localidade. 

Após haver reunido, no decorrer de muitos anos, uma aprecíavel 
quantidade de exemplares dessa subespécie, oriundos de diversos pontos do 
litoral gaúcho, incluindo a terra típica, conseguimos capturar, recentemen- 
te, mais alguns espécimes, no Município de Laguna, Estado de Santa 
Catarina, Brasil. São treze exemplares que se acham depositados na coleção 
do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do 
Sul (MCN), todos coletados na Prata do Mar Grosso, Município de Laguna, 
SC, no período de 15,a 18 de abril de 1976, por Pedro Canisio Braun e Pedro 
Sirangelo Braun. Ao serem apanhados andavam sobre a vegetação rala 
existente nas dunas próximas ao mar, sempre ao cair da tarde. 

Sendo esta subespécie, até o momento, apenas consignada para Torres 
sua terra típica, estamos com este trabalho registrando pela primeira vez sui 
presença no Estado de Santa Catarina, ao mesmo tempo que, baseados no 
material de que dispomos, ampliamos também no Rio Grande do Sul, sua 
área de distribuição conhecida, que fica delimitada à faixa litorânea com- 
preendida entre a Praia da Cidreira, Município de Tramandaí, RS e a Praia 
do Mar Grosso; Município de Laguna, SC. (Fig. n.º 1). 


Materia! examinado: 

BRASIL: : 

SANTA CATARINA: Laguna, Praia do Mar Grosso, 15-18/IV/1976, P.C. Braun & P. S. Braun 
leg (MCN 10072 aMCN 10079 e MCN 10093 a MCN 10097). 


Aceito para publicação em 02/1X/1976. Contribuição FZB n.º 045. Realizado, em parte, com auxílio da 
FAPERGS. Proc. Biol. n.º 103/75. 

* Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Rua 
Cel. Vicente, 281 - 6.º andar-Caixa Postal 1188 - Porto Alegre, RS, Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Rio de Janeiro. T.C. 13.636/71. 


IHERINGIA. Ser. Zoo!., Porto Alegre (51):39-41, 15 mar. 1978 


40 BRAUN, P.C. 


RIO GRANDE DO SUL: Torres, Praia da Guarita, 06./X1/1974, P. C. Braun & C.A.S. Braun 
leg (MCN 7818 a MCN 7913); Osório, Praia de Capão da Canoa, 06/1/1963, C. A. Hartlieb leg 
(MCN 2176 a MCN 2196); Tramandaí, Praia da Cidreira, 10/11/1965, P. C. Braun leg (MCN 
3134 a MCN 3136). 


AGRADECIMENTOS 


Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) 
pela bolsa concedida e à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul 
(FAPERGS) pelo auxílio concedido, aos quais devemos, em grande parte, a concretização deste 
trabalho. 


REFERÊNCIAS BIBLÍOGRAFICAS 


GALLARDO, J. M. 1961 La ubicacion sistematica y distribucion geografica de Brachycephalidae 
Argentinos. In: REUNION DE TRABAJOS Y COMUNICACION DE CIENCIAS NA- 
TURALES Y GEOGRAFICAS DEL LITORAL ARGENTINO. I.º, Santa Fé, Univ. Nac. 
del Litoral. p. 205-12. 

MERTENS, R. 1933. Uber zwei züdamerikanische Froschlurche der Gattungen Dendrophrinis- 
cus und Gastrotheca. Zool. Anz., Leipzig, 102:257-60. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):39-41, 15 mar. 1978 


41 


Nota: Ocorrência de Melanophyryniscus... 


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e: Melanophryniscus sfelzneri dorsalis 


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FIG. 1 
Figura n.º I — Mapa demonstrativo da atual distribuição geográfica de 
' Melanophryniscus stelzneri dorsalis (MERTENS, 1933), nos Estados 


de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, Brasil. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):39-41, 15 mar. 1978 


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NOTA: Ocorrência de Hyla flavoguttataA. LUTZ & B. 
LUTZ, 1939, no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil 
(Anura, Hylidae ) * 


Pedro Canísio Braun** 


ABSTRACT 


The author reports by the first time the occurence of Hy/a flavoguttata A. LUTZ & B 
LUTZ, 1939 in Rio Grande do Sul State, Brazil upon study of two specimens from Cambarä do 
Sul country enlarging the geographical distribution for this species. 


Hyla flavoguttata foi descrita por A. LUTZ & B. LUTZ, em 1939, com 
base em material coletado na Serra da Bocaina, regiäo limitrofe entre os 
Estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Além do holótipo, os autores men- 
cionaram exemplares oriundos de Passa Quatro, Estado de Minas Gerais, de 
Petrópolis e de Teresópolis no Estado do Rio de Janeiro. 

COCHRAN (1954) considerou Hy/a flavoguttata como uma subespécie 
de Hyla strigilata SPIX, 1824 sendo contestada por B. LUTZ (1973) que 
alegou ser pouco provável essa raciação, devido a diferenças morfológicas e de 
coloração. 

A presença de Ay/a flavoguttata era registrada, até agora, para a loca- 
lidade tipo, Serra da Bocaina, para a Serra da Estrela e para a Serra dos 
Orgãos, todas elas ramificações da Serra do Mar, e também, para a Serra da 
Mantiqueira. 

Em -9 de janeiro de 1976, foram capturados dois exemplares fêmeas 
dessa espécie, ma localidade de Fortaleza dos Aparados, Município de 
Cambará do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil, por Pedro Canisio Braun e 
Scherezino Scherer. Ao serem apanhados estavam semi-escondidos entre os 
ramos de arbustos, num local onde cantavam diversas outras espécies, 
especialmente Hy/a fuscovaria A. LUTZ, 1925 e Hyla squalorostris A. LUTZ, 
1925. Na ocasião chovia intensamente e a temperatura oscilava ao redor dos 
12 graus centígrados, sendo a altitude média do local de 900 metros. 

A constatação da presença de Hy/a flavoguttata no Estado do Rio 
Grande do Sul, determina uma grande ampliação na sua área de distribuição 
conhecida, que se estende agora, desde o Estado do Rio Grande do Sul até o 
Estado de Minas Gerais, ambos no Brasil. 

Na tabela n.º 1 são fornecidos dados biométricos dos dois exemplares 
capturados e que deram origem ao trabalho ora em pauta. 


Aceito para publicação em 02/1X/1976. Contribuição FZB n.º 044. Realizado, em parte, com auxílio da 
FAPERGS. Proc. Biol. n.º 103/75. 

Técnico Superior Pesquisador dMuseu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul, Rua 
Cel. Vicente, 281 - 6.º andar - Caixa Postal 1188 - Porto Alegre, RS, Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Rio de Janeiro. T.C. 13.636/71. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):43-44, 15 mar. 1978 


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Material examinado: 
RIO GRANDE DO SUL: Cambará do Sul, Fortaleza dos Aparados, 09/1/1976, P. C. Braun & S. 
Scherer leg (MCN 9715 e MCN 9716). 


AGRADECIMENTOS 


Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) 


= 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 


/ 


COCHRAN, D. M. 1954. Frogs of Southeastern Brazil. United State Naval Medical Bulletn, 
Washington (206):156-58. 

LUTZ, A. & LUTZ, B. 1939. New Hylidae from Brazil. Anais Acad. bras. Cienc., Rio de 
Janeiro, 2(1):67-92. 

LUTZ, B. 1973. Brazilian species of Hyla. San Antonio, Tex., University of Texas. 265p. 


TABELA N.º I 

Exemplar MCN 9715 MCN 9716 
Comprimento do corpo 44,8 43,9 
Comprimento da cabeça 13,6 13,6 
Largura da cabeça ; 15,2 15,1 
Diâmetro ocular 4,2 4,4 
Diâmetro do tímpano 2,3 2,6 
Comprimento da pálpebra sup. ; 5,1 5,4 
Largura da pálpebra sup. 3,6 349 
Distäncia olho-narina 4,3 4,1 
Distäncia narina-focinho 22, 2,2 
Espaço internarinas 2,5 2,9 
Fêmur Zu 22,9 
Tibia 24,5 24,5 
Tarso e pé 32,8 - 32,6 
Braço 11,5 12,0 
Cotovelo-ponta dedo maior 21,7 20,8 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):43-44, 15 mar. 1978 


NOTA: Ampliacion de la distribución geografica de tres 
especies de Brachyura (Crustacea Decapoda )para aguas 
uruguayas.* 


Marcelo Juanicöo** 


ABSTRACT 


A first register is offered of the occurrence of Euryparopeus depressus (SMITH, 1869), 
Arenaeus cribrarius (LAMARCK, 1818) and Hepatus pudibundus (HERBST, 1785) (Crustacea- 
Brachyura) for utuguayan waters. The author considers this area to be a refuge for Arenaeus 
cribarius. 


Revisando la coleccion de Decapoda del Museo Nacional de 
Historia Natural de Montivideo, se han hallado ejemplares de tres 
especies que aún no Habian sido citadas para aguas uruguayas: 
Arenaeus cribrarius (LAMARCK, 1818), Eurypanopeus depressus (SMITH, 
1869) y Hepatus pudibundus (HERBST, 1785). 

La especie E. depressus está citada desde Massachusetts hasta Texas; 
Bermudas e Índias Occidentales (WILLIAMS, 1965). El hallazgo en aguas 
uruguayas puede parecer sorprendente, pero no cabe duda de que es la 
misma especie. Más que una ampliación de distribución, esto se debe 
interpretar como la cita de una nueva localidad geográfica. 

A. cribrarius está citado desde Estados Unidos hasta Santa Catarina 
(Brasil) (COELHO & RAMOS, 1972); este nuevo hallazgo amplía su dis- 
tribución en unos 600 km hacia el Sur. El hecho de sólo haberse encontrado 
ejemplares juveniles, podría indicar que la costa uruguaya es ocupada sólo 
ocasionalmente por esta especie sin llegar a estabelecerse en forma definitiva, 
constituyendo lo que MARGALEF (1967) define como area de expatriación. 

COELHO & RAMOS (op. cit.(citan a H. pudibundos para la costa 
atlântica del continente americano hasta Santa Catarina; sin enbargo cabe 
sefialar que ya anteriormente BUCKUP & THOMÉ (1962) lo sefialaban más 
al Sur, para lá costa de Rio Grande del Sur. Su hallazgo en aguas uruguayas 
amplía su distribución en unos 400 km. 


Material estudiado 


Eurybanopeus debressus: - Punta Carretas, Montevideo, 1954, Col: C. Carbonell 
M.N.H.N. - 1.0266, 2 machos. - Barra Arroyo Solís, Maldonado, 13/oct./1968, Col: M. A. 
Klappenbach, M.N.H.N. - 1.0315, 2 machos. - Punta Fría, Piriápolis, Maldonado, 1975, Col: C. 
Martinez, M.N.H.N. - 1.1449, 1 macho. 


Aceito para publicação em 28/X/ 1976. 
* Do musco Nacional de Historia Natural - Casilla, 399 - Montevideo - Uruguay. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51) :45-46, 15 mar. 1978 


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Arenaeus cribrarius: - La Paloma, Rocha, enero/1975, Col: M. Caches, M.N.H.N. - sin 
número, 3 juveniles. - La Paloma, Rocha, julio/1975, Col: M. Caches, M.N.H.N. - 1.1440, 2 
juveniles 

Hepatus pudipundus: - 8 milhas al Sur de Punta Ballena )Maldonado), fondo duro mar- 
zo/1976, Col: Manuel Rodríguez, Pesquero ''Ciudad de Piriäpolis’’, M.N.H.N. - sin número, 1 
macho. 


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 


BUCKUP, L. & THOMÉ, J. W. 1962. I Camapanha Oceonogräfica do Museo Riograndense de 
Ciências Naturais. A viagem do ‘‘Pescal II’’ em julho de 1959. Iheringia, Série Zool., 
Porto Alegre (20):1-42. à 

COELHO, P. A. & RAMOS,M. A. 1972. A constituição e a distribuição da fauna de decäpodos 
do litoral leste da América do Sul entre as latitudes de 5º N e 39º S. Trabalhos do 
Instituto Oceanográfico da Universidade Federal de Pernanbuco, Recife, 13:133-236. 

MARGALEF, R. 1967. Biogeografia História. In: ——. Ecologia Marina.Caracas, Ed. La Salle. 
p.356-76. 

WILLIAMS, A. B. 1965. Marine Decapod Crustaceans of the Carolinas.F:shery Bull. Fish Wilal. 
Serv. U. $., Washington, 65(1 X1-298. 


JHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51) :45-46, 15 mar. 1978 


Estudio del contenido gástrico de Pimelodus clarias 
maculatus(L ACEPEDE, 1803 )(Pisces, Pimelodidae )* 


Carmen Alonso ** 


RESUMO 


Foi estudado o conteúdo gástrico de 148 exemplares de Pimelodus clarias maculatus 
(LACEPÊDE, 1803) provenientes de 4 localidades e representando diferentes habitats tróficos. O 
regime alimentar é omnívoro, com predominância de organismos bentônicos. Moluscos e crus- 
táceos são integrantes permanentes da dieta. Insetos, teleósteos e vegetais variam de acordo com 
o habitat trófico. É confirmado que P. c/arsas maculatus remove as camadas superficiais do fundo 
em busca de alimento. O espectro trófico abrange desde organismos produtores até organismos 
carnívoros. O ‘'bagre amarelo’’ pode se comportar como consumidor primário ou como car- 
nívoro secundário, porém seu papel principal é de carnívoro primário. 


RESUMEN 


Se estudió el contenido gástrico de 148 ejemplares de Pirzelodus clarias maculatus(LA- 
CEPÊDE, 1803) provenientes de cuatro localidades, representando diferentes hábitats tróficos. El 
regimen alimentario es omnivoro con predominancia de organismos bentónicos. Moluscos y 
crustáceos son integrantes permanentes de la dieta. Insectos, teleósteos y vegetales varían de 
acuerdo con el häbitat trófico. Se confirma que P. clarias maculatus remueve las capas super- 
ficiales del fondo en busca de alimento: El espectro trófico abarca desde organismos productores 
hasta organismos carnívoros. El ‘‘'bagre amarillo”' puede comportarse como un consumidor 
primário e como un carnívoro secundario pero su papel principal lo juega como carnívoro pri- 
mario. 


ABSTRACT 


This paper reports an analysis of the stomach contens of 148 specimens of Pimelodus clarias 
maculatus (LACEPEDE, 1803) collected' in 4 different localities representing different trophic 
habitats. The animals are omnivorous, feeding mainly on benthic organisms. Molluscs and 
crustaceans are permanent members of diet. The frequency for insects, teleosteans and vegetals 
varies according to their availability in the different trophic habitats. This study confirms chat P. 
clarias maculatus searchs actively for food on the superficial layers of the river’s ground. The 
trophic spectrum ranges from producers to carnivorous organisms. P. clarias maculatus behaves 
eventually as a primary consumer and also as a secondary carnivore but its main role is played as 
a primary carnivore. 


- INTRODUCCION 


Diversos autores enfatizan la importancia económica y científica que 
tienen los estudios sobre el régimen alimentario de los peces como integran- 
tes de los ecosistemas acuáticos. Este trabajo tiene como objeto contribuir al 


conocimiento de la ecología alimentaria de Pimelodus clarias maculatus 
(LACEPEDE, 1803). 


Aceptado para su publicaciön el 20/X11/ 1976. 
* Del Departamento de Zoologia Vertebrados, Facultad de Humanidades y Ciencias. Calle J.L. Cuestas 1525, 
Montevideo, Uruguay. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):47-61, 15 mar. 1978 


AB un e a A SE BEE EEE 


Esta especie cuyo nombre vulgar es ''bagre amaríllo”” se encuentra 
representada en el Uruguay por la subespecie pimelodus clarias maculatus 
(LACEPEDE, 1803), distribuída en la Argentina’por la cuenca de los rios 
Pilcomayo, Bermejo, Salí, Paraná medio e inferior, Río Duice, Río Uruguay 
medio e inferior y en el Río de La Plata, habitando también en el Uruguay, 
en Bolivia y probablemente en los estados de Río Grande del Sur y San Pablo 
en Brasil (RINGUELET et al. 1967). Cuando la baja salinidad lo permite he 
podido observar gran número de ejemplares de esta especie pescados en las 
costas del balneario Lagomar, Depto. de Canelones. Esta zona probablemen- 
te sea el limite E de distribuciön en la costa uruguaya del Estuario del Plata. 

El ““bagre amarillo”” es una especie que a diferencia de lo que ocurre en 
“Argentina (BONETTO et al. 1963), ha sido explotado en nuestro país. Es 
raro encontrar ejemplares de este bagr& en los mercados de Montevideo. Se- 
pesca durante todo el afio con palangre o a la línea a lo largo del Rio Uruguay 
y del Río de la Plata. 


METODOS 


El análisis del alimento contenido en el tubo digestivo puede ser di- 
vidido en dos tipos, cuantitativos y cualitativo. El análisis cuantitativo consis- 
te en la separación de los alimentos identificables, pesándolos o midiendo su 
volumen para luego calcular porcentajes de volumen o de peso de un ítem de 
comida particular. En este trabajo no se realizó ese tipo de análisis porque 
resultó sumamente difícil medir con cierta precisión el volumen o peso de los 
variados ítems encontrados. Aparte de hallarse a menudo los animales 
ingeridos en avanzado estado de digestiön, la pequefia cantidad de algunos 
de ellos, o su pequefio tamafio, por ejemplo los copépodos, hizo practica- 
mente imposible pesarlos o medir su volumen. 

El análisis cualitativo pone énfasis en el número de individuos que 
comieron determinado ítem pero no en la cantidad de ese ítem que ingi- 
rieron. Por ejemplo, no distingue entre un único copépodo presente en el 
estómago entre otros materiales, y un estömago lleno de copépodos. Podría 
pensarse, que cuando e! número de indivíduos es bajo y el tamafio del ítem 
es pequefio su presencia podría se accidental, o la preferencia de alimento de 
grado muy bajo. Sin embargo, cuando el número de copépodos es bajo en 
cada estómago pero aparecen en gran número de bagres, se puede pensar que 
el fenómeno no es de índole individual y casual sino que responde a una 
tendencia propia de la especie en ese medio ecológico. 

En general, cada especie presenta preferencia por un tipo de alimento y 
por un habitat con características nutricionales determinadas. En este sentido 
SCHIEMENZ divide a los alimentos de los peces en tres categorias: 1) ali- 
mentos que constituyen la comida principal, o preferida, o propia del ré- 
gimen alimentario de cada pez que es la más frecuente y primordial en el 
crecimiento; 2) los alimentos que constituyen la comida ocasional o secun- 
daria que puede acompafiar a la comida principal: 3) la comida de emergen- 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):47-61, 15 mar. 1978 


Estudio del contenido gástrico de.... 49 


cia constituída por los alimentos que no tienen ninguna relación con el ré- 
gimen propio de la especie y que son ingeridos cuando faltan los alimentos 
principales y ocasionales (ANGELESCU y GNERI, 1949:179). 


Las preferencias de alimento varían a menudo, dentro del ciclo vital del 
organismo. Las migraciones, los cambios estacionales, y la disponibilidad de 
alguna comida modifican la estructura de la red trófica contribuyendo así a su 
complejidad general y ramificaciones. 


Para comparar las preferencias de comida entre los sexos, en varias 
edades, o en diferentes habitats puede calcularse el indice de frecuencia, 
tambien llamado frecuencia relativa expresada en porcentaje, usado en el 
presente trabajo: 


N.º de estömagos conteniendo determinado ítem de alimento x 100 


RS 
N.º total de estömagos con contenido gástrico 


Los estömagos fueron extraídos de los ejemplares recién muertos y fi- 
jados enteros en formol al 10%. El contenido, una vez segregado se conservó 
en alcohol al 50%. 

La separación y reconocimiento de los ítems fueron realizados bajo 
microscopio estereoscópico. Una vez separado el material en grandes grupos 
fue puesto a disposiciön de los especialistas para su identificaciön, la cual es a 
menudo difícil no sólo porque el conocimiento de la fauna en nuestro país es 
aún muy incompleto sino también por la acción de la actividad digestiva, en 
particular la descomposición química por la acción de las enzimas de los jugos 
digestivos. Por eso no se pudo llegar en la identificación, en la mayoria de los 
casos, hasta el nível de especie, como era de desear. 

En todos los ejemplares salvo en la muestra del arroyo del Tigre Grande, 
se midiö la longitud standard. 


LAS MUESTRAS ESTUDIADAS. 


Se utilizaron para este estudio muestras provenientes de distintas lo- 
calidades, representando habitats diferentes. En total se examinaron 148 
bagres entre los cuales el número de estömagos vacios fue de 14 y el número 
de estömagos con contenido fue de 134. 


Muestra del arroyo El Tigre Grande - Esta muestra de 23 ejemplares 
proviene de la boca del arroyo del Tigre Grande, Depto. de Colonia y fue 
extraída el 6-X1-1973 en primavera. La boca de este arroyo en el Rio de la 
Plata está ubicada a 11 Km al W de Conchillas y su comunicación con el Río 
no es permanente. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):47-61, 15 mar. 1978 


50 ALONSO. C. 


El arroyo en esta zona se caracteriza por presentar abundante vegetación 
en las orillas, la corriente es lenta y el cauce con meandros, sobre sus már- 
genes se extiende el monte franja fluvial. 

En la ocasión en que se obtuvo la muestra, se comunicaba mediante una 
corriente de agua de aproximadamente 1 m de ancho y unos pocos centí- 
metros de profundidad. Los ejemplares se pescaron con cafia y se usó como 
carnada ''mojarras”” (Familia Characidae), si bien la pesca comenzó a las 15 
horas los especímenes se capturaron a partir de las 18.30 horas; junto con 
Pimelodus clarıas maculatus se obtuvieron varios individuos de Acestrorham- 
bhus sp., Hoplias malabaricus (BLOCH, 1794), Rhamdia sp.y Chrenicichla 
sp. 


Muestra de la Playa Carrasco - Esta muestra de 16 ejemplares proviene del 

“Rio de la Plata en la zona de Playa Carrasco, Depto. de Montevideo y fue 
extraída el 24-11-1974 en verano. La Playa Carrasco forma parte de una 
extensa franja de costa arenosa, que se extiende sin interrupción por varios 
kilömetros sobre el Rio de la Plata entre Montevideo y Atlântica. Es del tipo 
de playa extendida de declive suave y moda agitada. 

Los ejemplares se capturaron en las horas de la mafiana, frente al Hotel 
Carrasco, aproximadamente a 500 m al E de la punta rocosa mas próxima. 
Fueron extraídos del Río con red de arrastre por los pescadores profesionales 
de la zona. Junto con P. clarias maculatus salieron en la red ‘“pejerrey’’ 
Odonthesthes sp., ““burriquetas” Menticirrhus martinicensis (CUVIER, 
1830), ““corvina blanca’’ Microbogon opercularis (QUOY y GAIMARD, 
1824), “lisa” Mugil sp. (CUVIER, 1830), ‘‘Palometa’’ Parona signata 
(JENYNS, 1842), ‘‘pämpano’’ Trachinotus glaucus (BLOCH, 1787), “'la- 
cha” Brevoortia sp., “'sardina Familia Engraulidae’’. 

El tamafio de los ejemplares de esta muestra osciló entre 116 mm y 222 
mm con una media de 171.9 de longitud standard. El porcentaje de machos 
fue de 44.5% y el de hembras fue de 55.5%. Sólo un estômago de los 16 
examinados estaba vacio. 


Muestra del Balneario Lagomar - Esta muestra de 8 ejemplares 
proveniente del Balneario Lagomar en el Depto. de Canelones fue extraida el 
2-X1-1973. Aquí el tipo de playa es igual al descrito para playa Carrasco, 
obs también forma parte de la franja de costa arenosa antes mencio- 
nada. 

Los ejemplares fueron extraídos con red de arrastre por los pescadores 
profesionales de la zona entre las 13 y las 16 horas. El tamafio de los indi- 
víduos varió de 120 a 164 mm; 5 ejemplares tenían el estômago vacio, los 
restantes contenían: macho de 158 mm = cerca de un millar de copépodos, 
macho de 120 mm = solamente arena, 1 piedra pequefia y 2 escamas, 
hembra de 151 mm = isöpodos, Littoridina isabelleana (D'ORBIGNY, 
1841), numerosos restos de insectos en su mayor parte no identificables por el 
avanzado estado de descomposición, entre ellos Coleoptera de la familia 
Hydrophillidae y otras, dípteros y hemípteros indeterminables. Dado que 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):47-61, 15 mar. 1978 


Estudio del contenido gástrico de... 51 


sólo 3 ejemplares tenían contenido estomacal esta muestra no fue incluída en 
el gráfico N.º 1. 


Muestra del Balneario Pajas Blancas = Esta muestra de 101 ejemplares 
también proviene del Río de la Plata en la zona del Balneario Pajas Blancas, 
Depto. de Montevideo y fue extraída en las siguientes fechas: 27-IV-1974, 
11-V-1974, 21-V-1974. La costa en este balneario ubicado al W de la ciudad 
de Montevideo presenta dos tipos de ambientes de características diferentes. 
Una parte de la costa es rocosa, la otra parte es una playa arenosa de exten- 
sion limitada, en forma de media luna subtendida entre dos puntas pe- 
dregosas. El tipo de playa es de declive medio y moda agitada. Los peces se 
pescaron también en una pequenã playita de 50 m de largo aproximadamen- 
te que es usada como desembarcadero por los pescadores profesionales del 
lugar; en esa zona son arrojados restos producto de la limpieza del pescado. 

Esta muestra fue dividida en dos, según el sustrato del que provenían los 
ejemplares. Los del sustrato rocoso, 74 ejemplares, fueron pescados con cafia 
usándose como carnada ‘‘lacha’’, carne vacuna y ““lombriz de tierra”. Los del 
sustrato arenoso, 27 ejemplares, fueron extraídos con red de arrastre. Los 
bagres fueron capturados entre las 17 y las 18.30 horas. Cuando de extrajo la 
muestra del sustrato arenoso la temperatura del agua era de 18°C. 

Junto com P. clarias maculatus salieron en la red “lisa” Magal sp., 
“roncadera’’ Micropogor obercularis jóvenes, ‘‘säbalo’’ Prochilodus platensis 
(HOLMBERG, 1889), ‘lacha’’ Brevoortia sp. y ‘‘anchoita’’ Familia 
Engraulidae. 

La longitud standard de los ejemplares de la muestra proveniente del 
sustrato arenoso varió entre 116 y 171 mm, siendo la media de 138.5. El 
porcentaje de machos fue de 46% y el de hembras fue de 54%. En la 
muestra del sustrato rocoso la longitud standard varió entre 116 y 200 mm 
con una media de 148.9. El porcentaje de machos fue de 37.3% y el de 
hembras de 62.7%. 

De las muestras de Lagomar, Pajas Blancas y Carrasco se conservan parte 
de los ejemplares examinados en la colección del Departamento de Zoologia 
Vertebrados de la Facultad de Humanidades y Ciencias, Montevideo, con los - 
números 3045, 3046 y 3047 respectivamente. 


ANALISIS DEL CONTENIDO GASTRICO. 
Los cuadros 1, 2, 3y 4 muestran la clase de alimento ingerido indicando 


además el número de estömagos en el que se encontró cada ítem (frecuencia 
absoluta) y el índice de frecuencia. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):47-61, 15 mar. 1978 


52 ALONSO. C. 


CUADRO N.º 1 


Contenido gástrico de P. clarias maculatus. Muestra del arroyo del Tigre 
Grande. 


CLASE DE ALIMENTO FRECUENCIA INDICE DE 
ABSOLUTA FRECUENCIA 
CRUSTACEA 12 52.1 
Anomura, Aegla sp. 2 8.6 
Brachiura 1 4.3 
Copepoda 7 30.4 
Ostracoda 1 4.3 
Isopoda 1 4.3 
Restos indeterminables 1 4.3 
MOLLUSCA 10 43.4 
Pelecypoda 9 39.1 
Pisidium sp. 8 34.7 
Sphaerium argentinum 1 4.3 
Restos indeterminables 7 30.4 
Gastropoda, Littoridina sp. 4 17.3 
INSECTA 22 95.6 
Ephemeroptera, Ephemeridae 
Larvas y ninfas 7 30.4 
Diptera 
Larvas y ninfas probablemente de 
Chironomidae 20 86.9 
Larvas y adultos indeterminables 2 8.6 
Hemiptera u 
Acuäticos, Belostomatidae 1 4.3 
Indeterminables 1 4.3 
Coleoptera 
Curculionidae 2 8.6 
Larvas indeterminables 2 8.6 
Insectos indeterminables 8 34.7 
ARACNIDA 
Acarina 3 13.0 
TELEOSTEI 7 5304 
VEGETALES 20 86.9 
ARENA 18 78.2 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):47-61, 15 mar. 1978 


Estudio del contenido gástrico de... 


CUADRO N.º 2 


Contenido gástrico de P. clarias maculatus. Muestra de la Playa Carrasco. 


CLASE DE ALIMENTO 


CRUSTACEA 

Brachiura, Xantidae 
Cyrtograpsus angulatus 
Chasmagnathus granulata 

Cirripedia, Balanomorpha 

Amphipoda 

Isopoda 

Restos de crustäceos 
indeterminables 


MOLLUSCA 

Pelecypoda 
Mytilidae 
Mytela falcata 
Brachiodontes sp. 
Restos indeterminables 

Gastropoda 
Littoridina sp. 
Littoridina australis 
Littoridina charruana 


INSECTA 


Homoptera 
Hymenoptera 
Trichoptera 
Lepidoptera 
Diptera 
acuáticos indeterminables 
Larvas y adultos indeterminables 
Restos de Insecta indeterminables 


ARACNIDA 
TELEÖSTEI 


VEGETALES 


FRECUENCIA INDICE DE 
ABSOLUTA FRECUENCIA 


11 73.3 
4 26.6 
1 6.6 
1 6.6 
1 6.6 
1 6.6 
7 46.6 
2 139 
6 40.0 
3 20.0 
74 185 
1 6.6 
1 6.6 
a 13.3 
1 6.6 
1 6.6 
1 6.6 
12 80.0 
1 6.6 
1 6.6 
2 13.3 
1 6.6 
4 26.6 
5 33.9 
5 33.3 
1 6.6 
8 53.3 
I Er) 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):47-61, 15 mar. 1978 


-; ALONSO. C. 


CUADRO N.º 3 


Contenido gástrico de P. clarias maculatus. Muestra de Pajas Blancas en 
sustrato rocoso. 


CLASE DE ALIMENTO FRECUENCIA INDICE DE 
ABSOLUTA FRECUENCIA 
CRUSTACEA 47 70.1 
Brachiura, Xantidae 39 58.2 
Cyriograpsus angulatus 18 26.8 
Chasmagnathus granulata 1 1.4 
>  Isopoda 4 5.9 
Balanomorpha 5 7.4 
Amphipoda 4 5.9 
Copepoda 2 2.9 
MOLLUSCA 28 41.7 
Pelecypoda 13 19.4 
Mytilidae 1 1.4 
Erodona mactroides 4 5.9 
Gastropoda 8 11.9 
‚Potamolithus sp. 1 1.4 
Littoridina australis 1 1.4 
Littoridina charruana 5 7.4 
Littoridina sp. 2 2.9 
Mollusca indeterminables 6 8.9 
INSECTA 8 11.9 
Hymenoptera 1 1.4 
Diptera 

Chironomidae 1 1.4 
Restos indeterminables 3 4.4 
Hemiptera 1 1.4 
Coleoptera 1 1.4 
Restos de Insecta indeterminables 4 3 
TELEOSTEI 45 67.1 
VEGETALES 22 o TR 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):47-61, 15 mar. 1978 


Estudio del contenido gástrico de... 55 
CUADRON.º 4 


Contenido gástrico de P. clarias maculatus. Muestra de Pajas Blancas en 
sustrato arenoso. 


CLASE DE ALIMENTO FRECUENCIA INDICE DE 
ABSOLUTA FRECUENCIA 

CRUSTACEA 16 66.6 
Brachiura, Xantidae 14 58.3 
Cyrtograpsus angulatus 8 33.3 
Isopoda, Idotedae 3 1285 
MOLLUSCA 10 41.6 
Pelecypoda 5 20.8 
Erodona mactroides 1 4.1 
Restos de Pelecypoda indeterminables 4 16.6 
Gastropoda 1 4.1 
Potamolithus sp. 1 4.1 
Restos de Mollusca indeterminables 5 20.8 
INSECTA 8 333 
Hymenoptera 7. 29.1 
Homoptera 2 8.3 
Tysanoptera 1 4.1 
Diptera 4 16.1 
Insecta no identificables 5 20.8 
TELEOSTEI 16 66.6 
VEGETALES 12 50.0 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):47-61, 15 mar. 1978 


26 ALONSO. C. 


Crustáceos. 


En la muestra del arroyo el Tigre Grande los crustáceos se registraron en 
el 52.1% de los estómagos siendo los copépodos los que fueron incluídos en 
la dieta con más frecuencia, un 30.4%. 

En Pajas Blancas, sustrato rocoso, la frecuencia de copépodos fue baja, 
2.7%; un individuo de este lugar contenía escamas y vísceras de pescado, 
entre ellas un estômago completamente lleno de copépodos. Estos abun- 
daban también en el estômago del bagre pero posiblemente ello sea debido a 
la ruptura del tubo digestivo del pez que había ingerido. Este estômago no 
fue tomado en cuenta en los cómputos. 

Los copedos no aparecieron en Carrasco pero un ejemplar de la pequefia 

-muestra de Lagomar había ingerido gran cantidad de ellos, cerca de un 
millar. Parece poco probable que el bagre busque especialmente a animales 
tan pequefios como los copépodos; lo mas plausible es que al tomar otros 
alimentos ingiera también los copepodos que están en las proximidades, sin 
que en realidad exista una preferencia particular por estos microcrustáceos. 

BONETTO et al. (1963) muestran en la figura 1, una correlaciön bas- 
tante estrecha entre la aparación de fango y arena en los estömagos y la 
frecuencia en que aparecen los microcrustáceos lo que sugiere la idea de que 
estós son ingeridos con otros organismos al remover las capas superficiales del 
fondo. 

En la muestra del arroyo del Tigre Grande aparecieron anomuros del 
género Aeg/a mientras que en Carrasco y Pajas Blancas los cangrejos estu- 
vieron representados por brachiuros de la familia Xantidae como Cyrtograp- 
sus angulatus (DANA, 1851) y Chasmagnathus granulata (DANA, 1851) 
que para el bagre son los equivalentes en el estuario del cangrejo de arroyo. 
En Pajas Blancas se encontró la frecuencia mayor de cangrejos, 58.2% en el 
sustrato rocoso y 58.3% en el sustrato arenoso. Varios estömagos estaban 
completamente llenos de Cyrtograbsus angulatus, algunos de gran tamaão. 

Los isópodos se hicieron presentes en todas las muestras. Las frecuencias 
fueron considerablemente mas altas, como es de esperar en las muestras que 
provenían del sustrato arenoso siendo los crustáceos más frecuentes, 46.6% 
en Carrasco. 


Moluscos 


En la muestra del arroyo del Tigre Grande los moluscos aparecieron en el 
43.4% de los ejemplares, siendo los pelecypodos del género Piszdiufn los que 
estuvieron presentes con más frecuencia. Muchos de estos eran formas ju- 
veniles y las valvas estaban totalmente erosionadas pero por transparencia 
podía verse al microscopio estereoscópico restos de las partes blandas. 

En la muestra de la playa Carrasco los moluscos estuvieron representados 
en el 40.0% de los bagres. Este porcentaje es igual en Pajas Blancas 41.7% y 
41.6% pero el número de taxa en el sustrato rocoso es mayor. Es interesante 
hacer notar que algunos individuos tenían el tubo digestivo lleno en su 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):47-61, 15 mar. 1978 


Estudio del contenido gástrico de... 57 


totalidad de Littoridina australis (d'ORBIGNY, 1835) y Lettoridina charruana 
(d’ORBIGNY, 1835). 

Probablemente los restos de valvas de mytilidos encontrados en varias 
muestras no fueron ingeridos con las partes blancas pues éstas no fueron 
encontradas en ningún estômago. Fragmentos de valvas de mytilidos son 
comunes en el sustrato donde se extrajeron las muestras. 


Insectos. 


En la muestra de arroyo del Tigre Grande, un 95.6% de los bagres co- 
mieron insectos siendo muy frecuentes las larvas y ninfas fundamentalmente 
de las famílias Chironomidae y Ephemeridae mientras que las mismas 
estuvieron practicamente ausentes en las otras muestras. Aparentemente este 
arroyo de aguas lentas con mucha vegetación en las orillas, tiene las condi- 
ciones favorables para el desarrollo de estas larvas que viven enterradas en el 
fango o arena, y el bagre las aprovecha buscando activamente su alimento en 
las capas superficiales del fondo. 

En Carrasco por otra parte se encontraron larvas de Tabanidae, Trichop- 
tera y Chironomidae así como ninfas de Culicidae, Trichoptera y Psychodidae 
junto con restos de adultos de Coleoptera, Homoptera, Muscoidea, 
Hymenoptera y una crisálida de Lepidoptera todos ellos en baja frecuencia. 
Lo mismo ocurrió en Lagomar y Pajas Blancas donde sólo se encontraron 
restos de insectos adultos como Coleoptera incluyendo algunos Formicidae, 
Hemiptera, inclusive los acuáticos de la familia Corixidae, Dermaptera, 
Tysanoptera y un Diptero de la familia Syrphidae. La baja frecuencia de cada 
ítem así como la diversidad de su origen, adultos, larvales, acuáticos y terres- 
tres hace pensar que su ingestiön fue ocasional y ocorriö en gran parte en la 
superfiecie del agua entre los integrantes del epineuston. 


Teleósteos. 


En la muestra del arroyo del Tigre Grande los restos de peces encon- 
trados en el contenido estomacal estaban formados por escamas, músculo, 
vértebras y partes del tubo digestivo. Los peces de esta muestra fueron pes- 
cados con cafia usändose como carnada trozos de ''mojarra””. No se puede 
afirmar con seguridad que todos los restos encontrados en el estômago corres- 
pondan exclusivamente a la carnada utilizada. No debe descartarse la po- 
sibilidad de que los restos ingeridos hayan sido obtenidos por depredación. 
La frecuencia de teleósteos observada en esta muestra debe ser por este 
motivo interpretada con cautela. 

En la muestra de la playa Carrasco el porcentaje de estömagos conte- 
niendo peces es alto, 53.3% no estando influenciado en este caso por el arte 
de pesca que fue la red de arrastre. Uno de los estómagos contenía exclu- 
sivamente gran cantidad de escamas y en los demás había músculos, escamas 
y otros Items. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):47-61, 15 mar. 1978 


58 ALONSO. C. 


En la muestra de Pajas Blancas se observa aproximadamente el mismo 
porcentaje de estömagos con peces en los sustratos arenoso y rocoso, 66.6% y 
67.1% respectivamente. Los primeros fueron extraídos en su mayoria de una 
pequefia playa donde los pescadores tiran los desechos de la limpieza del 
pescado. En cuatro estömagos, solamente encontré escamas, algunas de peces 
varias veces mayores que el bagre, en el resto había escamas y vísceras. 
Aparentemente la especie se comporta en este caso como saprófaga. 

Los datos recogidos confirman la observación de otros autores, en 
especial de BONNETTO et al. (1963) sobre la marcada ictiofagia de P. 
clarias maculatus. Segun estos autores la ictiofagia es más frecuente en los 
ejemplares mayores de 20 cm que en los menores. Pese a que nuestros ejem- 
plares son menores de 20 cm el porcentaje de individuos con teleösteos 
supera a los indicados por estos autores para ejemplares mayores de 25 cm. 


Vegetales. 


La muestra del arroyo del Tigre Grande fue la que tuvo mayor frecuencia 
de estömagos conteniendo vegetales 89.9%. Estos consistían en restos de 
hojas, tallos y raíces disponibles en abundancia debido a las características del 
arroyo. 

En la muestra de la playa Carrasco, el porcentaje fue relativamente alto, 
73.3% a pesar que la costa no está rodeada de vegetación; probablemente los 
restos sean arrastados desde la boca del Arroyo Carrasco ubicada a pocos 
kilömetros del lugar del muestreo. 

En la muestra de Pajas Blancas la frecuencia es diferente en los ejem- 
plares provenientes del sustrato rocoso, 32.8% y del arenoso, 50.%. En esta 
muestra se destaca la presencia de algas verdes filamentosas que probable- 
mente forman el heteroplocon de ese ecosistema y que el bagre utiliza para 
equilibrar su dieta con elementos vegetales. 


Remoción del fondo. 


De nuestras observaciones se desprende que por lo menos en el arroyo 
del Tigre Grande Pimelodus clarias maculatus busca su alimento dentro de la 
comunidad: bentônica especialmente a través de la remoción del sustrato. Así 
se explica la alta frecuencia, casi igual de larvas y ninfas de Chironomidae, 
86.9% , de restos vegetales, 86.9%, y de arena, 78.2%, así como el porcen- 
taje relativamente elevado de moluscos, 43.4%, y cópedos, 30.4%, mayor 
que en el resto de las muestras. 

Las larvas de Chironomidae, de Ephemeroptera, de moluscos del género 
Pisidium y Littoridina, nemátodos, crustáceos entomóstracos y malacóstracos 
etc. viven en la superfície del barro, contituyendo dentro de la biocenosis del 
mismo una epibiosis (GNERI y ANGELESCU, 1951:9). 

Se confirma ası fo publicado por BONETTO et al. (1963) quienes 
afirman que estos bagres realizan una remoción de las capas superficiales del 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):47-61, 15 mar. 1978 


Estudio del contenido gástrico de... 59 


fondo ingiriendo en algunas oportunidades arena y fango junto con el 
material orgánico allí presente. 

GNERI y ANGELESCU (op. cit.) agregan con respecto a la alimen- 
tación de P. claris maculatus que esta especie es carnívora normalmente, pero 
consume además ciertas cantidades de fango en las siguientes circunstancias: 
a) en algunos casos como alimento ocasional o secundario ingerido juntamen- 
te con el alimento principal, constituído por larvas y crustáceos del bentos; b) 
- como alimento de emergencia, durante el invierno, en épocas de escasez o 
falta de alimento principal. 

Fango propiamente dicho se encontró en un solo estômago de los 148 
examinados, provenía de la muestra de Pajas Blancas. No extrafia sin 
embargo, la ausencia en general de este ítem, pues el sustrato era arenoso en 
todas las localidades de donde se tomaron las muestras. En individuos de 
todas las localidades se encontró arena en el estômago. 


CONCLUSIONES 


1 — No se observaron diferencias significativas en la alimentación entre 
los distintos sexos ni entre ejemplares de diferentes tamafios, si bien hay que 
tener en cuenta que la variación en la talla no fue muy grande, de 116 mm a 
422 mm. 

2 — EI régimen alimentario de Pimelodus clarias maculatas en el área 
estudiada es claramente omnívoro con predominancia de materia orgánica 
animal estando los vegetales también presentes aunque en frecuencias 
menores. Esto sefiala una tendencia a equilibrar la dieta consumiendo tanto 
materia -orgánica animal como vegetal. La especie es saprófaga ya que parte 
de los items ingeridos eran restos de organismos muertos. 

3 — En la mayoría de los peces omnívoros se comprueba una preferencia 
por una comida determinada que puede estar constituída por organismos de 
la fauna bentónica o por elementos de la flora acuática. Además de los 
alimentos preferidos puedem ingerir en gran cantidad otros organismos o 
fango con detritus orgánico (ANGELESCU y GNERI, 1949:182). 

El régimen omnívoro vatía entre límites muy amplios y es interesante 
destacar la adaptabilidad de los peces que poseen este régimen a comidas 
heterogéneas que ingieren de acuerdo con los distintos habitats. 

A fin de estudiar que alimentos prefiere esta especie en relación con los 
distintos habitats tróficos, se compararon los resultados obtenidos para las 
cuatro muestras provenientes de ambientes diferentes llegando a las siguien- 
tes conclusiones (ver gráfico N.º 1): 

a) Dentro de los organismos ingeridos predominam siempre aquellos de 
la fauna bentönica (moluscos, crustáceos, larvas de dípteros etc.). 

b) Ningún ítem se mantiene dominante, es decir con la frecuencia 
relativa por encima de la de los demás en todos los habitats. 

c) Presumiblemente y dentro de los amplios márgenes de su espectro 
trófico, este pez consume lo que encuentra con más abundancia en su habitat 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):47-61, 15 mar. 1978 


60 ALONSO, C. 


trófico. Por eso los insectos, los teleósteos y los vegetales varían en frecuencia 
dentro de amplios márgenes .según el ambiente de donde se extrajo la 
muestra. Son alimentos ocasionales cuya frecuencia de aparición depende de 
la disponibilidad. 

d) No obstante llama la atención que las frecuencias de crustáceos y de 
moluscos se mantienen practicamente constantes en los diferentes habitats 
tróficos. Estos ítems son aparentemente preferidos por el bagre y son los 
integrantes más permanentes de su dieta. 

5— El especto trófico de Pimelodus clarias maculatus es complejo 
porque abarca desde organismos productores hasta organismos carnívoros. 

El ““bagre amarillo’’ se ubica entonces en la red trófica tanto en el nível 
de los consumidores primarios como en el de los carnívoros secundarios, 
aunque su papel más importante lo cumple como carnívoro primario. 


AGRADECIMIENTOS 


Agradezco especialmente al Ing. Carlos S. Carbonell y a la Dra. Lucrecia C. de Zolessi por 
su ayuda en la identificación de los insectos, al Lic. Marcelo Juanicó por la de los crustáceos, al 
Lic. José Olazarri por la determinación de los moluscos y a las autoridades del Museo Nacional de 
Historia Natural por las facilidades otorgadas al realizar parte de este trabajo en esa instituciön y 
finalmente a todas las personas que de una manera u otra hicieron posible este estudio. 


BIBLIOGRAFIA CITADA 


ANGELESCU, V. & GNERI, S.F. 1949. Adaptaciones del aparato digestivo al rêgimen alimen- 
tício en algunos peces del Rio Uruguay y del Rio de la Plata. Revta. Mus. argent. Cienc. 
nat. Bernardino Rivadavia, Ciencias Zoologicas, Buenos Aires, 1(6):161-272. 

BONETTO, A.A.; PIGNALBERI, C.; CORDIVIOLA, E. 1963. Ecología alimentaria del 
““amarillo’’ y ‘‘moncholo’’ Pirzelodus claras (Bloch) y Pimelodus albicans (Valenciennes) 
(Pisces Pimelodidae). Physis, B. Aires, 24(67):87-94. 

GNERI, F. & ANGELESCU, V. 1951. La nutrición de los peces iliófagos en relación con el 
metabolismo general del ambiente acuático. Revta. Mus. argent. Cienc. nat. Bernardino 
Rivadavia, Ciências Zoologicas, Buenos Aires, 2(1):1-44. 

RINGUELET, R.; ARAMBURU, R.; ARAMBURU, A.A. de. 1967. Los beces argentinos de agua 
dulce. La Plata, Com. Inv. Cient. 602 p., 27 fig., 10 pl. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):47-61, 15 mar. 1978 


Estudio del contenido gástrico de... 61 


Pajas Blancas 
(arena) 


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TEXTO DEL GRAFICO N.º 1 


Contenido gástrico de Pimelodus clarias maculatus (LACEPÊDE, 1803). 
Los números representan el índice de frecuencia con que se encontró cada clase de alimento. 


C = crustáceos: M = Moluscos; I = insectos; T = teleósteos; V = vegetales. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51) :47-61, 15 mar. 1978 


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Notes sur quelques Crepidoderini nouveaux ou peu 
connus. (Chrysomeloidea - Alticinae ) Coleoptera- 
Phytophaga.* 


+ Jan Bechyne** 
B. Springlova de Bechyne ** 


RESUME 


Dans le present travail on décrit 6 espêces du gente Epitrix et 6 espêces du genre Marga- 
ridisa de la tribu Crepidoderini. On y ajoute une tedescription et actualisation des espéces dejä 
citées antéricurment leur donnant ainsi des notes faunistiques. 


RESUMO 


No presente trabalho são descritas seis espécies dos gêneros Epitrix e Margaridisa respec- 
tivamente. São redescritas, também, espécies citadas em trabalhos anteriores, quando são 
adicionadas notas faunísticas. 


Afin d’aider à situer les description de ce travail nous vous donnons ci- 
apres les clefs des genres. Un groupe três grand, richement représenté dans la 
region neotropicale et les pays adjacents: 

Sillon prostethial dirigé vers les angles antérieurs du thorax, participant 
ocasionellement a sa formation aussi du côté supérieur. Pleures du 1.º seg- 
ment abdominal cariniformes. (Conformation fonctionelle). Tous les seg- 
ments abdominaux libres. Tous les tibias homodinaimes (exceptés, parfois, 
les antérieurs des Sd). 

1 (2) Tête et thorax avec points setiferes discaux de position et numero 
instables. Cavités cotiloides antérieures ouvertes. Elytres pubescen- 
OS ne a RAN N nA URN UHR a Trichaltica 
2 (1) Points setiferes discaux du thorax en numero et position fixes ou 
absents. Cavités cotiloides antérieures fermées. 
3 (4) Bord antérieur du thorax avec una série de points setiferes grands 
WE AR OE ET cs RN a dc a À qdo Styrepitrıx 
4 (3) Bord antérieur du thorax sans points setiferes. 
5 (8) Elytres avec poils ou, dans les exemplaires déflorés, avec points setiferes 
au moins le long de la suture (augmenté de 100 - 200 fois). 
6 (7) Calus supraantennaires distincts, pubescence élytrale homogene 


ER. Dedo a ee aa Kara) corte ke ER 
7 (6) Calus surantennaires réduits (lineaires) ou absents. Pubescence élytrale 
limitée, parfois limité à l’intervale sutural .............. Acallepitrix 
8 (5) Elytres avec poils (ou points setiferes) seulement sur la carena 
elytt0epipleütale pie deilextentitel LD AM! Margaridisa 


Aceito para publicação em 20/X11/ 1976. 
* Do instituto de Zoologia Agricola - Universidad Central de Venezuela, Maracay, Venezuela. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51) :63-78, 15 mar. 1978 


64 BECHYNE, J. & BECHYNE, B.S. de 


Epitrix ruderalisn. sp. 


BRASIL, Mato Grosso: Chapada dos Guimarães, 19., 20., 21., 23., 24., 29. et 30.1. (TYPE 
&) et 2.H.1961 (J. et B. Bechyné, Mus. Goeldi). 


Longueur 1,7 - 2 mm (chez les deux sexes). Nombreux exx. 

Noir, rarement noir de poix; joues, bouche, antennes (les 5 ou 6 articles 
apicaux obscurcis) et pattes, rouge brun variant au brun de poix; fémurs 
(base et sommet exceptés) noir de poix. Pubescence élytrale dorée, courte, 
sémicouchée. 

Forme allongée-ovall, dessus brillant, tête subopaque. 

Tête finement réticulée (grossissement de cent fois), imponctuée. Front 
presque deux fois aussi large que le diam£tre transversal d'un oeil. 

Sillons frontaux droits, émetant pres du bord postéro-interne des yeus 
une courte impression, dirigée vers le vertex et entourée de quelques points 
setiferes. Calus surantennaires linéaires, se rapprochant au milieu du front en 
un angle de 100º, bien séparés l’un de l’autre. Carêne longitudinale du 
clypéus três large, plus large que le diametre (le plus large) du 1€f antennite, 
triangulairement dilatée en avant, séparant, par son extrémité, les calus 
surantennaites et réunis avec une courte carêne longitudinale centrale au 
milieu du front au dessus des sillons frontaux. Joues rugueuse, plus longues 
que la moitié de la longueur'de l’oeil. Antennes (fig. 1) ne dépassant pas le 
ler vers des élytres, articles apicaux Epaissis (un peu plus épaíis que la base 
des tibias antérieurs), 3€ article distinctement plus long que les voisins. 


W cm 


Thorax 1,7 à 1,8 fois aussi large que long, côtés presque droits et pa- 
ralleles. Angles anterieurs coupés obliquement, latéralement proéminents. 
Toute la surface couverte d'une ponctuation serrée (bien visible sous le 
grossissement de 8 à 10 fois), diminuant pres des angles antérieurs. Sillon 
antébasal profond, presque droit, Base rebordée et avancée vers l’Ecusson. 
Carêne thotacopleurale crénélée à cause de la présence des points setiferes á 
son extrémité. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):63-78, 15 mar. 1978 


NntessupquelgmesCrepidodegni-l LD 6 


Elytres plus fortement ponctués que le thorax, calus basilaire et dépres- 
sion postbasilaire effacés. Suture relevée. Chaque intervalle muni de deux 
lignes de poils, intervalles latéraux faiblement convexes. Ponctuation três 
reguliere en avant, diminuée et un peu disturbée dans la partie apicale. 
Angle sutural obtus, bien accusé. Epipleures larges et rugueus. Saillie 
intercoxale du prosternum aussi large que la hanche. Tibias postérieurs plus 
robustes que les quatre antérieurs. 


d. Les deux articles basilaires des protarses faiblement dilatés. Dernier 
segment abdominal convexe, déprimé dans la moitié postérieure et déclive au 
milieu du bord postérieur (déclivité accupant env. 1/6 de la longueur totale 
du segment). 6€ segment bien visible. 


9. Tarses plus grêles, Se segment abdominal tronqué en ligne droite au 
milieu du bord postérieur, sans déclivité. 


Par la conformation de la tête (la largeur de la carêne longitudinale du 
clypéus), cette espece est proche de E. opacicollis HAR. et E. nobrancoensis 
SCHERER (1960:234) dont elle se distingue par le thorax três brillant avec 
espace antébasal dilaté au milieu. 


Epitrix rugipleuran. sp. 


BRASIL, Mato Grosso: Chapada dos Guimarães, 18. (TYPE G), 19., 23., 27., 30. et 31.1. 
et 5.11.1961 (J. et B. Bechyné, Mus. Goeldi); Burití, 8. et 9.11.1961 (id.); Cuiabä, 14.II., 21. et 
22.111.1961 (id.); Fazenda Ricardo Franco (au Sud de Cuiabá), 7., 10., 11., 15. et 16.11.1961 
(id.). 


Longueur Sd 1,4 - 1,5 mm, 29 1,5 - 1,7 mm. Nombreux exx. 

j Noir, dessus subopaque, élytres brillants; organes buccaux, rouge brun; 
antennes et pattes testacées, fémurs postérieurs bruns; antennes plus ou 

moins enfumées vers le sommet. Pubescence élytrale argentée, longue. Forme 

ovale-allongée, sensiblement convexe. 

Tête finement chagrinée (fig. 2), (grossissement de deux-cent fois), 
munie de quelques grands points (setiferes) pres du bord postéro-interne des 
yeux aux environs des sillons oculaires. Sillons frontaux droits, se rapprochant 
au milieu du front (qui est 1,5 fois aussi large que le diam£tre transversal 
d'un oeil) en un angle de 90º. Leur jonction est interrompue par le sommet 
extrême de la carêne longitudinale du clypéus et une courte carêne longi- 
tudinale centrale est située immédiatement au dessus de cette jonction. 
Clypéus rugueux aux côtés, carêne longitudinale três étroite (pas plus large 
que 1/3 du diametre du 1€f antennite) et bien convexe, carêne transversale 
peu marquée. Calus surantennaires linéaires, orbites ponctués. Joues ne 
dépassant pas la 1/2 de la longueur de l’oeil. Antennes dépassant le milieu 
des élytres, les 5 articles apicaux considérablement épaissis (aussi épais que le 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):63-78, 15 mar. 1978 


66 BECHYNE, J. & BECHYNE, B.S. de 
060 [TDT 


sommet des tibias antérieurs), chacun des articles 8 à 10 1,2 à 1,3 fois aussi 
long qu'êpais, 3€ article un peu plus long que les voisins. 


Thorax à peine deux fois aussi large que long, cötes.tres faiblement 
arrondis et faiblement divergents en avant. Angles antérieurs coupés obli- 
quement, latéralement proéminents. Thoracopleures crénelés. Disque for- 
tement et densément ponctué, points três serrés aux environs des angles 
postérieurs. Sillon antébasal profond et presque droit. Base fortement rebor- 
dee et avancée vers l’Ecusson. Espace antébasai imponctué au milieu. 

Elytres plus fortement ponctués que le thorax (grossissement de 3 à 5 
fois). 

Pubescence élytrale disposee en deux lignes longitudinales sur chaque 
intervalle. Angle sutural obtus mais bien accusé. Suture relevée en avant. 
Calus basilaire et dépression postbasilaire effacés. Epipleures rugueux. 


O. Articles basilaires peu dilatés, 5€ segment abdominal convexe et 
rembruni au milieu du bord postérieur. 

92. Antennes plus minces et plus courtes. 5e segment abdominal 
entierement noir, simplement convexe transversalement et arrondi en arriere. 

Cette espece s'éloigne de la précédente (E. ruderalis) par la carêne lon- 
gitudinale du clypéus Etroite et par la longue pubescence élytrale. Chez 
quelques-uns des nombreux exemplaires de Fazenda Ricardo Franco, la 
pubescence élytrale est un peu jaunátre. 


Epitrix halophila n. sp. 


VENEZUELA, Aragua: Cata, 8 et 15.VIII.1964 et 4.1.1968 (J. et B. Bechyné, Facultad de 
Agronomía, Maracay). Guárico: Punzön-Tahiti 6.VIII.1965 (dtto.). 


Longueur 1,2 mm. (1d et5 99). 
Rouge testacé; fémurs postérieurs au milieu et métasternum enfumés, 


pattes et antennes, testacés; écusson et élytres noir. Taille brievement ovalée, 
le dessus brillant. Pubescence élytrale blanchätre, éparse et três fragile. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):63-78, 15 mar. 1978 


Tête lisse, (fig. 3), front une fois et demi aussi large que le diametre 
transversal d'un oeil. Sillons oculaires fins, réunis au milieu du front en un 
angle de 120º. Poils setiferes, situés au dessus des sillons oculaires pres du 
bord postero-interne des yeux, isolés. Calus surantennaires étroits, courts, 
triangulaires, atténués vers les côtés. Carêne clypéale aplatie, triangulaire, 
convexe seulement entre les antennes. Antennes minces, (fig. 4), ne dépas- 
sant pas la moitié des élytres, peu dilatés vers le sommet, chacun des articles 
7 à 10 deux fois aussi long qu'épais. 


Gola 


Thorax plus de deux fois aussi large que long, côtés droits et paralleles. 
Carene extreme thoracopleurale à peine ondulée, points setiferes situés à la 
‚face inférieure. Surface. finement et éparsement ponctuée (grossissement de 
40 à 50 fois). Sillon antébasal profond, fortement ponctué au fond, fai- 
blement sinué au milieu. Base fortement bisinuée et noirätre. Espace 
antébasal plan, fortement élargi au milieu (base avancée vers I'écusson). 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):63-78, 15 mar. 1978 


68 . BECHYNE, J. & BECHYNÉ,B.S. de 


Elytres plus fortement ponctués (points bien visibles sous le grossisse- 
ment de 15 à 20 fois), calus basilaire et dépression postbasilaire faibles. 
Pubescence disposee en une serie longitudinale au milieu de chaque inter- 
valle, poils presque couchés, plus courts que le 1€r antennite, faiblement 
recourbés. 5€ segment abdominal (fig. 5) arrondi en arriere. Pattes minces. 

Cette espece de coloration três abérrante, s’Eloigne de toutes les espéces 
suivantes par la forte reduction de la carêne longitudinale du clypéus. 


Epitrix villosa HAROLD, 1876 


COLOMBIA, Antioquia: Bello, 16.V1.1955 (sur Haricot, Papilionacees), (C. Ríos Inst. 
Colomb. Agropecuario). Del Valle: Valle de Cauca, Palmira, 1.1944, VI.1945 et VI.1946 (B. 
Losada s., Inst. Colomb. Agropecuario). 


Longueur 1,7 - 1,9 mm (chez les deux sexes). 

Rouge testacé ou rouge brun, antennes et pattes (fémurs postérieurs 
exceptés) testacées. Carêne longitudinale du clypéus convexe, triangulai- 
rement dilatée en avant, la carêne transversale n'est pas séparée. Calus suran- 
tennaires petits, obliques et ovalaires. Articles apicaux des antennes peu 
Epaissis, chacun des 7 à 10 plus que deux fois aussi longs qu'épais, antennes 
atteignant le milieu des élytres. 

Thorax faiblement ponctué, côtés presque droits, carêne thoracopleurale 
entiere, points setiferes situés á la face inférieure. Sillon antébasal presque 
droit, ponctué. Espace antébasal imponctué, faiblement convexe, base for- 
tement avancée au milieu vers l’Ecusson. 

Calus basilaire et dépression postbasilaire des élytres obsoletes. Chaque 
intervalle avec une série longitudinale de longs poils, dorés, redressés et 
fortement recourbés à l’extremite (poils bien plus longs que le 1€r anten- 
nite). 

d. Les quatres articles basilaires des protarses sensiblement dilatés, à peu 
pres aussi larges que le sommet des tibias correspondants (qui son élargis). Je 
segment abdominal muni d'une gibbosité centrale, peu remarquable, située 
avant le milieu, protubérance centrale três peu déclive en arriere. 

Q. Tarses minces. 5€ segment abdominal regulierement convexe, arrondi 
en arriere. 


Epitrix sensitiva n. sp. 


BRASIL, Mato Grosso: Chapada dos Guimarães, 19. (TYPE d), 21., 25. et 30.1.1961 0. et 
B. Bechyné, Mus. Goeldi); Buriti, 8.11.1961 (id.). 


Longueur dd 1,6 - 1,7 mm, 99 1,7 -2 mm. 14 exx. 

Noir de poix variant au noir; clypéus, bouche et sommet des antennes, 
rouge brun; base des antennes et pattes, testacé; fémurs postérieurs, brun de 
poix. Taille allongée, dessus brillant, pubescence élytrale jaunátre et longue. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):63-78, 15 mar. 1978 


Tête imponctuée, les points setiferes au dessus des sillons oculaires prês 
du bord interne des yeux exceptés. Sillons frontaux profonds, réunis au 
milieu du-front en un angle de 120º; au dessus de cette jonction, il se trouve 
un tubercule central remarquable. Calus surantennaires linéaires, orbites 
rugueux et fortement enfoncés. Carêne longitudinale du clypéus aigüe et 
fortement convexe, dilatée dans le quart antérieur et réunie avec la carêne 
transversale. Joues rugueuses, ne dépassant pas 1/3 de la longueur de l’oeil. 
Antennes robustes, atteignant le milieu des élytres, articles 2 à 4 subégaux, 
les apicaux presque aussi épais que le sommet du tibia antérieur, chacun des 
8a 10 1,5 à 1,6 fois aussi longs qu'épais. 

Thorax, deux fois aussi large que long, ayant sa plus grande largeur au 
milieu. Côtés distinctement arrondis, angles antérieurs fortement épaissis, 
coupés obliquement. Carêne thoracopleurale éparsement crénélée. Surface 
fortement ponctuée (grossissement de dix fois), points effacés vers les angles 
antérieurs et avant l’Ecusson. Sillon antébasal profond et droit, espace 
antébasal peu convexe, dilaté au milieu (base bisinuée et avancée vers 
Vécusson). 

Elytres bien plus fortement ponctués que le thorax, calus basilaire et 
dépression postbasilaire faíbles. Elytropleures Etroits. Intervalles légerement 
convexes en arriere et aux côtés, le marginal dilaté. Pubescence longue, située 
en une seule ligne simple sur chaque intervalle, en avant, en ligne dédoublée 
dans la moitié postérieure. Pattes robustes. 

SG. Les quatres articles basilaires des protarses fortement dilatés, les 2 
anterieurs un peu plus larges que le sommet des tibias correspondants. 5€ 
segment abdominal rouge et imponctué au milieu, fortement excavé dans 
toute la moitié postérieure. 

Q. Pattes plus grêles. 5€ segment abdominal tronqué en arriere. 

Cette espece est reconnaissable à la forte dilatation des basitarsites 
anterieurs du den connection (chez les deux sexes) avec le sillon antébasal 
du thorax droit et avec la disposition de la pubescence aux élytres. 


Epitrix virgulata HAROLD, 1875 


COLOMBIA, Cundinamarca: Soachä, 28.1V.1940 (H. Marcia, Inst. Colomb. Agrope- 
cuario); Madrid, 22.X11.1958, (sur pomme de terre, Solanacées), (E. Idrobo, Inst. Colomb. 
Agropec.). Boyacä: Bonza, 2.V1.1959, (G. Bravo, Inst. Colomb. Agropec.). 


Longueur plus ou moins 2 mm. 

Rouge brun; antennes et pattes, testacé; antennites apicaux, femurs 
postérieurs et la suture élytrale plus on moins brun de poix ou noirätre. 

Carêne longitudinale du clypéus étroite, pointillée et convexe en arri£re, 
triangulairement dilatée, lisse et aplatie dans la moitié antérieure, la carêne 
transversale n'est pas séparée. Calus surantennaires petits, courtement 
ovalaires, obliques. Points sétifêres, situ&s au dessus des sillons oculaires prês 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):63-78, 15 mar. 1978 


70 BECHYNE, J. & BECHYNÉ, B.S. de 


du bord postéro-interne des yeux, confluents en forme d'une courte 
impression longitudinale irreguliere. Antennes dépassant à peine le 1Ef tiers 
des élytres, articies apicaux fortement Epaissis, chacun des 7 à 10 environ une 
fois et demi aussi long qu'épais. 

Thorax deux fois aussi large que long, côtés droits, distinctement con- 
vergents vers la base, carêne thoracopleurale entiere, poils setiferes situés à la 
face inferieure. Surface finement et éparsement ponctuée (grossissement de 
40 à 50 fois). Sillon antébasal droit, profond, ponctué au fond. Base bisi- 
nuée, avancée au milieu vers l’Ecusson. Espace antébasal aplati et lisse. 

Elytres assez faiblement ponctués (grossissement de dix fois), points 
sensiblement diminuent en arriere, calus basilaire et dépression postbasilaire 
distincts. Intervalles pourvus d'une pubescence blanchätre, éparse, semi- 
redressée, três fragile, disposée en une série longitudinale sur chacun, poils 
plus courts que le 1€r antennite, faiblement recourbés. 

d. Les quatres articles basilaires des protarses fortement dilatés, aussi 
larges que le sommet dilaté des tibias correspondants. 5€ segment abdominal 
fortement convexe, protubérance centrale large et fortement déclive en ar- 
riere. 

9. Tarses minces. 5€ segment abdominal tronqué en arriere en ligne à 
peine convexe. 


Epitrix miraflora BECHYNE 


1955, Ent. Arb. Mus. G. Frey 6, p. 168. 
BRASIL, Santa Catarina: Nova Teutonia, 24.X11.1941 (F. Plaumann, Dept. Zool., S. 
Paulo). Mato Grosso: Chapada dos Guimarães, 19.1.1961 (J. et B. Bechyne, Mus. Goeldi). 


Epitrix catharina BECHYNE 


1955 Il ea (o GB: 
BRASIL, Mato Grosso: Chapada dos Guimarães, 21.1.1961 (J. et B. Bechyné, Mus. Goeldi). 


Epitrix trapezophora n. sp. 


BRASIL, Mato Grosso: Chapada dos Guimarães, 18., 25.1., 4. (TYPE &) et 5.11.1961 (J. et 
B. Bechyné, Mus. Goeldi); Fazenda Ricardo Franco (au Sud de Cuiabá), 7. et 15.11.1961 (id.). 
Rondônia: Vilhena, 20. et 22.11.1961 (id.). 


Longueur 1,2 - 1,4 mm. (chez les deux sexes). 

Brun de poix variant au rouge brun; clypéus et bouche rouges, antennes 
et pattes testacées, fémurs enfumés. Taille allongée, dessus brillant, pubes- 
cence jaunátre. 

Tête lisse sauf quelques points pres des yeux. Front presque deux fois 
aussi large que le diam£tre d'un oeil. Sillons frontaux fins, fortement recour- 
bes pres du milieu du front; ainsi réunis en un angle três aigu (45º). Calus 
surantennaires linéaires, presque paralleles. Carêne longitudinale du clypéus 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51 ):63-78, 15 mar. 1978 


fine et aigue, n’occupant que la moitié basale du clypéus; carêne transversale 
en démi-cercle, plus large et moins convexe. Clypéus en avant triangulai- 
rement encliné, lisse. Joues lisses, etteignant la moitié de la longueur de 
l’oeil. Antennes robustes, (fig. 6) dépassant le milieu des élytres, articles 
apicaux graduellement dilatés, aussi épais que le sommet du tíbia antérieur, 
articles 3 et 4 três minces, chacun de la même longueur que le 2€ (qui est 
plus épais). 


KH Hem —— 


[Gem 


Thorax trapézoidal, (fig. 7) presque deux fois aussi large que long, ayant 
sa plus grande largeur au niveau des angles anterieurs qui sont coupés 
obliquement (40°) et latéralement bien accusés. Cötes droits et sensiblement 
rétrécis vers la base. Surface éparsement et assez faiblement ponctuée 
(grossissement de 20 à 30 fois) sur le disque, points plus grands et plus serrés 
vers les côtés, effacés sur l’espace entébasal (qui est peu convexe). Sillon 
antébasal fortement ponctué au fond, légêrement sinuée au milieu. Base 
bisinuée. 

Elytres bien plus fortement ponctués (grossissement de 5 à 8 fois). Calus 
basılaire et dépression postbasilaire obsolêtes. Intervalles plans, chacun avec 
une seule série longitudinale de points setiferes, les deux latéraux un peu 
convexes. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):63-78, 15 mar. 1978 


Sd. Tarses peu dilatés. 5€ segment abdominal aplati au milieu dans la 
moitie postérieure. 

Q. Tarses plus minces. 5€ segment abdominal réguliêrement convexe 
transversalement, largement arrondi en arriere. 

Cette espêce ressemble extéricurement à E. bucki BECHYNE 
(1956:1004) dont elle se distingue, ainsi que de toutes les formes semblantes, 
par les sillons frontaux fortement recourbés (concaves en dehors) et se réunis- 
sant en un angle aigu (droit ou obtus chez d’autres especes). 

Nous l’avons capturée et observée en grande quantité sur divers Solan- 
nacées cultives (Chapada dos Guimarães). 


Epitrix fallada BECHY NÊ 


É 1955, Ent. Arb. Mus. G. Frey 6, p. 168. 
BRASIL, Santa Catarina: Nova Teutonia, X.1951 (F. Plaumann, Dept. Zool., S. Paulo). 
Mato Grosso: Chapada dos Guimarães, 18.1., 3. et 5.11.1961 J. et B. Bechyné, Mus. Goeldi). 


Epitrix subviolacea n. sp. 


BRASIL, Mato Grosso: Cuiabá, 14.11.1961 (J. et B. Bechyné, Mus. Goeldi). 


Longueur 1,3 mm. 1d. 

Rouge testacé, 11€ antennite rembruni; écusson, une bande longitu- 
dinale suturale, occupant en avant les 3 premters intervalles et graduellement 
atténuée en arriere et se terminant dans le sixieme apical ainsi que les épi- 
pleures, violacé métallique. (Le type changea successivement en dix ans au 
rouge-marron). Taille ovalée, convexe, dessus brillant, pubescence des élytres 
jaunátre. 

Tête lisse, front un peu plus large que le diametre transversal d'un oeil. 
Sillons oculaires profonds, réunis avec les sillons frontaux en ligne droite, se 
réunissant au milieu en un angle de 120°. Prês du bord postéro-interne des 
yeux au dessus des sillons oculaires, il se trouvent quelques points sétiferes. 
Calus surantennaires linéaires, orbites larges, convexes. Clypéus, court (joue 
ne dépassant pas 1/3 de la longueur de l’oeil), carêne longitudinale beau- 
coup plus haute que les calus surantennaires, largement dilatés triangulai- 
rement et aplatis dans la moitié antérieure. Antennes (fig. 8) dépassant le 
milieu des élytres, articles apicaux un peu épaissis, le 3€ plus mince et plus 
court que les voisins. 


k Io = =——. 


Thorax deux fois et demi aussi large que long, ayant sa plus grande 
largueur au milieu. Cötes distinctement arrondis et dentelés. Angles anté- 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):63-78, 15 mar. 1978 


Notes sur quelques Crepidoderini... 73 


rieurs coupés obliquement, bien accusés latéralement mais non proéminents. 
Surface nettement ponctuée (grossissement de 20 fois), points plus serrés vers 
les côtés, effacés entierement sur l’espace antébasal qui est convexe. Sillon 
antébasal fortement sinué avant l’Ecusson, parallele à la base extrême. 

Elytres plus larges que le thorax, fortement ponctués (grossissement de 8 
à 10 fois), points diminuant légêrement vers le sommet. Intervalles chacun 
avec une série reguliere de poils redressés, plans, les deux latéraux un peu 
convexes. Calus basilaire et dépression postbasilaire faibles, suture un peu 
relevée. Elytropleures étroits, angle sutural obtus, bord apical arrondi. 
Prosternum rugueux sur les Epimeres et entre les hanches. Se segment 
abdominal mat, convexe. Les 4 basitarsites antérieurs peu dilatés. 

Semblable de E. finda BECHYNÉ & BECHYNÉ joues plus courtes, 
pontuation du thorax (qui est plus large) bien plus faible, les 4 basitarsites 
‚anterieurs courtement ovalés (1,2 à 1,3 aussi longs que larges; presque deux 
fois aussi longs que larges chez E. /inda). 


Epitrix linda BECHYNE & BECHYNE 


1961, Bol. Mus. Goeldi, Zool. 33, p. 41. | 
BRASIL, Mato Grosso: Chapada dos Guimarães, de 18. à 25., 27., 29. et 303, 21 S.er 
6.11.1961 (J. et B. Bechyné, Mus. Goeldi). 


Epitrix nicotianae BRYANT, 1916 
BRASIL, Mato Grosso: Fazenda Ricardo Franco (au Sud de Cuiabá), 14.111.1961 (. et B. 
Bechyné, Mus. Goeldi). Rio Grande do Sul: Porto Alegre, 18.V.1960 (Pe. P. Buck Igt. et 
coll.). f 


Epitrix yanazara BECHYNE 


1959, Beitr. neotr. Fauna 1, p. 321. 
PERÚ, Santa Ana: Huancayo, 6.X11.1972 (Baumann et M. Semel, Inst. Potato Center, 
Lima). 


Epitrix ranquela insuavis BECHY NÉ & BECHYNE 


1. lit., (Rev. Fac. Agron., Maracay). 
ECUADOR: 28.V.1975 (L. Valencia, Inst. Potato Center, Lima). 


Epitrix harilana rubia BECHYNE & BECHYNE 


l. lit., (Rev. Fac. Agron., Maracay). 
PERU, Lima: La Molina, 12.X1.1974 (E. Block, Inst. Potato Center, Lima). 


Märgaridisa buritiensisn. sp. 


BRASIL, Mato Grosso: Chapada dos Guimarães, 5.11.1961 (TYPE d), (J. et B. Bechyné, 
Mus. Goeldi): Buriti, 8.11.1961 (id.). 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51) :63-78, 15 mar. 1978 


74 BECHYNE, J. & BECHYNÉ, B.S. de 


Longueur d 1,3 mm, 99 1,7 mm. 3 exx. 

Testacé rougeätre; labrum et les 3 derniers antennites, brun de poix; 
suture élytrale et élytropleures, rouge brun. Taille regulierement ovalée, 
dessus modérément brillant. 

Tête imponctuée, sillons frontaux profonds, réunis au milieu du Front 
en un angle de 90°. Front une fois et demi aussi large que le diametre 
transversal d'un oeil, creusé d'une impression courte et profonde, située au 
dessus des sillons frontaux pres du bord postéro-interne des yeux. Calus 
surantennaires linéaires, bien convexe, deux foıs plus étroits que le sommet 
de la carêne longitudinale du clypéus. Cette derniere distinctement atténuée 
en avant, carêne transversale plus faible, oblique. Antennes atteignant le 
milieu des élytres, épaissies vers le sommet, 3€ article plus long que les 
voisins. 

Thorax finement pointillé (grossissement de 50 à 80 fois), deux fois aussi 
large que long. Côtés subparalleles, presque droits. Angles antérieurs coupés 
três obliquement (déviation de 55 - 60°), latéralement à peine proéminents. 
Sillon antébasal ponctué au fond, sinué au milieu, profond, bien delimite 
lateralement par les sillons perpendiculaires. Base bisinuée, fortement rebor- 
dee, espace antébasal à peine convexe. 

Elytres plus larges que le thorax, ovalés, ayant leur plus grande largeur 
avant le milieu. Elytropleures linéaires, calus basilaire et dépression post- 
basilaire à peine indique&s. Ponctuation disposée en séries longitudinales três 
regulieres, fines (grossissement de 20 ä 30 fois), diminuant fortement en 
arrıere, intervalle plans, les 3 latéraux subégaux, legerement plus larges que 
les discaux. 

d. Les quatres articles basilaires des protarses modérément dilatés. 5€ 
segment abdominal avec une dépression triangulaire au milieu. 

2. Pattes plus grêles. 5 segment abdominal réguliêrement convexe et 
largement arrondi en arriere. 

Beaucoup plus petit que M. praesignata 1. lit. (Rev. Fac. Agron., 
Maracay); clypéus de conformation tout à fait different, thorax nettement- 
pointillé et le 5€ segment abdominal du d avec une dépression triangulaire. 


Margaridisa flavescens (BALY) 1876 


BRASIL, Rio Grande do Sul: Itacolomi, 23.11.1960 (Pe. Pio Buck Igt. et coll.); Vila Oliva, 
8.1.1960 et 11.1.1961 (id.). 


Margaridisa meran. sp. 


BRASIL, Rondônia: Vilhena, 21. (TYPE Q) et 23.11.1961 (J. et B. Bechyné, Mus. Goeldi). 


Longueur 99 1,8 mm. 2 exx. 
Testacé rougeätre, pattes plus päles, les 6 derniers antennites noirs. 
Taille ovalée, convexe, dessus brillant. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):63-78, 15 mar. 1978 


Tête imponctuée. Front 1,2 fois aussi large que le diam£tre transversal 
d'un oeil. Sillons oculaires droits, bien sculptés, réunis au milieu du front en 
un angle de 120º. Calus surantennaires, assez longs, situés obliquement et 
réunis latéralement aux orbites (qui sont cariformes). Clypéus três court (joue 
ne dépassant pas 1/20 de la longueur de l’oeil), carêne longitudinale tuber- 
culiforme et fortement convexe entre les antennes, triangulairement dilatée 
et aplatie en avant. Antennes minces, atteignant le milieu des élytres, articles 
apicaux légerement Epaissis, chacun deux fois et demi aussi long qu'épais, 
articles 2 à 4 subégaux (concernant leur longueur), le 3€ três mince. 

Thorax convexe, plus que deux fois aussi large que long. Côtés para- 
lleles, à peine arrondis. Angle anterieurs coupés obliquement, fortement 
proéminents latéralement en forme d'une dent três accentuée; les postérieurs 
droits. Disque imponctué, convexe, sillon antébasal profond, finement 
ponctué au fond, légerement sinué au milieu. Base avancée vers l’Ecus- 
son, ainsi l’espace antébasal est plus large au milieu que vers les cótés. 

Elytres regulierement ovalés, ayant leur plus grande largueur pres du 
milieu, plus larges que le thorax. Calus basilaire et dépression postbasilaire 
faíbles. Base extrême relevée en bourrelet suivi d'une série transversale de 
grand points. Pontuation forte et três reguliere (grossissement de 8 à 10 fois), 
diminuant rapidement en arriêre. Intervalles plans, marginal legerement 
convexe en avant, aussi large que le 8€ ou le 9€ pres du milieu; le 8€ un peu 
atténué sous les épaules. Elytropleures linéaires, angle sutural arrondi. Saillie 
intercoxale du prosternum aussi large que les proépimeêres avant les hanches. 
5€ segment abdominal arrondi en arriere. 1€r article des tarses. postérieurs 
aussi long que les 3 suivants réunis. 

Par la pontuation élytrale à peu pres effacée dans le tiers apical, cette 
espece fait partie d'un petit groupe des formes plus ou moins concolores: 

1 (6) Sillon antébasal du thorax faiblement sinué au milieu, presque droit, 
ponctué au fond. Base des élytres relevée en bourrelet qui est accentué 
par une série transversale de grand points. 

2 (5) Taille grande, environ 2 mm. Les angles antérieurs du thorax ne sont 
pas proéminents latéralement. Intervalle latéral des élytres nettement 
plus large que le précédent. 

3 (4) Les 5 derniers antennites sont noirs. Rouge testacé (Décrit comme 
testacé jáune ce qui se ratache aux exemplaires récemment recolectés. 
Le type changea sucessivement en dix ans du testacé au rouge testacé). 
5€ segment abdominal du d aplati au milieu et legerement excavé, 
basitarsites du même sexe peu dilatés, les deux antérieurs triangulaires, 
les intermédiaires à côtés paralleles. Joues courtes chez les deux sexes, 
sie «dépassant pas) kl10\de.larlongueur de Poeil. ar „am or. ah 
beuziinny)irigseie Margaridisa benficana BECHYNE & BECHYNE. 

4 (3) 7 derniers antennites obscurcis. Rouge brun. 5€ segment abdominal du 

S aplati au milieu et muni d'une profonde excavation fovéiforme, les 
4 basitarsites antérieurs du même sexe triangulaires, peu dilatés. Joue, 
chez les deux sexes, beaucoup plus longue, atteignant 1/3 de la lon- 
Sueuk lerdioeilsl. bios ass Ana Margaridisa triangularis n. sp. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):63-78, 15 mar. 1978 


BECHYNE,J. & BECHYNE, B.S. de 


BRASIL, Mato Grosso: Chapada dos Guimarães, 1. (LYPEÊO) et 
2.11.1961 (. et B. Bechyné, Mus. Goeldi). 2exx, det 9. 

5 (2) Plus petit, de 1,5 à 1,7 mm. Les 6 derniers antennites sont noirs. 
Angles antérieurs du thorax fortement pro@minents latéralement en 
forme d'une dent accusée. Les 3 intervalles latéraux à peu pres de la 
même largeut ..\... pois rogo Sea ae Margaridisa mera n. sp. 

6 (1) Sillon antébasal du thorax nettement sinué au milieu, imponctué au 

fond, base des élytres plane. Les 6 derniers antennites sont obscurcis. 

Taille petite, 1,4 mm. Angles antérieurs du thorax bien accentués et 

latéralement proéminents. Intervalle marginal des élytres, plus large 

que les précédents. 5€ segment abdominal du &, coupé en ligne droite 
en arriere, partie coupée précédée par un profond sillon transversal, 
sinus profonds, atteignant 1,3 de la longueur totale du sternite....... 

e rarenço eye dere ae ats: RA Margaridisa laevisulcata n.sp. 

BRASIL, Para: Marituba, 1.VI.1961 (TYPES), 0. et B. Bechyné, 

Mus. Goeldi). 1 ex. 


Margaridisa hippuriphilina n. sp. 


BRASIL, Mato Grosso: Burití, 8.11.1961 (J. et B. Bechyné, Mus. Goeldi). 


Longueur 1,4 - 1,5 mm. 499. 

Noir; clypéus brun; bouche, antennes et pattes, testacé. Chacun des 
élytres est ornés d'une grande tache antéapicale jaune, mal delimitée. Taille 
allongée-ovalée, convexe. 

Tête peu brillant (réticulation bien visible sous le grossissement de 50 à 
80 fois), imponctuée. Front presque deux fois aussi large que le diametre 
transversal d'un oeil, convexe entre les extrémités des sillons frontaux qui 
sont réunis au milieu en un angle de 120º. Au dessus des sillons frontaux, au 
niveau du bord postéro-interne des yeux, il se trouve une courte impression 
longitudinale. Calus surantennaires lin&aires. Carêne clypéales étroites, 
réunies en = T =. Antennes atteignant le milieu des élytres, legerement 
Epaissies vers l’extr&mite (articles apicaux bien-plus minces que le sommet des 
tibias antérieurs), articles 2 à 4 subégaux. 

Thorax peu brillant (comme la tete), deux fois aussi large que long, 
cötes presque paralleles, três legerement arrondis. Angles antérieurs large- 
ment coupés obliquement, faiblement pro&@minents latéralement; les pos- 
terieurs presque droits, Epaissis. Sillon antébasal profond, presque droit, 
sillons perpendiculaires três courts, accentués par une élevation cariniforme 
du côté externe. Base bisinuée, espace antébasal dilaté au milieu et aplati. 

Elytres plus larges que le thorax, fortement ponctués (grossissement de 8 
à 10 fois) en séries longitudinales três réguliêres, points três diminues en 
arriere. Intervalles plans, calus basilaire et dépression postbasilaire effacés, 
angle sutural droit et três courtement arrondi. Pattes assez robustes, ler 
article des tarses postérieurs aussi long que les deux suivants réunis. 5€ seg- 
ment abdominal arrondi en arriere. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):63-78, 15 mar. 1978 


Notes sur quelques Crepidoderini 


Três bien caractérisé par la coloration (ressemblant à celle de Hıppu- 
ribhila modeeri L.) et par la conformation des sillons perpendiculaires du 
thorax. 


Margaridisa genalisn. sp. 


BRASIL, Mato Grosso: Chapada dos Guimarães, 19., 20. (TYPE 6), 24. et 25.1.1961 (J. et. 
B. Bechyné, Mus. Goeldi). 


Longueur 1,0 - 1,1 mm. 8 exx. 

Noir ou noir de poix; clypéus rougeätre; pattes (fémurs, surtout les 
posterieurs, exceptés) et antennes testacées, les 3 derniers antennites enfu- 
mes. Taille ovalée modérément convexe, dessus brillant, thorax mat. 

Tête lisse (fig. 9), excepté un groupe de points setiferes pres des yeux au 
dessus des sillons oculaires et sur les orbites (ces derniers enfoncés). Front 
presque deux fois aussi large que le diametre transversal d'un oeil; bord 
interne des yeux presque droit et à peine divergent en arriere. Clypéus long 
(joue aussi longues que les yeux), carêne longitudinale peu convexe, trian- 
gulairement dilatée en avant, carêne transversale effacée; bord antérieur du 
clypéus émarginé. Antennes ne dépassant pas le 1€f tiers des élytres, Epaissies 
vers le sommet, articles 9 et 10 une fois et demi aussi longs qu’&pais le 11€ 
fortement épaissi. 


4cm 


Thorax réticulé (grossissement de 50 à 80 fois), bien deux fois aussi large 
que long, ayant sa plus grande largeur au milieu. Côtés régiliêment arrondis, 
sinués avant les angles postérieurs qui sont droits; angles anterieurs Epaissis et 
largement coupés obliquement, accusés, mais latéralement à peine proé- 
minents. Pontuation peu serrée, relativement forte (grossissement de 20 à 30 
fois). Sillon antébasal bien marqué, sinué au milieu. Espace antébasal aplati, 
base fortement bisinuée. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (51):63-78, 15 mar. 1978 


a BECHYNÉ, J. & BECHY NÉ, B.S. de 


Elytres ovalés, plus fortement ponctués que le thorax, points disposés en 
séries longitudinales três réguliêres, diminuant en arriêre. Intervalles plans, le 
lateral dilaté et convexe. Calus basilaire et dépression postbasilaire effacés. 
Bord latéral du prostethium épaissi et rugueux, saillie intercoxale aussi large 
qu'une hanche. 

d. Les quatres articles basilaires des protarses à peine dilatés. 5€ segment 
abdominal convexe longitudinalement, sinus petits, bord postérieur de la 
protubéranc centrale tronqué en ligne presque droite. 

Q. Pattes à peine plus minces. 5€ segment abdominal réguliérement 
convexe et arrondi en arriere. 

Espece três abérrante par sa tete prolongée en avant, les thoracopleures 
sont dépourvus des points setiferes. 


INDICATION BIBLIOGRAPHIQUE 2 


BALY, J.S. 1876. Descriptions of a new genus and of new species of Halticinae. Trans. R. ent. 
Soc. London, p. 581-602. 

BECHYNE, J. 1955. Reise des Herrn G. Frey in Südamerika: Alticidae (Col. Phytophaga). Ent. 
Arb. Mus. Georg Frey., München, 6(1):74-311. 

— — . 1956. Beiträge zur Kenntniss der Neotropischen Alticiden und Galeruciden. Ent. Arb. 
Mus. Georg Frey., München, 7:965-1158. 

BECHYNE, J. & BECHYNE, B.S. 1961. Notas sobre Chrysomeloidea Neotropicais II. Bo/m 
Mus. para “Emilio Goeldi"', Ser. Zoologia, Belém, 37:1-93. 

BRYANT, G.E. 1936. A new species of Epztrix (Halticinae) injurious to tobaco in Brazil. Ard. 
bhysiol. angew. Ent. Berl., 3(2):114. 

HAROLD, E. voıi. 1875. Beiträge zur Kenntniss der Faunna von Neu-Granada. Halticinae I. 
Co/. Hefte, 14:1-44. 

— — . 1876. Beiträge zur Kenntnis der Faunna von Neu-Granada. Halticinae II. Co/. Hefte, 
15:1-36. 

SCHERER, G. 1960. Beitrag zur Kenntniss der Alticiden faunna Brasiliens. (Col. Phytoph.). 
Ent. Arb. Mus. Georg Frey, München, 11:180-290. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (51):63-78, 15 mar. 1978 


IHERINGIA é o periódico de divulgação de trabalhos científicos inéditos do Museu de Ciências Naturais, pu- 


blicado em quatro (4) séries. “Antropologia”, "Botânica", “Geologia” e “'Zoologia"'. Cada serie é editada em fas- 
cículos, com numeração corrida independente, podendo conter um ou mais artigos. 


O periódico, no seu todo ou por série, é distribuído a Instituições congêneres em regime de permuta, podendo 


« eventualmente também ser distribuído gratuitamente a cientistas ou outros interessados. 


Naturais”, “Jardim Botänico’' and ''Parque Zoológico" issued in four (4) series: “Anthropology”, ““Botany””, 


IHERINGIA is a periodical for the publication of scientific works and research data from the ''Museu de Ciências 


““Geology””, and ‘'Zoology’’. In each series the individual issues are consecutively numbered and may contain one or 
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IHERINGIA, in its entirety or as selected series, is distributed to similar institutions on an exchange gasis, and is 


also available free of charge to scientists and other interested parties on request. 


0 1 Gm 


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combinadas previamente e seu custo fica a cargo do autor. 

Os artigos, sempre que possível, devem compreender os seguintes tópicos: Títulos; Nome do autor(es); Referências 
do artigo (data) de aceitação para publicação, etc.) e do autor (local de trabalho e endereço); Resumo (conforme 
item 3); Introdução; Material e Métodos; Resultados e/ou Discussão; Conclusões; Agradecimentos; Bibliografia 
Consultada ou Referências Bibliográficas. 

À correção das provas tipográficas será, sempre que possível, de responsabilidade do autor. 

Serão fornecidas gratuitamente 50 separatas de cada artigo, independentemente do número de autores. Maior 
número de separatas poderá ser fornecido mediante prévio ajuste, devendo o pedido ser feito na tcasião da entrega 
dos originais? 


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Editor 


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Brasil 


Iheringia 


série Zoologia 


BL ISSN 0073-4721 


Uma nova espécie de crustáceo argulideo no Rio Grande do Sul, 
Brasil (Branchiura, Argulidae). 
BEER HR BILDER MENA ss sussa pP. 3 


Nota: Uma nova ave para o Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. 
FLAVIO SILVA 


Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen (MAR- 
TENS, 1888) - (Bivalvia, Mycetopodidae). 

INGA LUDMILA VEITENHEIMER & MARIA CRISTINA DREHER 
ae A ehe no p. 33 


Levantamento dos anfíbios peçonhentos do Estado do Rio Grande 
do Sul, Brasil. Parte 1 - Família Bufonidae. 
CRISTINA ASSUNÇÃO SIRANGELO BRAUN ................ p. 73 


A List of Birds of Rio Grande do Sul, Brazil. 
need p.85 


A new genus and species of Neotropical freshwater sponges. 
CECILIA VOLKMER-RIBEIRO & ROSARIA DE ROSA-BARBOSA  p, 103 


Museu de Ciências Naturais da 
Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul 


FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RIO GRANDE DO SUL 


Entidade de direito privado, instituída pela Lei Estadual n.º 6497 de 20/12/72. 
(Supervisionada pela Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regional e Obras 
Públicas do Governo do Estado do Rio Grande do Sul). 


ZCOBOTÂNICA 


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JOSE WILLIBALDO THOMÉ 


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do Jardim Botânico - ALBANO BACKES 
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Impresso com autorização e sob a responsabilidade do Diretor 
Superintendente da FZEB (alinea d ) art. 14, dos 


Estatutos - Decreio RS n.º 22.683/73) 


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= AMERINCIA, Ser. Zool., Porto Alegre (62):4=20, jun « 1978 

| Onde diz Holótipo : Lote nº 00489 NEN (macho) leia-se:ho lou 
tipo: Lotes nº 00489 MEN Rn 

Onde diz BOUVIER HIELE „ RINBUELET leia-so + BOUVIER, THIEL 
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AGRADEC IMENTOS 


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Uma nova espécie de crustáceo argulideo no Rio Grande 
do Sul, Brasil (Branchiura, Argulidae ) * 


Nice Maria Miceli da Silva** 


ABSTRACT 


In this paper the name Do/ops intermedia is given to a new species of the genus Do/ops 
AUDOUIN, 1837, to begin with this, a study on the ocurrence of these ectoparasites of fishes in 
South Brazil. The method used for conservation and study of the specimens is also described. 


RESUMO 


Com este trabalho, inicia-se um estudo sobre a ocorrência de Argulideos, ectoparasitos de 
peixes, coletados em águas doces, da região sul do Brasil. 

Descreve-se uma nova espécie para o gênero DoJops AUDOUIN, 1837, além do método 
de trabalho empregado para conservação e observação destes animais. 


INTRODUÇÃO 


Em diversas coletas realizadas em cursos de água doce do Rio Grande do 
ul, notou-se a presença de pequenos animais aderidos ao corpo e brânquias 
- alguns peixes. 

Em laboratório, identificaram-se estes animais como pertencentes à 
classe dos Crustáceos, família Argulidae. 

Estes ectoparasitos de peixes, conhecidos como ‘‘piolhos de peixes”, já 
foram assinalados em quase todos os continentes e, por este motivo, existe a 
possibilidade de um estudo comparativo, com as espécies sul-rio-grandenses. 

Não obstante os diversos trabalhos existentes sobre este grupo, não se 
:ncontram estudos mais detalhados sobre taxonomia, biologia e distribuição 
da família Argulidae na região sul do Brasil. 

Até agora, os gêneros citados para o Brasil são reduzidos e foram re- 
lacionados por RINGUELET em 1943. Mais tarde foi aumentado o número 
de espécies pelas descrições de LEMOS DE CASTRO, em 1950 e 1951. 

O gênero Do/ops AUDOUIN, 1837, é neotropical e está representado 
no Brasil, por 6 espécies. Destas, apenas os machos de D. striata BOUVIER: 
4899, são citados para o Rio Grande do Sul, coletados por H. VON IHE- 
RING, nos arredores de Porto Alegre, e descritos por THIELE em 1904. 

O estudo das características morfológicas do material examinado, levou- 

‚os diretamente a duas espécies do gênero Do/ops: D. discoidalis BOUVIER, 
:399 e D. striata BOUVIER, 1899. 


* Aceito para publicação em 30/11/1977. Contribuição FZB n.º 055. 
** Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - Rio de Janeiro, RJ (T.C. n.º 
267/76) no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal, 1188 - 
90.000 Porto Alegre, RS, Brasil. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978 


4 SILVA, N.M.M. da 
A fim de dissipar dúvidas, comparou-se o material aqui coletado com 
exemplares de D. siriata lote n.º 6796 Z.M.B., recebidos do Museu de 
Berlim, e com um exemplar de D. discoidalis doado e determinado pelo 
Professor LEMOS DE CASTRO, do Museu Nacional e que passou a integrar a 
coleção do MCN como lote n.º 00214. 

D. striata, foi descrito por BOUVIER a partir de 2 exemplares fêmeas 
recolhidos por M. Geay na Guiana Francesa. D. discordalis também foi 
descrito por BOUVIER, 1899, a partir de exemplares cotados por M. Geay na 
fronteira do Brasil com a Guiana Francesa. 

Em 1943 RINGUELET descreveu um exemplar de D. discoidalis e fez a 
seguinte observação, à pág. 88: ‘‘... En realidad los caracteres especificos de 
D. discoidalis, y de D. striata, parecen algo confundidos. Los datos de los 

- autores que han tratado la primeira de esas especies no condicen enteramen- 
tea, 

Em 1948, o autor corrigiu o erro em que incorreu, descrevendo o 
exemplar argentino como D. striata, e citando as diferenças morfológicas que 
ocorrem entre as duas espécies. 

Comparando-se o material examinado com o de D. sznata e o de D. 
discoidalis, motaram-se algumas diferenças morfológicas que nos levaram a 
optar por uma espécie nova, com características intermediárias entre as duas 
espécies precedentes, razão pela qual escolheu-se o nome de D. interme- 
dia. 

A espécie que motivou este estudo apareceu parasitando hospedeiros 
distintos. 


MATERIAL E MÉTODOS 


No decorrer do trabalho, utilizaram-se diferentes processos de coleta e preparação de 
material. 


Os peixes, à exceção daqueles que nos foram doados por terceiros, foram coletados com 
linha e anzol e examinados imediatamente após a sua saída da água. Em seguida os peixes eram 
colocados em recipientes de vidro contendo água do local de coleta e aí agitados por um espaço 
de tempo. Logo após realizava-se uma raspagem no corpo do animal. Colocava-se então apenas o 
material obtido no recipiente de vidro. Retiravam-se também as brânquias e examinaram-se as 
mesmas colocando-as depois em um recipiente menor, com o mesmo líquido do local de coleta. 
Passou-se, mais tarde, o líquido de ambos os recipientes, por uma peneira de 250 micrômetros e 
observou-se o material peneirado em um estereomicroscópio. Conservaram-se os ectoparasitos 
encontrados em álcool 70% . 


Um casal de cada lote de argulídeos foi clarificado pela fervura em hidróxido de potásio a 
10% durante 2 ou 3 minutos, dependendo do tamanho do parasito. Passaram-se os animais 
clarificados em álcool picrade a 2% durante 5 minutos. 


Para a observação imediata ao microscópio montou-se o material em glicerina. Fizeram-se 
também lâminas permanentes. 


Os desenhos foram feitos com o auxílio de um microscópio estereoscópio e outro biológico. 
A amplitude de variação e a média das medidas abaixo relacionadas estão presentes nos 
quadros de la VII. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun, 1978 


Uma nova espécie de crustáceo argulideo no... 5 


Para as medidas usaram-se as seguintes abreviaturas: 


Cc — Comprimento total do animal 

CC | — Largura da carapaça 

Cspc — Comprimento do seio posterior da carapaça 
Ct  — Comprimento do tórax 

La  — Largura do abdômen 

Csa — Comprimento do seio posteriordo abdômen 
Ca —- Comprimento do abdômen 


Segundo RINGUELET 1943, usaram-se também as seguintes relações: C/CC; C/LC; 
CC/Cspc; CA/La; Ca/Csa. 

Seguiram-se para a diferenciação das espécies os característicos considerados por MEEHEAN 
(1940), na seguinte ordem de importância: 


1 — Áreas respiratórias 

2 — Raios de sustentação das ventosas 

3 — Antenas (número de espinhos e seus arranjo) 
4 — Dentes basais das maxilas e post maxilares 

5 — Presença ou ausência de flagelos 


Consultaram-se diversos autores, e estabeleceram-se outros catacteres secundários que nos 
pareceram de grande valia para a identificação de espécies do gênero Do/ops: 

1 — Presença de apêndice, junto ao gancho da maxila. 

— Dente mediano. 
— Aspecto dos lóbulos do 4.º par de patas da fêmea. 
Aspecto da área frontal da carapaça 
— Aspecto dos lóbulos do abdômen 
— Aspecto do aparelho bucal 

7 — Presença ou ausência de espinhos ventrais e seu arranjo. 

Foram examinados ao todo 150 exemplares de diversos peixes de água doce. Deste marerial 
isolaram-se 16 amostras de D. intermedia, todos eles parasitando o mesmo hospedeiro, 
Hoplias malabaricus, (Tabela I). Foram encontrados também 9 exemplares do mesmo argulídeo 
parasitando um outro hospedeiro, Crenicichla sp. 

Um exemplar foi encontrado nadando livremente (lote n.º 00442) portanto, o hospedeiro é 
desconhecido. 

Os demais peixes apresentavam outros parasitos e 97 peixes não estavam parasitados. 


(Tabela 1). 


CM Et ty 
| 


Dolops intermedia sp. n. 
(Fig. 1-17) 


Holötipo: Lote n.° 00489 MCN (macho). 
Localidade Tipo: Santo Antönio da Patrulha - RS, Brasil. 


DESCRIÇÃO: 


Fêmea - Carapaça de forma orbicular mais larga do que longa. Região 
anterior sem estreitamento. Lobos posteriores da carapaça arredondados, 
ultrapassando um pouco a base do abdômen, recobrindo as patas e deixando 
à mostra somente as extremidades do exo e endopoditos do 3.º e 4.º par de 
patas. Seio posterior da carapaça com bordas retas, divergentes e de com- 
primento igual a 1/3 do comprimento da mesma. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978 


6 SILVA, N.M.M. da 


Área frontal ampla de forma trapezoidal. Área post-frontal de forma 
hexagonal. Área torácica semelhante a anterior. Olhos compostos grandes e 
bem separados pelas costelas interoculares, formando o lobo óptico. Olho 
ímpar pequeno e situado no centro da área cefálica. 

Tórax com 4 segmentos livres, bem delimitados. 

Abdomem mais largo do que comprido, de forma hexagonal, com lobos 
arredondados (em alguns exemplares um lobo recobre o. outro), mais estreito 
anteriormente; seio posterior abdominal não muito extenso e alcançando 1/3 
do comprimento do abdômen. Papilas anais, basais, grandes e arredondadas. 

Superfície ventral da carapaça apresentando espinhos ventrais dispostos 
em duas zonas. (Fig. 17). Os espinhos da zona lateral atingem o nível do 1.º 
par de patas, formando uma série de 8 filas oblíquas, de espinhos maiores e 
menores. Os espinhos da zona ântero-mediana, entre as antênulas e antenas, 
estão dispostos em filas duplas (no espaço entre os espinhos maiores encon- 
tram-se outros menores). 

Na área marginal, até o nível do 1.º par de patas, encontra-se uma 
fileira de espinhos bem pequenos. 

Antênulas com um grande e forte gancho lateral recurvado e um 
espinho póstero interno espesso e grande. Palpo antenular, com 1 artículo 
(Fig. 4). 

Antenas com 4 artículos. O segundo corresponde à metade do primeiro, 
o terceiro € 3,5 vezes "maior do que o segundo e 2,5 vezes maior do que o 
primeiro. Segmento. distal mais estreito do que o segundo, tendo o ápice 
arredondado e com 10-12 espinhos curtos. Segmento basal com 10 cerdas 
longas. Dente mediano grande e triangular de extremidade quase aguda (fig. 
4). 

Primeiro par de maxilas com 4 artículos espessos, sendo o último mais 
afilado que os anteriores, terminados por um forte gancho; ao lado do gan- 
cho encontra-se um prolongamento carnoso, de coloração mais clara, rom- 
budo e de comprimento igual ao do ganda, levando no ápice uma coroa de 
espinhos curtos (fig. 8). 

Artículo basal do 2.º par de atas com 3 dentes fortes, retangulares, 
achatados e de bordas retas; o interno mais largo que longo; intermediário 
sub-igual ao interno; o externo 1,5 vezes maior que o interno, mais largo que 
longo e mais estreito que os outros dois. O último segmento termina por 
uma saliência semiesférica apresentando ganchos na periferia (fig. 6). Área 
central com 15 cerdas longas (fig. 15). 

Um par de dentes post-maxilares grandes, achatados de bordas retas e de 
formato retangular, mais largo do que longo. 

Armadura bucal semelhante ao de D. striata. 

Quatro pares de patas, com cerdas pinuladas na periferia. Coxas e bases 
com uma expansão achatada de bordas retas tendo cerdas pinuladas nas 
bordas. Quarto par de patas com uma expansão aliforme arredondada maior 
que a anterior (fig. 14). Os três primeiros pares de patas, com um flagelo 
delgado, com cerdas pinuladas sobre o lado externo. O flagelo do 3.º par de 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978 


Uma nova espécie de crustáceo argulideo no... 7 


patas € menor que os anteriores. Os endopoditos são maiores que os exo- 
poditos. 

Áreas respiratórias, em número de duas. A primeira é grande e curva, 
apresentando as extremidades arredondadas, com 2 reentrâncias internas 
formando entre elas uma saliência de aspecto triangular. Destas reentrâncias 
uma é menor e menos profunda. A segunda área respiratória é ovalada, mais 
interna e colocada em frente a segunda reentrância da área maior (Fig. 2). 

Macho — Menor que a fêmea de 0,58 mm à 1,92 mm. Os testículos são 
trilobados (Fig. 16). As manchas da carapaça são menos numerosas do que 
nas fêmeas. Na coxa do 3.º par de patas aparece uma saliência, na borda 
superior, curva e com espinhos na periferia. (Fig. 12). 

Cor — Fêmea e machos apresentando a superfície dorsal.da carapaça em 
tom esverdeado com manchas escuras. 

Entre as manchas da periferia e as mais internas aparece uma zona mais 
clara. Abdômen com manchas igualmente escuras formando um rendado. 
Superfície ventral mais clara do que a dorsal. 

Dimensões — As fêmeas são sempre maiores do que os machos, varian- 
do suas medidas de 0,46 mm a 2,34 mm. 


D. intermedia — foram examinados 24 exemplares de parasitos, todos coletados no Rio Grande 
do Sul. 
Brasil, Rio Grande do Sul; Arroio Teixeira, 39 e 4.6, Ie 11/73. W. Quadros (MCN n.º 00401); 
Santo Antonio da Padrulha, 19, 1/X/73, S. Barcellos (MCN n.º 00489) HOLOTIPO; 4 Q e 
1 d, 2/X1/73, S. Barcellos(MCN 00216); 2 Pe 1&, 10/X73, S. Barcellos (MCN n.º 00218); 
39e2d, 2/X1/73, S. Barcellos (MCN n.º 00217); 1 d , 10/X/73, S. Barcellos (MCN n.º 
00489): Pantano Grande, 1d , 4/1/76, N. Silva (MCN n.º 00402); Guaíba, Q , 4/1/76, E. 
Lanzer (MEN n.º 00442). 
D. striata 

Brasil, Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1 &, 1904 (Zool. M. Berlin n.º 6796). 
D. discoidalis 

Brasil, Amazonas, Alto Xingu, 1 2, (MCN n.º 00214). Doado e determinado pelo Professor 
Lemos de Castro. (MNR]J) 


TABELA 1 


NÚMERO E PERCENTUAL DE ANIMAIS PARASITADOS POR DOLOPS 
INTERMEDIA 


N.º de peixes examinados 100% 
N.º de peixes parasitados por outros parasitos 28,67% 


N.º de peixes parasitados por DoJops inter- 
media 6,67% 
N.º de peixes não parasitados 35,34% 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978 


/ 


8 SILVA, N.M.M. da 


DISCUSSÃO 


Estes parasitos da subclasse Branchiura, gênero Do/ops, caracterizam-se 
pela presença da 1.º maxila armada com um forte gancho, que os diferen- 
ciam do gênero Argulus que apresentam a 1.º maxila transformada em 
ventosa. 

D. intermedia assemelha-se em alguns caracteres morfológicos a duas 
espécies: D discoidalis BOUVIER, 1899 e D. striata BOUVIER, 1899. 

D. intermedia distingue-se de D. striata pela carapaça: sem reentrância 
anterior, pela distância maior entre os lobos posteriores e divergência das 
bordas internas dos lobos posteriores (razão pela qual deixa à mostra as 
expansões aliformes do 4.º par de patas); os lobos ópticos mais largos; áreas 
respiratórias semelhantes sendo no entanto a anterior mais larga na parte 
superior e mais curva, (tendo a primeira reentrância bem mais profunda) e a 
posterior menor e situada mais próxima da segunda reentrância da área 
anterior; prolongamento carnoso anexo ao gancho da 1.º maxila que difere 
em forma e tamanho pois enquanto em D. strzata é menor que o gancho e 
sem armadura em D. intermedia é do mesmo tamanho do gancho e com a 
extremidade armada com pequenos espinhos. Os dentes da 2.º maxila em D. 
striata são do mesmo comprimento enquanto que em D. intermedia o 
externo é mais curto que os anteriores, tendo ainda no segundo o terceiro 
segmentos da segundo maxila agrupamentos da cerdas (Fig. 5). Estas cerdas 
não aparecem nas descrições de BOUVIER, HIELE e RINGUELET, para D. 
striata. No exame feito no material tipo de D. strzata, não observou-se os 
agrupamentos de cerdas que acima nos referimos para D. intermedia, visto 
que não poderia-se clarificar o espécimem. 


Área central do segundo segmento basal da 2.2 maxila com 15 cerdas 
longas. Em D. striata aparecem “'9 espinitas’’ segundo RINGUELET, 1943. 
Abdômen de forma hexagonal, com löbulos posteriores mais arredondados. 

D. intermedia distingue-se de D. discoidalis principalmente, pela 
forma do abdômen que nesta espécie é trapezoidal e mais alargado poste- 
riormente; pela forma das áreas respiratórias, pelo número e disposição dos 
espinhos ventrais da carapaça, pela forma dos dentes da 2.º maxila. A forma 
da carapaça de D. intermedia é semelhante a de D. discoidalis. 

D. intermedia difere ainda das outras pela presença no 3.º par de 
patas do macho de uma saliência curva e espinhosa que não é citada para as 
espécies anteriores (Fig. 12), e que não foram observadas no exame do tipo 
de D. siriata e do exemplar de D. discordalıs. 


AGRADECIMENTOS 


Agradecemos ao Professor ALCEU LEMOS DE CASTRO, pela acolhida durante a nossa 
visita para observação de material da coleção de argulideos do Meus Nacional do Rio de Janeiro. 

Ao professor Dr. JOSE W. THOMÉ que nos proporcionou o recebimento de material para 
exame provenientes do Museu de Berlim. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978 


Uma nova espécie de crustáceo argulideo no... 9 
EIS een) 


Ao professor ARNO ANTONIO LISE pela colaboração prestada no desenvolvimento de 
nosso trabalho. Em particular, ao professor JOSE F. AMATO; da Universidade Federal Rural do 
Rio de Janeiro, pelo grande incentivo e orientação, sem os quais seria impossível a realização 
deste trabalho. 


BIBLIOGRAFIA 


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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978 


0 SILVA,N.M.M. da 


QUADRO I 


HOSPEDEIRO: HOPLIAS MALABARICUS 
LOCALIDADE: SANTO ANTÖNIO DA PATRULHA, RS 


Média das | Variação das Média das 
medidas medidas medidas 
em mm em mm em mm 


Variação das 
RELAÇÕES medidas 
em mm 


(1,72) 
(1,39) 
(1,59) 
(0,47) 
(0,42) 
(0,71) 
(0,17) 
(0,45) 


C/CC (1,24) 
C/LC (1,08) 
CC/LC (0,87) 
CC/ Cspc (2,96) 
Ca/C (0,26) 
Ca/La (0,63) 
Ca/Csa (2,65) 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978 


Uma nova espécie de crustáceo argulideo no... U 
QUADRO I 


HOSPEDEIRO: HOPLIAS MALABARICUS 
LOCALIDADE: SANTO ANTÖNIO DA PATRULHA, RS 


lote n.º 00218 


MEDIDAS E 
Variação das | Média das | Variação das | Média das 
RELAÇÕES medidas medidas medidas medidas 
em mm em mm em mm em mm 


(1,39 1,82) (1,76) 
(1,03 1,46) (1,38) 
(1,19 1,74) (1,63) 
(0,33 0,53) (0,47) 
(0,27 0,45) (0,41) 
(0,39 0,62) (0,67) 
(0,06 0,14) (0,20) 
(0,31 0,43) (0,47) 


(1,24 1,34) (1,28) 
(1,04 1,16) (1,08) 
(0,83 0,86) (0,85) 
(2,75 3,12) (2,94) 
(0,22 0,24) (0,27) 
(0,70 0,80) (0,70) 


Ca/Csa (3,00 4,80) (2,35) 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978 


12. SILVA,N.M.M.da 


QUADRO III 


HOSPEDEIRO: HOPLIAS MALABARICUS 


LOCALIDADE: SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA, RS 


lote n.º 00217 


MEDIDAS E 


Média das 
medidas 
em mm 


Média das 
medidas 
em mm 


Variação das 
medidas 
em mm 


Variação das 
medidas 
em mm 


RELAÇÕES 


(1,49 2,00) 
(145: 1550) 
(1,38 1,84) 
(0,39 0,53) 
(0,34 0,45) 
(0,63 0,66) 
(0,14 0,17) 
(0,38 0,47) 


(1,25 1,30) 
(1,06 1,09) 
(0,83 0,86) 
(2,89 3,00) 
(0,24 0,26) 
(0,60 0,75) 
(2,24 3,36) 


Ca/Csa 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978 


Uma nova espécie de crustáceo argulideo no... 13 
QUADRO IV 


HOSPEDEIRO: CRENICICHLA SP. 
LOCALIDADE: ARROIO TEIXEIRA, RS 


lote n.º 00401 


Média das Média das 
medidas medidas 
em mm em mm 


MEDIDAS E 


Variação das 
medidas 
em mm 


Variação das 
medidas 
em mm 


RELAÇÕES 


(0,46 0,71) (0,58 0,85) 


(0,35 0,58) (0,46 0,66) 
(0,43 0,69) (0,53 0,75) 
(0,10 0,20) (0,10 0,21) 
(0,08 0,14) (0,08 0,17) 
(0,13 0,24) (0,21 0,31) 


(0,05 0,06) 
(0,12 0,17) 


(0,05 0,08) 
(0,14 0,21) 


(1,22 181) 
(1,03 1,10) 
(0,81 0,87) 
(2,90 3,50) 
(0,24 0,26) 
(0,67 1,31) 
(2,00 3,40) 


(1,26 1,29) 
(1209 1,13) 
(0,97 0,88) 
(2,94 4,60) 
(0,24 0,36) 
(0,67 0,88) 
(2,33 4,20) 


Ca/Csa 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978 


QUADRO V 


lote n.º 00442 


MEDIDAS E Variação das Medidas 
em mm. 


RELAÇÕES 


Ca/Csa (3,33) 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978 


SILVA, N.M.M. da 


Média das Medidas 
em mm. 


Uma nova espécie de crustáceo argulideo no... 


QUADRO VI 


HOSPEDEIRO: HOPLIAS MALABARICUS 


lote n.º 00402 


Variação das Medidas Média das Medidas 
MEDIDAS E em mm. em mm. 


RELAÇÕES 


Ca/Csa (2,94) 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978 


16 SILVA,N.M.M. da 


QUADRO VII 


HOSPEDEIRO: HOPLIAS MALABARICUS 
LOCALIDADE: SANTO ANTÔNIO DA PATRULHA, RS 


lote n.º 00489 
Média das 


Média das 
medidas medidas 
em mm em mm 


MEDIDAS E 


Variação das 
medidas 
em mm 


Variação das 
medidas 
em mm 


| RELAÇÕES 


(1,43) (1,74) 


(0,99) (1,33) 
(1,17) (1,62) 
(0,31) (0,47) 
(0,26) (0,39) 
(0,50) (0,74) 
(0,13) (0,16) 


(0,35) (0,45) 


(1,44) (1,31) 


(1,22) (1,07) 
(0,85) (0,82) 
(3,19) (2,83) 
(0.24) (0.26) 
(0,70) (0,61) 
Ca/Csa (2,69) (2,81) 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978 


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Fig. 1 — Abdômen do macho 
Fig. 2 — Áreas respiratórias 


Fig. 3 — Ovos 


Fig. 4 — Antênula, antena e dente mediano do macho 
Fig. 5 — Grupo de cerdas das maxilas 
Fig. 6 — Detalhe da extremidade da 2.º maxila da fêmea 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978 


Uma nova espécie de crustáceo argulideo no... 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978 


20 SILVA,N.M.M. da 


Fig. 7 — Área central da segunda maxila do macho 


Fig. 8 — Detalhe da extremidade da 1.2 maxila da fêmea 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978 


Uma nova espécie de crustáceo argulideo no... 


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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978 


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Fig. 9 — Vista dorsal da femea 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978 


Uma nova espécie de crustáceo argulideo no... 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978 


24 SILVA, N.M.M, da 


Fig. 10 — Segunda maxila da fêmea 

Fig. 11 — Segunda maxila do macho 

Fig. 12 — Detalhe da coxa do 3.º par de patas do macho 

Fig. 13 — Detalhe da extremidade da primeira maxila do macho 
Fig. 14 — 4.º par de patas e papilas anais da fêmea 


Fig. 15 — Área central da 2.º maxila da fêmea 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978 


Uma nova espécie de crustáceo argulideo no... 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978 


26 : SILVA, N.M.M. da 


Fig. 16 — Vista dorsal do macho 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978 


Uma nova espécie de crustáceo argulideo no... 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978 


27 


28 SILVA,N.M.M. da 


Fig. 17 — Vista ventral da região anterior, mostrando a disposição dos 
espinhos na fêmea. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978 


Uma nova espécie de crustáceo argulideo no... 


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IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):3-29, 16 jun. 1978 


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NOTA: Uma nova ave para o Estado do Rio Grande 
do Sul, Brasil.* 


Flávio Silva* 


Durante uma viagem de estudos e coleta para o nordeste do Rio Grande 
do Sul, o Estado mais ao sul do Brasil, em dezembro de 1975, foi visto um 
casal de Saira-chapéu-preto, Nemosia pileata, na copa de árvores altas, na 
densa floresta às margens do Rio Uruguai (28°09’ S - 55º36' W), perto do 
Rincão do Faxinal, Município de São Borja. Um macho foi coletado e de- 
positado na coleção do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica 
do Rio Grande do Sul, registrado sob número MCN 0275. 

De acordo com IHERING (1899), GLIESCH (1930), PINTO (1944), 
CAMARGO (1962) e SCHAUNSEE (1970), a distribuição na América do 
Sul, para esta subespécie vai de norte para o sul do Brasil, até São Paulo e 
oeste de Mato Grosso. Conforme PINTO (1944), o presente espécime perten- 
ce à subespécie N. bp. baraguayensis. 

Mais uma espécie é acrescida portanto, à lista de aves do Estado do Rio 
Grande do Sul, ficando ampliada a distribuição de Nemosia pileata. 
Dimensões: asa: 74 mm; cauda: 52 mm; cúlmen: 12 mm; peso: 20,0g; bico: 
preto; pés: amarelados; íris: amarelada. 

During a collecting trip to the northwestern of Rio Grande do Sul, the 
southernmost State of Brazil, on December 1975, I saw a pair of Hooded 
Tanager Nemosia pileata dwelling in the crowns of the tallest trees in a dense 
forest at the border of the Rio Uruguai (28°09’ S - 55º36' W), near Rincão 
do Faxinal, São Borja country. One male is now in the collection of the 
“Museu de Ciências Naturais a Fundação Zoobotänica do Rio Grande do 
Sul’’, register number MCN 0275. 

Consulting IHERING (1899); GLIESCH (1930); PINTO (1944); CA- 
MARGO (1962); SCHAUENSEE (1970) and BELTON (1973, 1974) I rea- 
lized that this species has not been recorded for this State yet. According to 
SCHAUENSEE (1970) the distribution in south America of this species goes 
from north to south of Brazil, São Paulo, and west of Mato Grosso. Accor- 
ding to PINTO (1944) the present specimen may belong to the subspecies 
N.p paraguayensıs. 

Dimension — wing: 74 mm; tail: 52 mm; culmen: 12 mm; weight: 
20.0g; bill: black; feet: yellowish; iris: yellowish. 


* Aceito para publicação em 11/1V/1977. Contribuição FZB n.º 057. 


** Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 
Porto Alegre, RS. 


JHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):31-32, 16 jun. 1978 


SILVA, F. 


32 - 


REFERENCIAS BIBLIOGRÄFICAS 


BELTON, W. 1973. Some additional birds for the State of Rio Grande do Sul, Brasil. Auk, 


Cambridge, Mass. 90(1):94-9. 
1974. More new birds for Rio Grande do Sul, Brasil. Auk, Combridge, Mass. 91(2):429- 


32% 
CAMARGO, O. 1962. Aves sul-riograndenses do Museu de Caça e Pesca. Pesquisas, São Leopol- 


do, 14:1-67. 
GLIESCH, R. 1930. Lista das aves coligidas e observadas no Estado do Rio Grande do Sul. 


Egatea, Porto Alegre, 15(5):276-92. 
IHERING, H. von. 1899. As aves do Estado do Rio Grande do Sul. Annuario do Estado do Rio 


Grande do Sul para o ano de 1900, Porto Alegre, Grundlach, p. 113-54. 
SCHAUENSEE, R. Meyer de. 1970 A guide to the birds of South America. Wynnewood, 470p. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):31-32, 16 jun. 1978 


Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda 
legumen(MARTENS, 1888)- (Bivalvia, 


Mycetopodidae )* 
Inga Ludmila Veitenheimer** 
Maria Cristina Dreher Mansur*** 
RESUMO 


Destacam-se aspectos ecológicos, conquiliolögicos, morfo-anatômicos funcionais e histo- 
lógicos da espécie Mycetopoda legumen (MARTENS, 1888) através do exame de grande número 
de espécimes e topótipos. Comparam-se, em parte, os dados com os demais bivalves das famílias 
Mycetopodidae e Hyriidae. Pela primeira vez menciona-se o encontro de lasídio maduro de 
Mycetopoda legumen. 


ABSTRACT 


Ecological as well as conchological, functional-morpho-anatomical and histological aspects 
of Mycetopoda legumen (MARTENS, 1888) are pointed out upon study of topotypes and of a 
large number of specimens. The authors offer a comparative approach with other bivalves of the 
Families Mycetopodidae and Hyriidae. Also mature ‘'lasidia’’ of M. legumen were seem for the 
fist time. 


INTRODUÇÃO 


O gênero Mycetopoda ORBIGNY, 1835 acha-se restrito à América do 
Sul. Segundo BONETTO (1962) resultam válidas somente as seguintes 
espécies: Mycetopoda siliguosa (SPIX, 1827), M. soleniformis ORBIGNY, 
1835 e M. legumen (MARTENS, 1888). 

Para as bacias hidrográficas do Rio Grande do Sul, Brasil, registra-se 
(MANSUR, 1970) apenas a ocorrência de Mycetopoda legumen. Revisando a 
bibliografia constata-se que os estudos sistemáticos para o gênero baseiam-se 
em caracteres conquiliológicos e em alguns detalhes morfológicos, como: 
aspecto do pé, formato dos palpos labiais, abertura supra-anal e sua loca- 
lização em relação ao músculo adutor posterior. Entre os autores que efe- 
tuaram estes estudos pode-se citar ORBIGNY (1846), SIMPSON (1914), 
ORTMANN (1919/21), IHERING (1890, 1910, 1921, 1923), DOEILO- 
JURADO (1915, 1923) e BONETTO (1962). 


* Aceito para publicação em 29/1V/1977. Contribuição FZB n.º 059. Executado em parte com o auxílio da 
Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Biologia 131/74). 

* Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Cx. Postal 1188 - 
Porto Alegre, RS, e Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Rio de 
Janeiro (Proc. n.º 4964/69). 

** Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul e Bolsista do 
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Rio de Janeiro (Proc. 8337/67). 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


34 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR,M.C.D. 


MARTENS (1888) descreve a espécie Mycetopoda legumen como 
Anodonta legumen e, para tanto, baseia-se apenas em alguns caracteres 
conquiliolögicos, fornece medidas e não apresenta ilustrações. 

IHERING (1890) situa a espécie de MARTENS (1888) dentro do gênero 
Mycetopoda ORBIGNY. 1835, levando em conta apenas aspectos da concha, 
enquanto que SIMPSON (1900) considera-a como G/abaris (= Anodonta). 

DOELLO-JURADO (1915) foi o primeiro a realizar o exame das partes 
moles do animal, oferecendo uma rápida descrição morfológica e funcional 
do pé que é utilizado como caráter diferencial para o gênero. O mesmo autor 
confirmou a espécie Anodonta legumen MARTERNS, 1888 como pertencen- 
te a Mycetopoda. 

BONETTO (1962) chama a atenção para a presença em M. /egumen, de 
uma abertura supra-anal mais desenvolvida que nas demais espécies do 
gênero, assemelhando-a a Anodontites. Salienta também, como detalhe 
anatômico diferencial, o formato dos palpos labiais. 

BONETTO & EZCURRA (1965) descrevem o lasídio de Myceztopoda 
siliquosa (SPIX, 1827) considerando-o bastante similar ao de Anodontites 
trapezeus (SPIX, 1827). Não há referência alguma na literatura ao lasídio de 
M. legumen. 

BONETTO & DI PERSIA (1975) nas considerações finais da análise dos 
fatores que regulam a distribuição e estrutura da população de pelecípodes 
do Arroio ‘‘Ayui Grande’’, assinalam que sendo Mycetoboda legumen uma 
espécie marcadamente estenöica tem seu ‘'asentamiento’’ no substrato con- 
dicionado à presença de ‘‘lente’’ de argila endurecida. 

O presente trabalho, juntamente com outros já publicados pelas autoras 
MANSUR (1972, 1973 e 1974) e VEITENHEIMER (1973 a, b), objetiva 
lançar critérios sistemáticos para as espécies das famílias Mycetopodidae e 
Hyriidae e avaliar se os critérios até agora utilizados são de valor real. 


MATERIAL E MÉTODO 


Para a conquiliologia utilizou-se material da coleção do Museu de 
Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN) e 


do Museu de Ciências da Pontifícia Universidade do Rio Grande do Sul 
(MCPP). 


MATERIAL EXAMINADO: 

BRASIL. Rio Grande do Sul: São Leopoldo, Arroio da Manteiga, Riacho que 
desemboca na margem direita do Arroio da Manteiga (Banhado de São 
Leopoldo), 23.1V.1975, V. L. Lopes leg (MCN 4159, 20 ex.); Arroio da 
Manteiga, 12.X1.1975, I. L. Veitenheimer leg (MCN 4537, 2 ex.); Porto 
Alegre, Sede Campestre do Teresópolis Tênis Clube, entre Ponta Grossa e 
Ponta da Cuica, 19.11.1975, I. L. Veitenheimer & V. L. Lopes leg (MCN 
4107, 16 ex.); Viamão, Lagoa do Casamento, 11.1V.1975, I. L. Veitenheimer 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen... 35 


leg (MCN 4130, 2 ex.); Rio Pardo, 15.X11.1967, A. Lise leg (MCPP 679,1 
ex.). 

Na conquiliometria empregou-se o ınetodo indicado por KEEN (1963) e 
para a obtenção dos índices, o método citado por VEITENHEIMER (1973 b): 
índice do comprimento do umbo em relação ao compriento da valve (ICU); 
índice da altura maior da valve pelo seu comprimento (IAM). Empregou-se 
também o cálculo de Correlação Linear Produto-Momento de PEARSON 
entre: comprimento total e altura; comprimento total e comprimento do 
umbo. A amostra estudada corresponde a um n = 33. As medidas estão 
expressas em mm. 

Na realização da dissecação e desenhos usaram-se espécimes vivos 
imersos em água e anestesiados em mentol ou, espécimes fixados em álcool a 
70%. As correntes ciliares foram observadas em exemplares vivos, mergu- 
lhados em água, empregando-se pó de carmin e carborundum F 3. 

A anatomia foi complementada por detalhes histológicos, através do 
exame de cortes seriados de 10 micrômetros. Para tanto os espécimes foram 
anestesiados com o mentol e fixados a seguir em Bouin-Duboscq-Brasil. Para 
coloração utilizaram-se os métodos de hematoxilina eosina e tricrômico de 
Masson-Goldner. 

O lasídio foi medido com auxílio de ocular micrométrica. 

A análise granulométrica do sedimento foi realizada pelo Laboratório de 
Sedimentologia do Departamento de Mineralogia e Petrologia da Univer- 
sidade Federal do Rio Grande do Sul. As amostras foram peneiradas através 
de uma série de tamis. O material retirado de cada tamis foi pesado, sendo o 
resultado expresso em forma de percentagem do peso total da amostra. 


ASPECTOS ECOLÓGICOS 


Os animais vivos foram coletados no Arroio da Manteiga (Banhados de 
São Leopoldo) São Leopoldo, Rio Grande do Sul e no rio Guaíba, junto à 
sede Campestre do Teresópolis Tênis Clube, próxima a Ponta da Cuica, Porto 
Alegre, RS. Estas localidades pertencem a mesma bacia hidrográfica, já que o 
Arroio da Manteiga é afluente do Rio dos Sinos que desagua no Guaíba. Os 
exemplares tanto de um lugar como de outro encontravam-se próximos à 
margem, totalmente enterrados e ‘‘...vivent en grandes families dans les 
mêmes lieux’’ como ORBIGNY (1846:601) descreve para o gênero. Por se 
tratar de época pouco chuvosa (março, abril e novembro), a água cobria o 
fundo formando somente uma delgada película de poucos centímetros e, em 
certas zonas o substrato apresentava-se apenas encharcado. Nestas condições 
os bivalves encontravam-se totalmente enterrados, deixando uma fenda de 
aproximadamente 1 cm, facilitando sua visualização para captura. Quando a 
água encobre o substrato, não há condições de vê-los, pois segundo DOELLO- 
JURADO (1915) “El animal se hunde verticalmente hasta que el borde 
posterior queda a flor de tierra, apenas visible”. Por isto, muitas vezes, o 
coletor é levado a acreditar que não ocorram no local onde estão sendo 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


36 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR,M.C.D. 


realizadas coletas de material dulciaquícola. Os exemplares obtidos no rio 
Guaíba achavam-se próximos ou entre a vegetação de juncos, enquanto que 
os do Arroio da Manteiga estavam afastados de qualquer tipo de vegetação 
aquática. O rastro característico deixado pelos demais bivalves em desloca- 
mento horizontal, quando ocorre o abaixamento do nível das águas, confor- 
me HEBLING (1971 e 1974), não foi observado para M. /egumen em ne- 
nhum dos locais de coleta. Portanto é válida para M. /egumen a constatação 
feita por BONETTO (1962) e BONETTO & DI PERSIA (1975:144 rodapé) 
para as espécies M. siliquosa e M. soleniformis, isto é, possuem somente 
capacidade para efetuar deslocamento vertical dentro dos orifícios onde vi- 
vem. A coleta destes animais é bastante difícil, pois fixam-se firmemente 
através do poderoso pé. A porção distal deste é mais dilatada e funciona 
como se fosse uma âncora. Quando iniciada a captura, procuram enterrar-se o 
mais profundamente possível, conseguindo escapar se não forem coletados 
com rapidez. Ao serem retirados do substrato, mostram o pé com sua má- 
xima distenção e a extremidade livre bastante entumecida. Observou-se, em 
vários espécimes logo que capturados, a expulsão de um jato incolor pela 
porção distal do pé. Este fato foi descrito pela primeira vez por DOELLO- 
JURADO (1915) para M. /egumen, comentando tratar-se de um fenômeno 
semelhante ao ocorrente em um certo Anodonta da Europa. 

Foi possível conservar em aquário 28 exemplares durante um ano. 
Quando aí colocados, após a coleta, esperou-se que houvesse mortandade, 
como ocorre com os demais bivalves dulciaquícolas de outros gêneros: isto é, 
uma seleção com a eliminação dos espécimes mais debilitados e sensíveis à 
coleta e mudança ambiental. Entretanto isto não ocorreu com os Mycetopoda 
legumen coletados, que se adaptaram ao novo habitat. O fundo do aquário, 
usado para o estudo desta espécie, está constituído por areia de grãos bastante 
grossos (Tabela II). Apesar de ser este um ambiente totalmente estranho ao 
animal, uma parte dos indivíduos conseguiu enterrar-se parcialmente, sem 
distenderem totalmente o pé, porém apresentando a extremidade distal deste 
com dilatação. Os indivíduos assim semi-enterrados, ficam com as valves 
levemente abertas, manto e abertura supra-anal totalmente fechada, per- 
cebendo-se apenas as aberturas inalante e exalante. A primeira ornada por 
tentáculos fracamente visíveis e a segunda com as bordas lisas. 

Ao serem realizados exames ao vivo das brânquias e palpos labiais dos 
animais conservados em aquário, observou-se a presença de grande quan- 
tidade de ciliados da ordem Holotricha, na água que banhava estas estru- 
turas. No estômago dos M. /egumen, também mantidos em aquário, pode-se 
constatar a presença de grande número de Diatomaceas, entre as quais foi 
possível identificar os gêneros Eunotia, Surirella e Coconeis; um número 
reduzido de clorofíceas dos gêneros Scenedesmus e Cosmarium. 

Coletou-se, próximo a Lagoa do Casamento em Viamão, RS, conchas de 
bivalves, entre as quais de M. /egumen, cujas partes moles haviam sido 
utilizadas como alimento por aves. O ornitólogo Flávio Silva do MCN, con- 
seguiu surpreender neste local um ‘‘Caräo’’ (Aramus guarauna) alimentan- 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen... 37 


do-se de bivalves. Nota-se que as aves atacam a concha em suas regiões mais 
fracas, por exemplo, nas espécies da família Mycetopodidae, partem uma das 
valves pela região ventral e nas da família Hyriidae pela região do músculo 
adutor anterior ou posterior. 

Os espécimes em estudo foram encontrados com outros e o No rio 
Guaíba: 5 exemplares de Anodontites trapesialis (LAMARCK, 1819), 15 
exemplares de Castalia undosa martensi (IHERING, 1891), 9 exemplares de 
Monocondylaea minuana ORBIGNY, 1835, vários exemplares de Neocor- 
bicuda limosa (MATON, 1809), 25 exemplares de Diplodon sp. e 27 exem- 
plares de Anodontites sp. No Arroio da Manteiga: 4 exemplares de Anodon- 
tites trapesialis, 1 exemplar de Anodontites sp. e 38 exemplares de Dzp/odon 
sp. 

As amostras de sedimento foram retiradas dos locais onde se coletaram 
os M. legumen e do aquário onde os animais se se encontram vivos. Do 
Arroio da Manteiga, São Leopoldo, foram obtidas amostras desde a superfície 
até uma profundidade de 15 cm; do rio Guaíba, Ponta da Cuica, a amostra 
vai desde a superfície até uma profundidade de 10 cm; no aquário do MCN, 
o substrato apresenta uma espessura que varia em torno de 8 cm. 

Os dados obtidos através da análise granulométrica destas amostras 
constam na Tabela II. 

Comparando-se as análises referentes aos locais de coleta, constata-se que 
há uma homogeneidade quanto ao tipo de substrato, isto é, basicamente 
arenoso. 

Entretanto, no trabaho de BONETTO & DI PERSIA (1975), pode-se 
verificar que, apesar do substrato ser francamente arenoso, a ocorrência de M. 
legumen está condicionada a presença de formações lenticulares de argila 
endurecida. Mais adiante, no mesmo trabalho, os autores concluem que a 
espécie sempre se desenvolve em substrato argiloso muito compacto. 
DOELLO-JURADO (1915) menciona ter coletado exemplares em fundo de 
areia e outros em ‘‘'fondo blando, fangoso, de arcilla com un poco de arena y 
tierra vegetal...’’. ““este parece ser su habitat normal”. BONETTO (1962) 
acredita que a espécie parece ser bastante comum ‘‘...en fondos limosos o 
limoarcillosos...”” 

Os locais “ônde se coletaram os exemplares para o presente estudo, 
apresentam águas calmas e abrigadas, o fundo é endurecido e compacto 
dando a impressão, no primeiro momento, de que o mesmo deve conter 
argila e lodo em sua composição. Após a realização da análise granulométrica 
do sedimento constatou-se que os substratos são constituídos por areia fina 
(Tabela II) não contendo os elementos citados acima. 

Vê-se, até agora, que um substrato constituído por sedimentos finos: 
quer lodo, argila ou areia fina, é importante para a ocorrência da espécie. 
Estas conclusões são reforçadas pelas observações realizadas no aquário, onde 
foi colocado sedimento grosseiro. Neste os exemplares tentaram enterrar-se, 
alguns conseguiram parcialmente, outros desistiram e permaneceram deitados 
sobre o fundo. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


38 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR,M.C.D. 


Caso fossem forçados a enfrentar um substrato idêntico num ambiente 
natural, provavelmente não teriam condições de sobrevivência. 

BONETTO & DI PERSIA (1975) acreditam estar a ocorrência da espécie 
condicionada à presença da argila porém nos locais de coleta, do presente 
trabalho, encontrou-se areia fina. Embora estes sejam resultados diferentes, 
existe um fator comum observado: a compactação do terreno. Portanto, 
acredita-se que a mesma também seja um fator muito importante na dis- 
tribuição de Mycetopoda, pois permite que os mesmos permaneçam prati- 
camente imóveis durante todo seu período de vida, escondidos no mesmo 
orifício, quase que ““enrraizados”” no solo através da dilatação distal do pé. 


CONQUILIOLOGIA 


Eq 


A concha é alongada, lanceolada, equivalve, inequilateral, com a 
extremidade anterior arredondada e a posterior formando uma ponta de 
tendência ventral. Umbo pouco proeminente, de posição anterior em relação 
ao comprimento total, situa-se numa faixa que varia entre 22 a 29% (TA- 
BELA II). Em vida, as valves podem fechar-se completamente, quando o 
animal está totalmente recolhido dentro da concha, sem ficar uma abertura 
anterior por onde se exterioriza o pé. O periostraco apresenta-se de cor 
amarelo-esverdeada com a região anterior e principalmente a posterior li- 
geiramente escurecida nos indivíduos jovens, enquanto que nos adultos a cor 
predominante é o castanho escuro. As linhas de crescimento são notórias 
percebendo-se também demarcações mais escuras e aprofundadas que mos- 
tram haver interrupções periódicas no crescimento. O sínulus é característico, 
isto é, de formato triangular bastante alongado (triângulo isóceles), como que 
acompanhando o grande comprimento da concha. 


A superfície interna das valves é lisa, azulada com alguns reflexos röseos. 
Apresenta delgada capa prismática e charneira sem dentes. As cicatrizes dos 
músculos adutores anterior e posterior são de formato ovalado, sendo o 
posterior ligeiramente maior. O músculo adutor posterior apresenta-se si- 
tuado de modo que seu maior comprimento está orientado no sentido 
ântero-posterior e o músculo adutor anterior com o maior comprimento no 
sentido dorsoventral. As cicatrizes dos músculos retratores anterior e posterior 
estão unidas às dos adutores anterior e posterior, respectivamente. A cicatriz 
do músculo protrator do pé situa-se lateral e posteriormente à do músculo 
anterior. 


O comprimento máximo, atingido pelos espécimes examinados, é de 
118 mm. O maior espécime citado na literatura atinge 120mm, segundo 
IHERING (1910) e DOELLO-JURADO (1915). O índice da altura maior em 
relação ao comprimento máximo (IAM:) varia, via de regra, entre 34 a 39% . 
(TABELA IM). 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen... 39 


TABELA I. Média e erro padrão das medidas das conchas de 33 exemplares 
de Mycetopoda legumen. 


x 345K 

Comprimento 

Total 88,5 2402 
Altura 32,4 0,87 
Comprimento 

umbo 22,6 137 
lElhink 2554 0,29 
IAM 36,7 0,43 


O coeficiente de correlação entre comprimento total e altura é de r = 
0,37, significativo para « = 5% (Fig. 1). 
O coeficiente de correlação entre comprimento total e comprimento do 
mbo é } ignificativo para-« = %. (Fig. 2). 
u bo@de| =n. go} Sig ativo para-« = 0,1%. (Fig. 2) 


MANTO 


A borda do manto, como nos demais bivalves, está constituída por três 
lobos. O manto é aberto em toda extensão ventral e solda-se apenas entre as 
aberturas inalantes e exalantes através dos lobos internos. Quando o animal 
está vivo e trangúilo em seu habitat, a concha fica levemente entreaberta, os 
lobos internos do manto se justapõem vedando a cavidade paleal. 

As correntes ciliares da superfície interna do manto iniciam logo após a 
abertura inalante e orientam as partículas no sentido pöstero-anterior dorsal. 
Descem formando um grande arco até quase alcançarem a borda ventral, 
bem abaixo da linha paleal. Aí se encontram com a corrente ventral no sen- 
tido ântero-posterior, formando então um grande trato de rejeição que 
conduz as partículas até às proximidades da abertura inalante, local onde, 
englobadas por muco, formam as pseudo-fezes que esporadicamente são 
eliminadas por movimentos rápidos de contração das valves. 

Histologia (corte frontal): As células de revestimento da face interna do 
manto são cúbicas com um núcleo de tendência central. As células da face 
externa são cilíndricas com o núcleo tendendo à posição basal externa. O 
manto está preenchido com tecido conjuntivo frouxo com lacunas nas quais 
se encontram elementos figurados do sangue. Estes elementos têm aspecto 
globóide, com citoplasma granular e núcleo perfeitamente visível e tendendo 
para a posição periférica. 


= 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


40 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR, M.C. D. 


ABERTURAS: INALANTE, EXALANTE E SUPRA-ANAL 


M. legumen nunca forma verdadeiros sifões, como Lez/a blainvilliana, e 
sim simples aberturas sifonais inalante, exalante e supra-anal. As aberturas 
inalante e xalante são separadas pelo diafragma que forma nesta região um 
alirgamento musculoso. A abertura supra-anal distingue-se da exalante por 
esta última apresentar as bordas pigmentadas. (Fig. 3). 

A abertura inalante está situada póstero-ventralmente e apresenta uma 
única carreira de tentáculos simples que se originam do lobo interno do 
manto..No animal vivo pode-se observar que os tentáculos pouco sobressaem 
através da abertura, não se entrelaçam, ao contrário, permitem livre passagem 
dos elementos que são atraídos pelas correntes ciliares existentes na cavidade 
paleal. 

A abertura exalante, de posição posterior, apresenta a borda interna do 
manto completamente lisa e pigmentada. 

A abertura supra-anal permanece no animal vivo, com as bordas jus- 
tapostas, dando a impressão de que é fechada. Segundo BONETTO (1962) 
esta espécies apresenta a bertura supra-anal mais alongada que as demais 
espécies do gênero. Para se verificar tal fato, baixa-se uma perpendicular à 
borda dorsal e que tenha como referência o limite superior da abertura supra- 
anal (istmo do manto). Constata-se que esta poderá passar pela frente do 
músculo adutor posterior, sem seccioná-lo ou corta-o, mas nunca além da sua 
metade anterior. Nas outras espécies de Mycetopoda a perpendicular corta o 
músculo adutor posterior para trás de sua metade anterior. 


O PÉ 


Estrutura característica não só da espécie, mas do gênero Mycetopoda. 
Tem a capacidade de alongar-se muito quando o animal se enterra, apresen- 
tando a porção proximal cilíndrica e a adistal dilatada. DOELLO-JURADO 
(1915) menciona que o pé de M. /egumen atinge o comprimento da concha | 
quando estendido. 

Quando o pé recolhe-se para dentro da concha, pode fazê-lo comple- 
tamente e segundo BONETTO (1962) é a única espécie de gênero que 
apresenta esta capacidade. Torna-se achatado lateralmente e a dilatação da 
extremidade desaparece quase que completamente. 

Na parte musculosa distal do pé constatou-se uma lenta corrente pro- 
vavelmente de limpeza, enquanto que na massa visceral a corrente é de 
rejeição em direção posterior (Fig. 3). 

Histologia: A superfície externa do pé forma pregas que lembram vi- 
losidades intestinais e, ainda, junto ao epitélio existem formações vesiculares 
(Fig. 9), às vezes ramificadas, cujo lümen ciliado comunica-se como o 
exterior. 

O pé em corte transversal apresenta-se fortemente musculoso e recoberto 
por epitélio ciliado. Este epitélio está constituído por células cilíndricas cujos 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen... ; 41 
ss SS e . 


núcleos tendem à posição basal. A este epitélio seguem tecido conjuntivo e 
fibras musculares. Ambos se tornam cada vez mais frouxos à medida que se 
aproximam da porção central do pé que está entremeada por uma grande 
quantidade de lacunas que permitem a grande turgescência do pé. 


BRÂNQUIAS 


As brânquias de M./egumen correspondem ao tipo D de ATKINS 
(1937). 

A demibrânquias externa encobre parcialmente a interna, permitindo a 
observação da extremidade livre desta ao longo de todo seu comprimento. 
Normalmente, a região antero-inferior da demibrânquia interna, é encoberta 
e se acomoda entre as porções livres posteriores dos palpos labiais (Fig. 11). 
As demibrânquias são muito finas, havendo possibilidade de se perceber um 
pregueamento que corresponde aos septos branquiais que separam os tubos 
aquíferos. Além disto a superfície branquial apresenta-se formada por fi- 
lamentos branquiais que dão um aspecto de finíssima malha ao se observar as 
lâminas branquiais à olho nü ou na lupa. 

As correntes ciliares estão representadas na Fig. 3, sendo que ocorrem 
três correntes de aceitação: 1 — no sulco marginal de demibrânquia interna 
que leva as partículas diretamente para a região posterior dos palpos labiais; 2 
— no canal dorsal formado pela demibrânquia externa com o manto e, 3 — 
no canal dorsal formado entre as duas demibrânquias. Estas duas últimas 
correntes se encontram anteriormente na região sub-umbonal e caem no 
canal anterior (MANSUR, 1972) o mesmo que ‘'distal oral groove’’ de KE- 
LLOG (1915:689). Neste as partículas são levadas até a margem póstero-dor- 
sal dos palpos labiais. 

Histologia: (Corte frontal ao exemplar). A região externa dos filamentos 
branquiais, onde se fixam os cílios frontais, látero-frontais e lateriais, € reves- 
tida por um epitélio constituído de células cilíndricas e cujo núcleo apresenta- 
se alongado. O epitélio que forra os tubos aquíferos e septos branquiais está 
constituído por células cúbicas com um núcleo globóide, central. O tecido 
conjuntivo que preenche as paredes branquiais e a dos septos é bastante 
frouxo, com enormes lacunas onde se localizam elementos figurados do 
sangue, iguais aos descritos no ítem “manto”. 


PALPOS LABIAIS 


Os palpos labiais são extremamente alongados, sendo que a altura 
máxima dos mesmos corresponde a mais ou menos um terço do seu com- 
primento total. 

O contorno da região posterior dos palpos é arredondado, apresentando 
uma leve truncadura póstero-dorsal. Não se pode observar porém, uma 
“hendidura subfalciforme’’ descrita por BONETTO (1962) e proposta por 
este autor como característica diferencial interespecífica. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


42 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR, M.C.D. 


A superficie interna dos palpos € finamente pregueada, apresentando 
seus extremos posteriores e anteriores lisos. 
O desenho esquemätico feito a partir de cortes seriados histolögicos (Fig. 
4) mostra, em detalhes, a estrutura das pregas da superficie interna dos 
palpos labiais, com as respectivas correntes ciliares. 
Correntes ciliares: As particulas que säo selecionadas pelas bränquias e 
que chegam ä regiäo dos palpos labiais, seguem o seguinte caminho: 
1 — Corrente dorsal de aceitação que as conduz em direção oral. Situa-se 
exatamente no sulco oral lateral (KELLOG, 1915:689) na região dor- 
sal de junção de cada par de palpos (Fig. 3 e 4). 
2 -— Corrente de aceitação formada pelo conjunto apical das pregas dos 
palpos. As partículas são conduzidas para a região oral passando de 
& ápice a ápice (Fig. 3 e 4). 


3 — Corrente de reaceitação na parte látero-superior das pregas, conduzindo 
as partículas em direção dorsal dos palpos (Fig. 3 e 4). 

4 — Corrente de rejeição na região látero-mediana das pregas, havendo aí 
um batimento ciliar em direção à região ventral dos palpos labiais (Fig. 
ea): 

5 — Corrente de rejeição na região marginal e posterior dos palpos labiais: 


uma que corre em sentido ântero-posterior até o terço posterior ventral 
do palpo e a outra, que a ela se junta, proveniente da região posterior, 
correndo em sentido contrário. Estas duas duas correntes de rejeição 
unem-se e caem nas correntes de rejeição do manto e massa visceral 
(Fig. 3). 
Histologia: (Corte frontal ao exemplar). As pregas são totalmente re- 
cobertas por cílios com exceção do sulco ventral existente entre as pregas. Os 
cílios formam tufos altos onde passam as correntes (Fig. 10). 


CANAL ALIMENTAR 


BOCA E ESÔFAGO (Fig. 7). A boca, situada na região anterior do 
animal, atrás do músculo adutor anterior, abre-se em fenda transversal entre 
os prolongamentos anteriores dos palpos labiais. Estes, estendem-se, 
envolvendo a abertura bucal como se fossem lábios. Segue-se, o esôfago que é 
surto, largo e achatado dorsoventralmente, e percorrido internamente por 
pregas e sulcos providos de cílios cujos batimentos conduzem as partículas 
que aí chegam, em direção ao estômago. Na região dorsal o esôfago sofre 
uma curvatura para a direção posterior onde se limita com o estômago através 
do anel circular (AC). ESTÔMAGO (Fig. 7). O estômago é do tipo IV con- 
forme PURCHON (1958). Localiza-se ântero-dorsalmente e está rodeado 
látero-ventralmente pela glândula digestiva com a qual se comunica. O 
estômago apresenta-se externamente globular com a região posterior bilo- 
baba, isto é, existe um compartimento superior achatado dorsoventralmente 
e outro inferior globular e alongado. Pelo lado esquerdo do compartimento 
superior emerge o capuz dorsal (CD). Este tem a forma de vírgula e prolon- 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen... 43 


ga-se até o esôfago, afinando à medida que se aproxima de sua extremidade 
cega. 

Estruturalmente, o estômago de M. /egumen se assemelha muito aos já 
descritos para as espécies das famílias Hyriidae e Mycetopodidae. Apresenta 
uma área de seleção posterior (AS3) particularmente desenvolvida eviden- 
ciando maior semelhança às espécies Anodontites trapesialis e Leila blain- 
villiana, VEITENHEIMER (1973 a, b). 

O estômago limita-se com o esôfago através do anel circular (AC). 
Segue-se a dobra anterior (DA) que se projeta para dentro da cavidade 
estomacal, continua-se pela parede direta em direção póstero-dorsal, e pe- 
netra no capuz dorsal (CD). As partículas que são levadas para o estômago, 
ao chegarem no anel circular são captadas pela dobra anterior que tem a 
propriedade de inclinar-se nesta direção e recolher o material que aí se 
encontra. 

- Às aberturas conjugadas do intestino e saco do estilete (I & SE) encon- 
tram-se na região póstero-ventral do estômago. Para esta abertura dirigem-se 
as partículas que procedem do sulco intestinal e sulco de rejeição. Do saco do 
estilete emerge o estilete cristalino que gira no sentido horário, tal como 
HEBLING (1971) já constatou em Anodontites trapesialis e A. trapezeus. 
Observou-se que o estilete cristalino tem a propriedade de captar partículas 
que se encontram na dobra anterior, junto a entrada do estômago. Em dis- 
secações ao vivo e animais anestesiados, o estilete apresentou-se recurvado em 
direção ao bolso esquerdo e às vezes introduzido dentro do mesmo. 

Da parede anterior das aberturas conjugadas do intestino e saco do 
estilete cristalino saí a tiflossole maior que forma um cone e depois prolonga- 
se no sentido ântero-esquerdo, penetrando na abertura os ductos digestivos 
do lado esquerdo (ACDE). Da parede posterior das aberturas conjugadas do 
intestino e saco do estilete, emerge a tiflossole menor (T) que se prolonga por 
uma curta distância acompanhando o sulco intestinal pelo lado direito. A 
seguir forma um ‘‘joelho’’ e uma curta projeção para a direita, continuando 
agora, bem mais afilada, em direção a área de seleção posterior. Esta situa-se 
do lado direito e está constituída por duas bolsas grandes e rasas. Nestas 
bolsas encontramos as depressões ovais (DO) que se apresentam em número 
de seis na bolsa anterior e de dez, na posterior. A tiflossole menor percorre 
toda a área de seleção posterior penetrando e saindo de cada depressão oval. 
Após atingir o extremo anterior, sobe e retorna percorrendo a parede póstero- 
superior até alcançar o capuz dorsal. 

Há uma intensa seleção de partículas no estômago devido às correntes 
ciliares que podem ser de aceitação ou de rejeição. Estas correntes estão re- 
presentadas através de setas na Figura VII. 

Do material que chega ao estômago, uma parte segue à direita e é le- 
vado ao capuz dorsal, subindo pela dobra anterior e sulco dorsal, e a outra 
segue pela parede esquerda passando pela expansão lateral. O material que se 
encontra na área de seleção posterior segue por cima das pregas em direção ao 
capuz dorsal e por entre as mesmas ao sulco de rejeição. Uma parte das 
partículas que saem do capuz dorsal é conduzida através do sulco de rejeição 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre .(52):33-71, 16 jun. 1978 


44 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR,M.C. D. 


até o sulco intestinal e dai eliminada para o intestino; e a outra percorre a 
parede posterior quase atingindo o lado direito, retorna meio trajeto e desce 
ao compartimento póstero- inferior do estômago. 

As correntes de aceitação no estômago, levam o material à glândula 
digestiva. Esta se comunica com o estômago, através de ductos que afluem e 
se agrupam em três aberturas comuns, quais sejam: o bolso esquerdo (BE), a 
abertura comum para os ductos digestivos na parede esquerda (ACDE) e 
abertura comum para os ductos digestivos na parede direita (ACDD). 

As correntes de rejeição no estômago conduzem o material para o 
intestino através do sulco de rejeição que se comunica com o sulco intestinal. 


INTESTINO E SACO DO ESTILETE (Fig. 8) 
E M. legumen apresenta o intestino com três porções distintas: I] intestino 
proximal associado ao saco do estilete, 12 intestino mediano liso e 13 intestino 
terminal com tiflossole. Estas três porções estão dispostas segundo caracteris- 
tica da família Mycetopodidae (MANSUR, 1974:14) isto é: A primeira porção 
saí do estômago e forma uma longa volta ou alça que percorre a massa vis- 
ceral até a região posterior, volta para cima e prolonga-se até a região dorsal. 
A segunda porção forma duas alças grandes que acompanham póstero e 
anteriormente o percurso do intestino proximal. Bem no centro da massa 
visceral o intestino médio dá origem ao terminal que forma a quarta alça. 
Este acompanhado por uma volumosa tiflossole, sai da massa visceral, segue 
pela região dorsal, atravessa o ventrículo cardíaco e termina junto à abertura 
exalante. 

O intestino propriamente dito de M. /egumen apresenta-se mais alon- 
gado que o de Monocondylaea minuana ORBIGNY, 1835 (MANSUR, 1974), 
principalmente quando à porção proximal, que nesta atinge a região mediana 
dorsal da massa visceral e naquela prolonga-se até a região ântero-dorsal da 
mesma. Pelo seu grande comprimento o intestino de M. /egumen assemelha- 
se aos das espécies Anodontites trapesialis forbesianus e Leila blainvilliana, 
(VEITENHEIMER, 1973 a, b). 

A espécie em estudo apresenta uma papila anal bipartida. 


COMENTÁRIOS: 


Através dos estudos realizados pelas autoras até o presente momento, 
sobre a anatomia comparada do trato digestivo de várias espécies de näiades e 
pelos dados fornecidos nos trabalhos de HEBLING (1971) e HEBLING & 
PENTEADO (1974), chegou-se a conclusão de que o intestino propriamente 
dito das espécies das famílias Mycetopodidae e Hyriidae é semelhante, 
apresentando as três porções distintas, porém, as espécies de Mycetopodidae 
apresentam o intestino mais alongado e mais complexo quanto a disposição, 
formando quatro alças conforme mencionado acima. Nas espécies de 
Hyriidae o intestino concentra-se em duas alças situadas na região ventral da 
massa visceral. A primeira porção do intestino associada ao saco do estilete vai 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen... 45 


diretamente ao estômago até a região posterior sem formar uma alça com- 
pleta, dando origem imediatamente ao intestino mediano. A terceira alça ou 
intestino terminal sobe diretamente, sem muita curvatura, da região mediana 
ventral para região ântero-dorsal, saindo da massa visceral e seguindo seu 
trajeto até o ânus. 

A complexidade ou não do intestino não se constitui portanto numa 
característica diferencial causada por adaptação ao meio, pois apesar de 
algumas espécies se encontrarem em habitat semelhantes ou distintos no que 
se refere ao substrato ou movimentação das águas, conservam a característica 
própria da família, conforme descreve-se acima. 


SISTEMA REPRODUTOR 


As gônadas foram examinadas através de cortes histológicos seriados 
apenas em um indivíduo coletado no mês de março, no rio Guaíba. Neste 
constatou-se hermafroditismo (Fig. 12). Este fato porém, não pode ser ge- 
neralizado para Mycetoboda legumen pois, para isto ter-se-ia que examinar 
uma amostra representativa estatisticamente, tal como foi feito por CURIAL 
& LANGE (1974 a, b) para Dip/odon delodontus expansus. 

As gônadas encontram-se situadas entre as alças intestinais. 

A gônada feminina localizada na região ântero-dorsal e ao longo da 
região ventral da massa visceral, está formada por ramificações saquiformes, 
os folículos, cujos produtos são conduzidos através de canais ricamente ci- 
liados até as aberturas genitais. Os folículos não se apresentam cheios porém 
apresentam células reprodutoras em diversos estágios de desenvolvimento. As 
células menores estão localizadas próximas da periferia medindo aproxi- 
madamente 18,75 micrômetros de diâmetro, e as maiores, mais centralizadas, 
atingem aproximadamente 44 micrômetros de diâmetro. Provavelmente estas 
células maiores são oócitos maduros. Estes são esféricos e apresentam um 
pedúnculo muito fino que os líga à parede do folículo (Fig. 14). 

À gônada masculina, de posição póstero-dorsal dentro da massa visceral, 
apresenta-se como a feminina, constituída por ramificações saquiforme (Fig. 
13). Estas ramificações estão preenchidas por células esféricas junto à peri- 
feria, com cerca de 3,12 micrômetros de diâmetro. No lúmen destas rami- 
ficações, encontram-se agrupamentos de espermatozóides que apresentam a 
cabeça alongada em forma de seta com aproximadamente 3,12 micrômetros 
de comprimento. 

Pelo adiantado estágio da gemetogênese masculina encontrada no 
exemplar coletado no mês de março, pode-se mencionar que talvez haja um 
período de emissão de gametas no fim do verão e início do outono. HEBLIN- 
G (1971) encontrou grande quantidade de Anodontiles trapesialis com 
demibrânquias internas cheias de ovos no final do mês de março e confirma 
que a época para o aparecimento do lasídio é nos meses de julho a agosto. 
Até agora só se encontraram lasídios maduros em M. /egumen no mês de 
novembro. É portanto possível que haja para esta espécie outro período de 
emissão de gametas durante a primavera. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


46 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR, M. C.D. 
MARSÚPIO E LASÍDIO 


O marsúpio localiza-se na metade anterior de cada demibrânquia 
interna com exceção da extremidade bem anterior (Fig. 5). O lasídio foi visto 
pela primeira vez durante a realização deste trabalho. O corpo desta larva 
mede cerca de 160 micrômetros de comprimento, sendo menor que o lasídio 
de Leila blainvilliana que segundo BONETTO (1963) atinge cerca de 280 
micrômetros. Entretanto, é bem maior que o de Mycetopoda siliquosa e 
Anodontites trapezeus que conforme BONETTO & EZCURRA (1965) 
alcançam aproximadamente 85 micrômetros, tal como Axodontites trapesialis 
forbesianus segundo BONETTO & EZCURRA (1962. 

A infestação de peixes com os lasídios de Mycetopoda legumen, foi 
realizada em laboratório e os dados observados serão publicados dentro em 
breve. 


CONCLUSÕES 


Com relação aos aspectos ecológicos podemos concluir que os indivíduos 
de Mycetopoda legumen: 


1 — Têm preferência por habitat de águas calmas e substrato arenoso, 
predominantemente formado por areia fina e compactada. 
2 — Em ambiente natural deslocam-se apenas verticalmente, tal como M. 


siliquosa e M. soleniformis. Este caráter torna o gênero Mycetopoda 
diferente dos demais, que fazem parte das famílias Mycetopodidae e 
Hyriidae e cujos espécimes têm a possibilidade de se deslocarem no 
sentido horizontal, permitindo-lhes em épocas de seca a procura de 
refúgios mais propícios à sua sobrevivência. 

3 — Quando mantidos em aquário apresentam grande resistência em 
relação aos demais indivíduos das espécies pertencentes às famílias 
Mycetopodidae e Hyriidae ocorrentes nas bacias hidrográficas do Rio 
Grande do Sul. 

4 — Utilizam material em suspensão como alimento, principalmente 
fitoplancton, ao mesmo tempo que servem de alimento para aves, 
tal como as demais espécies de Mycetopodidae e Hyiidae. 

Os característicos conquiliológicos, morfo-anatômicos e fisiológicos 
estudados em Mycetopoda legumen, demonstram que: 

1 — A posição dos umbos nos M. /egumen que ocorrem nas bacias hi- 
drográficas do Rio Grande do Sul, situam-se entre 22 a 29% em 
relação ao comprimento total da concha, tendo como ponto de re- 
ferência a região anterior. (Tabela III e Fig. 2). 

2 — A média do comprimento total da amostra (n = 33) foi de 88,5, 
portanto, estima-se que esta média, na população, esteja situada entre 
84,4 e 92,6 para 95% de confiança. 

3 — A média da altura da amostra foi de 32,4, estima-se que esta média, 
na população, esteja situada entre 30,6 a 34,2 para 95% de confiança. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen... 47 


4 


10 


11 


12 


13 


14 


A média do comprimento do umbo da amostra foi de 22,6, estima-se 
que esta média esteja situada, na população, entre 21,4 a 23,8, para 
95% de confiança. 

A média do ICU da amostra foi de 25,7, estima-se que a média, na 
população, esteja situada entre 25,1 e 26,3 para 95% de confiança. 

A média do IAM da amostra foi de 36,7, estima-se que esta média, na 
população, esteja situada entre 36,3 e 37,1 para 95% de confiança. 

As correntes ciliares da superfície interna do manto são semelhantes as 
descritas por HEBLING (1971) para Axodontites trapesialis e Ano- 
dontites trapezeus e por MANSUR (1974) para Monocondylaea 
minuana, com exceção de que em M. /egumen o trato de rejeição é 
mais ventral, isto é, situa-se abaixo da linha paleal, conduzindo as 
partículas até às proximidades da abertura inalante. 

O fato da abertura inalante apresentar-se ornada por uma única 
carreira de curtos e simples tentáculos, confirma que trata-se de um 
animal que habita locais de águas calmas, substrato fino e com 
presença de pequeníssimas partículas em suspensão. Concordando 
com as observações feitas por NARCHI (1969) ao estudar Iphigenia 
brasiliensis e Anomalocardia brasiliana e por HEBLING 1971) para 
Anodontites trapesialis e A. trapezeus. 

A abertura supra-anal, segundo BONETTO (1962), é mais longa do 
que a das demais espécies do gênero Mycetoboda. A perpendicular 
que se traça desde o extremo superior da supra-anal (na linha dorsal) 
corta o músculo adutor posterior em sua porção anterior ou nem chega 
a tocá-lo, passando pela sua frente. 

Tem a capacidade de recolher o pé totalmente para dentro da concha, 
diferindo segundo BONETTO (1962) das outras duas espécies do 
gênero. 

O pé, no que se refere ao epitélio ciliado e, a capacidade de promover 
uma lenta corrente de limpeza que se origina em sua porção distal, 
difere das espécies Anodontites trapesialis e A. trapezeus. Estas duas 
últimas espécies, que também pertencem à família Mycetopodidae, 
não apresentam, segundo HEBLING (1971), epitélio ciliado e corren- 
tes de qualquer tipo na porção muscular do pé. 

Os palpos labiais são grandes e alongados, com a porção posterior 
arredondada, não apresentando a ‘‘... hendidura subfalciforme...” 
conforme descreve BONETTO (1962) e que segundo este, seria um 
caráter diferencial interespecífico. 

Os palpos labiais bastante desenvolvidos e um complexo de correntes 
de aceitação, confirmam as observações de PURCHON (1963) e 
HEBLING (1974) de que se trata de uma característica de animais que 
vivem em ambientes cujas partículas em suspensão são finíssimas. 

O estômago que corresponde ao tipo IV, conforme PURCHON 
(1958), é semelhante aos das espécies de Mycetopodidae e Hyriidae 
estudadas por HEBLING (1971, 1974), por MANSUR71972, 1973, 
1974) e VEITENHEIMER (1973 a, b), apresentando a área de seleção 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


48 ‚VEITENHEIMER, 1. L. & MANSUR,M.C.D. 


posterior (AS3) muito desenvolvida com muitas depressöes ovais, 
aproximando-se especialmente de Anodontites trapesialis forbesianus 
e Leila blainvilliana. 

15 — O intestino apresenta alças muito desenvolvidas e com a disposição de 
maneira complexa segundo característica da família Mycetopodidae. 


AGRADECIMENTOS 


À colega Vera Lúcia Lopes Pitoni pela coleta dos exemplares de Mycetoboda legumen no 
Arroio da Manteiga, São Leopoldo. 

Às colegas Lia Martau e leti Ungareti, pela pronta identificação do material de algas 
encontrado no estômago dos espécimes de M. /egumen, em estudo. 

Ao prof. Luis Martins pela análise dos sedimentos. 


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(44):32-49, 6fig. 


TABELA II - Granulometria das amostras de sedimento dos locais de coleta e 
do aquärio: 


Locais 
Tamanho ARROIO F 
grãos % MANTEIGA RIO GUAÍBA AQUÁRIO MCN 


Cascalho 

(seixo peg.) == — 14,5 
Cascalho 

(grânulos) — — 74,8 
Areia 

muito grossa = = 10 
Areia 

grossa 9 0,8 0,9 
Areia 

media 26,2 0,4 = 
Areia 

fina 49 3,7 = 
Areia 
muito fina 13,7 70.6 .— 


Silte 2,6 = 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen... 51 


TABELA III - Medidas e índices das conchas de 33 exemplares de M. le- 
gumen’ 


aa pp u nn. 


Lotes Comprimento Altura Comprimento ICU IAM 
da valve do umbo 

MCN 371 715) ZU 18 24 36 

2333 66 24 18 Zi 36 

3002 90 32 21 23 36 

4107 95 34 22 23 36 

81 30 21 26 e 

76 29 20 26 38 

92 34 23 25 37 

88 33 23 26 37 

90 32 21 23 36 

103 35 23 22 34 

103 39 26 25 38 

103 40 25 24 39 

86 31 23 27 36 

86 30 24 28 35 

2 31 2) 72) 34 

81 2 20 25 36 

4130 DE) 34 23 25 37 

90 32 22 24 36 

4159 112 42 31 28 37 

118 42 30 25 36 

91 31 26 29 34 

85 30 22 26 35 

92 44 25 27 48 

82 30 22 277 37 

85 30 23 27 33 

2) 32 25 27 34 

97 36 24 25 37 

90 34 23 26 37 

94 35 26 28 37 

90 32 23 26 36 

4413 69 28 17 25 41 

65 24 16 25 37 

MCPP 679 64 23 18 28 36 


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52 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR, M.C.D. 


ABREVIATURA DAS FIGURAS 

A — Änus. 

AC — Anel circular. 

ACDD — Abertura comum para os ductos dos divertículos digestivos 
do lado direito. 

ACDE — Abertura comum para os ductos dos divertículos digestivos 
do lado esquerdo. 

AE — Abertura exalante. 

AI — Abertura inalante. 

AP — Área pigmentada. 

AS — Area de seleção (AS, AS3, AS7). 

ASA — Abertura supra-anal. 

B — Boca 

BE — Bolso esquerdo. 

C — Concha. 

CD — Ceco dorsal. 

CO — Cone. 

DI — Diafragma. 

DA — Dobra anterior. 

DBE — Demibrânquia externa. 

DBI — Demibrânquia interna. 

DO — Depressões ovais. 

E — Esôfago. 

EC — Estilete cristalino. 

EG -— Escudo gástrico. 

EL — Expansão lateral esquerda. 

EST — Estômago. 

G — Gönadas. 

GD — Glândula digestiva. 

I — Intestino (14, 12, 13). 

I & SE — Intestino associado ao saco do estilete. 

E — Ligamento. 

LI — Lobo interno do manto. 

EP — Linha paleal. 

M — Manto. 

MAA — Müsculo adutor anterior. 

MAP — Müsculo adutor posterior. 

MAR — Marsüpio. 

MRP — Müsculo retrator do pé. 

OK — Órgão de Keber. 

B — Pe. 

PA — Papila anal. 

PE — Pericärdio. 

PL — Palpos labiais. 


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Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen... 


R — Reto. 

RI — Rim (= neftidio) 

SR — Sulco de rejeição. 

di — Tiflossole menor. 

TE — Tentáculos. 

TM — Tiflossole maior. 

U — Umbo. 

VV — Válvula do ventrículo cardíaco. 


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54 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR, M.C.D. 


Figura 1: Graficação das medidas do comprimento pela altura das valves de 
33 exemplares. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


Morfologia, histologia e ecologia de Mycezopoda legumen... 55 


X=COMPRIMENTO VALVE EM mm 


VALVE EM mm 


Y= ALTURA 


120 


Figura 1 


o 
o 
“+ 
w 


o 5 Ee q o er o o t#Nfs 
= + = + = 8 o E o = E aq qu 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


56 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR ,M.C. D. 


Figura 2: Graficação das medidas do comprimento da valve pelo com- 
primento do umbo de 33 exemplares. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


Morfologia, histologia e ecologia de Mycezopoda legumen... 57 


X=COMPRIMENTO VALVE EM mm 
Y=COMPRIMENTO UMBO EM mm 


z 


Figura 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


58 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR, M:C.D. 


Figura 3: Morfologia do corpo de M. /egumen, retiradas a valve e o manto 
do lado esquerdo. As setas indicam as correntes ciliares. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen... 


wol 


NUAS a) 2 
> TIERE 


ur ERREI DALI UT 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16, jun. 1978 


60 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR, M.C.D. 


Figura 4: Esquema da estrutura das pregas dos palpos labiais com as respec- 
tivas correntes ciliares indicadas por setas. 


Figura 5: Esquema da demibrânquia interna mostrando a posição do 
marsüpio. A região mais afilada é a posterior. 


Figura 6: Representação esquemática das correntes ciliares existentes sobre a 
superfície interna do lobo direito do manto. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen... 


61 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


62 VEITENHEIMER, 1. L. & MANSUR,M.C.D. 


Figura 7: Vista interna do esôfago e estômago, abertos dorsalmente. Está 
representada apenas a parede posterior do esôfago, tendo 
sido retirada a anterior. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen... 


—_ —-m—rJMJMJIJorrÃrÃJÃJÃã%ãs 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


64 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR, M.C.D. 


Figura 8: Trato digestivo destacando-se as três porções distintas do intesti- 
no propriamente dito (ly porção proximal, associada ao saco do 
estilete, 12 porção mediana lisa e 13 porção terminal com tiflossole). 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen... 65 
Ea A ii eia mm ga ame O 


Figura 8 


DBI 


1} 


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66 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR, M.C.D. 


Figura 9: Corte histológico transversal da porção inferior do pé, mostrando 
as pequenas vesículas com lümen ciliado (indicadas pelas 
setas), junto ao epitélio. 


Figura 10: Corte frontal dos palpos labiais do lado esquerdo, mostrando o 
perfil das pregas com os tufos de cílios na superfície. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen... 


FIG. IO 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


68 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR,M.C. D. 


Figura 11: Corte frontal da porção anterior da demibrânquia interna, 
encaixando-se entre o par esquerdo dos palpos labiais. Acima 
vê-se o manto. 


Figura 12: Corte transversal da porção bem posterior da massa visceral, con- 
tendo parte das gônadas femininas em baixo, e masculinas, em cı- 
ma, à direita do observador. 


IHERINGIA, Set. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


Morfologia, histologia e ecologia de Mycetopoda legumen... 6 
ee SENIOR O id o. 


FIG. I2 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


70 VEITENHEIMER, I. L. & MANSUR, M.C.D. 


Figura 13: Conjunto de foliculos da gönada masculina, em corte transversal. 


Figura 14: Conjunto de foliculos da gönada feminina, em corte transversal. 


IHERINGIA; Ser. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


Morfologia, histologia e etologia de Mycetopoda legumen... 


FIG. 14 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):33-71, 16 jun. 1978 


Levantamento dos anfíbios venenosos do Estado 
do Rio Grande do Sul, Brasil. Parte I - Família 
Bufonidae.* 


Cristina Assunção Sirangelo Braun** 


RESUMO 


O presente trabalho é uma contribuição inicial ao conhecimento dos anfíbios venenosos 
do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, no que se refere à família Bufonidae. Constitui-se numa 
relação das seis espécies e subespécies registradas para o Estado, sendo apresentadas também 
observações de caracter biológico, ecológico e zoogeográfico. 


ABSTRACT 


This work is a initial contribution to the knowledge of the poisonous amphibians of the Rio 
Grande do Sul State, Brazil, concerning the Bufonidae family. It's a relation on the six species 
registered to the State, and are also presented biological, ecological: and zoogeographic obser- 
vations. 


INTRODUÇÃO 


O presente artigo foi elaborado com base no estudo de diversas coleções, 
em coletas realizadas e em pesquisa de citações bibliográficas. É a primeira 
tentativa de salientar o que até agora foi registrado para o Rio Grande do Sul, 
sendo importante mencionar que não foi feito o levantamento de todo o 
Estado, faltando ainda regiões nas quais se supõe possa existir fauna- abun- 
dante. Neste trabalho pretende-se fornecer dados iniciais sobre as espécies e 
subespécies de anfíbios venenosos do gênero Bufo, pertencentes à família 
Bufonidae, que existem comprovadamente no Estado. São elas: 

Bufo crucifer henseli LUTZ, 1934, citada entre outros por HENSEL 
(1867), BOULENGER (1885, 1886), BAUMANN (1912), A. LUTZ (1934), 
P. MULLER (1967) e P. BRAUN & C. BRAUN (1976). 

Bufo ictericus ictericus SPIX, 1824, mencionada por HENSEL (1867), COPE 
(1885), BOULENGER (1885, 1886), MIRANDA-RIBEIRO (1926) e P. 
BRAUN & C. BRAUN (1976). 

Bufo granulosus dorbignyi DUMERIL & BIBRON, 1841, registrada por 
HENSEL (1867) e citado também por COPE (1885), BOULENGER (1885, 
1886), MIRANDA-RIBEIRO (1926), A. LUTZ (1934) e P. BRAUN & C. 
BRAUN (1976). 

Bufo granulosus fernandezae GALLARDO, 1957, registrado por GALLAR- 
DO (1974). 


* Aceito para publicação em 04/V/1977. Contribuição FZB n.º 060. 
** Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, 
Rua Cel Vicente, 281 - 6.º andar - Caixa Postal 1188, Porto Alegre, RS, Brasil. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):73-83, 16 jun. 1978 


74 BRAUN, €. A. S. 


Bufo arenarum arenarum HENSEL, 1867, citada por HENSEL (1867), 
'BOULENGER (1885, 1886), MIRANDA-RIBEIRO (1926), CEI (1956) e P. 
BRAUN & C. BRAUN (1976). 

Bufo paracnemis A. LUTZ, 1925, registrada para o RS por C. BRAUN 
(1974). 

Serão usadas neste trabalho as seguintes abreviaturas: MCN-Museu de 
Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul; UFRGS- 
Coleção da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; UNISINOS-Univer- 
sidade do Vale do Rio dos Sinos; RS-Estado do Rio Grande do Sul e BR- 
República Federativa do Brasil. 


RELAÇÃO DAS ESPÉCIES 
Gênero Bufo LAURENTI, 1768 
Bufo crucifer henseli LUTZ, 1934 


Observações: animais de porte médio que preferem viver dentro da mata 
úmida ou em cavernas. No RS foram encontrados, até agora, em apenas cinco 
regiões, ou seja: Litoral, Depressão Central, Encosta Inferior do Nordeste, 
Encosta Superior do Nordeste e Campos de Cima da Serra. Sua reprodução 
ocorre no período compreendido entre o fim do inverno e fim do verão. 


Material examinado: 

BRASIL, Rio Grande do Sul: Cambará do Sul, 11-11-1960, A.C. Azevedo (MCN 1894), 10-IV- 
1962, T. de Lema (MCN 2430), 28-X11-1963 (MCN 2923, MCN 3027); Caxias do Sul, VII-1974, 
T. de Lema (MCN 7435, MCN 7651), 7-IV-1975, S. Scherer (MCN 8352); Farroupilha, 13-XI- 
1960, L. Buckup (MCN 1646, MCN 1647); Torres, 21-11-1966, T. de Lema (MCN 4157); Nova 
Petrópolis, 20-IX-1974, P.C. Braun (MCN 7440, MCN 7441); Canela, 27-11-1959, T. de Lema 
(MCN 1971, MCN 1972, MCN 1974), 21-IV-1973, A. Lise (MCN 5571); São Sebastião do Caí, 
19-11-1955, T. de Lema (MCN 0047); Viamão, 4-X-1956, M. Palová (MCN 1149); Porto 
Alegre, 30-VIII-1955, T. de Lema (MCN 0449), 24-11-1964, A.C. Azevedo (MCN 2531). 


Bufo ictericus ictericus SPIX, 1824 


Observações: esta é a espécie da familia Bufonidae que apresenta mais 
ampla distribuição no RS. São muito abundantes na região dos Campos de 
Cima da Serra, sendo encontrados sob pedras, troncos caídos, porões de casas, 
sob cercas de pedra (taipas) e em diversos outros locais, preferentemente 
úmidos e sombrios. Quando criados em cativeiro alimentaram-se de forma 
variada comendo insetos, minhocas e aceitando muito bem uma dieta a base 
de camundongos (Mus musculus ssp). São extremamente vorazes mas supor- 
tam a falta de alimentos por longos períodos desde que não lhes falte 
umidade. As fêmeas são de maior porte que os machos e diferem, também, 
pela coloração, apresentando geralmente um fundo escuro (preto ou marrom) 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):73-83, 16 jun. 1978 


Levantamento dos anfíbios venenosos... 75 


com manchas amareladas, enquanto os machos raramente apresentam 
manchas e o seu colorido é pardo oliváceo uniforme. Seu período de re- 
produção se estende, do início da primavera ao verão, nas zonas mais quen- 
tes, começando um pouco mais tarde nas zonas frias. Em Porto Alegre, Santa 
Cruz do Sul, Muçum, Gravataí e Canoas foram encontrados exemplares em 
cópula já no mês de agosto. Em Canela, Gramado, São Francisco de Paula e 
Cambará do Sul, foram vistos em cópula apenas de outubro em diante. As 
espécies da família Bufonidae, que maior tamanho atingem no RS, são Bufo 
ictericus ictericus SPIX e Bufo paracnemis LUTZ. 


Material examinado: 

BRASIL, Rio Grande do Sul: Iraí, 18-XI-1975, P. C. Braun (MCN 9105 macho; MCN 9106 
fêmea, MCN 9107 macho, MCN 9108 fêmea, MCN 9109 macho, MCN 9110 
femea, MCN 9111 macho, MCN 9112 fêmea): São Borja, VII-1975, P.C. Braun (MCN 8734 
macho): São Luiz Gonzaga, 21-X-1973, P. C. Braun (MCN 6433 fêmea); Taquara, VIII-1975, T. 
de Lema, (MCN 0029 macho, MCN 0031 macho, MCN 0100 macho, MCN 0376 macho, MCN 
0700 macho), 29-11-1974, P.C. Braun (MCN 6434 fêmea, MCN 6435 fêmea, MCN 6436 fêmea, 
MCN 6472 fêmea, MCN 6473 fêmea); Veranópolis, 23-11-1962, C. Araújo (MCN 2019, MCN 
2020, MCN 2021, jovens); Flores da Cunha, 19-11-1973, T. de Lema (MCN 5530 jov.), 28-IX- 
1975, T. de Lema (MCN 9002 fêmea, MCN 9003 f&mea); Cambará do Sul, 14-11-1960, A.C. 
Azevedo (MCN 1591 fêmea, MCN 1610 macho, MCN 1641 macho, MCN 1642 fêmea), 4-XI- 
1962, T. de Lema (MCN 2420 macho, MCN 2421 macho, MCN 2422 macho, MCN 2423 
macho, MCN 2424 fêmea, MCN 2425 fêmea, MCN 2426 fêmea, MCN 2427 fêmea), 29-XII- 
1963, T. de Lema (MCN 2601 macho, MCN 2618 macho, MCN 2624 macho, MCN 2634 fêmea, 
MCN 3008 jov., MCN 3009 fêmea, MCN 3011 fêmea, MCN 3013 jov., MCN 3015 fêmea, MCN 
3017 macho, MCN 3019 fêmea, MCN 3022 fêmea), 30-XI-1974, P.C. Braun (MCN 8521 jov.); 
Bossoroca, 6-VIII-1974, P.C. Braun (MCN 7268 macho, MCN 7269 macho, MCN 7270 macho): 
Bento Gonçalves, VIII-1960, Funcionário da SEC (MCN 1612 macho): Caxias do Sul, 29-XII- 
1958, A.C.; Azevedo (MCN 1448 macho), 9-XII-1973, P.C. Braun (MCN 6421, MCN 6422, 
MCN 6423, jovens), 2-VI-1974, T. de Lema (MCN 8432, MCN 8433, jovens); Farroupilha, II- 
1958, A. Gonçalves (MCN 1474 fêmea); Garibaldi, 12-X-1975, T. de Lema (MCN 9028 macho, 
MCN 9029 macho, MCN 9030 macho, MCN 9031 macho MCN 9032 macho); Muçum, 30 VIII- 
1975, F. Silva (MCN 8864 macho, MCN 8865 fêmea): Nova Petrópolis, 22-XII-1971, P.C. 
Braun (MCN 4572 a MCN 4581, jovens, MCN 4638 jov.), 7-IV-1973, P.C. Braun (MCN 5548 
macho), 20-IX-1974, P.C. Braun (MCN 7442 macho, MCN 7443 jov. MCN 7445 macho, MCN 
7446 macho, MCN 7447 fêmea, MCN 7448 fêmea); Torres, 31-X-1963, T. de Lema (MCN 2635 
fêmea, MCN 2636 fêmea. MCN 2641 macho, MCN 2648 fêmea): Gramado, 1-1961, G. 

Hoffmann (MCN 1625 fêmea); Canela, 19-X-1974, P. C. Braun (MCN 7533 macho); São . 
Francisco de Paula, II-1956, L. Buckup (MCN 0848 macho, MCN 0849 macho), 11-111-1956, 
T. de Lema (MCN 0906 fêmea, MCN 0915 macho, MCN 0987 fêmea, MCN 0988 macho, MCN 
0990 fêmea, MCN 0991 fêmea, MCN 0992 fêmea, MCN 0993 fêmea), 1-1964, L. Serrano (MCN 
3087 macho), 21-1-1973, T. de Lema (MCN 5444 fêmea), 5-V-1974, R. de Lema (MCN 7432 
fêmea, MCN 7433 fêmea, MCN 7434 fêmea), 18-X-1974, P.C. Braun (MCN 7527 jov., MCN 
7528 jov., MCN 7529 macho), 18-X-1974, C.S. Braun (MCN 7988 fêmea, MCN 7989 macho, 
MCN 7990 fêmea, MCN 7991 jov., MCN 7992 jov., MCN 7993 fêmea, MCN 7994 jov., MCN 
7995 jov., MCN 7996 jov.), 15-11-1975, P.C. Braun (MCN 8247 jov.), 4-V-1975, P.C. Braun 
(MCN 8376 jov.); Lajeado, 22-VIII-1971, P.C. Braun (MCN 4451 fêmea), 20-IV-1974, P. C. 
Braun (MCN 7430 macho, MCN 7431 fêmea); Santa Maria, 15-IX-1973, P. C. Braun (MCN 
5814 macho); Rolante, 15-VII-1974, C. Hartlieb (MCN 3031 macho, MCN 3032 macho): 
Canoas, VII-1955, R. Riet Correa (MCN 0502 fêmea, MCN 0503 macho, MCN 0504 macho); 
Santa Cruz do Sul, 4-X-1973, C. Ribeiro (MCN 5900 fêmea, MCN 5901 macho, MCN 5902 
macho), 30-VIII-1974, P.C. Braun (MCN 7436 fêmea, MCN 7437 macho, MCN 7438 macho, 
MCN 7439 macho, MCN 7658 fêmea); Campo Bom, VII-1970, P.C. Braun (MEN 4221 fêmea, 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):73-83, 16 jun. 1978 


MCN 4229 macho, MCN 4236 macho, MCN 4262 fêmea), V-1971, P.C. Braun (MCN 4264 
fêmea, MCN 4270 macho, MCN 4311 macho), 26-VIII-1971, P.C. Braun (MCN 4414 macho), 
VIIl-1971, P.C. Braun (MCN 4452 macho, MCN 4455 fêmea, MCN 4465 macho, MCN 4466 
fêmea); Sapiranga, 5-X11-1973, E. Littke (MCN 6265 macho, MCN 6266 fêmea, MCN 6267 
macho), IV-1976, S. Scherer (MCN 8476 fêmea, MCN 8477 fêmea); Caçapava do Sul, 1.°-XI- 
1975, P.C. Braun (MCN 9133 macho, MCN 9134 macho, MCN 9135 macho); Gravataí, IX 
1966, P.C. Braun (MCN 3700 jov., MCN 3701 jov., MCN 3986 fêmea), 18-VI-1975 (MCN 8468 
fêmea, MCN 8469 fêmea); Porto Alegre, VII-1955, R. Correa (MCN 0347 macho), 26-X1-1955, 
C. Portal (MCN 0623 fêmea), 18-IV-1956, T. de Lema (MCN 0988 macho), 16-VI-1962, C. 
Hartlieb (MCN 2070 jov.), 28-VIII-1963; J. J. Santos (MCN 2417 fêmea), 22-VI-1965, C.A. 
Brandão (MCN 3163 macho); Gramado, V-1972, J.W. Thomé (MCN 4657 fêmea); Cachoeira 
do Sul, 1.º-X1-1975, P.C. Braun (MCN 10091 macho). 


Bufo-granulosus dorbignyi DUMERIL & BIBRON, 1841 

Observações: sua distribuição geográfica atinge parte da Argentina e do 
Uruguai, penetrando no Rio Grande do Sul, onde foram constatados, até 
agora, em duas regiões, indo desde as areias do Litoral às margens do Oceano 
Atlântico (Torres, Tramandaí, Cidreira) até a Encosta do Sudeste (Pelotas, 
Jaguarão). Em algumas localidades (Porto Alegre, São Leopoldo) mencio- 
nadas por GALLARDO (1974) e noutras constatadas por nós (Bossoroca, 
Montenegro, Viamão, Pelotas, Minas do Butiá, Canoas, Tramandaí e 
Cidreira), ocorrem contatos desta subespécie com a de Bufo granulosus fer- 
nandezae GALLARDO, 1957, havendo o surgimento, como consequência, 
de indivíduos híbridos. 

Sua época de reprodução tem início no fim do inverno. Em Torres 
observou-se o acasalmento no princípio do mês de novembro. É interessante 
salientar a observação que se fez, nessa mesma localidade, de um exemplar 
macho de Bufo granulosus dorbignyi em amplexo sexual com uma fêmea de 
Bufo arenarum arenarum, num local onde ambas as espécies estavam em 
congrassamento sexual. Típico desses sapos é o fato de fazerem covas em 
lugares gramados, onde ficam durante o dia apenas com a cabeça para fora. 
Ao sentirem qualquer aproximação, refugiam-se no fundo das tocas, rea- 
parecendo, geralmente, poucos minutos depois. Podem ser encontradas 
centenas dessas covas num mesmo local. 


Material examinado: 

BRASIL, Rio Grande do Sul: Torres, 3-X-1960, T. de Lema (MCN 1728 fêmea): Osório, Praia 
de Atlântida, 4-1-1976, T. de Lema (MCN 9653 a MCN 9655 machos); Tramandaí, 18-IX-1955, 
R. Correa (MCN 0370, macho), 11-IX-1955, T. de Lema (MCN 0403, fêmea); Tramandaí, Praia 
da Praia da Cidreira, 3-11-1956, T. de Lema (MCN 0823, jovem); São Lourenço do Sul, 25-I- 
1976, P.C. Braun (MCN 9623 macho); Pelotas, 24-IX-1975, P. C. Braun (MCN 9009 jovem, 
MCN 9010 fêmea, MCN 9011 macho, MCN 9012 macho, MCN 9013 a MCN 9017 machos); 
Jaguarão, 30-VII-1975, P.C. Braun (MCN 1146 macho); Santa Vitória do Palmar, 20-25-VII- 
1976, P. C. Braun & S. Scherer (MCN 10597 macho, MCN 10598 fêmea, MCN 10599 a MCN 
10610 machos, MCN 10611 fêmea, MCN 10612 fêmea, MCN 10613 a MCN 10624 machos, 
MCN 10625 fêmea, MCN 10626 macho, MCN 10628 a MCN 10636 machos, MCN 10637 fê- 
mea, MCN 10638 a MCN 10641 machos). 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):73-83, 16 jun. 1978 


Levantamento dos anfíbios venenosos... 27 
Bufo granulosus fernandezae GALLARDO, 1957 


Observações: não difere muito de B. g. dorbignyi, sendo de dimensões 
maiores. GALLARDO (1974) apresentou uma interessante explicação para a 
presença de B. g. fernandezae no RS. Segundo ela, houve a penetração dessa 
subespécie no Estado, através do Rio Uruguai na altura da Província de 
Corrientes, onde o rio é mais estreito. Uma vez ultrapassado o rio, essa 
entidade se aprofundou em território riograndense, atingindo as localidades 
já mencionadas quando tratamos de B. g. dorbignyi. No entanto, sua ver- 
dadeira área de distribuição no RS não foi perfeitamente delineada, podendo 
atingir proporções maiores do que se supõe. 


Material Examinado: 

BRASIL, Rio Grande do Sul: Bossoroca, 1-1967, P.C. Braun (MCN 3112 fêmea); Gravataí, 10- 
VI-1965, P.C. Braun (MCN 3157 fêmea), 16-IX-1965, P.C. Braun (MCN 3274 a MCN 3283 
machos), 22-1X-1965, P.C. Braun (MCN 3461 machos, MCN 3466 machos, MCN 3508 machos, 
MCN 3537 machos, MCN 3547 macho), 13-IX-1966, P.C. Braun (MCN 3639 macho, MCN 
3640 fêmea, MCN 3903 macho, MCN 3916 macho, MCN 3927 macho, MCN 4024 fêmea); 
Cachoeirinha, IX-1966, P.C. Braun (MCN 3647 macho, MCN 3650 macho); Sapucaia do Sul, 
21-X-1975, S. Scherer (MCN 9052 fêmea); Viamão, 30-IX-1956, L. Buckup (MCN 1075 
macho),VII-1960, P.C. Braun (MCN 1832 jovem); Alvorada, II-1964, F. D'Incao (MCN 3095 
macho); Porto Alegre, 11-VIII-1975, P.C. Braun (MCN 0701 macho), 28-VIII-1963, P.C. Braun 
(MCN 2308 fêmea, MCN 2310 macho, MCN 2314 fêmea, MCN 2321 fêmea), 01-1X-1975, PC. 
Braun & N.M. Berger (MCN 4155 macho), 4-X1-1971, P.C. Braun (MCN 4487 fêmea, MCN 
4489 fêmea). 


Bufo arenarum arenarum HENSEL, 1867 


Observações: esta espécie tem distribuição geográfica relativamente 
pequena, aparecendo em abundância em toda a região do Litoral e sendo 
pouco frequente em outras, tais como Campos de Cima da Serra, Encosta do 
Sudeste e Depressão Central. Sua presença vai além das fronteiras do RS, 
sendo comum na região litorânea uruguaia e argentina. GALLARDO (1965), 
estudando uma extensa série de exemplares de Bufo arenarum HENSEL, de 
96 localidades da Argentina, descreveu uma nova subespécie denominada 
Bufo arenarum chaguar. Para a Argentina já eram registradas outras duas 
subespécies, respectivamente Bufo arenarum platensis JIMÉNEZ DE LA 
ESPADA e Bufo arenarum mendocinus PHILIPPI. 

Os indivíduos desta espécie se reúnem aos milhares à beira de pequenas 
lagoas ou charcos de águas paradas, no período de reprodução, nos meses de 
setembro a dezembro e que coincide com a época das chuvas primaveris. 
Essas concentrações são impressionantes, principalmente na zona litorânea, 
onde são mais abundantes e onde o coro de vozes dos machos cantando, gera 
um ruído muito forte. As fêmeas põem milhares de ovos que ficam reunidos 
em cordões gelatinosos de grande comprimento. Os girinos são pretos e 
agrupam-se em grandes quantidades, formando volumosas massas negras na 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):73-83, 16 jun. 1978 


18 BRAUN,C.A.S. 


água. Sua reprodução pode se dar também em águas correntes, desde que 
não muito fortes, fato já observado junto à barragens onde a água está em 
permanente movimento. Proporcionalmente ao corpo dos adultos, os girinos 
são bastante pequenos e ao completar-se a metamorfose, os filhotes saem da 
água aos milhares, com tamanho bastante reduzido. Um fato que chama a 
atenção é a quantidade de filhotes existentes o que dá a entender que pos- 
suam poucos inimigos naturais, talvez devido a serem portadores de veneno. 


BRASIL, Rio Grande do Sul: Cambará do Sul, 29-X11-1963, T. de Lema (MCN 3003 macho, 
MCN 3004 fêmea, MCN 3005 macho, MCN 3007 macho, MCN 3010 macho, MCN 3011 fêmea, 
MCN 3012 macho, MCN 3016 macho); Torres, 6-VII-1955, T. de Lema (MCN 0309 macho), 
10-1X-1956, L. Buckup (MCN 1031 macho), 28-X1-1956, T. de Lema (MCN 1677 macho, MCN 
1680 macho), 3-XI-1960, T. de Lema (MCN 1682 fêmea), 11-1962, F.C. Barlese (MCN 2036 
macho), 1-11-1964, M. Bombin (MCN 2497 fêmea, MCN 2498 fêmea), 2-X1-1963, T. de Lema 
(MCN 2653 fêmea, MCN 2655 macho, MCN 2656 fêmea, MCN 2658 macho, MCN 2661 fêx 
mea, MCN 2665 fêmea, MCN 2667 fêmea, MCN 2673 macho, MCN 2676 fêmea, MCN 2678 
macho, MCN 2691 fêmea), XII-1972, M.F. Teixeira (MCN 5579 fêmea, MCN 5580 macho): 
Osório, 6-1-1963, C. Hartlieb (MCN 2152 fêmea), 15-1-1963, T. de Lema (MCN 2271 fêmea); 
Tramandaí, 17-X1-1954, T. de Lema (MCN 0162 fêmea, MCN 0163 macho), 20-XII— 1955, R. 
Riet Correa (MCN 624 macho, MCN 0629 fêmea), 4-11-1956, T. de Lema (MCN 0797 fêmea, 
MCN 0798 fêmea, MCN 0799 fêmea), 30-I-1961,J. Khun (MCN 1984 macho), 15-1-1963, T. de 
Lema (MCN 2266 fêmea, MCN 2270 fêmea, MCN 2273 fêmea, MCN 2274 fêmea), 11-1964, T. 
de Lema (MCN 2534 fêmea, MCN 2544 fêmea, 11-1965, P.C. Braun (MCN 3113 fêmea), XI- 
1965, (MCN 3581 macho), 23-X11-1972, C.A. S. Braun (MCN 4774 fêmea, MCN 4778 fêmea), 
17-X1-1973, P.C. Braun (MCN 5430 fêmea, MCN 6133 e MCN 6144 jovens, MCN 6243 jov., 
MCN 6248 jov.) I-XII-1973, P.C. Braun (MCN 6268 macho, MCN 6269 macho, MCN 6270 
fêmea, MCN 6271 fêmea, MCN 6272 macho, MCN 6273 macho, MCN 6274 fêmea, MCN 6275 
macho, MCN 6276 fêmea), IX-1974, C.A.S. Braun (MCN 7530 fêmea, MCN 7531 fêmea, MCN 
7532 macho); Viamão, X-1973, T. de Lema (MCN 6084 jov.); Porto Alegre, V-1972, P.C. 
Braun (MCN 4659 fêmea); Tapes, 8-11-1975, C.A.S. Braun (MCN 8365 macho, MCN 8366 
jov., MCN 8367 jov.); Santo Antonio da Patrulha (MCN 10092 macho). 


Bufo paracnemis LUTZ, 1925 


Observações: ampla distribuição geográfica em termos de América do 
Sul, abrangendo vastas áreas brasileiras e diversos países, tais como Chile, 
Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai. Sua ocorrência no RS foi a pouco 
tempo registrada por C. BRAUN (1974) e, engloba por enquanto apenas 
uma pequena faixa do extremo oeste do Estado. Pela descrição do animal, 
bastante característica, feita a nós por elementos residentes em diversas lo- 
calidades onde estivemos coletando, temos a certeza de que brevemente essa 
área de distribuição estará grandemente ampliada no RS. É bastante carac- 
terizado pela presença das glândulas tibiais e devido a seu porte avantajado, 
especialmente nos exemplares de fora do Estado, já que até agora foram 
capturados no RS apenas exemplares de menor porte. Quanto à biologia 
E espécie, no que se refere a exemplares do Estado, nada ainda foi regis- 
trado. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):73-83, 16 jun. 1978 


Levantamento dos anfíbios venenosos... 79 
ever mento Common EI ES O MS 


Material examinado: 
BRASIL, Rio Grande do Sul: Uruguaiana, XI1-1973, P.C. Braun (MCN 6425 fêmea, MCN 


6426 macho, MCN 6427 macho, MCN 6428 macho, MCN 6429 fêmea, MCN 6430 fêmea, MCN 
6431 macho) 


COMENTÁRIOS FINAIS 


De acordo com os dados até agora conseguidos, temos para o RS o regis- 
tro de seis espécies e ou subespécies de anfíbios venenosos da família 
Bufonidae, que são Bufo ictericus ictericus SPIX, 1824, Bufo granulosus 
dorbignyi DUMERIL & BIBRON, 1841, Bufo granulosus fernandezae 
GALLARDO, 1957, Bufo arenarum arenarum HENSEL, 1867, Bufo parac- 
nemis LUTZ, 1925 e Bufo crucifer henseli LUTZ, 1934. O de mais ampla 
distribuição geográfica é Bufo ictericus ictericus e o de menor é Bufo parac- 
nemis. Com exceção desta última espécie citada, as demais são sim- 
pátricas em muitas regiões do Estado. Os municípios de Torres e Porto Alegre 
são exemplos claros dessa afirmativa pois neles são encontradas quatro das seis 
espécies e ou subespécies de Bufo registradas para o RS. Pode-se prever, com 
base na análise do mapeamento das diversas espécies e ou subespécies (Fig. 1) 
que futuramente aumentarão as áreas onde se constatará a simpatria da 
maioria das espécies e ou subespécies do RS. No momento o quadro se 
apresenta, quanto à coexistência das cinco espécies e ou subespécies do gê- 
nero Bufo, do seguinte modo, tomando as Regiões Fisiográficas do Estado 
(FORTES, 1959), como base: 


Região do Litoral: Bufo ictericus ıctericus, Bufo arenarum arenarum, Bufo 
crucifer henseli e Bufo granulosus dorbigny!. 

Região da Depressão Central: Bufo ictericus ictericus, Bufo arenarum are- 
narum, Bufo crucifer henseli e Bufo granulosus fernandezae. 

Região dos Campos de Cima da Serra: Bufo ictericus ictericus, Bufo arenarum 
arenarum e Bufo crucifer henselı. 

Região da Encosta Inferior do Nordeste: Bufo zetericus ictericus, Bufo crucifer 
henseli e Bufo granulosus fernandezae. 

Região da Encosta Superior do Nordeste: Bufo ictericus ictericus e Bufo 
crucıfer henseh. 

Região das Missões: Bufo ictericus ictericus e Bufo granulosus fernandezae. 
Região da Encosta do Sudeste: Bufo arenarum arenarum e Bufo granulosus 
dorbignyi. 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 


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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):73-83, 16 jun. 1978 


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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):73-83, 16 jun. 1978 


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BRAUN,C.A.S. 


Figura n.º 1 — Mapa do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, indicando os 
cípios onde ocorrem as diversas espécies do gênero Bufo con- 


forme relação abaixo: 


IRAI 29 — ALEGRETE 


SÃO LUIZ GONZAGA 


BOSSOROCA 
SÃO BORJA 
VACARIA 32 


BOM JESUS 33 
VERANÓPOLIS 34 
CAMBARÁ DO SUL 35 


SÃO FRANCISCO DE PAULA 36 
FLORES DA CUNHA il 


BENTO GONÇALVES 38 
MUÇUM 39 
FARROUPILHA 40 


CAXIAS DO SUL 41 
GARIBALDI 42 
TORRES 43 
CANELA 44 
GRAMADO 45 
NOVA PETRÖPOLIS 46 
LAJEADO 47 
SÃO SEBASTIÃO DO CAÍ 48 
ROLANTE 
SAPIRANGA 

CAMPO BOM 
TAQUARA 
MONTENEGRO 
SANTA CRUZ DO SUL 
SANTA MARIA 


30 — SÃO LEOPOLDO 
ape 


SANTO ANTÔNIO DA 
PATRULHA 

OSÓRIO 

SAPUCAIA DO SUL 
CACHOEIRA DO SUL 
URUGUAIANA 
CACHOEIRINHA 
CANOAS 

GRAVATAI 
TRAMANDAI 

GUAÍBA 

VIAMÃO 

ALVORADA 

PORTO ALEGRE 
CAÇAPAVA DO SUL 
TAPES 

SÃO LOURENÇO DO SUL 
PELOTAS 


— JAGUARÃO 
49 — SANTA VITÓRIA DO PALMAR 


IHERINGIA, Ser. Zool.,-Porto Alegre (52):73-83, 16 jun. 1978 


Levantamento dos anfíbios venenosos... 83 


A BUFO AFEMARUM ARENARUM 


& auFO CRUCIFER MENSELI 
@ BUFO ICTERICUS ICTERICUS 

O zur0 PaRACMEMIS 

O suro caanuLosus vonmanr! 
E suo cramscosss FERNANDEZAE 


FIG.1 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):73-83, 16 jun. 1978 


EM EXISTE 4 
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A List of Birds of Rio Grande do Sul, Brazil.* 


William Belton** 


ABSTRACT 


This is a list of 575 species of birds which have been recorded as occurring in the state of Rio 
Grande do Sul, Brazil. Brazilian and English names accompany the scientific designation. The 
basis for including each species is noted. Eighty-nine percent of the species listed have been 
observed during a survey of the entire state which began in 1970. 


RESUMO 


Apresenta-se uma lista de 575 espécies de aves registradas dentro do Estado do Rio Grande 
do Sul, Brasil. Os nomes científicos são acompanhados pelos nomes vulgares em português e 
inglês. Oitenta e nove por cento das espécies resultam de observações do autor e de colabora- 
dores, e foram realizadas desde 1970. As restantes foram obtidas através de consultas à bi- 
bliografia, coleções e ornitólogos. 


INTRODUCTION 


Prior to 1970 the avifauna of Brazil's southernmost state had never been 
the subject of methodical study. As a result of a distributional survey which I 
have been making since that time, it is now feasible to present a list of the 
birds of Rio Grande do Sul (RS) with assurance that it is reasonably com- 
plete, both as to historical records and recent occurrences. This is not to say 
that all the species which may occur here have been found. The fact that 
more than sixty new species have been discovered for the first time in the 
state by me and my occasional field companions is the best indication that, as 
the more remote corners of the state are visited periodically by competent 
observers, the present list of 575 species will continue to expand. Never- 
theless, I feel confident that the current list contains all the species of broad 
general occurrence, as well as the vast bulk of those found either in limited 
areas or for short periods during the year. Unfortunately, human persecution 
and changes in habitat have caused a number of species which were recorded 
by early investigators to become rare or extinct at present. This is especially 
true among the hawks and parrots. 

Approximately 89% of the species listed have been collected or observed 
during the course of my survey. For the remainder I have relied on museum 
collections, published sources, or information from qualified ornithologists. 
Collection lists published by IHERING (1899), GLIESCH (1930), and 
CAMARGO (1962) have been of particular value, as has the extensive collec- 
tion made by Emil Kaempfer during 1928-31, now in the American 


* Accepted for publication 2.VI.1977 Based on research sponsored by the Muscu Nacional, Rio de Janeiro, and the 
Smithsonian Institution, Washington, D.C., and with support from the Frank M. Chapman Memorial Fund. 
* Research Collaborator, Smithsonian Institution, Caixa Postal 119, 95670, Gramado, RS, Brasil. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 6 jun. 1978 


86 BELTON, W. 


Museum of Natural History, New York. Briefer visits to the state by orni- 
thologists and collectors such as Snethlage, Ruschi, and Garbe have also 
produced information used here. The visits of Helmut Sick, both prior to 
and during my investigations, have been of special value. As recently as 1966 
he discovered here a species, Cinclodes pabsti (SICK, 1969), previously 
unknown to science. The “Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoo- 
botânica do Rio Grande do Sul”, which has recently reactivated its orni- 
thological section, has also provided source material, as have some smaller 
local museums in the state. 

To maximize the usefulness of this list, both English and Brazilian names 
are given with the scientific name for each species. Brazilian names have 
presented a special problem. No standardized nomenclature for Brazilian 
birds yet exists. People in various parts of Rio Grande do Sul use widely 
different names for the same species. The same name is frequently used for a 
wide variety of birds. The name used in Rio Grande do Sul for a given 
species may be quite different from the name or names used in other parts of 
Brazil. Many species have never had any vernacular name. 

Believing that a distinctive common name for each species would be an 
essential first step for arousing the interest of their compatriots in wild birds, 
a group of Brazilians, Flávio Silva, Renato Petri Leal, Walter Voss, and Kay 
Sallfeld, worked long hours with me to determine from among the choices 
available the most ‘‘correct’’ or the most logical vernacular name for each 
species. Where no vernacular name could be discovered, a descriptive one 
was created. The entire list was checked with Helmut Sick to achieve ma- 
ximum possible coordination between the names on this list and those he is 
using in his forthcoming book, “Aves do Brasil”. 


MATERIAL AND METHODS 


In selecting Brazilian vernacular names our first objective was to find names which do not 
conflict with each other, and which conflict to the minimum extent possible with names used 
elsewhere in Brazil, while retaining Rio Grande do Sul usage. When a choice had to be made 
between two or more commonly used names, our decision was sometimes influenced by the fact 
that one of the names was also popularly used for a second species and would more properly be 
applied to it. In other cases the decision was based on which name would most accurately reflect 
the appearance, habits, habitat, or systematic relationship of the species. These factors also 
governed our creative efforts for hitherto unnamed species, which are marked by =. 

Scientific names, systematic classification, and English names are those used by MEYER DE 
SCHAUENSEE (1966), with the few modifications introduced in MEYER DE SCHAUENSEE 
(1970). 

Species on this list without reference indicators are represented by specimens in my personal 
collection taken in the state since 1970. 

Species marked with O have been recorded since 1970 for what is believed to be the first 
time, but have not been collected. 

For other species not in my collection, information on the most recent known specimen is 
provided by a reference indicator, not in parentheses, to one of the sources in the numbered list 
below. If no specimen is known, but there is a reliable sight record predating 1970, the referen- 
ce indicator is in parentheses. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 6 jun. 1978 


A List of Birds of... 


O + GONE Nm 


Only those species marked with + have not been recorded since 1970. 
Sources of information are as follows: 


Leopoldo, RS. 


. Included 1n catalogue by PINTO (1938) 
. Specimen in collection of ''Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio 


Grande do Sul’’, Porto Alegre, RS. 


SPHENISCIDAE 


+ Eudybtes crestatusl 
+ Eudyptes chrysolophus2 


Spheniscus magellanicus3 
RHEIDAE 

Rhea americana3 
TINAMIDAE 


Tinamus solitarius10 
Crybturellus obsoletus 
Crypturellus noctivagus 
Crybturellus parvirostris 
Crypturellus tataupa 
Rhynchotus rufescens 
Nothura maculosa 


PODICIPEDIDAE 


Podiceps dominicus 
Podiceps rolland 
Podiceps major 
Podilymbus podiceps 


THE LIST 


PINGUINS 


Pingüim-de-penacho- 
amarelo = 
Pingúim-de-testa- 


alaranjada = 
Pingüim-de-Magalhäes = 
EMAS > 

Ema 


INAMBUS, PERDIZES 


Macuco 
Inambuguaçu 
Jaó-do-litoral 
Inambuxororó 
Inambuxintã 
Perdigão 

Perdiz or Codorna 


MERGULHÕES 


Mergulhão-pequeno 


Mergulhão-orelhas-brancas = 


Mergulhão-grande 
Mergulhão 


. Specimen in collection of National Museum of Natural History, Washington, D.C. 
. Specimen in collection of ‘‘Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo 
. Cited in CORY (1918) 
. Included in list of RUSCHI (1956). 

. Included in catalogue by SCLATER (1890). 
. Included in catalogue by PINTO (1944). 


PENGUINS 
Rockhopper Penguin 


Macaroni Penguin 


Magellanic Penguin 
RHEAS 
Greater Rhea 


TINAMOUS 


Solitary Tinamou 
Brown Tinamou 


87 


. Specimen in collection of museum of “Universidade Federal de Pelotas’’, Pelotas, RS. 
. Cited by Helmut Sick, in litt. 

. Included in list of CAMARGO (1962) 
. Included in list of GLIESCH (1930) 

. Cited in WATSON et alii (1971) 

. Specimen in collection of ''Museu Nacional’’, Rio de Janeiro, Brazil. 
. Included in catalogue by SHARPE (1885). 
. Specimen in collection of “Museu de Aves Empalhadas’’’, Camaquã, RS. 
. Included in list of IHERING (1899). 
. Specimen in collection of American Museum of Natural History, New York. 
. Recovery report from records of Bird Banding Laboratory, Laurel, Maryland. 
. Specimen in collection of museum of “Universidade do Vale do Rio dos Sinos’’, São 


Yellow-legged Tinamou 


Small-billed Tinamo 
Tataupa Tinamou 


u 


Red-winged Tinamou 


Spotted Nothura 
GREBES 


Least Grebe 
White-tufted Grebe 
Great Grebe 
Pied-billed Grebe 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 16 jun 


. 1978 


BELTON, W. 


88 A Wo 


DIOMEDEIDA E 


+ Diomedea exulansÓ) 
Diomedea melanophris 
Diomedea chlororhynchos 


PROCELLARIIDAE 


Macronectes giganteus 
Fulmarus glactaloides 
Daption capense 
Pterodroma incerta 

+ Pterodroma mollis) 

+ Pachyptila belcheri® 

+ Adamastor cinereus) 
Procellaria aequinoctialis 
Puffinus diomedea? 
Puffinus gravis 


Puffinus griseus 
Puffinus puffinus 


HYDROBATIDAE 
Oceanites oceanicusá 


PHALACROCORACI- 
DAE 


Phalacrocorax olivaceus 
ANHINGIDAE 
Anhinga anhinga3 
FREGATIDAE 
Fregata magnificens8 
ARDEIDAE 


Ardea cocoi 
Casmerodius albus3 
Egretta thula 
Butorides striatus 
Bubulcus ıbısO 
Syrıgma sibilatrix 
Nycticorax nycticorax 
Nyctanassa violacea# 
Tigrisoma lineatum® 
Tigrisoma fasciatum 
Ixobrychus involucris 
Botaurus binnatus 


CICONIIDAE 


+ 


+ 


Mycteria americana3 
Euxenura maguarı3 


THRESKIORNITHIDAE 


Harpiprion caerulescens 
Theristicus caudatus 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 16 jun. 1978 


ALBATROZES 


Albatroz-errante 
Albatroz-de-sobrancelha = 
Albatroz-de-nariz-amarelo = 


PARDELAS, FURABU- 


XOS, BOBOS 
Pardeläo-gigante = 
Pardeläo-prateado = 
Pomba-do-cabo 
Furabuxo-de-capuz = 
Furabuxo-de-coroa = 
Faigäo 

Pardela-cinza = 
Pardela-preta = 
Bobo-grande = 
Bobo-grande-de-sobre- 
branco = 
Bobo-escuro = 
Bobo-pequeno = 


ALMAS-DE-MESTRE 
Alma-de-mestre 


BIGUÁS 


Biguá 
BIGUATINGAS 
Biguatinga 
TESOURÕES 

TES QUERO 
GARÇAS, SOCÓS 


Garça-moura or Socó-grande 
Garça-branca-grande 
Garça-branca-pequena 
Socozinho 
Garça-vaqueira 
Maria-faceira 

Savacu 
Savacu-de-coroa = 
Socó-boi-verdadeiro = 
Socó-boi-escuro = 
Socoí-amarelo = 
Socó-boi-baio = 


CEGONHAS 


Cabeça-seca 
João-grande 


IBIS 


Maçarico-real 
Curicaca 


ALBATROSSES 


Wandering Albatross 
Black-browed Albatross 
Yellow-nosed Albatross 


FULMARS, 
SHEARWATERS 


Giant Fulmar 
Southern Fulmar 
Cape Petrel 

Hooded Perrel 
Soft-plumaged Petrel 
Slender-billed Prion 
Gray Petrel 
White-chinned Petrel 
Cory’s Shearwater 
Greater Shearwater 


Sooty Shearwater 
Common Shearwater 


STORM-PETRELS 
Wilson's Storm-Petrel 


CORMORANTS 


Neotropic Cormorant 
DARTERS 

Anhinga 
FRIGATEBIRDS 
Magnificent Frigatebird 
HERONS, EGRETS 


White-necked Heron 

Great Egret 

Snowy Egret 

Striated Heron 

Cattle Egret 

Whistling Heron 
Black-crowned Night-Heron 
Yellow-crowned Night-Heron 
Rufescent Tiger-Heron 
Fasciated Tiger-Heron 
Stripe-backed Bittern 
Pinnated Bittern 


STORKS 


Wood Stork 
Maguari Stork 


IBISES 


Plumbeous Ibis 
Buff-necked Ibis 


A List of Birds of... 89 


+ Mesembrinibis 
cayennensis(2) 
Phimosus infuscatus 


Plegadis chihi 

Ajaia ajaja3 
PHOENICOPTERIDAE 
Phoenicopterus chilensisê 
ANHIMID A E 

Chauna torquata 


ANATIDAE 


Dendrocygna bicolor 
Dendrocygna viduata 
Coscoroba coscoroba 
Cygnus melancoryphuslO 
Anas flavirostris 
Anas sibilatrix3 

+ Anas bahamensis® 
Anas georgica3 
Anas versicolör 
Anas discorsll 

+ Anas cyanoptera3 

+ Anas plataleas 
Anas leucophrys 
Netta peposaca 
Amazonetta brasiliensis? 
Sarkidiornis melanotos12 
Cairina moschatas 
Oxyura vittata 
Oxyura dominica® 
Heteronetta atricapailla 


CATHARTIDAE 


Sarcoramphus papa\2) 
Coragyps atratus4 
Cathartes auraé 
Cathartes burrovianuso 


ACCIPITRIDAE 


Elanus leucurus3 
Elanoides forficatus3 
+ Leptodon cayanensis9 
Harpagus diodon9 

Ictinea plumbea 
Rostrhamus sociabilis 
Accipiter bicolor! 3 


+ Accipiter poliogasterá 
Accipiter striatus 
Geranoaetus melanoleucus# 
Buteo albicaudatus13 
Buteo swainsoni? 


Corocoró 


Maçarico-de-cara-pelada or 
Chapéu-velho 
Maçarico-preto 

Colhereiro 


FLAMINGOS 
Flamingo 

TACHÄS 

Tachã. 

CISNES, MARRECAS 


Marreca-caneleira 
Marreca-piadeira or Irerê 
Capororoca 
Cisne-de-pescoço-preto 
Marreca-pardinha 
Marreca-oveira = 
Marreca-toicinho 
Marreca-parda 
Marreca-cricri 
Marreca-de-asa-azul = 
Marreca-colorada = 
Marreca-colhereira 
Marreca-coleira = 
Marrecão 
Marreca-pé-vermelho 
Pato-de-crista 
Pato-do-mato 
Marreca-pés-na-bunda 
Marreca-bico-roxo = 
Marreca-de-cabeça-preta = 


URUBUS 


Urubu-rei 
Urubu-de-cabeça-preta 
Urubu-de-cabeça-vermelha 
Urubu-de-cabeça-amarela = 


GAVIÕES 


Gavião-peneira 
Gavião-tesoura 
Gavião-de-cabeça-cinza = 
Gaviäo-bombachinha = 
Sovi 
Gavião-caramujeiro 
Gavião-bombachinha- 
grande = 
Tauató-pintado 
Gaviãozinho 
Águia-chilena 
Gavião-de-rabo-branco = 
Gavião-papa-gafanhoto = 


Green Ibis 
Bare-faced Ibis 


White-faced Ibis 
Roseate Spoonbill 


FLAMINGOS 
Chilean Flamingo 
SCREAMERS 
Southern Screamer 
SWANS, DUCKS 


Fulvous W histling-Duck 
White-faced Whistling-Duck 
Coscoroba Swan 
Black-necked Swan 
Speckled Teal 

Southern Wigeon 
Whtte-cheeked Pintail 
Yellow-billed Pintail 
Silver Teal 

Blue-winged Teal 
Cinnamon Teal 

Red Shoveler 

Ringed Teal 

Rosy-billed Pochard 
Brazilian Duck 

Comb Duck 

Muscovy Duck 

Lake Duck 

Masked Duck 
Black-headed Duck 


AMERICAN VULTURES 


King Vulture 

Black Vulture 

Turkey Vulture 

Lesser Yellow-headed Vulture 


HAWKS, EAGLES 


White-tailed Kite 
Swallow-tailed Kite 
Gray-headed Kite 
Rufous-thighed Kite 
Plumbeous Kite 
Snail Kite 

Bicolored Hawk 


Gray-bellied Hawk 
Sharp-shinned Hawk 
Black-chested Buzzard-Eagle 
White-tailed Hawk 
Swainson's Hawk 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 16 jun. 1978 


90 


BELTON, W. 


Buteo magnirostris 
Buteo leucorrhous13 
Buteo brachyurusf 
Parabuteo unicinctusO 

+ Leucopternis polionota9 
Heterospizias meridionalisá 
Buteogallus urubitinga 

+ Harpyhaliaetus coronatusá 

+ Morphnus guianensis? 

+ Harpia harpyjal4 
Spizastur melanoleucus9 

+ Spizaetus ornatusl3 
Spizaetus tyrannusá 
Circus cinereus4 
Circus buffoni 


Geranospiza caerulescensá 
PANDIONIDAE 
Pandion haliaetus 
FALCONIDAE 


Herbetotheres cachinnanso 
+ Micrastur semitorquatuso 
Micrastur ruficollis 
Milvago chimachima 
Milvago chimango 
Polyborus plancus 
Falco peregrinuso 
+ Falco deiroleucus? 
Falco femoralıs3 
Falco sparverius 


CRACIDAE 


Ortalis guttata 
Penelope obscura 
+ Penelope superciliaris9 
+ Pipile jacutinga3 


PHASIANIDAE 
Odontophorus capueira® 
ARAMIDA E 
Aramus guarauna 


RALLIDAE 


Rallus sanguinolentus 
Rallus nigricans 

Rallus maculatus 
Aramides cajanea 
Aramides ypecaha 
Aramides saracura 
Porzana albicollis3 
Laterallus melanophaius 
Laterallus leucopyrrhus 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):85-102,16 jun. 1978 


Gaviäo-cärijö 
Gaviäo-de-sobre-branco = 
Gaviäo-de-rabo-curto = 
Gaviäo-asa-de-telha = 
Gavião-pombo-branco 
Gavião-caboclo 
Gavião-preto 
Águia-cinzenta 
Uiraçu-falso 
Gavião-real 
Gavião-pato 
Gavião-penacho 
Gavião-pega-macaco 
Gavião-cinza = 
Gavião-do-mangue 
Gavião-perhilongo = 


ÁGUIAS-PESCADORAS 
Águia-pescadora 
FALCÕES, CARACARÁS 


Acauã 

Gavião-relógio 
Gavião-caburé 

Carrapateiro 

Chimango 

Caracará 

Falcão-peregrino 
Falcão-de-peito-vermelho = 
Falcão-de-coleira 
Quiriquiri 


ARAQUÄS, JACUS 


Araquä 

Jacu-acu 

Jacu-velho ou Jacubemba 
Jacutinga 


URUS 
Uru 
CARÖES 
Caräo 


SARACURAS, 
FRANGOS-D’AGUA 


Saracura-do-banhado 
Saracura-sanä 
Saracura-carijó = 

Três-potes 

Saracuruçu 
Saracura-do-brejo 
Sanã-carijó = 
Pinto-d'água-comum 
Pinto-d'água-avermelhado = 


Roadside Hawk 
White-rumped Hawk 
Short-tailed Hawk 
Bay-winged Hawk 
Mantled Hawk 
Savanna Hawk 

Great Black Hawk 
Crowned-Eagle 
Crested Eagle 

Harpy Eagle 
Black-and-white Hawk-Eagle 
Ornate Hawk-Eagle 
Black Hawk-Eagle 
Cinereous Harrier 
Long-winged Harrier 
Crane Hawk 


OSPREYS 

Osprey 

FALCONS, CARACARAS 
Laughing Falcon 


‚Collared Forest-Falcon 


Barred Forest-Falcon 
Yellow-headed Caracara 
Chimango Caracara 
Crested Caracara 
Peregrine Falcon 
Orange-breasted Falcon 
Aplomado Falcon 
American Kestrel 


CHACHALACAS, GUANS 


Speckled Chachalaca 
Dusky-legged Guan 
Rusty-margined Guan 
Black-fronted Piping-Guan 


QUAILS 

Spot-winged Wood-Quail 
LIMPKINS 

Limpkin 


RAILS, GALLINULES, 
COOTS 


Plumbeous Rail 

Blackish Rail 

Spotted Rail 
Gray-necked Wood-Rail 
Giant Wood:Rail 
Slaty-breasted Wood-Rail 
Ash-throated Crake 
Rufous-sided Crake 
Red-and-white Crake 


A List of Birds of,... 91 


+ Coturnicops notatalO 
Porphyriops melanops 
Gallinula chloropus 
Porphyrula martinica 
Fulica armillata 
Fulica leucoptera 
Fulica rufifrons 


CARIAMIDAE 


Cariama cristata8 


JACANIDAE 
Jacana jacana 


ROSTRATULIDAE 
+ Nycticryphes semicollarisl6 


HAEMATOPODIDAE 
Haematopus balliatus . 


CHARADRIIDAE 


Vanellus chilensis 
Pluvialis squatarola 
Pluvialis dominica 
Charadrius semipalmatus 
Charadrius falklandicus 
Charadrius collarıs 
Zonibyx modestus 


Oreopholus ruficollis 


Arenaria interpres3 


SCOLOPACIDAE 


Tringa solitaria 
Tringa flavipes 
Tringa melanóleuca 


Actitis macularia3 

Catoptrophorus 
semipalmatus 

Calidris canutus 


Calidris bairdii 

Calidris fuscicollis 
Caltdris melanotos 
Calidris alba 
Micropalama himantobus 
Tryngites subruficollis 
Bartramia longicauda 


Pinto-d'água-pintalgado = 
Frango-d'água-carijó = 
Galinhola ou Frango-d'água 
Frango-d'água-azul 
Carqueja-de-bico-maculado = 
Carqueja-de-bico-amarelo = 
Carqueja-de-escudo-roxo = 


SERIEMAS 


Seriema 


JACANÄS 
Jaçanã 


NARCEJAS—DE—BICO- 
TORTO 


Narceja-de-bico-torto 


PIRU-PIRUS 
Piru-piru 


QUERO-QUEROS, 
BATUIRAS 


Quero-quero 
Batuiruçu-de-axila-preta = 
Batuiruçu 
Batuíra-norteamericana = 
Batuíra-de-coleira-dupla = 
Batuíra-de-coleira = 
Batuíra-de-peito- 
avermelhado = 
Batuíra-de-papo- 
ferrugíneo = 
Vira-pedra 


MAÇARICOS, 
NARCEJAS 


Maçarico-solitário = 
Maçarico-perna-amarela = 
Maçarico-grande-perna- 
amarela = 
Maçarico-pintado = 
Maçarico-de-asa-branca = 


Maçarico-de-papo- 
vermelho = 
Maçarico-de-bico-fino = 
Maçarico-de-sobre-branco = 
Maçarico-de-colete = 
Maçarico-branco = 
Maçarico-pernilongo = 
Maçarico-acanelado = 
Maçarico-do-campç 


Speckled Crake 
Spot-flanked Gallinule 
Common Gallinule 
Purple Gallinule 
Red-gartered Coot 
White-winged Coot 
Red-fronted Coot 


SERIEMAS 
Red-legged Seriema 


JACANAS 
Wattled Jacana 
PAINTED-SNIPES 


South American Painted- 
Snipe 


OYSTERCATCHERS 
American Oystercatcher 


LAPWINGS, PLOVERS 


Southern Lapwing 
Black-bellied Plover 
American Golden Plover 
Semipalmated Plover 
Two-banded Plover 
Collared Plover 
Rufous-chested Dotterel 


Tawny-throated Dotterel 


Ruddy Turnstone 
SANDPIPERS, SNIPES 


Solitary Sandpiper 
Lesser Yellow-legs 
Greater Yellow-legs 


Spotted Sandpiper 
Willet 


Red Knot 


Baird's Sandpiper 
White-rumped Sandpiper 
Pectoral Sandpiper 
Sanderling 

Stilt Sandpiper 
Buff-breasted Sandpiper 
Upland Sandpiper 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 16 jun. 1978 


Limosa haemastica 
Gallinago gallinago 
Gallinago undulata3 


RECURVIROSTRIDAE 
Himantobus himantopus 
PHALAROPODIDAE 
Steganopus tricolor 
CHIONIDIDAE 

Chionis alba 
STERCORARIIDAE 


Catharacta skua 
Stercorarius parasiticus 


LARIDAE 


Larus dominicanus 
Larus cirrocephalus!5 
Larus maculipenris 
Phaetusa simplex 
Gelochelidon nilotica 
Sterna hirundinacea 
Sterna hirundoll 
Sterna baradisaeal> 
Sterna trudeaui 


Sterna superciliaris 
Sterna maxima 
Sterna eurygnatha 


RYNCHOPIDAE 
Rynchops nigra3 
COLUMBIDAE 


Columba liviao 
Columba picazuro 
Columba maculosa 
Columba cayennensis 
Columba plumbealO 
Zenaida auriculata 
Columbina talbacoti 
Columbina picui 
Scardafella squamatao 
Leptotila verreauxi 
Leptotila rufaxilla 
Geotrygon montana 


PSITTACIDAE 


+ Ara maracanalO 
Aratinga leucophthalmuslO 


Maçarico-de-bico-virado = 
Narceja - 
Narcejão 


PERNILONGOS 
Pernilongo 
PISA-N'ÁGUAS 
Pisa-n'água = 
POMBAS-ANTÁRTICAS 


Pomba-antártica = 


GAIVOTAS-RAPINEIRAS 


Gaivota-rapineira-grande 
Gaivota-rapineira-comun 


GAIVOTAS, TRINTA- 
REIS 


Gaivotäo 
Gaivota-de-cabeca-cinza = 
Gaivota-maria-velha 
Trinta-reis-grande 
Trinta-réis-de-bico-preto = 
Trinta-réis-de-bico-vermelho 
Trinta-réis-boreal = 
Trinta-réis-ártico = 
Trinta-réis-de coroa- 
branca = 
Trinta-réis-anão 
Trinta-réis-real = 


- Trinta-réis-de-bico-amarelo 


TALHA-MARES 
Talha-mar 
POMBOS, ROLAS 


Pombo doméstico 
Asa-branca or Pombão 
Pomba-do-orvalho 
Pomba-galega 
Pomba-amargosa 
Pomba-de-bando 
Rolinha-roxa 
Rolinha-picuí 
Fogo-apagou 
Juriti-pupu 
Juriti-gemedeira 
Pariri 


PERIQUITOS, 
PAPAGAIOS 


Maracanä 
Maracanä-malhada 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 16 jun. 1978 


92 BELTON, W 


Hudsonian Godwit 
Common Snipe 
Giant Snipe 


STILTS 
Common Stilt 


PHALAROPES 


.Wilson‘s Phalarope 


SHEATHBILIS 
Snowy Sheathbill . 
SKUAS, JAEGERS 


Great Skua 
Parasitic Jaeger 


GULLS, TERNS 


Kelp Gull 
Gray-hooded Gull 
Brown-hooded Gull 
Large-billed Tern 
Gull-billed Tern 
South American Tern 
Common Tern 

Arctic Tern 
Snowy-crowned Tern 


Yellow-billed Tern 
Royal Tern 
Cayenne Tern 


SKIMMERS 
Black Skimmer 
PIGEONS, DOVES 


Rock Dove 

Picazuro Pigeon 
Spot-winged Pigeon 
Pale-vented Pigeon 
Plumbeous Pigeon 
Eared Dove 

Ruddy Ground-dove 
Picui Ground-dove 
Scaled Dove 
White-tipped Dove 
Gray-fronted Dove 
Ruddy Quail-Dove 


PARAKEETS, 
PARROTS 


Blue-winged Macaw 
White-eyed Parakeet 


A List of Birds of... 


Pyrrhura frontalis 
Myiopsitta monachus 

+ Forpus xanthopterygiusf 
Pionopsitta pileata3 
Pionus maximilianı 
Amazona pretrei3 

+ Amazona brasiliensis? 

+ Amazona aestiva(9) 
Amazona vinacea 
Triclaria malachitacea 


CUCULIDAE 


Coccyzus cinereus 
Coccyzus americanus 


Coccyzus melacoryphus 
Pıaya cayana 

Crotophaga major 
Crotobhaga ant 

Guira guira 

Tapera naevia 
Dromococcyx phastanellus 


TYTONIDAE 
Tyto alba 
STRIGIDAE 


Otus cholıba 

Orus atricapillus 
Bubo virginianus 
Pulsatrix perspicillata 
Glaucidium brasilianum 
Speotyto cunicularia 
Ciccaba virgataé 
Strix hylophila 
Rhinoptynx clamator 
+ Asıo stygiusl3 

Asıo flammeus3 
Aegolius harrisiil 7 


NYCTIBIIDA E 


Era 


+ 


Nyctibius griseus 
CAPRIMULGIDAE 


Lurocalis semitorguatus# 
Chordeiles acutipennis4 
Chordeiles minor 
Podager nacunda 
Nyctidromus albicollis 
Caprimulgus rufusi3 
Caprimulgus longirostriso 
Caprimulgus parvulus 
Hydropsalis brasiliana 


+ 


Tiriba-de-testa-vermelha 
Caturrita 

Tuim 

Cuiu-cuiu 
Maitaca-bronzeada 
Charão 
Papagaio-de-cara-roxa 
Papagaio-verdadeiro 
Papagaio-peito-roxo 
Sabiä-cica 


PAPA-LAGARTAS, ANUS 


Papa-lagarta-cinzento = 

Papa-lagarta-norte- 
americano = 

Papa-lagarta-verdadeiro 

Alma-de-gato 

Anu-coroca 

Anu-preto 

Anu-branco 

Saci 

Peixe-frito-verdadeiro 


CORUJAS-DE-IGREJA 
Coruja-de-igreja 
CORUJAS 


Corujinha-do-mato 
Corujinha-sapo 
Jacurutu 
Murucututu 
Cabure 
Coruja-do-campo 
Coruja-do-mato = 
Coruja-listrada = 
Coruja-orelhuda 
Mocho-diabo 
Mocho-dos-banhados = 
Caburé-acanelado = 


URUTAUS 
Urutau 


BACURAUS 


Tuju 

Bacurau-asa-fina = 
Bacurau-norteamericano = 
Corucão 

Bacurau 

João-corta-pau 
Bacurau-da-telha = 
Bacurau-pequeno = 
Bacurau-tesoura 


93 


Reddish-bellied Parakeet 
Monk Parakeet 
Blue-winged Parrotlet 
Red-capped Parrot 
Scaly-headed Parrot 
Red-spectacled Parrot 
Blue-cheeked Parrot 
Turquoise-fronted Parrot 
Vinaceous-breasted Parrot 
Blue-bellied Parrot 


CUCKOOS 


Ash-colored Cuckoo 
Yellow-billed Cuckoo 


Dark-billed Cuckoo 
Squirrel Cuckoo 
Greater Ani 
Smooth-billed Ani 
Guira Cuckoo 
Striped Cuckoo 
Pheasant Cuckoo 


BARN OWLS 
Barn Owl 
OWLS 


Tropical Screech-Owl 
Long-tufted Owl 
Great Horned Owl 
Spectacled Owl 
Ferruginous Pygmy-Ow!] 
Burrowing Owl 
Mottled Owl 
Rusty-barred Owl 
Striped Owl 

Stygian Owl 
Short-eared Owl 
Buff-fronted Owl 


POTOOS 
Common Potoo 


NIGHTJARS, 
NIGHTHAWKS 


Semi-collared Nighthawk 
Lesser Nighthawk 
Common Nighthawk 
Nacunda Nighthawk 
Pauraque 

Rufous Nightjar 
Band-winged Nightjar 
Little Nightjar 
Scissor-tailed Nightjar 


IHERINGIA, Ser. Zopl., Porto Alegre (52):85-102, 16 jun. 1978 


BELTON, W. 


EU E PRE E O a tn o 


+ Macropsalis creagralO 
Eleothreptus anomalus(13) 


APODIDA E 


Streptoprocne zonaris 
Streptobrocne biscutata 
Cypseloides fumigatus 
Chaetura cinereiventriso 
Chaetura andre:3 


TROCHILIDAE 


Ramphodon naeviusá 
Phaethornis eurynome 
Eupetomena macroural8 
Melanotrochilus fuscus14 


+ 


+ 


Colibri serrirostris18 
Anthracothorax nigricollis18 
Stebhanoxis lalandi 
Lophornis magnifical8 
Chlorostilbon aureoventris 
Thalurania glaucopis 
Hylocharis chrysura 
Leucochloris albicollis 
Amaziha versicolor 
Amaziha fimbriata 
Aphantochroa cirrochlorisl8 
Clytolaema rubricaudal® 
Heliomaster furcifer 
Calhiphlox amethystina3 


TROGONIDAE 


+ 


+ 


+ 


Trogon rufus 
Trogon surrucura 


ALCEDINIDAE 


Ceryle torquata 
Chloroceryle amazona 
Chloroceryle americana 


MOMOTIDAE 
Baryphthengus ruficapillus 
BUCCONIDAE 
Nystalus chacuru 
RAMPHASTIDAE 


Pteroglossis castanotisO 
Selenidera maculirostríslO 
Baillonius baillonio 
Ramphastos dicolorus 
Ramphastos toco 


+ 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 16 jun. 1978 


Bacurau-tesoura-gigante = 
Curiango-do-banhado = 


ANDORINHÕES 


Andorinhão-coleira 
Andorinhão-coleira-falha = 
Andorinhão-preto-da-cascata 
Andorinhão-cinzento = 
Andorinhão-do-temporal 


BEIJA-FLORES 


Beija-flor-grande-da-mata 
Rabo-branco-garganta-rajada = 
Beija-flor-de-tesoura 
Beija-flor-preto-de-rabo- 
branco 
Beija-flor-de-canto 
Beija-flor-de-veste-preta = 
Beija-flor-de-topete 
Topetinho-vermelho 
Besourinho-bico-vermelho 
Beija-flor-de-fronte-violeta 
Beija-flor-dourado 
Beija-flor-de-papo-branco 
Beija-flor-de-banda-branca = 
Beija-flor-garganta-verde 
Beija-flor-cinza 
Beija-flor-papo-de-fogo 
Beija-flor-de-barba-azul = 
Estrelinha 


SURUCUÄS 


Surucuä-de-barriga-amarela 
Surucuä-variado 


MARTINS-PESCADORES 


Martim-pescador-grande 
Martim-pescador-verde 
Martim-pescador-pequeno 


JURUVAS 
Juruva 
JOÖES-BOBOS 
Joäo-bobo 
TUCANOS 


Araçari-castanho = 
Araçaripoca 
Araçari-banana 
Tucano-de-bico-verde 
Tucanuçu 


Long-trained Nightjar 
Sickle-winged Nightjar 


SWIFTS 


White-collared Swift 
Biscutate Swift 
Sooty Swift 
Gray-rumped Swift 
Ashy-tailed Swift 


HUMMINGBIRDS 


Saw-billed Hermit 
Scale-throated Hermit 
Swallow-tailed Hummingbird 
Black Jacobin 


White-vented Violetear 
Black-throated Mango 
Black-breasted Plovercrest 
Frilled Coquette 
Glittering-bellied Emerald 
Violet-capped Woodnymph 
Gilded Hummingbird 
White-throated Hummingbird 
Versicolored Emerald 
Glittering-throated Emerald 
Sombre Hummingbird. 
Brazilian Ruby 

Blue-tufted Starthroat 
Amethyst Woodstar 


TROGONS 


Black-throated Trogon 
Surucua Trogon 


KINGFISHERS 


Ringed Kingfisher 
Amazon Kingfisher 
Green Kingfisher 


MOTMOTS 

Rufous Motmot 
PUFFBIRDS 
White-eared Puffbird 
TOUCANS 


Chestnut-eared Araçari 
Spot-billed Toucanet 
Saffron Toucanet 
Red-breasted Toucan 
Toco Toucan 


A List of Birds of... 95 


PICIDAE PICA-PAUS WOODPECKERS 
Picumnus nebulosus j Pica-pau-anão carijó = Mottled Piculet 
Picumnus temminckii Pica-pau-anäo-de-coleira = Ochre-collared Piculet 

+ Picumnus cirratus? Pica-pau-anäo-barrado = White-barred Piculet 
Colapbtes campestroides Pica-pau-do-campo Field Flicker 
Chrysoptilus melanochloros Pica-pau-verde-bafrado = Green-barred Woodpecker 
Piculus aurulentus Pica-pau-dourado White-browed Woodpecker 
Celeus flavescens João-velho Blond-crested Woodpecker 
Dryocopus lineatus Pica-pau-de-banda-branca = Lineated Woodpecker 

+ Dryocopus galeatus4 Pica-pau-de-cara-amarela = Helmeted Woodpecker 
Melanerpes flavifrons Benedito-testa-amarela = Yellow-fronted Woodpecker 
Leuconerpes candidus Pica-pau-branco White Woodpecker 
Veniliornis spilogaster Picapauzinho-verde-carijó = White-spotted Woodpecker 
Dendrocopus mixtus Picapauzinho-chorão = Checkered Woodpecker 
Phloeoceastes robustus Pica-pau-rei = Robust Woodpecker 
DENDROCOLAPTIDAE ARAPAÇUS WOODCREEPERS 
Dendrocincla fuliginosalO Arapaçu-liso = Plain-brown Woodcreeper 
Sittasomus griseicapillus Arapaçu-verde = Olivaceous Woodcreeper 
Drymornis bridgesa Arapaçu-platino = Scimitar-billed Woodcreeper 
Xiphocolaptes albicollis Arapaçu-grande-garganta- White-throated Woodcreeper 

branca = 
Dendrocolaptes blatyrostris Arapacu-grande Planalto Woodcreeper 
Lebidocolaptes angustirostris Arapacu-do-cerrado Narrow-billed Woodcreeper 
Lepidocolaptes squamatus Arapaçu-escamoso = Scaled Woodcreeper 
Lepidocolaptes fuscus Arapacu-rajado = Lesser Woodcreeper 
Campylorhamphus falcularius Arapaçu-de-bico-torto Black-billed Scythebill 
FURNARIIDAE JOÖES-DE-BARRO, HORNEROS, SPINETAILS 
LIMPA-FOLHAS 
Geositta cunicularia Curriqueiro Common Miner 
Cinclodes fuscus Pedreiro-dos-Andes = Bar-winged Cinclodes 
Cinclodes pabsti Terezinha or Pedreiro Long-tailed Cinclodes 
Clibanornis Cisqueiro = Canebrake Groundcreeper 
dendrocolaptoides 
Furnarius rufus João-de-barro Rufous Hornero 
Limnornis curvirostris _ Junqueiro-de-bico-curvo = Curve-billed Reedhaunter 
Limnoctites rectirostris Junqueiro-de-bico-reto = Straight-billed Reedhaunter 
Phleocryptes melanops Bate-bico Wren-like Rushbird 
Leptasthenura striolata Grimpeirinho = Striolated Tit-Spinetail 
Leptasthenura platensis Rabudinho = Tufted Tit-Spinetail 
Leptasthenura setaria Grimpeiro Araucaria Tit-Spinetail 
Schoeniobhylax Bichoita Chotoy Spinetail 
bhryganophila 

Synallaxis ruficapilla Pichororé Rufous-capped Spinetail 
Synallaxis frontalis Petrim = Sooty-fronted Spinetail 
Synallaxis spixi Joäo-tenenem Chicli Spinetail 
Synallaxis albescens Ui-pi = Pale-breasted Spinetail 
Synallaxis cinerascens Pi-pui = Gray-bellied Spinetail 
Certhiaxis cinnamomea Curutie Yellow-throated Spinetail 
Cranioleuca sulpbhurifera Arredio-de-papo-manchado= Sulphur-bearded Spinetail 
Crantoleuca obsoleta Arredio-oliváceo = Olive Spinetail 
Cranioleuca pyrrhophia Arredio = Stripe-crowned Spinetail 
Asthenes baeri Lenheiro = Short-billed Canastero 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 16 jun. 1978 


96 


Spartonoica maluroides 
Phacellodomus 
erythrophthalmus 
Phacellodomus ruber 
Phacellodomus striaticollis 
Corybhistera alaudina 
Anrumbius annumbi 
Pseudoseisura lophotes, 
Syndactyla rufosuperciliata 
Anabacerthia amaurotis10 
Philydor atricapillus 
Philydor lichtensteini 
Philydor rufus 
Automolus leucophthalmus 
Cichlocolaptes 
leucophrysi9 
Heliobletus contaminatus 
Xenops rutilans 
Sclerurus scansor 
Lochmias nematura 


FORMICA RIID A E 


Hypoedaleus guttatusl9 
Batara cinerea 
Mackenziaena leachii * 
Mackenziaena severad 
Thamnophilus caerulescens 
Thamnophilus ruficapillus 
Dysithamnus mentalıs 
Myrmotherula gularis9 


+ 


+ 


+ 


+ 


Myrmotherula unicolor 
Drymobhila ferruginea 
Drymophila malura 
Pyriglena leucoptera 
Myrmeciza squamosa 
Chamaeza campanisona 
Chamaeza ruficauda 
Formicarius colma 
Grallaria varia? 
Hylopezus ochroleucus 
Coropophaga lineata 


RHINOCRYPTIDAE 


Scytalopus speluncae 
Scytalopus indigoticus9 


COTINGIDAE 


Phibalura flavirostris 
Carbornis cucullatus 
Pachyramphus viridis 
Pachyramphus castaneus 
Pachyramphus polychopterus 
Platybsaris rufus 

Tityra cayana 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52) 85-102, 16 jun. 1978 


Boininha = 
João-botina 


Garrincha-do-buriti 

Tio-tio = 

Corredor-crestudo = 
Cochicho 

Coperete 

Trepador-quiete = 
Limpa-folha-miúda = 
Limpa-folha-coroada = 
Limpa-folha-ocrácea = 
Limpa-folha-de-testa-baia = 
Barranqueiro-olho-branco = 
Trepador-sobrancelha = 


Trepadorzinho = 
Bico-virado-carijó 
Vira-folha 
João-porca 


PAPA-FORMIGAS 


Chocão-carijó = 
Matracão 
Brujarara-assobiador 
Borralhara 
Choca-da-mata = 
Choca-boné-vermelho = 
Choquinha-lisa = 
Choquinha-garganta- 
pintada = 
Choquinha-cinzenta = 
Trovoada 
Choquinha-carijó = 
Papa-taóca 
Papa-formiga-de-gruta 
Tovaca-campainha 
Tovaca-rabo-vermelho = 
Galinha-do-mato 
Tovacuçu 
Pinto-do-mato 
Chupa-dente 


TAPACULOS 


Tapaculo-preto 
Macuquinho 


ANAMBÉS, PAVÓS 


Tesourinha-do-mato = 
Corocochó 
Caneleirinho-verde 
Caneleirinho 
Caneleirinho-preto 
Caneleiro-chapéu-preto = 
Anambé-branco-rabo-preto = 


BELTON, W. 


Bay-capped Wren-Spinetail 
Red-eyed Thornbird 


Greater Thornbird 
Freckle-breasted Thornbird 
Lark-like Bushrunner 
Firewood-gatherer 

Brown Cachalote 

Buff-browed Foliage-gleaner 
White-browed Foliage-gleaner 
Black-capped Foliage-gleaner 
Ochre-breasted Foliage-gleaner 
Buff-fronted Foliage-gleaner 
White-eyed Foliage-gleaner 
Pale-browed Treehunter 


Sharp-billed Treehunter 
Streaked Xenops 
Rufous-breasted Leafscraper 
Sharp-tailed Streamcreeper 


ANTBIRDS 


Spot-backed Antshrike 
Giant Antshrike 
Large-tailed Antshrike 
Tufted Antshrike 
Variable Antshrike _ 
Rufous-capped Antshrike 
Plain Antvireo - 
Star-throated Antwren 


Unicolored Antwren 
Ferruginous Antbird 
Dusky-tailed Antbird 
White-shouldered Fire-eye 
Squamate Antbird 
Short-tailed Antthrush 
Rufous-tailed Antthrush 
Rufous-capped Antthrush 
Variegated Antpitta 
Speckle-breasted Antpitta 
Rufous Gnateater 


TAPACULOS 


Mouse-colored Tapaculo 
White-breasted Tapaculo 


COTINGAS 


Swallow-tailed Cotinga 
Hooded Berryeater 
Green-backed Becard 
Chestnut-crowned Becard 
White-winged Becard 
Crested Becard 
Black-tailed Tityra 


A List of Birds of... 


+ 


Tityra inquisttor 


Pyroderus scutatus 
Procnias nudicollis 


PIPRIDAE 


Chiroxibhia caudata 
Piprites pileatus 
Piprites chloris 
Schiffornis virescens 


TYRANNIDAE 


Neoxolmis rufiventris 
Xolmis cinerea 
Xolmis dominicana 
Xolmis coronata 
Xolmis irupero 
Lessonia rufa 
Colonıa colonus 
Gubernetes yetapa 
Alectrürus tricolor? 
Yetapa risoria4 
Knipolegus lophotes 
Knrıpolegus cyanırostris 
Hymenops perspicillata 
Muscrpipra vetula 
Arundinicola leucocephala 
Pyrocephalus rubinus 
Satrapa icterophrys 
Machetornis rixosus 
Sirystes sibilator 
Muscivora tyrannus 
Tyrannus melancholicus 
Empidonomus varius 
Empidonomus 
aurantioatrocristatus 
Legatus leucophaius 
Megarhynchus pitangua 
Myiodynastes maculatus 
Pitangus sulphuratus 
Autıla rufus 
Pseudattila phoenicurus 
Myiarchus ferox20 
Myiarchus tyrannulus® 


Mytarchus swainsoni 
Contopus cinereuslo 
Empidonax euleri 
Cnemotriccus fuscatus 
Myiophobus fasciatus 
Hirundinea ferruginea 
Platyrinchus leucoryphus 
Platyrinchus mystaceus 
Tolmomyias sulphurescens 
Todirostrum plumbeiceps 
Idioptilon orbitatum 


Anambé-branco-bochecha- 
parda = 

Pavó 

Araponga 


DANÇADORES 


Dançador 
Caneleirinho-boné-preto = 


“ Papinho-amarelo = 


Flautim = 
PAPA-MOSCAS 


Gaúcho-chocolate = 
Primavera 
Noivinha-de-rabo-preto = 
Noivinha-coroada = 
Noivinha 

Colegial = 

Viuvinha 
Tesoura-do-brejo 

Galito 

Tesoura-do-campo 
Maria-preta-penacho 
Maria-preta-bico-azulado = 
Viuvinha-de-öculos = 
Tesoura-cinzenta = 
Freirinha 

Principe 

Suiriri-pequeno = 
Suiriri-cavaleiro 
Suiriri-assobiador = 
Tesourinha 

Suiriri 

Peitica 
Peirica-de-chapéu-preto = 


Bem-te-vi-pirata = 
Neinei 
Bem-te-vi-rajado 
Bem-te-vi 
Capitão-de-saíra 
Capitão-castanha = 
Maria-cavaleira 
Maria-cavaleira-rabo- 
ferrugem = 
Irré 
Papa-mosca-cinzento = 
Enferrujado 
Guaracavuçu: 
Filipe 
Birro 
Patinho-gigante = 
Patinho 
Bico-chato-orelha-preta = 
Tororó 
Tiririsinho-do-mato = 


97 
Black-crowned Tityra 


Red-ruffed Fruitcrow 
Bare-throated Bellbird 


MANAKINS 


Swallow-tailed Manakin 
Black-capped Manakin 
Wing-barred Manakin 
Creenish Manakin. 


TYRANT-FLYCATCHERS 


Chocolate-vented Tyrant 
Gray Monjita 
Black-and-white Monjita 
Black-crowned Monjita 
White Monjita 
Rufous-backed Negrito 
Long-tailed Tyrant 
Streamer-tailed Tyrant 
Cock-tailed Tyrant 
Strange-tailed Tyrant 
Crested Black-Tyrant 
Blue-billed Black-Tyrant 
Spectacled Tyrant 
Shear-tailed Gray-Tyrant 
White-headed Marsh-Tyrant 
Vermilion Flycatcher 
Yellow-browed Tyrant 
Catıle Tyrant 

Sirystes 

Fork-tailed Flycatcher 
Tropical Kingbird 
Variegated Flycatcher 
Crowned Slaty-Flycatcher 


Piratic Flycatcher 
Boat-billed Flycatcher 
Streaked Flycatcher 
Great Kiskadce 
Gray-hooded Attila 
Rufous-tailed Attila 
Short-crested Flycatcher 
Brown-crested Flycatcher 


Swainson's Flycatcher 
Tropical Pewee 

Euler’s Flycatcher 
Fuscous Flycatcher 
Bran-colored Flycatcher 
Cliff Flycatcher 
Russet-winged Spadebill 
White-throated Spadebill 
Yellow-olive Flycatcher 
Ochre-faced Tody-Flycatcher 
Eye-ringed Tody-Tyrant 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 16 jun. 1978 


282 0 


Myiornis auricularis 
Hemitriccus obsoletus 
Pogonotriccus eximius 
Phylloscartes ventralis 
Phylloscartes difficilis 
Capsiempis flaveola 
Euscarthmus meloryphus 
Pseudocolopteryx sclateri 
Pseudocolopteryx flaviventris 
Polystictus pectoralisá 
Tachuris rubrigastra 
Serpophaga subcristata 
Serbophaga mundalO 
Serbobhaga nigricans 
Elaenia flavogaster 
Eluenia spectabalis 
Elaemia albiceps 


+ 


Elaenia parvirostris 
Elaenia mesoleuca 
Elacnia obscura 
Myiopagis canıceps 
Myiopagıs viridicata 


Suıriri suarari 
Sublegatus modestus 
Camptostoma obsoletum 


Xanthomyias virescens 
Phyllomyias fasciatus 
Acrochordobus burmeisteri 
Leptopogon amaurocephalus 
Pipromorpha rufiventris 


Corythopis delalandı 
PHYTOTOMIDAE 


Phytotoma rutila 


HIRUNDINIDA E 


Tachycineta albiventer 
Tachycineta leucorrhoa 
Tachycineta leucobyga 
Phaeoprogne tapera 
Progne chalybea 
Notiochelidon cyanoleuca 
Alopochelidon fucata 
Stelgidopteryx ruficollis 
Rıparıa rıparıa 

Hirundo rustica 
Petrochelidon pyrrhonota 


CORVIDAE 


Cyanocorax caeruleus 
Cyanocorax chrysops 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 16 jun. 1978 


Miudinho = 
Catraca = 
Barbudinho = 
Borboletinha-do-mato = 
Estalinho 
Matianinha-amarela 
Barulhento 
Tricolino 
Amarelinho-do-junco = 
Papa-moscas-canela = 
Papa-piri 
Alegrinho 
Alegrinho-de-barriga-branca = 
João-pobre 
Guaracava-barriga-amarela 
Guaracava-grande 
Guaracava-de-crista- 
branca = 
Guaracava-de-bico-curto = 
Tuque 
Tucão 
Guaracava-cinzenta = 
Guaracava-de-crista- 
alaranjada = 
Suiriri-cinzento = 
Guaracava-modesta = 
Risadinha 


Piolhinho-verdoso = 
Piolhinho 
Piolhinho-chiador = 
Cabeçudo 
Supi-de-cabeça-cinza = 
Estalador 


CORTA-RAMOS 


Corta-ramos-de-rabo- 
branco = 


ANDORINHAS 


Andorinha-do-rio = 
Andorinha-de-testa-branca = 
Andorinha-chilena = 
Andorinha-do-campo 
Andorinha-doméstica-grande 
Andorinha-pequena-de-casa 
Andorinha-morena = 
Andorinha-serradora = 
Andorinha-do-barranco = 
Andorinha-de-bando 
Andorinha-de-sobre- 
acanelado = 


GRALHAS 


Gralha-azul 
Gralha-picaca 


BELTON, W. 


Eared Pygmy-Tyrant 
Brown-breasted Pygmy-Tyrant 
Southern Bristle-Tyrant 
Mottle-cheeked Tyrannulet 
Serra do Mar Tyrannulet 
Yellow Tyrannulet 
Tawny-crowned Pygmy-Tyrant 
Crested Doradito 

Warbling Doradito 

Bearded Tachuri 
Many-colored Rush-Tyrant 
White-crested Tyrannulet 
White-bellied Tyrannulet 
Sooty Tyrannulet 
Yellow-bellied Elaenia 

Large Elaenia 

White-crested Elaenia 


Small-billed Elaenia 
Olivaceous Elaenia 
Highland Elaenia 
Gray Elaenia 
Greenish Elaenia 


Suiriri 

Scrub Flycatcher 

Southern Beardless 
Tyrannulet 

Greenish Tyrannulet 

Planalto Tyrannulet 

Rough-legged Tyrannulet 

Sepia-capped Flycatcher 

Gray-hooded Flycatcher 

Southern Antpipit 


PLANTCUTTERS 
White-tipped Plantcutter 


SWALLOWS 


White-winged Swallow 
White-rumped Swallow 
Chilean Swallow 
Brown-chested Martin 
Gray-breasted Martin 
Blue-and-white Swallow 
Tawny-headed Swallow 
Rough-winged Swallow 
Bank Swallow 

Barn Swallow 

Cliff Swallow' 


JAYS 


Azure Jay 
Plush-crested Jay 


A List of Birds of... 


TROGLODYTIDAE 


Cistothorus platensisl é 
Troglodytes aedon 


MIMIDA E 


Mimus saturninus 
Mimus triurus 


TURDIDAE 


Platycichla flavipes 
Turdus nigriceps 
Turdus rufiventris 
Turdus leucomelas 
Turdus amaurochalinus 
Turdus albicollis 


SYLVIIDAE 


Polioptila lactea 
Polioptila dumicola 


MOTACILLIDAE 


Anthus furcatus 
Anthus hellmayrı 


Anthus lutescens 
Anthus correndera 
Anthus nattererilO 


PLOCEIDAE 
Passer domesticus 
ESTRILDIDAE 
Estrálida astrild2 
VIREONIDAE 


Cyclarhis gujanensis 


Vireo olivaceus 


Hylophilus poicilotis 
ICTERIDAE 


Molothrus bonariensis 
Molothrus rufoaxillarıs 
Molothrus badius 
Cacicus haemorrhous 
Cacicus chrysopterus 
Gnorimopsar chopi 
Agelaius thilius 
Agelaius ruficapillus 
Agelaius cyanobus 
Icterus cayanensis 


Xanthopsar flavus 


CORRUÍRAS 


Corruíra-do-campo = 
Corruíra 


SABIÁS-DO-CAMPO 


Sabiá-do-campo 
Calhandra-de-três-rabos = 


SABIÁS 


Sabiá-una 
Sabiá-ferreiro 
Sabiá-laranjeira 
Sabiá-barranco 
Sabiá-poca 
Sabiá-coleira 


BALANÇA-RABOS 


Balança-rabos-leitoso 
Balança-rabos-de-máscara 


CAMINHEIROS 


Caminheiro-de-unha-curta = 
Caminheiro-de-barriga- 
acanelada = 
Caminheiro-zumbidor = 
Caminheiro-de-espora = 
Caminheiro-grande = 


PARDAIS 

Pardal 
BICOS-DE-LACRE 
Bico-de-lacre 


JURUVIARAS 


Gente-de-fora-vem or 
Pitiguari 

Juruviara 

Verdinho-coroado = 


CHOPINS 


Vira-bosta 
Vira-bosta-picumã = 
Asa-de-telha 
Guaxe 

Tecelão 
Chopim 
Sargento 
Garibaldi 
Carretão 
Encontro 
Veste-amarela = 


99 


WRENS 


Grass Wren 
House Wren 


MOCKINGBIRDS 


Chalk-browed Mockingbird 
White-banded Mockingbird 


THRUSHES 


Yellow-legged Thrush 
Slaty Thrush 
Rufous-bellied Thrush 
Pale-breasted Thrush 
Creamy-bellied Thrush 
White-necked Thrush 


GNATCATCHERS 


Cream-bellied Gnatcatcher 
Masked Gnatcatcher 


PIPITS 


Short-billed Pipit 
Hellmayr’s Pipit 


Yellowish Pipit 
Correndera Pipit 
Ochre-breasted Pipit 


WEAVER FINCHES 
House Sparrow 
WAXBILLS 
Common Waxbill 


PEPPERSHRIKES, 
VIREOS 


Rufous-browed Peppershrike 


Red-eyed Vireo 
Rufous-crowned Greenlet 


AMERICAN ORIOLES, 
BLACKBIRDS 


Shiny Cowbird 
Screaming Cowbird 
Bay-winged Cowbird 
Red-rumped Cacique 
Golden-winged Cacique 
Chopi Blackbird 
Yellow-winged Blackbird 
Chestnut-capped Blackbird 
Unicolored Blackbird 
Epaulet Oriole 
Saffron-cowled Oriole 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52): 85-102, 16 jun. 1978 


BELTON, W. 


DO EEE 


Amblyramphus holosericeus 
Pseudoleistes guirahuro 
Pseudoleistes virescens 
Leistes superciltaris 


Sturnella defilipp:? 


+ 


Dolichonyx oryzivorus20 


PARULIDAE 


+ 


Parula pitiayumi 
Geothlypts aequinoctialis 
Basileuterus culicivorus 
Basileuterus leucoblepharus 
Basileuterus rivularis” 


COEREBIDA E 


Coereba flaveola 
Conirostrum speciosum 
Dacnis cayana 


TERSINIDAE 


+ 


Tersina viridis 


THRAUPIDAE 


Chlorobhonia cyanea 


Eubhonia musica 
Euphonia chlorotica 
Euphonia violacea 
Eubhonia bectoralis 


Euphonia chalybea 
Pibraeidea melanonota 
Tangara seledonio 
Tangara cyanocephalad 
Tangara preciosa 
Stebhanophorus diadematus 
Thraupis sayaca 

Thraubis cyanoptera 
Thraupis palmarum20 
Thraubis bonariensis 
Piranga flava 

Habia rubica 
Tachybhonus coronatus 
Trichothraubis melanops 
Pyrrhocoma ruficebs 
Nemosia pileatal é 
Hemithraupis guira 
Cissopis leveriana 


FRINGILLIDAE 


+ + 


Saltator similis 
Saltator maxillosus 
Saltator aurantitrostris 
Pıtylus fuliginosus 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 16 jun. 1978 


Cardeal-do-banhado 
Chopim-do-brejo 
Dragäo 

Polícia-inglêsa 
Peito-vermelho-grande 


Triste-pia 
MARIQUITAS 


Mariquita 
Pia-cobra 
Pula-pula 
Pula-pula-assobiador = 
Pula-pula-ribeirinho = 


CAMBACICAS, SAÍS 


Cambacica 
Figuinha-de-rabo-castanho 
Saí-azul 


SAÍS-ANDORINHAS 
Saí-andorinha 


GATURAMOS,SANHA- 
CUS 


Bandeirinha or Bonito-do- 
campo 
Gaturamo-rei 
Fim-fim 
Gaturamo-verdadeiro 
Gaturamo-serrador or Ferro- 
velho 
Cais-cais 
Saíra-viúva 
Saíra-de-sete-cores 
Saíra-militar 
Saíra-preciosa = 
Sanhaçu-frade 
Sanhaçu-cinzento = 
Sanhacu-encontro-azul = 
Sanhaçu-de-coqueiro 
Sanhaçu-papa-laranja 
Sanhaçu-de-fogo 
Tié-do-mato-grosso 
Tié-preto 
Tié-de-topete 
Cabecinha-castanha 
Saíra-chapéu-preto 
Papo-preto = 
Tié-tinga 


CARDEAIS, TICO-TICOS 


Trinca-ferro-verdadeiro 
Bico-grosso = 
Bico-duro = 
Bico-pimenta 


Scarlet-headed Blackbird 

Yellow-rumped Marshbird 

Brown-and-yellow Marshbird 

White-browed Blackbird 

Lesser Red-breasted 
Meadowlark 

Bobolink 


WOOD-WARBLERS 


Tropical Parula 

Masked Yellowthroat 
Golden-crowned Warbler 
White-browed Warbler 
River Warbler 


HONEYCREEPERS 


Bananaquit 
Chestnut-vented Conebill 
Blue Dacnis 


SWALLOW-TANAGERS 
Swallow-Tanager 


TANAGERS 


Blue-naped Chlorophonia 


Blue-hooded Euphonia 
Purple-throated Euphonia 
Violaceous Euphonia 
Chestnut-bellied Euphonia 


Green-throated Euphonia 
Fawn-breasted Tanager 
Green-headed Tanager 
Red-necked Tanager 
Chestnut-backed Tanager 
Diademed Tanager 

Sayaca Tanager 
Azure-shouldered Tanager 
Palm Tanager 
Blue-and-yellow Tanager 
Hepatic Tanager 
Red-crowned Ant Tanager 
Ruby-crowned Tanager 
Black-goggled Tanager 
Chestnut-headed Tanager 
Hooded Tanager 

Guira Tanager 

Magpie Tanager 


GROSBEAKS, FINCHES 


Green-winged Saltator 
Thick-billed Saltator 
Golden-billed Saltator 
Black-throated Grosbeak 


A List of Birds of... 


Gubernatrix cristata 
Paroaria coronata 
Cyanocompsa cyanea 
Cyanoloxia glaucocaerulea 
Volatinia jacarina 
+ Sporophila frontalis9 
Sporophila plumbea 
Sporophiıla collarıs 
Sporophila caerulescens 
Sporophila bouvreuil 
Sporophila minuta 
(Chypoxantha) 
Sporophila ruficollis 
Sporophila palustris 
Sporophila cinnamomeao 
Sporophila melanogaster 
Oryzoborus angolensíslO 
Amaurospiza moesta 
Sicalis flaveola 
Sicalis luteola 
Diuca diuca20 
Haplospiza unicolor 
Corybhosbingus cucullatus 
Arremon taciturnus9 


E 


+ 


Myospiza humeralis 
Zonotrichia capensis 
Emberizoides herbicola 
Emberizoides ybiranganus 
Donacospiza albifrons 
Poospiza thoracica 
Poospiza melanoleuca 
Poospiza nigrorufa 


Poospiza lateralıs 
Embernagra blatensis 
Spinus magellanicus 


Cardeal-amarelo 
Cardeal 
Azulão-verdadeiro 
Azulinho 

Tisiu 

Pichochö 

Patativa 
Coleira-do-brejo 
Coleirinho 
Caboclinho 


101 


Yellow Cardinal 
Red-crested Cardinal 
Ultramarine Grosbeak 
Indigo Grosbeak 
Blue-black Grassquit 
Buffy-fronted Seedeater 
Plumbeous Seedeater 
Rusty-collared Seedeater 
Double-collared Seedeater 
Capped Seedeater 


Caboclinho-de-barriga-vermelha Ruddy-breasted Seedeater 


Caboclinho-de-papo-escuro 
Caboclinho-papo-branco 
Caboclinho-chapéu-cinzento = 
Caboclinho-de-barriga-preta = 
Curió 
Negrinho-do-mato 
Canário-da-terra-verdadeiro 
Tipiu 
Diuca 
Cigarra-bambu 
Tico-tico-rei 
Tico-tico-do-mato- 
bico-preto 
Tico-tico-do-campo 
Tico-tico 
Canärio-do-campo 
Canärio-do-brejo 
Tico-tico-do-banhado 
Peito-pinhäo = 
Capacetinho = 
Quem-te-vestiu 


Quete 


Sabiä-do-banhado 
Pintassilgo 


DELETIONS 


Dark-throated Seedeater 
Marsh Seedeater 
Chestnut Seedeater 
Black-bellied Seedeater 
Lesser Seed-Finch 
Blackish-blue Seedeater 
Saffron Finch 

Grassland Yellow-Finch 
Common Diuca-Finch | 
Uniform Finch 
Red-crested Finch 
Pectoral Sparrow 


Grassland Sparrow 
Rufous-collared Sparrow 
Wedge-tailed Grass-Finch 
Lesser Grass-Finch 
Long-tailed Reed-Finch 
Bay-chested Warbling-Finch 
Black-capped Warbling-Finch 
Black-and-rufous Warbling- 
Finch 
Red-rumped Warbling-Finch 
Great Pampa-Finch 
Hooded Siskin 


The folloving species, specifically mentioned for Rio Grande do Sul by 
MEYER DE SCHAUENSEE (1970), have been omitted from the foregoing 
list because I have been unable to find any convincing evidence of their 
occurrence here: Dendrocygna autumnalis, Aratinga solstitialis, Brotogeris 
tirica, Nyctiphrynus ocellatus, Glaucis hirsuta, Trogon curucui, Phloeoceas- 
tes leucobogon, Hemitriccus diops . In the case of Hemitriccus diops, 
CAMARGO (1962) refers to a specimen which I have compared with material 
in the American Museum of Natural History and found to be Hemitriccus 


obsoletus. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):85-102, 16 jun. 1978 


102 BELTON, W. 


ACKNOWLEDGEMENTS 


I acknowledge with great appreciation my debt to the previously named participants in the 
exercise to provide Brazilian names. I am likewise much indebted to Paul Schwartz, Helmut 
Sick, Flávio Silva, and Edwin Willis for sharing their discoveries while accompanving me on field 
trips, and to Sick, Silva, Walter Voss, and George Watson for furnishing unpublished infor- 
mation included in this list. Institutions mentioned in the explanatory notes have generously 
permitted me to examine their collections, and a host of hospitable Rio Grande do Sul property 
owners and administrators have enabled me to do field work all over the state. 


BIBLIOGRAPHY 


CAMARGO, OR. 1962. Aves Sul-Riograndenses do Museu de Caça e Pesca. Pesquisas, Ser. 
Zool., São Leopoldo (14):5-67. 

CORY, C.B. 1918. Catalogue of Birds of the Americas. Chicago, Field Mus. Nat. Hist. Part 
2:1p. 38. 

“ GLIESCH, R. 1930. Lista däs aves colligidas e observadas no Estado do Rio Grande do Sul. 
Egatea, Porto Alegre (15): 276-92. ; 

IHERING, H. v. 1899. As aves do Estado do Rio Grande do Sul. Annuario do Estado do Rio 
Grande do Sul para o anno 1900, Porto Alegre (26):113-54. 

MEYER DE SCHAUENSEE, R. 1966. The Species of Birds of South America with their dis- 
tribution. Philadelphia, Academy of Natural Sciences. 577p. 

— —. 1970. A Guide to the Birds of South America. Philadelphia, Academy of Natural 
Sciences. 470p. 

PINTO, O.M. do O. 1938. Catálogo das aves do Brasil; 1.2 parte. Revia. Mus. Paulista, São 
Paulo, 22:1-566. 

— —. 1944. Catálogo das aves do Brasil; 2.º parte. São Paulo, Secretaria da Agricultura, 
Industria e Comércio. 700p. 

RUSCHI, A. 1956. A trochilifauna de Porto Alegre e arredores. Bo/. Mus. Bio!. Prof. Mello- 

e Leitão, Sér. Biol., Santa Teresa (18):1-9. 

SCLATER, P.L. 1890. Catalogue of Birds of the British Museum. London, British Museum. v. 
15, p.88. 

SHARPE, R.B. 1885. Catalogue of Birds of the British Museum. London, British Museum. v. 
10, p.401. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52): 85-102, 16 jun. 1978 


A new genus and species of Neotropical freshwater 
sponges.* 


Cecilia Volkmer-Ribeiro** 
Rosária De Rosa-Barbosa** 


RESUMO 


Um novo gênero de esponjas de água doce é definido no presente trabalho e sua única 
espécie descrita a partir de material coletado no rio Turvo, afluente do Paranaíba, Estado de 
Goiás e no rio Itararé, proximidades de Carbópolis, Estado do Paraná. A posição sistemática do 
novo gênero é objeto de estudos detalhados em realização pelos autores e será tratada exausti- 
vamente em trabalho posterior. 


ABSTRACT 


A new genus of freshwater sponges is defined in this paper and its sole species described 
upon study of material collected from Turvo River at central Brazil (Goiás State) and from 
Itararé River in the south of Brazil (Paraná State)."Systematic position of the new genus is the 
subject of detailed work being carried by the authors and will be extensively dealt with in a 
further paper. 


Sterrastrolepis n. gen. 


Gender: Feminine 
Type species: Sterrastrolepis brasiliensis n. sp. 

Definition 
Megascleres: Large, stout, smooth, slightly curved anfistrongyla. 
Microscleres: Small, slender, spiny, slightly curved, extremely abundant 
tornotes. 
Gemmoscleres: Spherical to sub-spherical, most often ellipsoid sterrasters 
with a large hilum. 
Gemmules: Scanty, usually in contact with the substratum, isolated or in 
groups. Large, mammilary in shape. Gemmule wall thick and consisting of 
an inner gemmular membrane and an outer organic matrix where the’ sterras- 
ters are closely packed together in several layers. Pneumatic layer absent. Two 
foraminal appertures present. k 
Sponges: Of medium size, stone hard to hard, grayish or brownish to almost 
black. Growing proceeds from encrusting to branching forms. In the first 
instance the sponge forms a thick level crust from which acutely terminated 
conical processes resembling volcanic chimneys rise up at regular intervals. In 
later stages of growth, probably attained under favorable conditions, the 
sponge shows large branching forms, the stout branching arising from a thick 
basal crust and spreading into short, stout, conical processes with piercing 
terminations as well. 


* Accepted for publication 11-05-1978. FZB contribution n.º 089 


** From Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1188, 90000 Porto 
Alegre, RS, Brazil. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (52):103-107, 16 jun. 1978 


104 VOLKMER-RIBEIRO, C. & DE ROSA-BARBOSA, R. 


Skeleton: Consisting of main, radially branched, thick and strong axial fibers 
which start at the base of the sponge and reach out the conical summits. 
From these axial fibers a reticulum of slender fibers arises. Axial fibers consis- 
ting of an extremely dense linear packing of anfistrongyla and microscleres. 
Reticulated fibers consisting of a few anfistrongyla side by side held in 
bundles of 2 to 4, the extremities of such bundles touching each other so as 
to form regular 4 or 5 sided meshes. 

Microscleres are also present in reticulated fibers. Very little organic matter 
(spongin?) binding the spicules together in axial as well as in reticulated 
fibers. 


5 Sterrastrolepis brasiliensis n.sp. 
Fig. 1 


Holotype: MCN 113, Turvo River (branch of Paranaíba River) in Paraúna, Goiás State, Brazil. 
Paratype: MCN 116, Itararé River in Carbópolis, Paraná State, Brazil, W. Nunes leg. 

Holotype and paratype deposited at the Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro, 
Brazil. Fragments and slides of holotype and paratype deposited at the Museu de Ciências 
Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN), Porto Alegre, RS, Brazil. 

Type locality: Turvo River, branch of Paranaíba River, Goiás State, Brazil. 


Description: Holotype is part of a crustlike specimen as described in the 
definition of the genus. Height of the sponge 5mm at crust part and Icm at 
conical elevations. The piece is 3cm wide and 2.5cm long. With gemmules. 
Brownish turning to black at the conical processes. 

Each conical process bears an axial fiber. The sponge shows some large canals 
in its basal portion, these canals leading to oscular areas situated at the base 
of the conical processes. Oscular areas few with variable sizes, conspicuous or 
not at the naked eye. Surface, under magnification, hispid. Pinacoderm 
conspicuous and stuttered with microscleres. 

Paratype consisting of two pieces from probably two different specimens. 
Specimens branched as described in definition of the genus. One piece is 
3.5cm high, 6cm long and 2.5cm wide. The other one is 4.5cm high, 3cm 
long and 2,5cm wide. Neither piece has gemmules. From these pieces one 
may assume that the basal gemmulated portion of the sponge remained 
attached to the substratum: The fragments show small areas of previous 
contact with the basal portion of the sponge. Except for the absence of 
gemmules, the color and the differing kind of growth, holotype and paratype 
are identical in all other respects. 

Megascleres: Large, stout, smooth, slightly, curved anfistrongyla, some- 
times displaying inflated extremities. Numerous anfioxea present grade into 
anfistrongyla and are thus considered as young anfistrongyla. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):103-107, 16 jun. 1978 


A new genus and species of Neotropical... 105 


Microscleres: Small, slender, spiny, slightly curved, extremely abundant 
tornotes sometimes showing an inflated middle portion. 

Gemmoscleres: Spherical to sub-spherical, most often ellipsoid sterrasters with 
a large hilum. A carefull study of all variations presented by these gemmos- 
cleres revealed no scleres missing the hilum or the short, rough projections at 
the surface. Also a search for young gemmoscleres evidenced the presence of 
tiny spheres already showing a hilum. There is no trace of anfioxea among 
these young gemmoscleres. 

Gemmules: Scanty, usually in contact with the substratum and thus covered 
by the basal membrane of the sponge, isolated or in groups of small to large 
ones (800-900 micrometers to Imm). Gemmules are mammilary or dome- 
shaped, provided with two lateral appertures and devoid of foraminal tu- 
bules. Inner gemmular wall thick and followed by an organic (spongin?) 
matrix where the sterrasters are closely packed together in several layers (five 
to six layers reaching around 110 micrometers). There is no trace of air spaces 
in this layer. 

Distribution: As Paranaiba River is one of the headwaters of Paranä River and 
Itararé River is the headwater of Paranapanema River, one of the largest 
contributors to upper course of Paranä River, the new species and thus, the 
new genus, can be expected to occur inside the Paraná River basin. 


ACKNOWLEDGEMENTS 
The authors gratefully acknowledge granting of fellowships n.ºs 1111.6134/76 and 
1111.1128/77 from Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq.) 


Brazil to, respectively, senior and junior author. 


Measures of spicules given in micrometers. 


Megascleres Microscleres Gemmoscleres 


Length Width Length Width Length Width 


MCN Maximal 508.1 49.9 136.5 6.6 33:2 26.6 
113 Medium 415.4 40.8 109.7 6.2 42.2 2200) 
Minimal 324.8 29.1 83.2 4.9 33.3 19.9 
MCN Maximal 508.1 93:3 156.5 9.9 
116 Medium 432.7 38.0 112.6 6.3 
Minimal 333.2 24.9 89.9 4.9 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):103-107, 16 jun. 1978 


106 VOLKMER-RIBEIRO, C. & DE ROSA-BARBOSA, R. 


LEGEND TO FIG. 1 


Camera lucida drawings of the spicular ‘components of Sterrastrolepis bra- 
siltensis n.sp. A: megascleres at high magnification (500x); B: gemmoscleres 
at high magnification (1250x); C: gemmoscleres and microscleres at a same 
magnification (500x); D: megascleres at low magnification. (125x). 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):103-107, 16 jun. 1978 


A new genus and species of Neotropical... 107 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (52):103-107, 16 jun. 1978 


blicado em quatro (4) séries: “Antropologia 


IHERINGIA é o periódico de divulgação de trabalhos científicos inéditos do Museu de Ciências Naturais, pu- 
| “Botânica”, “Geologia"' e “Zoologia”. Cada série é editada em fas- 


vr 


cículos, com numeração corrida independente, podendo conter um ou mais artigos. 


O periódico, no seu rodo ou por série, é distribuído a Instituições congêneres em regime de permuta, podendo 


eventualmente também ser distribuído gratuitamente a cientistas ou outros interessados. 


IHERINGIA is a periodical for the publication of scientific works and research data from the ''Museu de Ciências 


Naturais", “Jardim Botânico” and ''Parque Zoológico" ıssued in four (4) series: “'Anthropology””. “'Botany”, 
""Geology’', and “Zoology. In each series che individual issues are consecurively numbered and may contain one or 
more articles 


also availabre free of charge tos 


= 


10. 


11. 


12 


RER 


casa 


IHERINGIA, in its entirety or as selected series, is distributed to similar institutions on an exchange basis, and is 
entists and other interested parties on request. 


Recomendações aos autores: 


Os manuscritos devem ser encaminhados por ofício ao Editor, serão aceitos a critério de Comissão Redatorial e 

autorizada a publicação pelo Diretor-Superintendente. 

Terão prioridade os artigos dos pesquisadores do Museu ou que versem sobre material depositado em suas coleções. 

Os artigos em língua portuguesa devem ter um resumo em língua estrangeira e os em língua estrangeira (alemão, 

inglês, espanhol, italiano e latim) devem ter, obrigaroriamente, um resumo em português. 

Os originais devem ser apresentados em 2 vias datilografadas em espaço dois, com margens mínimas de 2 cm, sem 

emendas, em papel branco (tamanho oficial A-4:21x29,7 cm), utilizando-se um só lado da folha. 

Todas as folhas devem vir numeradas na margem superior direita e rubricadas ao menos por um autor. 

Os nomes científicos de gêneros e taxa infragenéricos serão sublinhados com um traço ondulado. 

Os nomes dos autores, inclusive nas referências bibliográficas, devem ser escritos com letras maiúsculas. 

As referências bibliográficas devem estar de acordo com a PNB-66 da ABNT, salvo a indicação do ano, que deve 

vir após o nome do autor; disposta em ordem alfabética e cronológica, obedecendo a seguinte ordem dos elemen- 

tos: 

a) Para artigos de periódicos: sobrenome do autor seguido das iniciais do(s) prenome(s), ano do trabalho, título do 
trabalho, nome do periódico (sublinhado com um traço ondulado e abreviado de acordo com o “World List of 
Scientific Periodicals’' ou por extenso), local, volume (em algarismos arábicos e sublinhado), número ou fas- 
cículo (entre parênteses) seguido de dois pontos, páginas inicial e final. 

b) Para livros: sobrenome do autor seguido das iniciais do(s) prenome(s), ano da edição, título do livro (subli- 
nhado com um traço ondulado), edição (em números arábicos, seguido de ponto e da abreviatura no idioma da 
edição), local, editora, número de páginas (seguidas de p.), número de volumes. (seguido de v.) ou então, 
páginas consultadas ou número de volume consultado (precedidos de p. e v. respectivamente). 

Desenhos, fotos, mapas e gráficos devem ser citados como Fig., com numeração corrida, em algarismos aräbicos. O 

editor distribuirá as figuras do modo mais econômico, sem prejudicar sua apresentação, respeitando tanto quanto 

possível as indicações do autor. 

Todas as tabetas e figuras devem ter título claro, conciso e, se necessário, com explicações breves que possibilitem 


- seu entendimento sem consultas ao texto. Este título, bem como as legendas, se houver, devem vir em folhas a 


Ne 
14. 


parte. 
Os desenhos" gráficos e mapas devem ser feitos a nanquim preto, preferencialmente em papel vegetal e as foto- 
grafias nos tamanhos que permitam à redução para o máximo de 17emxllem, As ilustrações a cores devem ser 
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item 3); Introdução; Material e Métodos; Resultados e/ou Discussão; Conclusões; Agradecimentos, Bibliografia 
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Iheringia 
série Zoologia 


BL ISSN 0073-4721 


Revisão do gênero Dichelops SPINOLA, 1837 (Heteroptera, 
Pentatomidae, Pentatomini). 


JOCELIA GRAZIA 


Museu de Ciências Naturais da 
Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul 


O presente número, foi impresso com auxílio especial do “Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico € 
Tecnológico” CNPq Proc. 2222 1290/77 


FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RIO GRANDE DO SUL 


Entidade de direito privado, instituída pela Lei Estadual n.º 6497 de 20/12/72. (Super- 
visionada pela Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regional e Obras Públicas do 
ZOOBOTÄNICA Governo do Estado do Rio Grande do Sul) 


Governador do Estado 
SINVAL GUAZZELLI 


Secretário do Interior, Desenvolvimento Regional e Obras Públicas 
BARTOLOME DE BORBA 


Presidente da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul 
ERNESTO ALFREDO PREUSSLER 


Diretoria da Fundacäo Zoobotänica do Rio Grande do Sul 


Diretor-Superintendente | 
JOSE WILLIBALDO THOME 


Diretores-Executivos 


do Jardim Botânico - ALBANO BACKES : 
do Museu de Ciências Naturais - JOÃO PEDRO R. PAPALEO 
do Parque Zoológico - GILBERTO C. MATTES 


Impresso com autorização e sob a responsabilidade do Diretor 
Superintendente da FZB (alínea d) art. 14, dos 
Estatutos - Decreto RS n.º 22.683/73) 


Revisão do gênero Dichelops SPINOLA, 1837 (Heterop- 
tera, Pentatomidae, Pentatomini } 


Jocelia Grazia** 


RESUMO 


O gênero Dichelops SPINOLA, 1837 é revisado e redefinido com base nos caracteres 
morfológicos aqui considerados válidos, com especial ênfase à genitália de ambos os sexos e à 
distribuição geográfica. As quatorze espécies, das quais sete são novas, são incluídas em três 
subgêneros presentemente propostos. O subgênero tipo inclui D. (D.) avilapirest sp.n., D. (D) 
bicolor DISTANT, 1890, D. (D.) /eucostigmus (DALLAS, 1851), D. (D.) miriamae sp.n., D. 
(D.) nrigrum BERGROTH, 1914, D. (D.) peruanus sp.n., D. (D.) pradoi sp.n., D. (D.) punc- 
tatus SPINOLA, 1837 e D. (D.) saltensis sp.n. O subgênero Neodichelops subg. n. inclui as 
espécies D. (N.) furcatus (FABRICIUS, 1775), D. (N.) melacanthus (DALLAS, 1851), D. (N.) 
phoenix sp.n. e D. (N.) /obatus sp.n. O subgênero Prodichelops subg. n. inclui uma única 
espécie D. (P.) divisus (WALKER, 1867). Examinamos o material tipo de cinco espécies pre- 
viamente descritas e colocamos .outras duas em ““incertae sedis’', a saber, D. dimidiatus (HE- 
RRICH-SCHAFFER, 1842) e D. furcifrons (AMYOT & SERVILLE, 1843). São, ainda, analisadas 
as relações filogenéticas dos subgêneros. 


ABSTRACT 


Dichelops SPINOLA, 1837 is revised on the basis of the morphology of genitalia and 
geographic distribution, as well as, on the morphological structures wich have been proved here 
to be valid as taxonomic characters. Fourteen species — seven new — are recognized, and are 
here grouped in three subgenera. Subgenus Diche/obs SPINOLA, 1837 includes D. (D.) avı- 
lapiresi sp.n., D. (D.) bicolor DISTANT, 1890, D. (D.) /eucostigmus (DALLAS, 1851), D. (D.) 
miriamae sp.n., D. (D.) nigrum BERGROTH, 1914, D. (D.) peruanus sp.n., D. (D.) pradoi 
sp.n., D. (D.) punctatus SPINOLA, 1837 e D. (D.) saltensis sp.n. Subgenus Neodichelops 
subg. n. includes D. (N.) furcatus (FABRICIUS, 1775), D. (N.) melacanthus (DALLAS, 1851), 
D. (N.) phoenix sp.n. and D. (N.) /obatus sp.n. Subgenus Prodichelops subg. n. includes a 
single species D. (P.) divisus (WALKER, 1867). D. dimidiatus (HERRICH-SCHAFFER, 1842) 
and D. furcifrons (AMYOT & SERVILLE, 1843) are listed as ““incertae sedis’’. Six hundred odd 
specimens, including five types, from twenty two collections were examined and the geographic 
distribution of the species mapped. The cladogram of Dichelops was drawn on the basis of an 
analysis of eight characters. All the species are illustrated and keyed. 


INTRODUÇÃO 


O gênero Dichelops é exclusivamente neotropical. 

A primeira referência feita a uma espécie, que posteriormente passou a 
pertencer ao gênero em questão, é atribuída a FABRICIUS ao descrever, em 
1775, Cimex furcatus da Patagônia. Em 1803 o mesmo autor relacionou esta 
espécie em seu catálogo descritivo. 


* Aceito para publicação em 02.VII1.77. Parte do trabalho de Tesc apresentada na UNICAMP para obtenção do 


título de Doutor em Ciências. 
** Universidade Estadual de Campinas, Departamento de Zoologia, Caixa Postal 1170, 13100 Campinas, SP, Brasil. 


Bolsista do CNPq, Proc. 1111.1840/76. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53): 3-119,10 out. 1978 


4 RE RER ALT pio Gui 


Em 1837, SPINOLA propôs o gênero Dichelobs para a espécie punc- 
tatus, que então descreveu, baseado num exemplar enviado por M. Dupont 
de São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil. 


Em 1839, HERRICH-SCHAFFER descreveu Acta spiniceps do Brasil. 

Em 1842, HERRICH-SCHAFFER descreveu ““Cimex dimidiatus HA- 
GENBACH'’’ do Brasil, indicando a figura 629, da estampa CCII como 
correspondente à descrição desta espécie e Czmex transversalis, sem procedên- 
cia, indicando para esta espécie a figura 630 da mesma estampa. Em 1844, o 
mesmo autor descreveu, sob forma de chave, no gênero Dichelops: 
“2. Kurzeyförming. 

D. transversalis m. Fig. 630”. 

Em 1843, AMYOT & SERVILLE propuseram o gênero Dipl/oxys para 
incuir /ineola que descreveram de “Buenos Ayres?” e três espécies do 
Senegal; criaram também o' gênero Zalega, monotipico, para a espécie fur- 
cifrons que descreveram de Caiena. 

Em 1850, SPINOLA propôs o nome Diacus como novo nome para 
Dichelops. 

Em 1851, DALLAS estabeleceu o gênero Diceraeus para duas espécies 
novas, melacanthus da Venezuela e /eucostigma do Pará, em sua lista das 
espécies da coleção do Museu Britânico. 


HERRICH-SCHAFFER (1853; Index) colocou /ineola no gênero 
Dichelops. 


STAL (1862) colocou /reola no gênero Diceraeus. 

Em 1866, MAYR transferiu para o gênero Dichelobs as espécies de 
Zalega e Diceraeus; considerou válidas as espécies furcatus (= Jneola; = 
melacanthus), transversalis, leucostigmus, bunctatus e furcifrons; indicou que 
Pentatoma gladiator PALISOT DE BEAUVOIS deveria pertencer ao gênero 
Dichelops. MAYR desconhecia ou não levou em consideração a sinonimia 
feita por AMYOT & SERVILLE (1843) de Pentatoma gladiator à Arvelius 
albopunctatus DE GEER, 1773. Na referência à transversais, incluiu as ci- 
tações de HERRICH-SCHAFFER (1842 e 1844) não tendo se apercebido das 
trocas das figuras no trabalho desse autor. Para furcatus e leucostigmus 
mencionou o Brasil na distribuição geográfica. 


STAL (1867) em sua chave genérica para os pentatomídeos americanos 
incluiu o gênero Dichelops. 


Também em 1867, WALKER, desconhecendo o trabalho de MAYR, 
catalogou as espécies de hemípteros existentes em coleções de entomólogos 
europeus e americanos e, no que concerne ao gênero em questão mencionou 
o que segue: Zalega furcifrons em Suriname (esta espécie foi descrita de 
Caiena); no gênero Diceraeus incluiu melacanthus, da Venezuela e /eucostig- 
ma, do Pará e Santarém e, descreveu como novas neste gênero, as espécies 
mutabilis, de Constância, Tíjuca e Petrópolis, pa/chricornis de Constância e 
divisus, da Região Amazônica. Colocou, tentativamente, em Diceraeus, as 
espécies /ineola de ''Buenos Ayres?” e Aelia spiniceps HERRICH-SCHAF- 
FER, 1839, do Brasil. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 om. 1978 


Revisão do gênero Diche/ops SPINOLA... 5 


STAL (1872) catalogou as espécies do gênero Dichelops, adotando o 
conceito genérico de MAYR (1866). Como novas informações, baseado nas 
coleções do Museu de Estocolmo (‘‘Mus. Holm.’’), assinalou a ocorrência de 
furcifrons no Brasil, furcatus em Montevidéu e Buenos Aires e zelacanthus 
em Bogotá, revalidando esta última espécie que MAYR (1866) havia sino- 
nimizado à furcatus; ainda, colocou Aelia spiniceps no gênero Platistus 
HERRICH-SCHAFFER, 1853, da subfamília Acanthosominae e, finalmente, 
sinonimizou dimidiatus à transversalis. Quanto a essas duas espécies de 
HERRICH-SCHAFFER, STAL esclareceu a troca de ilustrações na estampa 
CCII daquele autor (1842). Na realidade, a figura 629 é de Cimex transver- 
salıs a qual STAL (1872) transferiu oportunamente para o gênero Thyanta 
STAL, 1862 e a figura 630 é de Cimex dimidiatus | o único Dichelops válido 
de HERRICH-SCHAFFER ]. Apesar de STAL ter esclarecido perfeitamente a 
identidade das descrições e figuras acima mencionadas, cometeu um erro ao 
adotar o nome D. transversalis para D. dimidiatus, o qual tem precedência 
sobre o anterior. 

Em 1879, BERG registrou furcatus para a Argentina, usando o conceito 
genérico de MAYR (1866); atribuiu a origem do material-tipo de FABRI- 
CIUS à viagem de Banks no ‘‘'Endeavour’’ (1768 a 1771) e como ocorrência 
citou Patagônia, Buenos Aires, Montevidéu e Brasil, esta última tirada da 
bibliografia (MAYR, 1866). 

Em 1890, DISTANT mencionou o gênero Dichelops (= Zalega; = 
Diceraeus) reconhecendo a existência de seis espécies e descrevendo, como 
nova espécie, bicolor, do Panamá. 

Em 1891, BERGROTH redescreveu bicolor DISTANT com base em 
uma fêmea da coleção Fallou, procedente de Minas Gerais. 

Em 1892, BERG referiu-se a /eucostigmus DALLAS no Uruguai. 

LETHIERRY & SEVERIN (1893-1896) publicaram um catálogo geral dos 
hemípteros, mantendo para Diche/ops o conceito genérico de MAYR (1866); 
como novas contribuições registraram furcifrons para “Guyana” e incluiram, 
tentativamente, neste gênero, zzutabılis, pulchricornis e divisus. 

DISTANT (1900) transferiu definitivamente zutabılis e pulchricornis 
para o gênero Dichelops. 

KIRKALDY (1909) em seu catálogo de hemípteros, redistribuiu gêneros 
e espécies de Pentatomini, porém, manteve o conceito genérico de MAYR 
(1866) para Dichelops; restabeleceu o nome dimidiatus para a espécie de 
HERRICH-SCHAFFER (1842) invertendo a sinonimia proposta por STAL 
(1872). - 

Em 1914, BERGROTH descreveu Diche/ops nigra da Guiana Francesa. 

PIRAN, em 1948, forneceu novos registros na Argentina para furcatus e 
mencionou sua ocorrência na Bolívia; em 1956 o mesmo autor registrou nigra 
para a Bolívia e zze/acanthus para o Paraguai. 

RUFFINELLI & PIRÁN (1959) publicaram um catálogo de hemípteros 
do Uruguai incluindo a referência de BERG (1892) para /eucostigmus. 

GAEDIKE (1971) relacionou os tipos depositados no antigo DEI, de 
Eberswalde e incluiu uma relação de nomes inéditos encontrados nas eti- 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


6 GRAZIA,)J. 


quetas dos exemplares com a anotação de “'tipo””. Entre eles, Dichelops 
transfuga BREDDIN. 

GALILEO, GASTAL & GRAZIA (1977) referiram-se a Dichelops 
cujos exemplares foram coletados sobre cultura de soja no município de 
Guaíba, Rio Grande do Sul; as espécies não foram identificadas por estar, 
então, em andamento, o presente trabalho de revisão do gênero Dichelops. 

Finalmente ROLSTON (1976) designou lectótipo e paralectótipos de 
mutabilis e sinonimizou pulchricornis e mutabilis respectivamente à 
Chloropepla vigens (STAL, 1860) e Mayrinia curvidens (MAYR, 1864). 


No material examinado, as coleções estudadas estão indicadas pelas seguintes siglas: 

BMNH — British Museum (Natural History), Londres. 

DDSV — Divisão de Defesa Sanitária Vegetal, Rio de Janeiro. 

DEI — ex-Deustches Entomologisches Institut, Eberswalde. 

EH — Coleção E. Heinrichs, International Rice Research Institute, Manila. 

ENA — Escola de Agronomia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Itaguaí. 

FA — Facultad de Agronomia de la República, Montevideo. 

FHC — Facultad de Humanidades y Ciéncias, Universidad de la Republica, Montevideo. 

IAC — Instituto Agronômico de Campinas, São Paulo. 

IAS — ex-Instituto Agronômico do Sul, Pelotas. 

IB — Instituto Biológico, São Paulo. 

IOC — Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro. 

IZA — Instituto de Zoologia Agrícola, Facultad de Agronomia, Universidad Central de 
Venezuela, Maracay. 

LHR — Coleção L. H. Rolston, Louisiana State University, Baton Rouge. 
MA — Museu Anchieta, Porto Alegre. 

MACN — Museo Argentino de Ciencias Naturales “Bernardino Rivadavia 
MCN — Museu de Ciências Naturais, Porto Alegre. 

MLP — Facultad de Ciencias Naturales y Museo, Universidad Nacional de La Plata. 

MLS — Museo de Historia Natural “'La Salle’’, Caracas. 

MN — Museu Nacional, Rio de Janeiro. 

MZUSP — Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, São Paulo. 

UNA — Universidad Nacional Agraria La Molina, Lima. 

UNICAMP — Departamento de Zoologia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas. 

Examinamos o tipo de D. melacanthus (DALLAS, 1851) e sintipos das espécies D. bicolor 
“ DISTANT, 1890, D. divisus (WALKER, 1867), D. /ezcostigmus (DALLAS, 1851) e D. furcatus 
(FABRICIUS, 1775). Na citação do material tipo, no item “material examinado”, usamos as 
letras (a), (b) e (c) para indicar a primeira, segunda e terceira etiquetas, respectivamente. 

As ilustrações foram feitas pelo autor com auxílio de câmara clara. Para evitar distorção, no 
desenho do exemplar inteiro, este foi orientado em dois planos focais: o primeiro correspondente 
à região da cabeça e pronoto anterior e o segundo, correspondente ao pronoto posterior e o 
restante da superfície dorsal. 

No tratamento das genitálias utilizamos KOH a 10%, a quente, para maceração, e para 
diafanização utilizamos fenol P.A.; a coloração foi feita com vermelho congo. Adotamos a 
nomenclatura proposta por DUPUIS (1955, 1963 e 1970) na terminologia das peças da genitália. 

Para extrair o ‘‘phallus’’, do interior do pigóforo, retiramos inicialmente o proctiger e 
rompemos, com auxílio de alfinetes entomológicos, os apódemas que prendem esta estrutura à 
parede interna do pigóforo. A seguir, retiramos o ‘‘phallus’’ através da abertura do diafrágma da 
cápsula genital. { 

Na relação do material examinado, para cada espécie, usamos as siglas oficiais do Brasil e de 
suas divisões políticas, de acordo com critério adotado pela Fundação Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística. As siglas usadas são as seguintes: Amazonas = AM, Pará = PA, Amapá 
= AP, Ceará = CE, Rio Grande do Norte = RN, Bahia = BA, Minas Gerais = MG, Rio de 
Janeiro = RJ, São Paulo = SP, Paraná = PR, Santa Catarina = SC, Rio Grande do Sul = RS, 
Goiás = GO e Mato Grosso = MT, Brasil = BR. 


1, 


‚ Buenos Aires. 


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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 7 


Os mapas de distribuição foram feitos com base no material examinado pelo autor, tendo 
em vista a dificuldade de sabermos se as espécies referidas na literatura haviam sido identificadas 
corretamente. 

As medidas foram obtidas com ocular de medição de 10x e estão expressas em milímetros, 
correspondendo às seguintes especificações: comprimento da cabeça, do pronoto, do escutelo e 
comprimento total do corpo até o ápice do 7.º segmento, ao longo da linha mediana longi- 
tudinal; comprimento dos artículos antenais em vista dorsal; largura da cabeça ao nível dos 
olhos; distância interocular na altura mediana dos olhos; largura do pronoto, com espinho, ao 
nível dos úmeros; largura do pronoto, sem espinho, ao nível da base dos hemiélitros; largura do 
escutelo junto aos ângulos basais; largura do abdome ao nível do 3.º segmento. (Fig. 127). 


INTERPRETAÇÃO DOS CARACTERES TAXONÔMICOS 


O gênero é uma unidade filogenética que incluí espécies e grupos de 
espécies monofiléticos e cujo conceito taxonômico, para efeito deste trabalho, 
atendendo a natureza da informação disponível, foi baseado em critérios 
morfológicos e zoogeográficos, como indicadores de descontinuidade genética 
em relação aos outros gêneros da família. 

As descrições dadas para diferentes gêneros e espécies de pentatomídeos 
incluem tradicionalmente, referências a determinadas medidas sem que, até 
o momento, se haja feito uma análise mais profunda de seu valor taxonô- 
mico. 

Por outro lado, observamos que um dos caracteres, muito significativo 
para alguns gêneros (Mayrinia, Chloropepla), como a dimensão do espinho 
dos ângulos umerais do pronoto, que é diagnóstico de espécie, não apresenta 
significação no caso de Dichelops, onde a variação é intraespecífica. 

As medidas classicamente utilizadas em pentatomídeos são os com- 
primentos de: cabeça, artículos antenais, cabeça adiante dos olhos, pronoto, 
escutelo e comprimento total e as larguras de: cabeça, pronoto ao nível dos 
ângulos umerais, base do escutelo, abdome ao nível do 3.º segmento e a 
distância interocular. 

Com a intenção de avaliar os índices de variação individual que tais 
estruturas apresentam, comparamos séries de exemplares de D. furcatus e D. 
melacanthus. Na seleção das espécies para análise estatística, procuramos 
atender certas premissas para evitar os problemas de variação cronológica e 
sazonal, tais como: que as espécies fossem próximas; que estivessem represen- 
tadas, na coleção estudada, por um número significativo de exemplares de 
ambos os sexos; serem provenientes de uma mesma região. No caso, as 
espécies selecionadas, D. furcatus e D. melacanthus, pertencêm ao mesmo 
subgênero e os exemplares foram coletados em Guaíba, Porto Alegre e 
Viamão, no Estado do Rio Grande do Sul. Para efetuar as medidas desta série 
utilizamos microscópio estereoscópio ZEISS, com ocular de medição de 10x e 
objetiva de 1,6x; o índice de correção foi de 0,628. 

Os coeficientes de relação foram obtidos com o uso da fórmula: 


R = (Ly x 100)/L2 


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8 GRAZIA,J. 


onde R = coeficiente, Ly e L2 = as duas dimensões lineares consideradas 
(Tabela A). Os coeficientes de diferença foram calculados de acordo com a 
fórmula. 


CD = (Xb — Xa)/(Sa + Sb) 


onde b representa D. furcatus, a representa D. wmelacanthus, Xb e Xa = 
médias das medidas comparadas e Sa e Sb = valores dos respectivos desvios 
padrões. (Tabela B). 

Os resultados obtidos foram computados na Tabela C e correspondem a: 
número de individíduos estudados, valores médios e extremos e respectivos 
desvios padrões. As medidas realizadas correspondem às relacionadas no item 
acima, exceto o comprimento dos artículos antenais, que verificamos ser 
extremamente variável a nível individual, em todas as espécies do gênero (o 
2.º artículo pode ser menor, igual ou maior que o 3.º numa mesma espécie) 
e acrescentamos a largura do pronoto sem espinho, que consideramos ser um 
caráter mais estável já que a variação individual desta medida decorre da 
variação individual do tamanho do espinho. Para melhor visualização destes 
resultados foram montados duas séries de gráficos (Figs. 128 a 131) onde as 
relações lineares e as correlações daqueles caracteres, cujo índice de variação 
foi menor, estão representadas. 

Como caracteres diagnósticos, para os machos, foram encontrados o 
comprimento da cabeça e do pronoto, a distância interocular, o comprimento 
e a largura do abdome e o comprimento e a largura do escutelo, a largura do 
abdome e o comprimento total (Fig. 130); para as fêmeas, o comprimento da 
cabeça, a distância interocular, o comprimento e a largura do escutelo, a 
largura do pronoto sem espinho, a largura do abdome e o comprimento total 
(Fig. 131). 

As correlações que evidenciaram as diferenças para ambos os sexos, entre 
as espécies em questão, foram: comprimento da cabeça/ distância interocular, 
largura da cabeça/comprimento da cabeça diante dos olhos, comprimento da 
cabeça/largura da cabeça, comprimento do pronoto/largura da cabeça, 
comprimento do escutelo/largura do escutelo, comprimento do pronoto/lar- 
gura do pronoto. (Figs. 128 e 129). 

Os coeficientes de relação, entre caracteres utilizados, indicados na 
tabela A, mostram que as proporções, nas duas espécies, são semelhantes. 
Entretanto, as medidas absolutas permitem identificá-las com precisão. 

Outrossim, foram calculados os coeficientes de diferença (Tabela B) para 
as seguintes medidas: comprimento da cabeça, comprimento do pronoto, 
comprimento da cabeça adiante dos olhos, largura da cabeça e distância 
interocular. Os resultados mostram diferenças consideráveis no comprimento 
do pronoto, na largura da cabeça e na distância interocular. 

Além dos caracteres quantitativos, outros têm sido utilizados para se- 
gregar gêneros e espécies de pentatomídeos. No que se refere a Dichelops, 
revendo a literatura existente, observamos que os autores das espécies des- 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


Revisão do gênero Diche/ops SPINOLA... 9 


critas nos séculos passados basearam-se em dados de coloração geral e das 
pontuações ou formações similares e sua distribuição na superfície do corpo, 
além das relações entre os comprimentos dos artículos antenais. Já BER- 
GROTH ao descrever D. nigra em 1914, forneceu outros dados, tais como, a 
extensão do rostro, forma detalhada do pronoto, aspecto das margens ântero- 
laterais e ângulos umerais deste e forma do corpo. Também indicou, su- 
mariamente, a forma do segmento genital do macho — “'segmento genitali 
maris majusculo, apice late leviter sinuato’’. 

Nas descrições dos gêneros que hoje estão incluídos na.sinonimia de 
Dichelops, tais como Zalega e Diceraeus, ficou evidenciada a forma das jugas 
como caráter distintivo para o gênero. AMYOT & SERVILLE (1843) men- 
cionaram para Zalega “'Tête bifide, sa bifurcation à pointes três-aigués, 
séparées à leur base...’’; DALLAS (1851) mencionou que Diceraeus apresenta 
“Head furcate in front the lateral lobes much longer than the central, but 
not meeting in front of it, produced into acute spines...’’; o próprio SPI- 
NOLA (1837) ao definir o gênero Dichelops mencionou ‘‘...Mais il sera 
toujours aise à distinguer para la forme de ses lobes latéraux (da cabeça) qui 
se prolonguent au delä de l’intermediaire, s’en écartant en s’avancant, 
laissent entr’eux un vuide large triangulaire, et finissent en pointe aígue, 
ensorte qu'on peut dire caput antice bis-spinosum ...’' (grifo original). 

Contudo, uma avaliação dos caracteres taxonômicos então utilizados e 
daqueles que hoje estão sendo adotados pelo autor para definição do gênero 
e das espécies em questão, se faz necessário. 

Colorações e pontuações: a variação de cor é muito pequena; a 
maioria das espécies apresenta cor ocre com pontuações de cor castanha ou 
negra. Algumas espécies são totalmente de um vermelho ferrugíneo e outras 
apresentam esta tonalidade avermelhada na cabeça, pronoto e hemiélitros. 
Em algumas espécies, a variação individual observada na coloração, bem 
como na distribuição da pontuação sobre a superfície dorsal do corpo, corres- 
ponde a um caráter de variação contínua. Contudo, são constantes dentro dos 
subgêneros a coloração das pontuações da face ventral do abdome e a co- 
loração dos espiräculos: no subgênero Neodichelobs as pontuações abdo- 
minais e os espiráculos são da mesma cor do abdome e nos subgêneros 
Dichelobs e Prodichelobs os espiráculos são negros e as pontuações abdo- 
minais são mais escuras que a cor geral do abdome e apresentam padrões 
específicos de distribuição. Outrossim, a presença de uma pequena mancha 
calosa avermelhada ou amarelada (provavelmente por descoloração nos 
exemplares secos) na margem posterior das cicatrizes do pronoto é um caráter 
qualitativo das espécies dos subgêneros Dichelops e Prodichelops. 

Cabeça: reconhecemos, como caráter distintivo do gênero, apenas o 
comprimento das jugas em relação ao clípeo; embora a sua extensão constitua 
um caráter de variação contínua neste gênero, sempre serão mais longas que o 
clípeo e separadas diante deste. As antenas, como mencionamos anterior- 
mente, provaram não constituir caráter específico. Como caráter de variação 
descontínua nos subgêneros Neodichelobs e Dichelobs constatamos a 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119,10 out. 1978 


= 


10 GRAZIA,J 


extensão do rostro: no primeiro subgênero apenas alcança as coxas posteriores 
sendo o segundo artículo pouco maior que o terceiro e quarto reunidos; no 
segundo subgênero, o rostro ultrapassa as coxas posteriores sendo o segundo 
artículo menor que o terceiro e quarto reunidos. 


Pronoto: a largura deste ao nível dos úmeros é, pelo menos, duas vezes 
maior que a largura ao nível dos ângulos anteriores, o que confere ao pronoto 
uma forma trapezoidal. Como bom caráter distintivo apontamos a presença 
de dentes, o recorte crenulado ou aínda o recorte serrilhado nas margens 
äntero-laterais do pronoto. A primeira condição está presente nas espécies do 
subgênero Diche/ops, a segunda em Prodichelops e a terceira em Neodh- 
chelops. Nas espécies de Neodichelobs os espinhos dos ângulos umerais 
apresentam, quanto ao tamanho e cor, uma variação contínua. Nas margens 
póstero-laterais verificamos a existência de um caráter qualitativo para os 
subgêneros de Dichelops, ou seja, no subgênero tipo a presença de uma 
segunda projeção, atrás dos ângulos umerais, que, embora varie interespe- 
cificamente em tamanho, é sempre conspícua. 


Escutelo: na sua forma triangular e estreitado em direção ao ápice 
arredondado é semelhante em todas as espécies do gênero. Apenas a presença 
de fóveas negras nos ângulos basais ou, alternativamente, a presença de uma 
pequena depressão escura permite a distinção dos subgêneros Prodichelops e 
Dichelops respectivamente. 


Hemiélitros: não constatamos a presença de caráter notório, no que 
concerne a estrutura do cório e da membrana, ao contrário do que pode 
ocorrer em alguns gêneros de Pentatomini (Fecelia). 


Conexivo: os ângulos póstero- -Jaterais do conexivo, por se apresentarem 
retos, em tubérculos ou em projeções agudas de orientação posterior, for- 
necem caracteres qualitativos que permitem diferenciar as espécies do sub- 
gênero tipo. Nas espécies de Neodichelops e Prodichelops os ângulos póstero- 
laterais são retos. 

Face ventrai do tórax: encontramos nítidas diferenças na extensão da 
área evaporatória mesopleural e metapleural nos subgêneros em questão, 
porém, o processo apical do peritrema ostiolar, caráter comumente utilizado 
para distinção de gêneros de Pentatomini é apenas pouco maior nos sub- 
gênero tipo apresentando a forma geral de Euschistus 

Abdome: a ausência de espinho ou tubérculo no meio do terceiro 
urosternito, na face ventral do abdome coloca Dichelops entre os gêneros de 
Pentatomini, (hoje em número de 49) do grupo que STAL (1867) caracte- 
rizou como possuidor de ‘‘...segmento secundo ventris inermi, medio nec 
spinoso, nec tuberculato.”’ 

Genitália: para os machos, segundo ROLSTON (1974) a presença de 
um par de processos apicais na face ventral da ‘‘phallotheca’’ aproxima o 
gênero Dichelops de Euschistus. Também, a morfologia geral do pigóforo, 
especialmente da câmara genital, e a forma dos parâmeros constituem carac- 
teres seguros para a distincão das espécies. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53): 3-119,10 out. 1978 


Ainda concordamos com ROLSTON (1974) em afirmar que as estruturas 
membranosas da conjuntiva podem apresentar variações individuais de 
acordo com o grau de distenção do ‘'phallus’’, decorrentes do método de 
dissecção utilizado, porém no gênero Diche/ops consideramos a presença de 
um par de processos dorsais na conjuntiva, como caráter qualitativo para as 
espécies do subgênero tipo. Por outro lado, apenas as espécies de Neodi- 
chelops apresentam um “'processus vesicae””. 

A genitália da fêmea, embora mais homogênea nos diferentes gêneros 
de Pentatomini, possuí, em Dichelops, caracteres qualitativos e/ou quan- 
titativos, não apenas nas placas genitais, onde são comumente observados, 
mas também na ‘‘pars intermedialis’’ e na ‘‘capsula seminalis’’ permitindo a 
separação dos subgêneros em estudo. 

Algumas vezes, a forma desses caracteres tem valor específico. 


Gênero Dichelops SPINOLA, 1837 


Cimex LINNAEUS, 1758: 441 (partim). (Esp. tipo C. bidens LINNAEUS, desig. FABRICIUS, 
1803). 

Halys FABRICIUS, 1803: 180 (partim). (Esp. tipo C. dentatus FABRICIUS, desig. orig.). 

Dichelops SPINOLA, 1837: 299; STAL, 1867: 527; STAL, 1872: 28; LETHIERRY & SEVERIN, 
1893: 129; KIRKALDY, 1909: 68. 

Zalega AMYOT & SERVILLE, 1843: 139. (Esp. tipo Z. furcifrons AMYOT & SERVILLE, por 
monotipia). 

Diploxys AMYOT & SERVILLE, 1843: 138 (partim). (Esp. tipo D. senegalensis, desig. KIR- 
KALDY, 1909). 

Diacus SPINOLA, 1850: 36 (novo nome pro Dichelops). 

Diceraeus DALLAS, 1851: 208 (Esp. tipo D. melacanthus, desig. KIRKALDY, 1909). 


Espécie tipo: Dichelobs bunctatus SPINOLA, 1837, por monotipia. 


Tamanho médio a grande. Corpo densamente pontuado. Jugas mais 
longas que o clípeo, aguçadas ou não na extremidade, geralmente separadas 
diante deste. Angulos umerais do pronoto dotados de projeções desde 
moderadamente desenvolvidas até espinhos longos e aguçados. Genitália 
externa da fêmea do tipo placas genitais e ‘‘phallotheca’’ com um par de 
processos apicais, no lado ventral. 

Corpo moderadamente convexo, em especial na face ventral. Cabeça e 
pronoto com aproximadamente o mesmo comprimento; a metade ou os 2/3 
anteriores do pronoto, juntamente com a cabeça formam uma declividade. 
Superfície da cabeça coberta por pontuações irregularmente distribuídas; 
sobre as jugas, elas se distribuem em linhas mais ou menos paralelas e 
oblíquas que partem do clípeo em direção às margens laterais da cabeça; 
lateralmente aos olhos e diante dos ocelos uma área, aproximadamente cir- 
cular, destituída de pontuações. Tubérculos anteníferos visíveis desde o lado 
dorsal, logo a frente dos olhos, com o lado externo desenvolvido numa 
projeção espinhosa. 1.º artículo antenal nunca alcançando o ápice das jugas; 
5.º artículo maior que os demais. Búculas moderadamente elevadas e pa- 


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12 GRAZIA,J. 


ralelas, prolongando-se até a base da cabeça, onde podem se apresentar 
truncadas, sub-truncadas ou moderadamente projetadas em direção posterior; 
anteriormente, as búculas apresentam um pequeno dente dirigido ventral- 
mente. Rostro atingindo ou pouco ultrapassando as coxas posteriores; 1.º 
artículo do rostro contido no interior das búculas. 

Pronoto trapezoidal com a margem anterior côncava, arredondada atrás 
dos olhos; margens äntero-laterais denteadas, serrilhadas ou crenuladas; 
margens pöstero-laterais emarginadas ou sinuadas; margem posterior quase 
reta. Superfície pontuada, às vezes, com rugas; cicatrizes com pontuações 
centrais geralmente pouco numerosas. 

Escutelo linguiforme, ultrapassando a margem anterior do 5.º segmento 
abdominal, na base, pelo menos duas vezes mais largo do que ao nível da 
sutura claval; ápice arredondado; porção parafrenal pouco mais elevada, 
prolongando-se ou não por uma faixa elevada ao longo da região pós-frenal. 
Superfície irregularmente pontuada, às vezes com rugas. 

Hemiélitros com cório mais longo que o escutelo; ângulo apical do cório 
arredondado; sutura da membrana sinuada ou sub-retilinea; membrana 
hialina, com nove nervuras longitudinais, às vezes bifurcadas, mais escuras, 
que o restante da membrana. 

Conexivo pontuado; ângulos pöstero-laterais retos ou desenvolvidos em 
tubérculos ou em espinhos dirigidos para trás. 

Lado ventral do tórax com pontuações cobrindo as pleuras, irregular- 
mente distribuídas, de cor semelhante a do tórax ou mais escuras, ocasional- 
mente maiores sobre a mesopleura; mesosterno com carena pouco elevada; 
áreas evaporatörias mesopleural e metapleural rugosas, variando em extensão; 
ostíolo odorífero conspicuamente visível; processo apical do peritrema curto e 
linguiforme. 

Abdome intensamente pontuado; pontuações concolores ou mais escuras 
que a cor geral do abdome, menores que as toráxicas; espiráculos arredon- 
dados, concolores ou negros, situados anteriormente à linha média de cada 
urosternito, a qual é marcada por um sulco moderadamente pronunciado, 
que se extende transversalmente pouco além dos espiráculos; posteriormente 
ao sulco e adjacente a ele situam-se os tricobótrios. 

Patas com as tíbias dorsalmente sulcadas. 

Genitália do macho: Pigóforo (IX segmento) de contorno sub-quadran- 
gular; câmara genital abrindo-se em posição dorso-distal. Margem ventral 
escavada. Processos do diafragma presentes ou não. Tubo anal (X segmento) 
disposto perpendicular ou paralelamente em relação ao plano transversal. 
Parâmeros uniformemente espessos ou afilando-se em direção ao ápice, com 
textura diferencial na extremidade, dotados de pelos. ‘‘Phallus’’ com placas 
basais do aparelho articular apresentando a típica forma de ferradura; quando 
em posição de repouso, as placas basais abraçam o terço basal da “'phallo- 
theca’’ ou pelo menos a região de articulação desta com as referidas placas. 
Conetivos dorsais curtos ou muito longos, alcançando o ápice da ““phallo- 
theca’’. ““Basal plates bridge” unindo as placas basais ventralmente. Aber- 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 13 


tura da ‘‘phallotheca’’ ampla, situada em posição dorso-apical. Luz da 
““phallotheca”” ocupada totalmente pelo ““ejaculatory reservoir’’. Conjuntiva 
dotada ou não de processos dorsais, envolvendo a vésica bem desenvolvida, 
apresentando ou não um processo. 

Genitália da fêmea: Esternito VII com margem posterior côncava e 
semicircular sobre os gonocoxitos 8. Ângulos internos dos laterotergitos 8 não 
cobertos pelos gonocoxitos correspondentes e laterotergitos 9. Espiráculos 
presentes ou não nos laterotergitos 8. Laterotergitos 9 e ocasionalmente o X 
segmento com pelos longos. Em vista ventral, os gonocoxitos 8 podem 
esconder ou deixar a descoberto os gonocoxitos 9, os quais possuem diferentes 
graus de esclerotização. Os gonocoxitos 8 podem se apresentar justapostos ou 
sobrepostos na metade anterior. Gonocoxitos 9 fusionados medianamente 
formando o pseudoesternito. As gonapöfises 8 são coalescentes medianamen- 
te, formando o ‘'triangulum’’, sempre menos desenvolvidas que o gono- 
coxito correspondente. Tubo anal (X segmento) retangular. Vias genitais 
ectodérmicas: parede dorsal da “pars comunis’’ com um espessamento da 
íntima vaginal de formato globöide que contém a abertura do ““orificium 
receptaculi’’, parcialmente envolvido na face anterior, por uma estrutura em 
forma de capuz. ''Pars intermedialis’’ dotada ou não de vesícula, adjacente a 
crista anular anterior, formada por um conjunto de canais anastomosados. 
““Capsula seminalis’’ desprovida ou dotada de dentes cujo número e ta- 
manho são variáveis. 

Distribuição: o gênero é exclusivamente neotropical, distribuindo-se 
desde o norte do Panamá e da costa da Venezuela para o sul até a Patagônia, 
nas Sub-Regiões Guiano-Brasileira e Patagônica. Para leste alcança a costa 
atlântica e para oeste, não tem representantes na vertente ocidental da 
Cordilheira dos Andes. Os registros mais boreais são de D. bicolor (VOL- 
CAN DE CHIRIQUI, Panamá), D. »nıgrum e D. melacanthus (ambas na 
Venezuela). No sul, D. furcatus foi descrita da Patagônia, mas provavelmen- 
te o limite meridional da espécie não deve ultrapassar o paralelo de 40º sul. 

O gênero Dichelops se aproxima de Berecynthus STAL, 1862, Padaeus 
STAL, 1862 e Euschistus DALLAS 1851. Todos apresentam mesosterno 
carenado, sendo que em Euschistus a carena alarga-se ao longo da margem 
anterior do mesosterno. As búculas, em Ezschistus são geralmente evanescen- 
tes posteriormente ou mais raramente truncadas; em Diche/ops as búculas são 
truncadas ou suavemente projetadas posteriormente, formando um pequeno 
lobo; em Padaeus as búculas se projetam posteriormente formando um 
conspícuo lobo; finalmente, em Berecynthus as búculas são sub-truncadas 
posteriormente. 

Em Berecynthus, Padaeus e Dichelobs o 1.º artículo do rostro está 
contido no interior das búculas, nunca atingindo a base daquelas, enquanto 
que em Euschistus o 1.º artículo do rostro alcança ou pouco ultrapassa a base 
das búculas. 


Dichelops diferencia-se de Berecynthus e Padaeus por apresentar as jugas 
mais longas que o clípeo. Em Berecynthus o clípeo é agudo na extremidade e 


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nitidamente mais longo que as jugas; em Padaeus, o clipeo é arredondado na 
extremidade e apenas pouco ultrapassa as jugas. As margens ântero-laterais 
do pronoto em Dichelops são denteadas, serreadas ou crenuladas, caracteris- 
ticas estas que o diferenciam de Padaeus que apresenta as margens ântero 
laterais arredondadas com rugas verticais e ocasionalmente denticulos 
esparsos. 

Dichelops diferencia-se de Euschistus fundamentalmente pela carena do 
mesosterno e forma das búculas, anteriormente descritas, bem como pela 
morfologia da genitália de ambos os sexos. Em Dichel/ops, os machos 
apresentam uma arquitetura própria no pigóforo e, na maioria das espécies 
está presente o processo do diafrágma, o qual falta em Euschistus. Neste 
último gênero, é característica a presença de ‘‘penisfilum’’ (ROLSTON, 
1974) nos machos, o qual não se observa em Dichelops. Para as fêmeas, as 
diferenças se encontram basicamente na forma das placas genitais. 


Chave para os subgêneros de Dichelops 


1. Espiráculos negros; pontuações abdominais mais escuras que a cor geral do 


abdome: vésica destimuidaide processos 2 
Espiráculos e pontuações abdominais da cor do abdome; ““processus 
vesicae" presente > Ha a Ara Mo ee. N EEE 3 


2. Margens ântero-laterais do pronoto denteadas; margens pöstero-laterais 
emarginadas, dotadas de uma projeção romba situada mais ou menos no 
meio da distância entre os ângulos umerais e a base dos hemiélitros. ‘“Pars 
intermedialis’’ simples, destituída de vesícula. ‘‘Capsula seminalis’’ 
dotada de-dentes = am a DR BR AM Dichelops 
Margens äntero-laterais do pronoto crenuladas; margens pöstero-laterais 
sinuadas, destituídas de projeções. “'Pars intermedialis’’ simples, des- 
tituída de vesícula. “Cápsula seminalis’’ destituída de dentes .... Prodi- 
chelobs 

3. Margens äntero-laterais do pronoto serrilhadas; margens pöstero-laterais 
sinuadas ou crenuladas.''Pars intermedialis’’ dotada de vesícula. ‘‘Capsula 
seminalis. destituidaide:dentess rs Neodichelops 


Subgênero Dichelops SPINOLA 


Espécie tipo: Dichelops punctatus SPINOLA, 1837. 


Ornamentação da superfície do corpo, em ambas as faces, feita por 
tricódeos curtos e espessos, mais alargados no ápice, que na base, que partem 
do centro das pontuações. (Fig. 126 Z2). 

Cabeça e os 2/3 anteriores do pronoto em declividade. Jugas agudas ou 
fortemente aguçadas na extremidade. Pontuações da cabeça mais escuras que 


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Revisão do gênero Diche/ops SPINOLA... 15 


a cor geral, quase negras e ocastonalmente maiores na região discal; uma série 
de pontuações negras geralmente margeando externamente as jugas. Face 
ventral da cabeça também pontuada, inclusive sobre as búculas, por pon- 
tuações escuras, mais distanciadas que na face dorsal. Búculas, na base, 
moderadamente projetadas em direção posterior. Rostro pouco ultrapassando 
as coxas posteriores; 2.º segmento pouco menor que o 3.º e 4.º reunidos. 

Pronoto: ângulos ântero-laterais com projeções dentiformes nitidamente 
destacadas das demais projeções das margens äntero-laterais, estas com dentes 
de tamanho variável. Margens pöstero-laterais emarginadas, apresentando 
aproximadamente no meio da distância entre os ângulos umerais e a base dos 
hemielitros, uma projeção romba que pode ser tão saliente quanto os ângulos 
umerais (nas espécies onde as projeções dos ângulos umerais são pouco desen- 
volvidas). Densamente pontuado, às vezes rugoso sobre a faixa transumeral, 
ou apenas na base dos ângulos umerais. Uma mancha calosa, pequena e 
arredondada, sempre presentes na margem posterior das cicatrizes, de co- 
loração amarela ou avermelhada. 

Escutelo: ângulos basais com nítida fóvea de cor preta, cujo tamanho é 
vartável, porém nunca ultrapassando a dimensão de um olho. Pontuações 
escuras, ocasionalmente mais distanciadas e maiores que no pronoto, cobrem 
a sua superfície. Região parafrenal nitidamente elevada. Ápice do escutelo 
geralmente apresentando uma pequena mancha sub-calosa, amarelada, tendo 
de cada lado uma mancha castanha. 

Hemiélitros: sutura da membrana sinuada. Pontuações escuras maiores 
nos 2/3 basais, ocasionalmente mais concentradas no 1/3 apical. Na 
extremidade da veia radial uma pequena área circular destituída de pon- 
tuações, sub-calosa em alguns e imperceptível em outros. 

Angulos pöstero-laterais do conexivo retos ou projetados em tubérculos 
ou em espinhos dirigidos para trás. 

Lado ventral do tórax com pontuações mais escuras que a cor geral, 
predominando pontuações maiores sobre o mesosterno. Área evaporatória 
mesopleural ocupando a metade da área total do pleurito ou pouco mais. 
Área evaporatória metapleural ampla e rugulosa extendendo-se além da 
metade da largura do pleurito; processo apical do peritrema ocupando 1/4 da 
distância entre o ostíolo e a margem lateral da área evaporatória. 

Abdome ventralmente com pontuações escuras, destacadas da cor geral; 
margens posteriores de cada segmento com uma série de manchas escuras, 
pequenas e arredondadas, mais nítidas na faixa média longitudinal do 
abdome. Espiráculos negros. 

Patas dotadas ou não de manchas enfuscadas, arredondadas e irregular- 
mente distribuídas nos fêmures e tíbias. 

Genitália do macho — Pigóforo: processos do diafragma em projeções 
espiniformes, digitiformes ou espatulares, ou ainda ausentes. Tubo anal (X 
segmento) disposto, quase sempre, perpendicularmente em relação ao plano 
transversal (exceto em D. bicolor). Parâmeros mais alargados na base e 
afilando-se em direção ao ápice. ‘‘'Phallus’’: placas basais do aparelho ar- 


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16 GRAZIA,J. 


ticular abraçando o 1/3 basal da “*phallotheca””, extendendo-se além da 
região de articulações desta com as referidas placas. Conjuntiva dotada de um. 
par de processos apicais, na face dorsal. Vésica destituída de processos. 


Genitália da fêmea — Placas genitais (gonocoxitos 8, laterotergitos 8 e 
9) com os tricódeos de ornamentação mais desenvolvidos que os demais que 
recobrem o restante da superfície do corpo. Espiráculos do 8.º segmento 
presentes. Gonocoxitos 8 cobrindo os gonocoxitos 9, em vista ventral. Bordos 
suturais dos gonocoxitos 8 justapostos; paredes internas com concavidades de 
forma variável (Fig. 16 A-l) que correspondem externamente a uma área 
inflada da metade interna dos gonocoxitos, sendo que a metade externa é 
plana. Gonocoxitos 9 com comprimento maior do que a metade do com- 
primento do X segmento ao longo da linha média, fortemente esclerotizados. 
“Pars intermedialis’’ tubular, simples, destituída de vesícula. ““Capsula 
seminalis’’ com dois ou três dentes de tamanho variável. 


Chave para as espécies do subgênero Dichelops 


1. Ângulos umerais pouco salientes, rombos, ou formando um pequeno 
espinho que iguala ou pouco ultrapassa as projeções rombas das margens 
pöstero-laterais do promotor Co 2 
Angulos umerais muito salientes, desde projeções largas, sub- agudas ou 
agudas no ápice, até longos espinhos, que ultrapassam uma linha ıma- 
ginária longitudinal que tangencia o 3.º segmento abdominal. ....... 4 

2. Processo do diaitagma Presenter RE 3 
Processo do diafragma ausente; ângulos umerais desenvolvidos em minús- 
culo espinho; às vezes com projeção espinhosa bem desenvolvida nas 
margens externas das jugas, logo adiante dos olhos............ saltensis 

3. Exemplares maiores (11,56 a 12,24 mm); ‘‘capsula seminalis’’ com dois 
dentes; margem ventral do pigöforo escavada em ‘‘U’’ alargado, desti- 
tuída de tufos de pelos lateralmente à goteira mediana (Fig. 126 


(0) PR DE E o De ser a RO re pradoi 


Exemplares menores (8,97 a 10,13 mm); ‘‘capsula seminalis’’ com três 
dentes; margem ventral do pigöforo escavada em ‘‘Ü’’ estreito, com um 


par de tufos de pelos lateralmente à goteira mediana (Fig. 126)).... avı- 
lapiresı 

4. Jugas estreitando-se abruptamente ao nivel do clipeo e em seguida afılan- 
do-se progressivamente em difeção do ápice agudo a 5 
Jugas estreitando-se uniformemente em direção ao ápice agudo ....... 8 


5. Ângulos umerais desenvolvidos em projeções largas, sub-agudas no ápice, 
dirigidas ântero-lateralmente, que pouco ultrapassam a linha imaginária 
longitudinal que tangencia o 3.º segmento abdominal ........ RECTA 6 
Angulos umerais desenvolvidos em longos espinhos, agudos no ápice, que 
muito ultrapassam a linha imaginária longitudinal que tangencia o 3.º 
segmento abdomifial; EN a EEE RR O ER 7 


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Revisão do gênero Dichelobs SPINOLA... 17 


6. Margem ventral do pigóforo uniformemente escavada, reta no meio, com 
tufos de pelos presentes apenas nos ângulos distais da margem (Fig. 126 
R); processo do diafragma em espinho alargado na base e agudo no ápice 
Ts AN toada po E ques re N E bicolor 


Margem ventral do pigóforo escavada e bisinuada, sendo que as projeções 
não ultrapassam os ângulos póstero-laterais do pigóforo; tufos de pelos 
presentes nos ângulos distais da margem ventral e sobre as projeções 
triangulares (Fig. 126 0); processo do diafragma espatular 

(Ea di o pro a pç RIR Pi E ER ARO 2 A RO NE ER peruanus 


7. Angulos pöstero-laterais do conexivo amplamente desenvolvidos em 
tubérculos, agudos na extremidade; segmentos do conexivo com pon- 
tuações castanhas, mais escuras que a cor geral, e aínda presente uma 
pequena mancha negra nos ângulos ântero-laterais de cada segmento; 
margem ventral do pigöforo largamente escavada, destituída de tufos de 
pelos no meio; ângulos distais da margem ventral não projetados, 
apresentando tufos de pelos (Fig. 126 P); ““capsula seminalis’’ com três 
DENT ESTO je A doa DRE UR OP RR RD punctatus 


Angulos pöstero-laterais do conexivo projetados em pequenos espinhos; 
segmentos do conexivo com pontuações concolores; margem ventral do 
pigóforo estreitamente escavada, tendo no meio um par de tufos de pelos; 
ângulos distais da margem ventral projetados em direção à linha média 
apresentando tufos de pelos (Fig. 126 N); ‘‘capsula seminalis’’ com dois 
clentess(Big/ 27) esse ua am To CRER A leucostigmus 


8. Disco da cabeça evidenciado por uma série de pontuações mais escuras; 
ângulos umerais com conspícuo espinho que pouco ultrapassa as projeções 
rombas das margens pöstero-laterais do pronoto; ângulos póstero-laterais 
do conexivo dotados de conspícuos espinhos; pontuações castanhas do 
conexivo concentradas no terço apical de cada segmento; margem ventral 
do pigóforo projetada em aba, paralela ao plano transversal do pigóforo, 
com contorno sinuado em vista ventral; os ângulos distais da margem 
ventral apresentam espessos tufos de pelos (Fig. 126 M)....... miramae 


Disco da cabeca näo destacado; ängulos umerais desenvolvidos em longos 
espinhos de orientacäo lateral que muito ultrapassam a linha imaginäria 
longitudinal que tangencia o 3.º segmento abdominal; ângulos pöstero- 
laterais do conexivo muito suavemente projetados; pontuações castanhas 
ou negras dispostas na metade interna de cada segmento do conexivo, 
enquanto que a metade externa apresenta pontuações concolores; margem 
ventral do pigóforo uniformemente côncava ou sinuada no meio, des- 
tituída de tufos de pelos e projetada triangularmente, de cada lado, sendo 
que estas projeções ultrapassam os ângulos pöstero-laterais do pigóforo 
(EIS GR Ra ai Sn uva do ne ara nigrum 


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18 GRAZIA, ). 


Estampa 1: fig. 1 - D. (D.) avilapiresi, macho; fig. 10 - D. (D.) bicolor, 
lectótipo fêmea. 


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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 


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20 


GRAZIA,J. 


Estampa 2: D. (D.) avilapires:: fig. 2 - Pigóforo, vista dorsal (BD = bordo 


dorsal, MV = margem ventral, Par = parâmero, pd = processo do 
diafragma, X = proctiger); fig. 3 - Parämero direito, vista lateral interna; 
fig. 4 - ““Ductus seminis’’ e “ Aussenwand”, vista lateral (Cj = conjun- 
tiva, DS = “ductus seminis’’, EjR = ““ejaculatory reservoir’’, Ph = 
“phallotheca””, PrPh = “*processus phallothecae’’, V = vesica); fig. 5 - 
““Phallus””, vista dorsal (CD = conetivo dorsal, Cj; = conjuntiva, CV = 
conetivo ventral, GS = gonoporo secundário, PC = ““processus capi- 
tati”, plb = placa basal, pre; = ““processus conjuntivae’’, prph = 
““processus phallothecae’’, V = vesica); fig. 6 - ‘‘Phallus’’, vista ventral 
(bpb = “basal plates bridge””, Cj = conjuntiva, Me = ‘‘Membran- 
blase’’, ph = “'phallotheca””, prph = ““processus phallothecae’’); fig. 7 
- VII segmento e placas genitais, vista ventral; fig. 8 - Placas genitais com 
transparência, vista ventral (Ang Int La8 = ângulo interno do lateroter- 
gito 8, Ang Post Ext Gc8 = ângulo posterior externo do gonocoxito 8, B 
Post Gc8 = bordo posterior do gonocoxito 8, Es8 = espiräculo do seg- 
mento VIII, G8 = gonapöfises 8, Gc8 = gonocoxito 8, Gc9 = gono- 
coxitos 9 La8 = larerotergito 8, La9 = laterotergito 9, VII = sétimo 
segmento, X = décimo segmento); fig. 9 - Laterotergitos 9, gonocoxitos 
9, gonapófises 9 e ““receptaculum seminis’’, vista ventral (CAA = crista 
anular anterior, CAP = crista anular posterior, CS = ““capsula semi- 
nalis””, DR = ““ductus receptaculi’’, EIV = espessamento da íntima 
vaginal, G9 = gonapófises 9, Gc9 = gonocoxitos 9, La9 = laterotergito 
9, OR = “orificium receptaculi’’, PC = “pars comunis’’, PI = “'pars 
intermedialis’’, X = décimo segmento). 


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22 GRAZIA,). 


Dichelops (Dichelops) avilapiresi sp. n. 
(Fig. 1-9 e 126 G,)) 


Cor geral ocre, densamente pontuada de castanho, nas faces dorsal e 
ventral. De coloração vermelho-ferrugínea as seguintes regiões: metade 
anterior da cabeça, principalmente sobre as jugas, uma estreita faixa transver- 
sal no pronoto, ao nível dos úmeros e o terço basal da costa. 

Macho — Dimensões: comprimento da cabeça 1,59 (1,36-1,76); largura 
da cabeça 1,99 (1,97-2,04): comprimento da cabeça diante dos olhos 1,0 
(0,88-1,15); distância interocular 1,16 (1,15-1,22); comprimento dos artí- 
culos antenais I - 0,54, II - 0,78 (0,74-0,88), III - 0,84 (0,81-0,88), IV - 1,29 
(1,22-1,36), V - 1,46 (1,42-1,56); comprimento do pronoto 1,95 (1,83-2,04); 
largura do pronoto 5,63 (5,44-5,71); comprimento do escutelo 3,54 (3,33- 
3,6); largura do escutelo 3,35 (3,26-3,4); comprimento total 9,54 (9,24- 
10,13): largura abdominal 5,53 (5,3-5,71). 

Cabeça: jugas pouco alongadas, com comprimento diante do clípeo 
nunca ultrapassando a metade do comprimento do 1.º artículo antenal e 
agudas no ápice. Região do disco sub-rugosa, com pontuações maiores. 
Comprimento dos artículos antenais ou aumentando progressivamente do 1.º 
ao 5.º ou 02.º e 3.º se igualam. Pronoto: a projeção dentiforme dos ângulos 
äntero-laterais, às vezes bifurcada no ápice, pode alcançar até uma vez e meia 
o tamanho das demais projeções das margens äntero-laterais. Angulos 
umerais salientes, rombos, não formando espinho; a projeção romba das 
margens pöstero-laterais é relativamente desenvolvida, frequentemente 
igualando as projeções dos ângulos umerais. Pontuações do pronoto mais 
concentradas nos 2/3 anteriores; faixa transumeral sub-rugosa. Escutelo: 
fóveas com dimensão pouco maior que a de um ocelo. Ápice do escutelo 
conforme descrito para o grupo. Pontuações menores que as do pronoto. 
Hemielitros apresentando a área destituída de pontuações no ápice da vela 
radial. Ângulos póstero-laterais do conexivo retos; pontuações dos segmentos 
do conexivo mais escuras que a cor geral; nos ângulos änterorlaterais de cada 
segmento, uma pequena mancha escura que se contínua na face ventral. 
Pontuações abdominais distribuídas preferencialmente ao longo de faixas 
longitudinais, sub-adjacentes e internas aos espiräculos; VII segmento 
abdominal com uma mancha quase negra, no meio, sendo que, em alguns 
exemplares, esta mancha está presente desde o 4.º segmento, porém de 
tamanho menor. Patas manchadas. 


Genitália: margem ventral do pigóforo escavada em ‘‘U’’ aberto e raso, 
com uma pequena goteira no meio, de onde partem tufos de pelos; ângulos 
distais da margem ventral com espessos tufos de pelos (Fig. 126 J). Processo 
do diafragma em pequeno espinho, estreito na base e aguçado no ápice (Fig. 
2). Cabeça do parâmero bicôncova na face dorsal, com 2/3 de seu com- 
primento (Fig. 3). Curso do ““ductus seminis’’ ilustrado na figura 4. 

Fêmea — semelhante ao macho. Dimensões: comprimento da cabeça 
1,52 (1,36-1,63); largura da cabeça 1,95 (1,9-2,04): comprimento da cabeça 


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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 23 


diante dos olhos 0,95 (0,81-1,02); distância interocular 1,15 (1,08-1,22); 

comprimento dos artículos antenais I - 0,54, II - 0,74, III - 0,84 (0,81-0,88), 

IV - 1,22. V - 1,42; comprimento do pronoto 1,84 (1,76-1,97); largura do 

pronoto 5,42 (5,3-5,57); comprimento do escutelo 3,46 (3,33-3,6); largura 

do escutelo 3,14 (2,99-3,26); comprimento total 9,26 (8,97-9,52); largura 
abdominal 5,24 (5,16-5,44). 

Genitália: laterotergitos 8 pouco ultrapassando os laterotergitos 9, com 
as margens laterais formando um ângulo quase reto. Gonocoxitos 8 com 
bordo posterior biconvexo; ângulos suturais agudos (Fig. 7). ‘‘Capsula se- 
minalis’’ com três dentes, um deles correspondendo a uma suave saliência da 
parede da ‘‘capsula’’ (Fig. 9). 

Holótipo - fêmea: BRASIL: PARANÁ, Ponta Grossa, XII/1938, Camargo col., MZUSP, de- 
positado no MZUSP. 

Parátipos: BRASIL: MINAS GERAIS: macho - Pouso Alegre, IX/1962, F. S. Pereira col., 
MZUSP. RIO DE JANEIRO: fêmea - Rio de Janeiro, X/1943, Hamacker col.. ENA. SÃO 
PAULO: 2 machos - São Paulo, s/data, ex-coll. BREDDIN, DEI; fêmea - Barreiro Rico, 
28/X1/1969, A Aguirre col., MN; fêmea - São Bento do Sapucaí, 11/1948, MCN; fêmea - 
Barueri, 5/VI/1966, K. Lenko col., MZUSP; fêmea - Paiol Grande, 3/11/1948, M. Gor- 
dinho col., MZUSP. PARANÁ: fêmea - Ponta Grossa, XII/1938, Camargo col., MZUSP. 
SANTA CATARINA: 2 machos - Nova Teutônia, 1/VII/1934, Fritz Plaumann col., LHR; 
fêmea - Ibd., IV/1971, ibd.; macho - Pinhal, XII/1948, A. Maller col., Frank Johnson 
Donor, LHR; fêmea - Ibd., 20/X/1939, MCN: RIO GRANDE DO SUL: macho - Marcelino 
Ramos, 30/VIII/1939, MCN; fêmea - Porto Alegre, s/data, MCN 1280. 

PARAGUAI: GRAN-GUARDIA: macho e fêmea - Formosa, X1/1953, Foester col., MCN. 

Distribuição: ocorre entre os paralelos de 21º a 31º Lat S e entre os 
meridianos de 43° a 53º de Long W, nas Províncias Atlântica e sul da 
Guarani, da Sub-Região Guiano-Brasileira. Provavelmente o seu limite de 
distribuição meridional seja o planalto do Rio Grande do Sul (Fig. 134). 

Observações: esta espécie se aproxima de D. saltensis pela forma do 
pronoto, especialmente quanto aos ângulos umerais. Em avilapires! porém, 
os ângulos umerais são rombos e em D. saltens:s projetados em minúsculo 
espinho; contudo, em ambas, as projeções dos ângulos umerais sub-igualam 
a posição romba das margens pöstero-laterais. Também estas espécies se 
assemelham pela morfologia do pigóforo, distinguindo-se pela presença de 
processo do diafragma em D. avilapiresi e ausência em D. saltensis. Nestas 
duas espécies e em D. punctatus a ““capsula seminalis’’ tem três dentes; D. 
punctatus distingue-se de ambas pelas projeções amplas e espiniformes dos 
ângulos umerais do pronoto e pelas projeções em tubérculos dos ângulos 
pöstero-laterais do conexivo. Na forma geral do corpo e coloração D. avi- 
Japiresi é semelhante a D. pradoi, sendo que esta última é bem maior; dis- 
tinguem-se também, pela morfologia da genitália: nos machos, em especial, 
pela forma do parâmero e nas fêmeas pela forma das placas genitais. 

Entre os parátipos incluímos dois machos de São Paulo, depositados na 
““Akademie der Landwirtschaftswissenschaften der D.D.R.’’ (ex-DEI) que 
foram denominados por BREDDIN como Dichelops transfuga e portavam 
etiqueta de tipo; porém, não houve publicação, o que caracteriza um 
“nomem nudum’’. 

Esta espécie é dedicada ao Dr. Fernando Dias de Ávila-Pires. 


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24 GRAZIA, J. 


Estampa 3: D. (D.) bicolor: fig. 11 - Pigöforo, vista dorsal; fig. 12 - Parä- 
mero direito, vista lateral externa; fig. 13 - ‘“Ductus seminis’’ e 
““Aussenwand’’, vista lateral; fig. 14 - ‘'Phallus’’, vista dorsal; fig. 15 - 
“Phallus””, vista ventral; fig. 16 - VII segmento e placas genitais, vista 
ventral; fig. 17 - placas genitais com transparência, vista ventral; fig. 18 - 
Laterotergitos 9, gonocoxitos 9, gonapófises 9 e ““receptaculum seminis””, 
vista ventral (pre = ““processus conjuntivae’’). À 


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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 


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25 


De GRAZIA,J. 


Dichelops (Dichelops) bicolor DISTANT, 1890 
(Figs. 10-18 e 126 I, R) 


Dichelops bicolor DISTANT, 1890: 332, est. 31, f. 12; BERGROTH, 1891: 224; LETHIERRY & 
SEVERIN, 1893: 129; KIRKALDY, 1909: 68. 


Tipo: BMNH, HEM 1057, fêmea, Champion col., depositado no “British Museum (Natural 
History)’’ aqui designado lectötipo. Paralectötipo femea, Champion col., Distant Coll. 


topótipo. 
Localidade tipo: Volcan de Chiriqui Chirique 2.000 a 3.000 pés (= 700 a 1.000 m), Panamá. 


Cor geral ocre, pontuado de castanho nas faces dorsal e ventral. Antenas 
e patas ocres, com reflexos vermelho-ferrugíneo. 

Macho — Dimensões: comprimento da cabeça 2,17; largura da cabeça 
2,17; comprimento da cabeça diante dos olhos 1,36; distância interocular 
1,22: comprimento dos artículos antenais I - 0,68, II - 1,02, III - 1,08, IV - 
1,49, V - 1,63; comprimento do pronoto 2,17; largura do pronoto 7,14; 
comprimento do escutelo 4,08; largura do escutelo 3,94; comprimento total 
11,56; largura abdominal 6,32. 

Cabeça: jugas pouco prolongadas; comprimento diante do clípeo não 
ultrapassando a metade do comprimento do 1.º artículo antenal; jugas 
estreitando-se subitamente ao nível do clípeo e em seguida afilando-se 
progressivamente em direção ao ápice agudo. Artículos antenais aumentando 
progressivamente em tamanho do 1.º ao 5.º. Pronoto: ângulos ântero-la- 
terais com projeções desenvolvidas, duas vezes maiores que as demais pro- 
jeções das margens ântero-laterais, bífidas no ápice. Angulos umerais desen- 
volvidos em projeções amplas, dirigidas ântero-lateralmente e sub-agudas no 
ápice, pouco ultrapassando uma linha imaginária longitudinal que tangencia 
o 3.º segmento abdominal. Pontuações menores e mais concentradas que no 
escutelo. Terço basal no escutelo ruguloso; pontuações do terço apical me- 
nores. Minúscula área, no ápice do escutelo, destituída de pontuações e 
ladeada por manchas castanho-escuras. Hemiélitros com a área circular do 
ápice da veia radial sub-calosa. Ângulos póstero-laterais do conexivo retos; 
pontuações concolores nos segmentos do conexivo. Pontuações abdominais 
como em D. avilapires: especialmente as manchas escuras do meio dos seg- 
mentos, as quais, são conspícuas desde o 4.º segmento. Patas manchadas. 

Genitália: margem ventral do pigóforo pouco menos escavada que em 
D. avılapıresi, reta no meio; tufos de pelos presentes nos ângulos distais da 
margem ventral (Fig. 126 R). Processo do diafragma em espinho, mais largo 
na base que em D. avilabires: e aguçado no ápice (Fig. 11). Tubo anal (X 
segmento) disposto paralelamente em relação ao plano transversal. Os 2/3 
apicais da cabeça do parâmero retilíneos, esta com três vezes o comprimento 
da base; um longo e único pelo presente no início do 1/3 apical da face 
ventro-posterior do parämero (Fig. 12). Curso do ‘‘ductus seminis’’ ilustrado 
na figura 13. 

Fêmea — semelhante ao macho; 3.º artículo antenal igual ou maior que 
o 2.º. Dimensões: comprimento da cabeça 2,04; largura da cabeça 2,2 (2,17- 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


Revisão do gênero Dichelops SPINOLA.., 21 


2,24), comprimento da cabeça diante dos olhos 1,42 (1,36-1,49); distância 
interocular 1,32 (1,29-1,36); comprimento dos artículos antenais I - 0,68, II - 
0,88, III - 0,91 (0,88-0,95), IV - 1,39 (1,36-1,42), V - 1,52 (1,49-1,56); 
comprimento do pronoto 2,1 (2,04-2,17); largura do pronoto 6,76 (6,39- 
7,14); comprimento do escutelo 3,87 (3,67-4,08); largura do escutelo 3,73 
(3,53-3,94); comprimento total 11,45 (11,35-11,56); largura abdominal 6,05 
(5,78-6,32). 

Genitália: laterotergitos 8 ultrapassando os laterotergitos 9 pouco mais 
do que em D. avilapıresi, com margens laterais também formando um 
ângulo quase reto. Gonocoxitos 8 com bordo posterior sub-retilíneo; ângulos 
suturais arredondados (Fig. 16). No paralectótipo, exemplar dissecado, fal- 
tavam as vias genitais ectodérmicas. 

Distribuição: PANAMÁ: Chiriqui, Volcan de Chiriqui; PERU: Junin; 
BRASIL (?). Ocorre entre os paralelos de 9º Lat N a 12º Lat S e entre os 
meridianos de 75º a 84º de Long W. Em 1891, BERGROTH descreveu uma 
fêmea procedente de Minas Gerais que identificou com D. bicolor; os dados 
apresentados por este autor não nos permitem confirmar a sua identificação e 
por outro lado a distribuição discrepante nos leva a duvidar da ocorrência 
deste espécie em Minas Gerais. Os registros confirmados de ocorrência su- 
gerem que esta espécie está limitada a Província Sub-Andina (Fig. 133). 


Material examinado: PANAMÁ: Lectótipo fêmea, com os seguintes dados nas etiquetas: (a) 
Type (b) V. de Chiriqui, 2-3000 ft, Champion (c) B.C.A., Hem. 1. Dichelops bicolor (d) 
BRIT MUS. TYPE N.º HEM 1057; Paralectótipo fêmea, com os seguintes dados-nas eti- 
quetas: (a) bicolor Dist (b) V. de Chiriqui, 2-3000 ft, Champion (c) Distant Coll. 1911- 


383. 
PERU: JUNIN: macho - Satipo, 11/1944, P. Paprzyck col., IOC. 


Observações: esta espécie se assemelha a D. perzanus principalmente 
pela forma das jugas e do pronoto, distinguindo-se desta pela morfologia da 
genitália de ambos os sexos. Nos machos, o processo do diafragma é espi- 
niforme enquanto que em D. peruanus ele é espatular. Nas fêmeas a forma 
dos gonocoxitos 8 distingue estas espécies. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Afegre(53):3-119,10 out. 1978 


28 GRAZIA,J. 


Estampa 4: fig. 19 - D. (D.) /eucostigmus, lectötipo macho; fig. 28 - D. (D.) 
miriamae, macho. 


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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 29 
EN N I A AL LI PS ERS A pn a DO 


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30 GRAZIA,J. 


Estampa 5: D. (D.) /eucostigmus: fig. 20 - Pigóforo, vista dorsal; fig. 21 - 
Parâmero direito, vista lateral externa; fig. 22 - ‘‘Ductus seminis’’ e 
““Aussenwand’’, vista lateral; fig. 23 - “'Phallus””, vista dorsal; fig. 24 - 
“Phallus””, vista ventral; fig. 25 - VII segmento e placas genitais, vista 
ventral; fig. 26 - Placas genitais com transparência, vista ventral; fig. 27 - 
Laterotergitos 9, gonocoxitos 9, gonapófises 9 e ““receptaculum seminis””, 
vista ventral. (pre; = ““processus conjuntivae’’). 


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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 31 


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Dichelops (Dichelops) leucostigmus (DALLAS, 1851) 
(Figs. 19-27 e 126 H, N). 


Diceraeus leucostigma DALLAS, 1851: 209; WALKER, 1867: 249. 

Dichelops leucostigmus: MAYR, 1866: 52: STAL, 1872: 29; DISTANT, 1890: 332; LETHIERR- 
Y & SEVERIN, 1893: 129; KIRKALDY, 1909: 68. 

Dichelops leucostigma: auct. 


Tipo: BMNH, catal. 48.133, macho ‘‘'b, Wallace and Bates's Collection’’, depositado no 
“British Museum (Natural History)’’, aqui designado lectötipo. Paralecrótipo macho, 
Santarem, Brit. Mus. Type n.° 1053. 

Localidade tipo: ‘‘Para’’, aqui restrita a Belém, onde Wallace e Bates realizaram coletas juntos. 

Na época costumava-se designar a capital pelo nome da então Província do Pará. Wallace e 

Bates sempre tiveram presente a importância de anotar a exata procedência do material 

coletado: ‘‘Minha coleção particular de insetos, de quase todas as ordens, muito completa e 

que era especialmente valiosa por conter todas as variedades etiquetadas com suas locali- 

dades exatas, de modo a ilustrar a formação de raças..." (BATES, 1848). 


Coloração geral vermelho-ferrugínea, pontuada de castanho; alguns 
exemplares predominantemente castanho claros com reflexos vermelho-fer- 
ruginosos na metade apical da cabeça e nos ângulos umerais do pronoto. 
Patas, antenas e ventre ocres. 

Macho — Dimensões: comprimento da cabeça 1,87 (1,7-1,97); largura 
da cabeça 2,0 (1,97-2,04); comprimento da cabeça diante dos olhos 1,24 
(1,08-1,29); distância interocular 1,19 (1,15-1,29); comprimento dos artí- 
culos antenais I - 0,64 (0,61-0,68), II - 0,78 (0,74-0,81), III - 0,87 (0,81- 
0,88), IV - 1,29, V - 1,46 (1,42-1,49): comprimento do pronoto 1,87 (1,7- 
2,04); largura do pronoto 6,41 (6,25-6,46); comprimento do escutelo 3,43 
(3,26-3,6): largura do escutelo 3,23 (3,06-3,33); comprimento total 9,77 
(9,11-10,4); largura abdominal 5,5 (5,37-5,78). 

Cabeça: jugas muito prolongadas; comprimento das jugas diante do 
clípeo quase 2/3 do comprimento do 1.º artículo antenal, estreitadas su- 
bitamente ao nível do ápice do clípeo e em seguida afilando-se progressi- 
vamente em direção ao ápice aguçado. O 3.º artículo antenal é igual ou 
maior que o 2.º. Pronoto: ângulos anteriores desenvolvidos numa projeção 
uma vez e meia maior que as demais projeções das margens ântero-laterais, às 
vezes bífidas no ápice; ângulos umerais desenvolvidos em longos espinhos, de 
orientação ântero-lateral, aguçada na extremidade, que muito ultrapassam a 
linha imaginária longitudinal que tangencia o 3.º segmento abdominal. 
Pontuações maiores e mais distanciadas no 1/3 posterior do pronoto. No 
ápice do escutelo uma nítida área destituída de pontuações. A área circular 
destituída de pontuações, no ápice da veia radial dos hemiélitros é amarela e 
sub-calosa. Angulos pöstero-laterais do conexivo muito suavemente proje- 
tados em espinho; pontuações concolores nos segmentos do conexivo. 
Pontuações abdominais distribuídas uniformemente ou em faixas longitu- 
dinais sub-adjacentes e internas aos espiräculos. De coloração vermelha e 
menos concentradas, as pontuações externas aos espiráculos. Manchas no 


meio dos segmentos abdominais ocasionalmente presentes. Patas não man- 
chadas. 


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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 33 


Genitália: margem ventral do pigóforo semelhantes a D. avilapiresi 
porém, os ângulos distais da margem são bem mais salientes e projetados em 
direção a linha média; destes ângulos partem tufos de pelos; no meio, a 

“margem ventral é reta e também apresenta dois tufos de pelos (Fig. 126 N). 
Processo do diafragma em pequeno gancho voltado para o interior da câmara 
genital (Fig. 20). Metade apical da cabeça do parâmetro estreita e retilinea; 
cabeça com quatro vezes o comprimento da base, na face ventro-posterior 
com uma angularidade no início do 1/3 apical, de onde parte um longo pelo 
(Fig. 21). Curso do “ductus seminis’’ ilustrado na figura 22. 


Fêmea — semelhante ao macho. Dimensões: comprimento da cabeça 
1,83 (1,7-1,9); largura da cabeça 1,98 (1,97-2,04); comprimento da cabeça 
diante dos olhos 1,16 (1,08-1,29); distância interocular 1,18 (1,15-1,22); 
comprimento dos artículos antenais I - 0,62 (0,61-0,68), II - 0,77 (0,68- 
0,81); III - 0,84 (0,81-0,88), IV - 1,29, V - 1,44 (1,42-1,49); comprimento 
do pronoto 1,8 (1,63-1,9); largura do pronoto 5,92 (5,64-6,18); comprimen- 
to do escutelo 3,33 (3,12-3,4); largura do escutelo 3,12 (2,92-3,4); com- 
primento total 9,65 (8,97-10,06); largura abdominal 5,24 (4,96-5 ,44). 


Genitälia: laterotergitos 8 muito ultrapassando os laterotergitos 9, 
aguçados no ápice. Gonocoxitos 8 com bordo posterior moderadamente 
sinuado, com o 1/3 posterior de contorno ogival; ângulos suturais sub-agudos 
(Fig. 25). ““Capsula seminalis’’ com dois dentes (Fig. 27). 


Distribuição: BRASIL: Amazonas, Pará, São Paulo, Goiás entre os 
paralelos de 1º a 22º Lat S e entre os meridianos de 47º a 60º de Long W. 
Coletada em regiões de mata das Províncias Amazônica e Guarani da Sub- 
Região Guiano-Brasileira, porém os registros não permitem delimitar a sua 
área de ocorrência (Fig. 133). 


Material examinado: BRASIL: Lectótipo, macho com os seguintes dados nas etiquetas: (a) Pará, 
48.133 (b) b (c) Zexcostigmus identified by Dallas; paralectótipo macho, com os seguintes 
dados nas etiquetas: (a) Type (b) Santarem 53.72 (c) 2. Diceraeus leucostigma (d) BRIT. 
MUS. TYPE N.º HEM. 1053. AMAZONAS: 3 machos e 7 fêmeas - Manaus, mato e ca- 
poeiras alexo (sic), margem esquerda do Rio Negro, 6/VII/1941, Parko col., IOC. SÃO 
PAULO: macho - Cássia dos Coqueiros, Mun. Cajuru, X/1954, M. P. Barretto col., IOC. 
GOIÁS: macho - Faz. Aceiro, Jataí, X/1962, Exp. Dep. Zool. col., MZUSP. 


Observações: esta espécie se aproxima de D. punctatus, D. peruanus e 
D. nigrum; mais adiante discutimos as distinções entre elas. 


BERG (1891) menciona a ocorrência de D. /eucostigmus no Uruguai, 
com base em um exemplar mutilado, de sua coleção particular, hoje perten- 
cente ao Museu de La Plata, proveniente do Alto Uruguai, próximo ao ter- 
ritório brasileiro. RUFFINELLI & PIRÄN (1959) incorporaram em seu 
Catálogo, a citação de BERG. Tivemos ocasião de examinar este mesmo 
exemplar, concluindo que se trata de D. punciatus. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(53):3-119,10 out. 1978 


34 GRAZIA,J. 
5 1 ug e ps A e ic a ER. N 203 2. ini. 


Estampa 6: D. (D.) miriamae: fig. 29 - Pigóforo, vista dorsal; fig. 30 - 
Parâmero direito, vista lateral externa; fig. 31 - ‘‘Ductus seminis’’ e 
“Aussenwand””, vista lateral; fig. 32 - ‘‘Phallus’’, vista dorsal; fig. 33 - 
“Phallus”, vista ventral; fig. 34 - VII segmento e placas genitais, vista 
ventral; fig. 35 - Placas genitais com transparência, vista ventral; fig. 36 - 
Laterotergitos 9, gonocoxitos 9, gonapófises 9 e “'receptaculum seminis’’, 
vista ventral. (pre) = ““processus conjuntivae’’). 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 


osmm 


osmm 


„Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


IHERINGIA. Ser. Zool 


36 GRAZIA,J. 


Dichelops (Dichelops) miriamae sp.n. 
(Figs. 28-36 e 126 F, M) 


Cor geral ocre acinzentado, pontuado de castanho em ambas as faces. 
Patas e antenas ocres. Reflexos avermelhados no ápice das jugas e ângulos 
umerais do pronoto. 

Macho — Dimensões: comprimento da cabeça 1,87 (1,7-1,97); largura 
da cabeça 2,05 (1,97-2,1); comprimento da cabeça diante dos olhos 1,26 
(1,22-1,36); distância interocular 1,23 (1,22-1,29); comprimento dos arti- 
culos antenais I - 0,65 (0,61-0,68), II - 0,84 (0,74-0,88), III - 0,87 (0,81- 
0,95), IV - 1,33 (1,29-1,36), V - 1,41 (1,36-1,49); comprimento do pronoto 
1,9 (1,7-2,04); largura do pronoto 6,07 (5,84-6,46); comprimento do 
escutelo 3,64 (3,53-3,74): largura do escutelo 3,27 (3,12-3,33); comprimento 
total 10,06 (9,38-10,54); largura abdominal 5,5 (5,44-5,57). 

Cabeça: jugas ultrapassando em muito o clípeo, tendo comprimento 
diante deste igual a 2/3 do comprimento do 1.º artículo antenal, aguçadas 
no ápice. Disco da cabeça limitado por uma série de pontuações mais escuras. 
Antenas com o 3.º artículo igual ou maior que o 2.º. Pronoto: ângulos 
ântero-laterais em projeções simples, nitidamente maiores que as demais 
projeções das margens äntero-laterais. Ângulos umerais formando um cons- 
pícuo espinho dirigido ântero-lateralmente que ultrapassa as projeções rom- 
bas das margens póstero-laterais. Superfície do pronoto com algumas áreas 
destituídas de pontuações, pequenas e sub-calosas, em especial, sobre a faixa 
transumeral, as quais estão presentes também sobre o escutelo. Região apical 
do escutelo destacado pela presença de manchas escuras, adjacentes e uma 
pequena área sub-calosa no ápice. Fóveas bem maiores que um ocelo. 
Hemiélitros: também presentes algumas áreas sub-calosas destituídas de 
pontuações; a área circular no ápice da veia radial, presente. Ângulos póstero- 
laterais do conexivo projetados em conspícuos espinhos voltados em direção 
posterior. Pontuações castanhas do conexivo concentradas no terço apical de 
cada segmento, estando presente uma mancha escura no terço basal. 
Pontuações castanhas da face ventral do abdome distribuídas em faixas lon- 
gitudinais sub-adjacentes e internas aos espiráculos. Ocasionalmente os seg- 
mentos abdominais apresentam manchas escuras ao longo da linha média. 
Patas fortemente manchadas de castanho. 

Genitälia: margem ventral do pıgöforo projetada em aba paralela ao 
plano transversal do pigóforo, com.contorno sinuado em vista ventral; os 
ângulos distais com espessos tufos de pêlos (Fig. 126 M). Processo do diafrag- 
ma digitiforme (Fig. 29); cabeça do parâmeros côncava na face dorsal, com 
2/3 do comprimento do parämero (Fig. 30). Curso do ““ductus seminis” 
ilustrado na figura 31. 

Fêmea — semelhante ao macho. Dimensões: comprimento da cabeça 
1,95 (1,9-1,97); largura da cabeça 2,05 (2,04-2,17): comprimento da cabeça. 
diante dos olhos 1,27 (1,22-1,36); distância interocular 1,25 (1,15-1,29); 
comprimento dos artículos antenais I - 0,65 (0,61-0,68), II - 0,85 (0,74- 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-1 19,10 out. 1978 


' Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 37 


0,95), III - 0,96 (0,95-1,02), IV - 1,3 (1,29-1,36), V - 1,4 (1,36-1,42); com- 
primento do pronoto 1,94 (1,83-2,04); largura do pronoto 6,18 (6,05-6,39): 
comprimento do escutelo 3,63 (3,43-3,87); largura do escutelo 3,31 (3.06- 
3,6); comprimento total 10,34 (10,13-10,6); largura abdominal 5,46 (5,3- 
Re 


Genitália: laterotergitos 8 e gonocoxitos 8 semelhantes a D. /eucostig- 
mus, porém o terço apical do bordo posterior dos gonocoxitos 8 não 
apresenta contorno ogival e os ângulos suturais são arredondados (Fig. 34). 
““Capsula seminalis’’ com dois dentes (Fig. 36). 


Holótipo: macho - BRASIL, Bahia, Riachão do Jacuipe, V/1974,)J. C. M. Carvalho col., caatin 
ga, MN, depositado no MN. 


Parátipos: BRASIL: RIO GRANDE DO NORTE: macho - Natal, 1/1950, M. Alvarenga col., 
MN; macho e fêmea - Ibd., 11/1950, ibd.; 2 machos - Ibd., XI1/1951, ibd.; 2 fêmeas - 
Ibd., 11/1952, ibd. BAHIA: macho e 2 fêmeas - Senhor do Bomfim, 1908, E. Garbe col., 
MZUSP. NORDESTE (szc): 2 machos e fêmea - 1933, Ihering col., IOC. 


Distribuição: BRASIL: Rio Grande do Norte, Bahia, entre os paralelos 
de 5º a 12º Lat Se entre os meridianos de 35º a 40º Long W. Provavelmente 
ocorre em toda a área de caatinga da Província Cariri (Fig. 132). 


Observações: esta espécie se aproxima de D. punciatus pela forma do 
conexivo, cujos ângulos pöstero-laterais são amplamente desenvolvidos em 
espinhos diferenciando-se pela forma das jugas e pela menor extensão dos 
ângulos umerais. Em D. gairiamae, as jugas estreitam-se uniformemente em 
direção ao ápice e os espinhos dos ângulos umerais projetam-se pouco além 
da linha imaginária longitudinal tangente ao 3.º segmento abdominal. Em 
D. punctatus as jugas estreitam-se abruptamente ao nível do ápice do clípeo 
e seguem estreitando-se uniformemente em direção à extremidade e os 
espinhos dos ângulos umerais projetam-se muito além da mencionada linha 
imaginária, tendo quase três vezes o comprimento dos espinhos de D. »z1- 
namae. 


Os processos do diafragma de D. miriamae são digitiformes e em D. 
Dunctatus, em forma de gancho. Também os parâmeros de ambas as 
espécies, bem como a forma dos gonocoxitos 8 são claramente distintos. A 
“capsula seminalis’’ de D. ziriamae apresenta dois dentes e a de D. punc- 
tatus, três. 


Esta espécie é dedicada à Dra. Miriam Becker, pela importante con- 


tribuição que vem prestando ao conhecimento de Pentatomidae da Região 
Neotropical. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


38 GRAZIA, J. 


Estampa 7: fig. 37 - D. (D.) nigrum, macho; fig. 46 - D. (D.) peruanus, 
macho. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


Revisão do gênero Diche/ops SPINOLA ... 


o“ 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


39 


40 GRAZIA,J. 


Estampa 8: D. (D.) migrum: fig. 38 - Pigóforo, vista dorsal; fig. 39 - Parä- 
mero direito, vista lateral externa; fig. 40 - “'Ductus seminis’’ e 
“Aussenwand"”, vista lateral; fig. 41 - ‘‘Phallus’’, vista dorsal; fig. 42 - 
“Phallus””, vista ventral; fig. 43 - VII segmento e placas genitais, vista 
ventral; fig. 44 - Placas genitais com transparência, vista ventral; fig. 45 - 
Laterotergitos 9, gonocoxitos 9, gonapófises 9 e ““receptaculum seminis”, 
vista ventral. (pre) = ““processus conjuntivae''). 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


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42 GRAZIA ,J. 


Dichelops (Dichelops) nigrum BERGROTH, 1914 
(Figs. 37-45 e 126 B, L, Lj el) 

Dichelops nigra BERGROTH, 1914; PIRÁN, 1956: 31. 

Tipo: provavelmente perdido. O autor baseou sua descrição em dois exemplares, um macho e 
uma fêmea, sem designar tipo. Segundo correspondência enviada pelo Dr. Martin Meinan- 
der, do “Universiteters Zoologiska Museum’’ de Helsinque, os síntipos em questão não 
foram localizados na coleção que abriga outros tipos de espécies descritas por Bergroth. Da 
mesma forma, o Dr. I. Persson, do “'Naturhistoriska Riksmuseum", de Estocolmo, 
informou-nos não estar o material típico depositado naquela coleção. 

Localidade tipo: Guiana Francesa. 

Coloração geral castanho-escura, alguns exemplares negros. Reflexos 
vermelho-ferrugíneos na cabeça, antenas e patas; as antenas e as patas podem 
ser ocres, como o conexivo. 

_ Macho — Dimensões: comprimento da cabeça 2,16 (2,1-2,24); largura 

da cabeça 2,14 (2,1-2,24); comprimento da cabeça diante dos olhos 1,4 

(1,36-1,49); distância interocular 1,23 (1,15-1,29); comprimento dos arti- 

culos antenais I - 0,69 (0,68-0,74), II - 0,89 (0,81-0,95), III - 1,06 (1,02- 

1,08), IV - 1,44 (1,36-1,49), V - 1,59 (1,56-1,63); comprimento do pronoto 

2,16 (2,04-2,24):; largura do pronoto 7,43 (7,07-7,82); comprimento do 

escutelo 4,17 (3,94-4,28);, largura do escutelo 3,79 (3,6-4,08); comprimento 

total 11,47 (10,67-12,17); largura abdominal 6,26 (5,91-6,59). 

Cabeça: jugas bem prolongadas; comprimento diante do clípeo maior 
que a metade do comprimento do 1.º artículo antenal, estreitando-se 
progressivamente em direção ao ápice aguçado. Comprimento dos artículos 
antenais aumentando progressivamente do 1.º ao 5.º. Pontuações da mesma 
cor nos exemplares negros; nos exemplares mais claros as pontuações são 
castanhas. Pronoto: ângulos anteriores desenvolvidos em projeções com uma 
vez e meia o tamanho das demais projeções das margens ântero-laterais do 
pronoto; ângulos umerais desenvolvidos em espinhos longos, agudos no 
ápice, dirigidos lateralmente e ultrapassando em muito a linha imaginária 
longitudinal que tangencia o 3.º segmento abdominal. Pontuações grosseiras 
e, às vezes, rugas presentes na faixa transumeral ou apenas na base dos 
espinhos. Escutelo: grosseiramente pontuado, com rugas nos 2/3 anteriores; 
pontuações do terço apical ocasionalmente menores; ápice do escutelo com 
uma pequena mancha amarelada destituída de pontuações. Hemiélitros: 
geralmente presente a área circular amarelada, às vezes sub-calosa, no ápice 
la veia radial. Angulos pöstero-laterais do conexivo muito suavemente 
projetados; pontuações concolores na metade externa de cada segmento do 
conexivo, apresentando na metade interna pontuações negras ou castanhas. 
Pontuações abdominais castanho-escuras uniformemente distribuídas, menos 
densas nas faixas externas aos espiráculos. Patas nitidamente manchadas de 
castanho. 

Genitália: margem ventral do pigóforo uniformemente côncava ou 
sinuada no meio, destituída de tufos de pelos, projetando-se triangularmen- 
te, de cada lado, além dos ângulos póstero-laterais do pigóforo (Fig. 126 L, 
Lı, L2). Processo do diafragma semelhante ao de D. Veucostigmus porém o 
gancho dirige-se para trás e volta-se no ápice para o interior da câmara ge- 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(53):3-119,10 out. 1978 


Revisão do gênero Dichel/ops SPINOLA... | 43 


nital. (Fig. 38). Cabeça do parâmeros dobrada em ângulo agudo, na face 

dorsal, com uma vez e meia o comprimento da base (Fig. 39). Curso do 

“ductus seminis’’ ilustrado na figura 40. 

Fêmea: semelhante ao macho. Dimensões: comprimento da cabeça 2,1 
(2,04-2,17); largura da cabeça 2,1: comprimento da cabeça diante dos olhos 
1,4 (1,36-1,42); distância interocular 1,17 (1,08-1,22); comprimento dos 
artículos antenais I - 0,68, II - 0,88 (0,81-0,95), III - 1,02 (0,95-1,02), IV - 
1,4 (1,36-1,42), V - 1,53 (1,49-1,56); comprimento do pronoto 2,21 (2,17- 
2,31); largura do pronoto 7,43 (7,41-7,48); comprimento do escutelo 4,21 
(4,28-4,35); largura do escutelo 3,89 (3,8-3,94); comprimento total 11,79 
(11,76-11,83); largura abdominal 6,05. 

Genitália: laterotergitos 8 ultrapassando em muito os laterotergitos 9 e 
aguçados no ápice. Gonocoxitos 8 com bordo posterior biconvexo; ângulos 
suturais arredondados (Fig. 43). ““Capsula seminalis”” com dois dentes (Fig. 
45). 

Distribuição: VENEZUELA: Aragua, Bolivar, Monagas, Território 
Federal Amazonas; BRASIL: Amazonas, Pará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, 
São Paulo, Santa Catarina; desde 11º de Lat N a 28º Lat S e entre os me- 
ridianos de 43° a 67º Long W. Ocorre na Sub-Região Guiano-Brasileira, mas 
matas, podendo penetrar em áreas de cerrado ao longo das matas cilia- 
res. Encontrada desde o nível do mar até 700 m de altitude (Fig. 134). 

Material examinado: VENEZUELA: ARAGUA: macho - Choroni, 150m, 13/IX/1951, C.J. 
Rosales col., IZA; 2 machos - Cata, 15/IX/1965, J. & B. Bechyné e E. Osuna col., IZA. 
BOLIVAR: macho - San Francisco, 300m, 28/X/1966, ibd. MONAGAS: fêmea - Jusepín, 
50m, 1/X/1965, F. Fernandez Y. e C. J. Rosales col., IZA. TERRITÓRIO FEDERAL 
AMAZONAS: macho e fêmea - San Juan de Manapiare, 3/IV/1958, MLS. 

BRASIL: AMAZONAS: macho e fêmea - Manaus, mato e capoeira alexo (sic), margem 
esquerda do Rio Negro, 6/VII/1941, Parko col., IOC. PARÁ: fêmea - Jacareacanga, 
XII/1968, M. Alvarenga col., IOC. MINAS GERAIS: macho e fêmea - Carmo do Rio 
Claro, 1/1958, Carvalho e Becker col., MN. RIO DE JANEIRO: macho - Represa Rio 
Grande, 1/1967, M. Alvarenga col., ''malaise trap”, IOC; macho - Itatiaia (Parque 
Nacional), 700m, 26/1/1934, W. Zikän col., IOC; macho - Corcovado, Rio de Janeiro, 
25/X1/1952, Zajciv col., MN: fêmea - Ibd., s/ data, ibd.; fêmea - Estrada da Vista 
Chinesa, ibd., s/ data, ibd.; 2 fêmeas - Tijuca, ibd., X/1944, Carvalho col., MN; 2 fêmeas 
- Horto Florestal, ibd., 1932, J. Simões col., DDSV; fêmea - Ibd., 28/11/1932, A. Silva 
col., DDSV. SÃO PAULO: fêmea - Caraguatatuba (Reserva Florestal, 40m), 2/IV/1962, 
Martins, Reichardt. & Silva col., MZUSP, fêmea - Ibd., 25/V-1/V1/1962, Exp. Dep. Zool. 
col., MZUSP: macho - Ibd., V/1962, Lenko, Hans & Lezinho col., MZUSP. SANTA 
CATARINA: fêmea - Corupá, III/1954, A. Maller col., MN; fêmea - Nova Teutônia, 300- 
500m, IV/1973, Fritz Plaumann col., LHR. 

Observações: Nesta espécie encontram-se os maiores representantes do 
grupo. Juntamente com D. l/eucostigmus e D. punctatus esta espécie 
apresenta os ângulos umerais bem desenvolvidos em espinhos que muito 
ultrapassam a linha imaginária longitudinal que tangencia o 3.º segmento 
abdominal. De D. punctatus se diferencia pela forma da cabeça e dos 
ângulos pöstero-laterais do conexivo; de D. /eucostigmus, além da forma da 
cabeça, distingue-se facilmente pela genitália de ambos os sexos: nos machos, 
especialmente quanto aos parâmeros e margem ventral do pigóforo e nas 
fêmeas quanto a forma dos gonocoxitos 8. 


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GRAZIA,) 


Estampa 9: D. (D.) peruanus: fig. 47 - Pigóforo, vista dorsal; fig. 48 - 
Parâmero direito, vista lateral externa; fig. 49 - ‘'Ductus seminis’’ e 
““Aussenwand’’, vista lateral; fig. 50 - “'Phallus””, vista dorsal; fig. Sra 
“Phallus”, vista ventral; fig. 52 - VII segmento e placas genitais, vista 
ventral; fig. 53 - Placas genitais com transparência. vista ventral; fig. I 
Laterotergitos 9, gonocoxitos 9, gonapöfises 9 e '““receptaculum seminis’’ 


vista ventral. (prcj = ““processus conjuntivae’’). 


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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 45 


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Dichelops (Dichelops) peruanus sp. n. 
(Figs. 46-54 e 126 De O) 


Cor geral castanho-escura na superfície dorsal. Conexivo, patas, antenas 
e face ventral de cor ocre. Projeções dos ângulos umerais do pronoto de cor 
negra. 


Macho — Dimensões: comprimento da cabeça 1,89 (1,7-1,97); largura 
da cabeça 2,06 (1,97-2,17); comprimento da cabeça diante dos olhos 1,25 
(1,15-1,29); distância interocular 1,22 (1,15-1,29); comprimento dos. artí- 
culos antenais I - 0,63 (0,61-0,68), II - 0,9 (0,74-1,02), III - 0,84 (0,74-0,95), 
IV - 1,29 (1,22-1,36), V - 1,4 (1,29-1,42); comprimento do pronoto 1,99 
(1,83-2,17); largura do pronoto 6,28 (5,78-6,73); comprimento do escutelo 
3,45 (3,33-3,6); largura do escutelo 3,52 (3,19-3,8); comprimento total 9,8 
(9,24-10,4); largura abdominal 5,65 (5,37-5,91). 


Cabeça: jugas pouco prolongadas; comprimento diante do clípeo não 
ultrapassando a metade do comprimento do 1.º artículo antenal; jugas su- 
bitamente estreitadas ao nível do ápice do clípeo e em seguida afilando-se pro- 
gressivamente em direção às extremidades aguçadas. O 2.º artículo ante- 
nal é menor, igual ou maior que o 3.º; 0 5.º igual ou maior que o 4.º. Pon- 
tuações muito escuras, quase negras, na superfície da cabeça. Pronoto: ângu- 
los äntero-laterais com projeções desenvolvidas, com uma vez e meia o tama- 
nho das demais projeções das margens äntero-laterais, às vezes bifidas 
na extremidade. Ângulos umerais desenvolvidos em projeções espessas, sub- 
agudas, dirigidas ântero-lateralmente, pouco ultrapassando a linha imagi- 
nária. longitudinal que tangencia o 3.º segmento abdominal. Pontuações 
grosseiras na superfície do pronoto, este com rugosidades na metade pos- 
terior. Escutelo com rugosidades e pontuado grosseiramente nos 2/3 ante- 
riores; pontuações menores no 1/3 apical. Hemiélitros: área circular do ápice 
da veta radial, sub-calosa; pontuações mais distanciadas que no pronoto. 
Angulos póstero-laterais do conexivo retos; pontuações predominantemente 
de cor semelhante a do conexivo nos segmentos do conexivo. Pontuações 
abdominais uniformemente distribuídas; em alguns exemplares as pon- 
tuações se concentram nas faixas longitudinais sub-adjacentes e internas aos 
espiráculos; pontuações menos densas nas faixas externas aos espiráculos. 
Patas ocasionalmente manchadas. 


Genitália: margem ventral do pigöforo bisinuada semelhante a D. 
nigrum porém, a concavidade uniforme e mediana é menor e as projeções 
triangulares são dotadas de tufos de pêlos e não vão além dos ângulos pós- - 
tero-laterais do pigóforo; tufos de pélos também presentes nos ângulos 
apicais da margem ventral (Fig. 126 O). Processo do diafragma espatular 
(Fig. 47). Cabeça do parâmero com os 2/3 apicais estreitos e retilíneos; ca- 
beça com 2/3 do comprimento do parâmero; inúmeros pêlos presentes no 
terço médio da face lateral interna (Fig. 48). Curso do ““ductus seminis” 
ilustrado na figura 49. 


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Fêmea — semelhante ao macho. Os artículos antenais aumentam 
progressivamente em tamanho do 1.º ao 5.º. Dimensões: comprimento da 
cabeça 1,9 (1,76-2,04); largura da cabeça 2,08 (2,04-2,17); comprimento da 
cabeça diante dos olhos 1,26 (1,15-1,29); distância interocular 1,23 (1,15- 
1,29); comprimento dos artículos antenais I - 0,61, II - 0,76 (0,74-0,81), II - 
0,88 (0,81-0,95), IV - 1,26 (1,22-1,29), V - 1,37 (1,36-1,42); comprimento 
do pronoto 1,9 (1,76-2,17); largura do pronoto 6,31 (6,05-6,59); compri- 
mento do escutelo 3,54 (3,04-3,74); largura do escutelo 3,5 (3,26-3,74); 
comprimento total 10,0 (9,65-10,47); largura abdominal 5,63 (5,44-6,05). 


Genitália: laterotergitos 8 pouco ultrapassando os laterotergitos 9, 
porém nitidamente agudos no ápice. Gonocoxitos 8 convexos nos 2/3 
anteriores e quase retilíneos no 1/3 posterior; ângulos suturais sub-arredon- 
dados (Fig. 52). ““Capsula seminalis’’ com dois dentes (Fig. 54). 


Holótipo: macho - PERU, Junin, Satipo, 1/1944, P. Paprzyck col., IOC, depositado no MN. 


Parátipos: EQUADOR: NAPO-PASTAZA: macho e fêmea - Limon Cocha, 25/V1/1965, C. R. 
Patrick col., LHR. 


PERU: macho - Aucayacu, 8/IX/1964, M. Dourojeanni col., UNA. JUNIN: macho e 4 fêmeas 
- Satipo, 1/1937, P. Paprzyck col., IOC; 2 fêmeas - Ibd., XII/1937, ibd.; macho - Ibd., 
11/1938, ibd.; 2 fêmeas - Ibd. XII/1943, ibd.; macho e fêmea - Ibd., 11/1944, ibd. 


BRASIL: SÃO PAULO: macho - Estrada velha São Paulo-Santos, km 42, III/1957, Werner 
col., MCN 2966. 


Distribuição: EQUADOR: Napo-Pastaza; PERU: Aucayacu, Junin; 
BRASIL: São Paulo; entre o paralelo de 2º Lat Se o Trópico do Capricórnio e 
entre os meridianos de 46º a 78° de Long W, ocorrendo na Província Sub- 
Andina, com um registro isolado para a Província Atlântica, da Sub-Região 
Guiano-Brasileira (Fig. 132). 


Observações: esta espécie se aproxima de D. /eucostigmus e D. punc- 
tatus pela forma da cabeça. Distingue-se de ambas pelos menos projetados e 
espessos ângulos umerais do pronoto, bem como pela forma espatular do 
processo do diafragma. Pela forma do pronoto se assemelha a D. bicolor da 
qual se diferencia pela genitália de ambos os sexos. 


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48 GRAZIA,J. 


Estampa 10: fig. 55 - D. (D.) prado:, holótipo macho; fig. 64 - D. (D.) 
bunciatus, macho. 


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49 


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IS ISEER cod 


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50 GRAZIA.]. 


Estampa 11: D. (D.) pradoi: fig. 56 - Pigóforo, vista dorsal; fig. 57 - 
arâmero direito, vista lateral externa; fig. 58 - “'Ductus seminis’’ e 
“Aussenwand”, vista lateral; fig. 59 - ““Phallus””, vista dorsal; fig. 60 - 
“Phallus””, vista ventral; fig. 61 - VII segmento e placas genitais, vista 
ventral; fig. 62 - Placas genitais com transparência, vista ventral; fig. 63 - 
Laterotergitos 9, gonocoxitos 9, gonapöfises 9 e ““receptaculum seminis’’, 
vista ventral. (prc} = ““processus conjuntivae””). 


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51 


52 GRAZIA,J. 
Dichelops (Dichelops) pradoi sp.n. 
(Figs. 55-63 e 126 A e Q) 


Cor geral ocre, pontuada de castanho nas faces dorsal e ventral. Os 2/3 
anteriores do pronoto, por apresentarem pontuações mais concentradas, nas 
margens e em torno das cicatrizes, tomam uma coloração geral mais escura 
que o restante da superfície dorsal. De coloração vermelho-ferrugínea: uma 
faixa transversal ao longo dos úmeros, a metade apical da cabeça e o terço 
basal da costa. É 


Macho — Dimensões: comprimento da cabeça 1,87 (1,76-1,97); largura 
da cabeça 2,24; comprimento da cabeça diante dos olhos 1,25 (1,22-1,29); 
distância interocular 1,25 (1,22-1,29); comprimento dos artículos antenais 1 - 
0,61, II -0,95, II - 1,08, IV - 1,49, V - 1,63; comprimento do prontos 
(2,31-2,38); largura do pronoto 7,03 (6,93-7,14); comprimento do escutelo 
4,21 (4,14-4,28); largura do escutelo 3,94; comprimento total 11,56; largura 
abdominal 6,46. 


Cabeça: jugas moderadamente prolongadas; comprimento das jugas 
diante do clípeo igual ou pouco ultrapassando a metade do comprimento do 
1.º artículo antenal, agudas no ápice. Os artículos antenais aumentam 
progressivamente em tamanho do 1.º ao 5.º. Pronoto: ângulos ântero-la- 
terais com projeções que podem alcançar uma vez e meia as demais projeções 
das margens ântero-laterais, às vezes bifurcadas no ápice. Angulos umerais 
apenas pouco mais salientes que as projeções rombas das margens pöstero- 
laterais, terminando em pequeno espinho. Pronoto com rugosidade na faixa 
transumeral. Escutelo e pontuações abdominais conforme descrito para D. 
avilabirest. A área circular do ápice da veia radial dos hemiélitros, é quase 
imperceptível. Conexivo com pontuações escuras; ângulos póstero-laterais 
retos; um minúsculo ponto negro, perceptível em vista lateral, presente nos 
ângulos äntero-laterais de cada u do conexivo. Manchas das patas 
quase imperceptiveis. 


Genitälia: margem ventral do pigöforo semelhante a D. avdlapıresı, 
porém a escavação é bem mais larga e lateralmente à goteira mediana não 
ocorrem tufos de pelos (Fig. 126 Q). Processo do diafragma em minúsculo 
espinho de base alargada e agudo no ápice (Fig. 56). Cabeça do parâmero 
profundamente emarginada nas faces dorsal e ventral, com aproximadamente 
cinco vezes o comprimento da base (Fig. 57). Curso do ““ductus seminis” 
ilustrado na figura 58. 


Fêmea — Distingue-se do macho nos seguintes caracteres: coloração 
geral muito escura, quase negra na superfície dorsal, especialmente a cabeça e 
o pronoto. Apenas o terço basal da costa tem coloração vermelho-ferrugínea. 
Pontuações mais uniformes, no tamanho e na distribuição. O 3.º artículo 
antenal é igual ou maior que o 2.º; o 4.º é igual ou maior que o 5.º. As 


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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 53 


projeções dos ângulos äntero-laterais do pronoto não se destacam das pro- 
jeções das margens ântero-laterais. Projeções umerais menos salientes, 
igualando as projeções rombas das margens pöstero-laterais do pronoto, 
terminando em pequeno espinho. Pontuações negras ocupando a metade 
interna dos segmentos do conexivo, enquanto que a metade externa tem 
pontuações da mesma cor do conexivo. Pontuações abdominais castanho-es- 
curas, uniformemente distribuídas. Dimensões: comprimento da cabeça 1,76 
(1,7-1,83); largura da cabeça 2,35 (2,31-2,38); comprimento da cabeça 
diante dos olhos 1,26 (1,22-1,29); distância interocular 1,31 (1,29-1,36); 
comprimento dos artículos antenais I - 0,51 (0,34-0,61), II - 1,02, III - 1,06 
(1,02-1,15), IV - 1,44 (1,36-1,49), V - 1,36; comprimento do pronoto 2,28 
(2,1-2,44); largura do pronoto 6,8 (6,46-7,07); comprimento do escutelo 
4,28 (3,74-4,69); comprimento total 12,17 (12,1-12,24); largura abdominal 
Ar 


Genitälia: laterotergitos 8 mal ultrapassando os laterotergitos 9, com as 
margens laterais formando um ängulo quase reto. Gonocoxitos 8 com bordo 
posterior sinuado; ängulo sutural moderado e estreitamente projetado em 
direção posterior (Fig. 61). ““Capsula seminalis’’ com dois dentes (Fig. 63). 


Holótipo: macho - BRASIL, São Paulo, Marília, Bastos, X1/1937, L.O.T.M. col. IAC 
854, depositado no MN. 


Parátipos: macho - Araçatuba, Rio jacarecatinga, SP, BR, X/1961, Lane & Rabello col., MZUSP 
fêmea - Aragarças, GO, BR, X1/1965, Alvarenga col., MZUSP; fêmea - Serra do Urucum, 
Corumbá, MT, BR, 29/X1/1960, K. Lenko col., MZUSP; fêmea - Ibidem, 2/XII/1960, 
ibidem. 


Distribuição: BRASIL: São Paulo, Goiás, Mato Grosso; entre os paralelos 
de 17° a 22º de Lat S e entre os meridianos de 49° a 58º de Long W. Pelos 
registros, esta espécie parece estar restrita a Província Bororo da Sub-Região 
Guiano-Brasileira (Fig. 133). 


Observações: conforme mencionamos anteriormente, esta espécie se 
aproxima de D. avilapıresi. Os machos e as fêmeas desta espécie, embora de 
localidades distintas, sem dúvida, apresentam a mesma distribuição ecoló- 
gica. Contudo, a série de fêmeas mostra diferenças evidentes em relação ao 
sexo oposto. Colocamos as fêmeas tentativamente nesta espécie, pois o 
número reduzido de exemplares de ambos os sexos, não nos permite no 
momento, propor um novo nome. Esta espécie é dedicada ao nosso orien- 
tador, Dr. Angelo Pires do Prado. 


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54 GRAZIA,J. 
Ágape ie da DÊ PU n.n  0 ehamhn... 


Estampa 12: D. (D.) punctatus: fig. 65 - Pigöforo, vista dorsal; fig. 66 - 
Parâmero direito, vista lateral externa; fig. 67 - ''Ductus seminis’’ e 
““Aussenwand’’, vista lateral; fig. 68 - ‘‘Phallus’’, vista dorsal; fig. 69 - 
“Phallus””, vista ventral; fig. 70 - VII segmento e placas genitais, vista 
ventral; fig. 71 - Placas genitais com transparência, vista ventral; fig. 72 - 
Laterotergitos 9, gonocoxitos 9, gonapófises 9 e ““receptaculum seminis’’, 
vista ventral. (pre) = '“processus conjuntivae””). 


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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 55 


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56 GRAZIA.]. 


Dichelops (Dichelops) punctatus SPINOLA, 1837 
(Figs. 64-72 e 126 E e P) 


Dichelops bunctatus SPINOLA, 1837: 300; HERRICH-SCHÄFFER, 1844: 72; MAYR, 1866: 52; 
STAL, 1872: 29; DISTANT, 1887: 62; LETHIERRY & SEVERIN, 1893: 129; KIRKALDY, 
1909: 68: BUCKUP, 1961: 9. 

Dichelops leucostigmus: BERG, 1891: 280; RUFFINELLI & PIRÁN, 1959: 13 (nec /eucostigma 
DALLAS, 1851). 


Tipo: provavelmente depositado na coleção de Spinola, Castella di Tasserola, Itália. Enviado ao 
autor da espécie por M. Dupont. 


Localidade tipo: “'S. Leopoldo, Brésil interieur’’ (São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil). 


- Coloração geral vermelho-ferrugínea, na face dorsal, patas e antenas. 
Conexivo, face ventral e, às vezes, as bases da cabeça e dos hemiélitros, de 
coloração ocre. 


Macho — Dimensões: comprimento da cabeça 1,94 (1,83-2,04); largura 
da cabeça 2,16 (2,04-2,24); comprimento da cabeça diante dos olhos 1,27 
(1,22-1,29); distância interocular 1,32 (1,22-1,36); comprimento dos artí- 
culos antenais I - 0,68, II - 0,88, III - 0,96 (0,88-1,15), IV - 1,32 (1,29-1,42), 
V - 1,57 (1,49-1,7); comprimento do pronoto 2,12 (2,04-2,17); largura do 
pronoto 7,22 (6,93-7,61); comprimento do escutelo 3,49 (3,4-3,6); largura 
do escutelo 3,48 (3,4-3,6); comprimento total 10,39 (9,99-10,67); largura 
abdominal 5,88 (5,71-6,05). 


Cabeca: jugas prolongadas; comprimento das jugas diante do clipeo 
pouco maior que a metade do comprimento do 1.° articulo antenal; jugas 
subitamente estreitadas, ao nível do ápice do clípeo, e em seguida afilando-se 
progressivamente em direção à extremidade aguçada. O 3.º artículo antenal é 
igual ou maior que o 2.º. Pontuações castanho-escuras irregularmente dis- 
tribuídas, algumas vezes, quase negras, na base das jugas. Pronoto: ângulos 
äntero-laterais com projeções desenvolvidas que podem igualar algumas das 
projeções das margens ântero-laterais; estas margens são muito irregularmen- 
te denteadas. Ângulos umerais desenvolvidos em espinhos longos e aguçados 
no ápice, de orientação lateral. Superfície do pronoto fortemente pontuada e 
rugosa, principalmente na base dos espinhos. Escutelo: região parafrenal 
continuada por uma faixa mediana também elevada, que não atinge o ápice 
do escutelo. Uma pequena área sem pontuações, na extremidade do escutelo, 
ladeada por manchas escuras. Hemielitros: área circular do ápice da veia 
radial amarelada e sub-calosa. Pontuações maiores e mais distanciadas que no 
pronoto. Ângulos póstero-laterais do conexivo amplamente desenvolvidos em 
tubérculos, agudos na extremidade; pontuações castanhas nos segmentos do 
conexivo, estes com uma pequena mancha negra nos ângulos ântero-laterais, 
visível em vista lateral. Pontuações abdominais castanho-escuras distribuídas 
uniformemente ou concentradas em faixas longitudinais sub-adjacentes e 
internas aos espiräculos; abdome, externamente aos espiráculos, com raris- 
simas pontuações. Manchas escuras, no meio de cada urosternito, frequen- 


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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 57 
ET DE RT NEE CC pn e DT 


temente visíveis. Manchas das patas observáveis apenas nos exemplares mais 
descorados. 


Genitália: margem ventral do pigöforo como em D. /eucostigmus porém 
a escavação é bem mais larga e os ângulos distais não são projetados em 
direção à linha média, embora apresentem tufos de pelos (Fig. 126 P). 
Processo do diafragma em gancho, semelhante ao de D. /eucostigmus (Fig. 
65). Cabeça do parâmero semelhante a D. prado:, porém com emarginação 
mais moderada; área convexa na face dorsal com inúmeros e longos pélos 
(Fig. 66). Curso do ““ductus seminis’’ ilustrado na figura 67. 


Fêmea — semelhante ao macho. O comprimento dos artículos antenais 
aumenta progressivamente do 1.º ao 5.º. Dimensões: comprimento da 
cabeça 1,91 (1,9-1,97); largura da cabeça 2,12 (2,04-2,17); comprimento da 
cabeça diante dos olhos 1,27 (1,22-1,29); distância interocular 1,26 (1,15- 
1,29); comprimento dos artículos antenais I - 0,68, II - 0,88, II - 1,03 (1,02- 
1,08), IV - 1,39 (1,36-1,42), V - 1,61 (1,56-1,63); comprimento do pronoto 
2,09 (1,97-2,24): largura do pronoto 7,33 (6,8-7,48); comprimento do 
escutelo 3,56 (3,46-3,6); largura do escutelo 3,48 (3,4-3,53); comprimento 
total 10,31 (10,13-10,54); largura abdominal 5,92 (5,71-6,05). 


Genitália: laterotergitos 8 e gonocoxitos 8 muito semelhantes à D. 
Jeucostigmus diferenciando-se apenas pelo contorno da área inflada dos 
gonccoxitos 8 (Fig. 70). ““Capsula seminalis’’ com três dentes (Fig. 72). 


Distribuição: BRASIL: Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio 
Grande do Sul; URUGUAI; entre os paralelos de 20° a 31º de Lat S e entre 
os meridianos de 42º a 56º de Long W ocorrendo na Província Atlântica, 
com um único registro na Província Guarani da Sub-Região Guiana-Brasileira 


(Fig. 133). 


Material Examinado: BRASIL: MINAS GERAIS: macho - Viçosa, 648m, 11/1963, F. Werner, U. 
Martins & L. Silva col., MZUSP. RIO DE JANEIRO: fêmea - Petrópolis, 5-7/I11/1962, J. 
Bechyné col., MZUSP. SÃO PAULO: macho - Cantareira, 14/1/1946, ©. Monte col., MEN 
2965; fêmea - Barueri, 15/XII/1961, K. Lenko col., MZUSP; macho - São Paulo capital, 
11/1938, E. Schu. col., IB; fêmea - Ibd., 17/11/1934, G.E.S. col., IB; macho - Santo 
Amaro. s/ data, MZUSP 1090; fêmea - Horto Florestal, São Paulo, 18/IV/1962, Lenko e 
Reichardt col., MZUSP: 2 machos - Alto da Serra, 1910, Liiderwaldt col., MZUSP. 


URUGUAI: fêmea - [ Alto Rio Uruguai, próximo à fronteira do Brasil, Coleção BERG], s/ 
data, MLP. 

Observações: conforme mencionamos anteriormente, esta espécie se 
aproxima de D. zıriamae. Pela forma da cabeça aproxima-se de D. peruanus 
e D. leucostigmus, a esta última assemelhando-se também pela morfologia 
do pronoto. Diferencia-se de ambas pelas amplas projeções dos ângulos 
pöstero-laterais do conexivo. Em D. punctatus e D. leucostigmus os processos 
do diafragma são em forma de gancho, porém, na primeira, eles são bem 
mais salientes. As fêmeas destas espécies se separam pelo número de dentes 
na “'capsula seminalis’’ pois D. punctatus tem três e D. /eucostigrmus tem 
dois. Sobre a sinonímia de BERG e RUFFINELLI & PIRÁN vide observação 
em D. /eucostigmus. 


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58 GRAZIA,J. 


Estampa 13: fig. 73 - D. (D.) saltensis, fêmea; fig. 82 - D. (N.) furcatus, 
fêmea. 


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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 


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59 


60 GRAZIA,J. 


Estampa 14: D. (D.) saltensis: fig. 74 - Pigöforo, vista dorsal; fig. 75 - 
Parâmero direito, vista lateral externa; fig. 76 - “'Ductus seminis’’ e 
““Aussenwand’’, vista lateral; fig. 77 - ‘‘Phallus’’, vista dorsal; fig. 78 - 
““Phallus’’, vista ventral; fig. 79 - VII segmento e placas genitais, vista 
ventral; fig. 80 - Placas genitais com transparência, vista ventral; fig. 81 - 
Laterotergitos 9, gonocoxitos 9, gonapófises 9 é ““receptaculum seminis”, 
vista ventral. (prc} = ““processus conjuntivae””). 


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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 61 
Revisão do genero THEMEFOPT O nn 


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62 GRAZIA.). 
62 DD DT 
Dichelops (Dichelops) saltensis sp.n. 

(Figs. 73-81 e 126 CeK) 


Coloração geral ocre, densamente pontuada de castanho nas faces dorsal 
e ventral. Ocasionalmente manchada de vermelho-ferrugíneo na faixa tran- 
sumeral. 

Macho — Dimensões: comprimento da cabeça diante dos olhos 1,08 
(1,02-1,15); distância interocular 1,15 (1,08-1,22); comprimento dos artí- 
culos antenais I - 0,56 (0,54-0,61), II - 0,83 (0,81-0,88), III - 0,83 (0,74- 
1,02), IV - 1,25 (1,15-1,36), V - 1,46 (1,36-1,56); comprimento do pronoto 
2,04 (1,9-2,1); largura do pronoto 5,73 (5,3-6,46); comprimento do escutelo 
3,62 (3,4-3,94); largura do escutelo 3,23 (3,06-3,53); comprimento geral 
9,67 (9,04-10,6); largura abdominal 5,3 (4,89-5,84). 

Cabeça: jugas prolongadas; jugas com comprimento diante do clípeo 
quase igual a metade do comprimento do 1.º artículo antenal, formando no 
ápice um ângulo quase reto. Margens externas das jugas com um espinho de 
dimensões variáveis ao nível dos tubérculos anteníferos, logo adiante dos 
olhos. Pontuações negras concentradas em torno dos olhos e limitando o 
disco da cabeça. O 2.º artículo antenal é menor, igual ou maior que o 3.º. 
Pronoto: ângulos ântero-laterais muito desenvolvidos em projeções quase 
duas vezes maiores que as demais projeções das margens ântero-laterais, 
bifidas ou trifurcadas na extremidade. Recorte das margens ântero-laterais 
muito irregular devido ao tamanho diversificado das projeções dentiformes, 
estas muito agudas e, às vezes, bifurcadas no ápice. Ângulos umerais pro- 
jetados em. curto espinho que ultrapassa, ou não, as projeções rombas das 
margens pöstero-laterais. Superfície do pronoto com aspecto corrugado 
devido as pontuações associadas a rugas que estão presentes, principalmente, 
sobre a faixa transumeral. Os calos das margens posteriores das cicatrizes são, 
em alguns exemplares, impercetíveis. Escutelo: pontuações maiores e mais 
concentradas em áreas, mais ou menos circulares, dispostas nas margens da 
região parafrenal e na base do escutelo; 1/4 apical com pontuações menores; 
uma faixa estreita, circular, sub-calosa e destituída de pontuações em torno 
das föveas. Hemielitros: a área circular do ápice da veia radial, às vezes, é 
pouco perceptível. Conexivo coberto por pontuações castanhas; os ângulos 
póstero-laterais terminam num pequeno espinho. Pontuações e manchas da 
face ventral do abdome com distribuição semelhante à D. avilapires:. Patas 
com manchas de cor castanha bem evidenciadas. 

Genitália: margem ventral do pigóforo uniformemente côncava no 
meio, com 2 tufos de pêlos centrais, projetada em pequenos triângulos nos 
ângulos apicais; estes também apresentando tufos de pêlos (Fig. 126 K). 
Processo do diafragma ausente. Cabeça do parâmero seguindo o padrão de 
D. bradoi porém com emarginação mais moderada e com o ápice projetado 
ventro-posteriormente (Fig. 75). Curso do ““ductus seminis’’ ilustrado na 
figura 76. 

Fêmea — semelhante ao macho. Dimensões: comprimento da cabeça 
1,74 (1,63-1,97); largura da cabeça 2,08 (1,97-2,17); comprimento da cabeça 


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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 63 


diante dos olhos 1,12 (1,08-1,29); distância interocular 1,16 (1,08-1,22); 
comprimento dos artículos antenais I - 0,54, II - 0,8 (0,74-0,81), III - 0,84 
(0,74-0,88), IV - 1,25 (1,15-1,42), V - 1,4 (1,29-1,56); comprimento do 
pronoto 1,98 (1,83-2,04); largura do pronoto 5,49 (5,3-5,64); comprimento 
do escutelo 3,5 (3,4-3,67); largura do escutelo 3,27 (3,19-3,4); comprimento 
total 9,75 (9,45-10,2); largura abdominal 5,32 (5,23-5,44). 

Genitália: laterotergitos 8 quase igualando os laterotergitos 9, em cunı- 
primento. Gonocoxitos 8 com bordo posterior biconvexo; ângulos suturais 
sub-agudos (Fig. 79). '“Capsula seminalis’’ com três dentes (Fig. 81). 


Holótipo: macho - ARGENTINA, Província de Salta, Pocitos, 1/1959, A. Martinez leg., 
MZUSP, depositado no MZUSP. 

Parátipos: ARGENTINA: SALTA: macho e 5 fêmeas - Pocitos, 1/1959, A. Martinez leg., 
MZUSP. 

BRASIL: MINAS GERAIS: macho - Sete Lagoas, III/1963, F. Werner, U. Martins & L. Silva 
col., MZUSP. 

Distribuição: BRASIL: Minas Gerais; ARGENTINA: Salta; entre os paralelos de 19º a 22º de Lat 
S e entre os meridianos de 44º a 63º de Long W; ocorre nas Províncias do Chaco e Bororo 
das Sub-Regiões Patagônica e Guiano-Brasileira, respectivamente (Fig. 134). 


Observações: como mencionamos anteriormente, esta espécie se 
aproxima de D. avilapiresi e distingue-se desta principalmente,.pela ausência 
de processo no diafragma, nos machos. Nas fêmeas, os três dentes da “'cap- 
sula seminalis’’ são conspícuos e o ““receptaculum seminis’’ apresenta a 
metade do comprimento apresentado em D. avilapires. Alguns exemplares 
têm as projeções espinhosas das margens externas das jugas bem desenvol- 
vidas, diferenciando-os assim, de todas as demais espécies. 


Subgênero Neodichelops subg.n. 


Espécie tipo: Dichelops furcatus (FABRICIUS, 1775). 


Ornamentação da superfície do corpo, em ambas as faces feita por 
tricódeos curtos e finos, estreitados em direção ao ápice, que partem do 
centro das pontuações (Fig. 126 Z1). 

Cabeça e metade anterior do pronoto em declividade. Jugas aguçadas ou 
arredondadas na extremidade. Pontuações escuras sobre a superfície da ca- 
beça, sendo negras sobre o disco e diante dos ocelos; às vezes, margeando as 
jugas externamente. Face ventral da cabeça com pontuações semelhantes a cor 
geral; às vezes as pontuações são negras numa pequena área diante dos olhos. 
Búculas truncads na base. Rostro alcançando as coxas posteriores; 2.º artículo 
maior que o 3.º e 4.º reunidos. 

Pronoto: ângulos äntero-laterais com projeções que pouco ultrapassam as 
projeções serrilhadas das margens ântero-laterais. Margens pöstero-laterais 
sinuadas ou crenuladas destituídas de projeção romba. Pontuações escuras 
cobrindo a superfície do pronotó, mais concentradas na metade posterior; às 


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64 GRAZIA ‚J. 


vezes, as pontuações são maiores e de cor negra sobre os ângulos umerais, em 
torno das cicatrizes e ao longo das margens ântero-laterais. 


Escutelo: ângulos basais com uma pequena impressão escura não cons- 
tituindo uma fóvea propriamente dita, e nem sempre perceptível. Pontuações 
geralmente com distribuição uniforme sobre a superfície do escutelo. Região 
parafrenal elevada ou não. Ápice do escutelo marginado por uma estreita 
linha de cor amarela. 

Hemiélitros: sutura da membrana sub-retilínea. Ângulo apical do cório 
ocasionalmente projetado em direção posterior. Pontuações escuras maiores 
nos 2/3 anteriores, especialmente no exocório. Sem pontuações numa área 
circular, junto ao ápice da veia radial, de dimensão equivalente a dois olhos 
aproximadamente. 

Ângulos póstero-laterais do conexivo retos. 

Lado ventral do tórax com pontuações de cor semelhante a do tórax, 
uniformemente distribuídas. Área evaporatória mesopleural restrita a uma 
pequena região adjacente e atrás das coxas do 2.º par de patas. Área eva- 
poratória metapleural ocupando menos da metade da largura do pleurito; 
processo apical do peritrema ostiolar extendendo-se por 1/4 da distância 
entre o ostíolo e a margem lateral da área evaporatória. 

Abdome, ventralmente, com pontuações de cor semelhante à coloração 
geral: margens posteriores de cada segmento, exceto o 7.º, com uma série de 
pequenos calos, geralmente amarelados. Estes calos se tornam quase 
imperceptíveis ao longo da linha média e das margens laterais do abdome. 
Espiráculos da mesma cor do abdome. 

Patas dotadas de minúsculos pontos negros que, às vezes, se tornam 
imperceptíveis (exemplares descorados). 

Genitália do macho — Pigóforo: processos do diafragma em forma de 
aba, paralela ao plano transversal do pigóforo, que se dirige do bordo dorsal 
para o interior da câmara genital, ladeando o proctiger, podendo ser inteira 
ou denteada, ou ainda, os processos são tuberculiformes. Parâmeros com 
espessura uniforme, desde a base até o ápice, com formato semicircular 
quando observados em vista lateral. ‘‘Phallus’’: placas -basais do aparelho 
articular abraçando a região de articulação da ““phallotheca”” com as men- 
cionadas placas. Conjuntiva destituída de processos dorsais. Vésica apresen- 
tando um longo “processus vesicae’’ (Figs. 86, 96, 106 e 115). 


Genitália da fêmea — Placas genitais externas (gonocoxitos 8, lateroter- 
gitos 8 e 9) com os tricódeos de ornamentação tão desenvolvidos quanto os 
demais da superfície do corpo. Espiráculos do 8.º segmento ausentes. 
Gonocoxitos 8 não cobrindo os gonocoxitos 9, em vista ventral. Bordos su- 
turais dos gonocoxitos 8 sinuados, sobrepostos na base. Gonocoxitos 9 com 
comprimento menor do que a metade do comprimento do segmento, ao 
longo da linha média, muito pouco esclerotizados, quase membranosos. 
“Pars intermedialis’’ dotada de vesícula, junto a crista anular anterior, que 


pode se extender até quase a crista anular posterior. “'Capsula seminalis” 
destituída de dentes. 


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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 65 
GT I SS 


Chave para as espécies do subgênero Neodichelops 


1. Jugas agudas; ângulos umerais desde pouco desenvolvidos até formando . 


ongs esposo a ERR RR o De SRS pisa ia o eua asd 2 
Jugas arredondadas; ângulos umerais apenas expandidos em largas 
Pare co ESRquaD AS dr e ee en lobatus 


2. Gonocoxitos 8 inflados, com o quarto apical dobrado em direcäo dorsal, 
formando um nitido arco, em vista lateral (Fig. 126 X); margem ventral 
do pigöforo reta ou moderadamente sinuada no meio (Fig. 126 S, S1, 
Eee ner re rs 3 
Gonocoxitos 8 menos inflados, quase aplainados (Fig. 126 Y); margem 
ventral do pigóforo bisinuada no meio (Fig. 126 T, Tı); processo do 
diafragma em forma de aba denteada (Fig. 94); vesícula da ‘‘pars inter- 
medialis’’ ocupando três quartos de sua extensão (Fig. 101)... zze/acanthus 


3. Processo do diafragma em forma de aba inteira (Fig. 104); parâmeros com 
uma projeção em gancho, na face externa (Fig. 105); pontuações negras ao 
longo da metade anterior das margens ântero-laterais do pronoto, em 
torno das cicatrizes do pronoto e em três linhas sub-paralelas ao longo da 
costa, no exocório, frequentemente nítidas ................... phoenix 
Processo do diafragma em forma de cubérculo (Fig. 84); parâmeros des- 
tituídos de projeção (Fig. 85); pontuações negras nas margens ântero- 
laterais do pronoto e no exocório raramente nítidas. .... ....... Jfurcatus 


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66 


GRAZIA,J. 


Estampa 15: D. (N.) furcatus: fig. 83 - variações da forma do pronoto; fig. 


84 - Pigöforo, vista dorsal (BD = bordo dorsal, MV = margem ventral, 
Par = parâmero, pd = processo do diafragma, X = proctiger); fig. 85 - 
Parâmero direito, vista lateral interna; fig. 86 - “'Ductus seminis’’ e 
““Aussenwand’’, vista lateral (DS = ““ductus seminis’’, Ejr = ““ejacu- 
latory reservoir’’, GS = gonoporo secundario, Ph = ““phallotheca”, 
PrPh = ““processus phallothecae’’, PrV = ““processus vesicae””, V = 
vesica); fig. 87 - ‘'Phallus’’, vista dorsal (CD = conetivo dorsal, Cj = 
conjuntiva, CV = conetivo ventral, PC = “'processus capitati””, plb = 
placa basal, prph = ‘‘processus phallothecae’’, PrV = ““processus ve- 
sicae’’); fig. 88 - ““Phallus””, vista ventral (bpb = “basal plates bridge’’, 
Cj; = conjuntiva, Me = ‘‘Membranblase’’, ph = ““phallotheca””, prph 
= ““processus phallothecae’’, PrV = ““processus vesicae’’); fig. 89 - VII 
segmento e placas genitais, vista ventral; fig. 90 - Placas genitais com 
transparência, vista ventral (Ang Int La8 = ângulo interno da lateroter- 
gito 8, Ang Post Ext Gc8 = ângulo posterior externo do gonocoxito 8, B 
Post Gc8 = bordo posterior do gonocoxito 8, G8 = gonapófises 8, Gc8 
= gonocoxito 8, La8 = laterotergito 8, La9 = laterotergito 9, VII = 
sétimo segmento, X = décimo segmento): fig. 91 - Laterotergitos 9, 
gonocoxitos 9, gonapöfises 9 e ““receptaculum seminis’’, vista ventral 
(CAA = crista anular anterior, CAP = crista anular posterior, CS = 
“capsula seminalis’’, DR = ‘‘ductus receptaculi’’, EIV = espessamento 
da íntima vaginal, G9 = gonapófises 9, Gc9 = gonocoxitos 9, La9 = 
laterotergito 9, OR = ““orificium receptaculi’’, PC = ““pars comunis’’, 
PI = ““pars intermedialis’’, X = décimo segmento). 


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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 67 


Ang Post ext Ges 


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68 : GRAZIA,J. 


Dichelops (Neodichelops) furcatus (FABRICIUS, 1775) 
(Figs. 82-91 e 126 S; S1, X) 

Cimex furcatus FABRICIUS, 1775: 705; GOEZE, 1778: 239; GMELIN, 1788: 2140. 

Halys furcata; FABRICIUS, 1803: 182. 

Diploxys lineola AMYOT & SERVILLE, 1843: 138. 

Dichelops lineola; HERRICH-SCHAFFER, 1853: 81. 

Diceraeus lineola; STAL, 1862: 479: (?) WALKER, 1867: 250. 

Dichelops furcatus; MAYR, 1866: 51; STAL, 1872: 29; BERG, 1879: 47; LETHIERRY & SE- 
VERIN, 1893: 129; KIRKALDY, 1909: 68; PIRÁN, 1948: 10 e 15; RUFFINELLI & PIRÄN, 
1959: 13. 

Dichelops furcata: auct. 

Tipo: não designado. De acordo com informações recebidas de W. R. Dolling, do Museu Bri- 
tânico, estão depositados nessa instituição 2 exemplares de Cirzex furcatus FABRICIUS da 
Patagônia, coleção Joseph Banks. Um dos exemplares (fêmea, BRIT. MUS. TYPE N.º 

_ HEM. 398, 63-47) nos foi enviado para exame. Ainda segundo Dolling, além do exemplar 
examinado pela autora ''.. there is another on a similar pin but laking data over this name 
in Banks's collection...” 

Possivelmente, estes exemplares são os mencionados por ZIMSEN (1964). 

Localidade tipo: Patagônia | Argentina ]. BERG (1879) afirmou que o tipo foi coletado por 
BANKS na viagem do ''Endeavour'”'. BANKS e SOLANDER realizaram coletas no Cabo de 
San Vicente e nas proximidades da Baia de Buen Suceso. Os dados disponíveis de distri- 
buicäo geográfica não indicam sua ocorrência no extremo sul do continente. Por esta razão, 
preferimos não restringir a localidade tipo. 


Cor geral ocre, pontuado de castanho ou negro. Face ventral geralmente 
mais clara. Antenas e patas da mesma cor do corpo. Alguns exemplares 
apresentam reflexos vermelho-ferrugíneo nos três primeiros artículos antenais, 
na metade posterior do pronoto e nos hemielitros. As projeções dos ângulos 
umerais podem variar a coloração, desde ocre até negro. Nos exemplares 
vivos, a face ventral, as patas e as antenas são de cor verde. 

Macho — Dimensões: comprimento da cabeça 2,04 (1;97-2,10); largura 
da cabeça 2,17 (2,04-2,24); comprimento da cabeça distante dos olhos 1,5 
(1,36-1,56); distância interocular 1,44 (1,36-1,49); comprimento dos artí- 
culos antenais I - 0,66 (0,61-0,68), II - 1,16 (1,22-1,29), HI - 1,1 (0,88-1,29), 
IV - 1,22 (1,02-1,36), V - 1,36 (1,15-1,49); comprimento do pronoto 2,04 
(1,97-2,1); largura do pronoto 7,22 (6,39-7,61); comprimento do escutelo 
3,84 (3,6-3,94): largura do escutelo 3,76 (3,53-3,94); comprimento total 
10,62 (10,2-11,01); largura abdominal 5,92 (5,64-6,12). 

Cabeça: jugas bem desenvolvidas; geralmente o comprimento diante do 
clípeo é igual à metade do comprimento do 1.º artículo antenal; jugas 
uniformemente estreitando-se em direção ao ápice aguçado. O 2.º artículo 
antenal é menor, igual ou maior que o 3.º,0 4.º é maior que 0 3.º e 0 5.º 
maior que o 4.º. Pontuações escuras margeando as jugas. Pronoto: ângulos 
umerais extremamente variáveis no comprimento e na forma das projeções, 
desde rombos até em forma de espinhos longes, de orientação ântero-lateral 
(Fig. 83), variando também na cor, que pode ser ocre, avermelhada ou negra. 
Margens póstero-laterais sinuadas. As pontuações negras geralmente se 
apresentam concentradas: em torno das cicatrizes, numa linha ao longo das 
margens äntero-laterais, desde a margem anterior do pronoto até cerca do 
meio e sobre os ângulos umerais. Escutelo: pontuações 'maiores, às vezes 


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“ Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 69 


presentes ao iongo das margens. Conexivo com pontuações de cor semelhante 
“à geral nos 2/3 externos de cada segmento; terço interno com pontuações 
negras. 

Genitália: margem ventral do pigóforo reta ou moderadamente sinuada 
no meio (Fig. 126 S, S1). Parâmeros destituídos de projeção (Fig. 85). 
Processo do diafragma em forma de tubérculo situado no fundo da câmara 
genital, muitas vezes encobertos pelos parâmeros (Fig. 84). Curso do 
““ductus seminis’’ ilustrado na figura 86. 

Fêmea — semelhante ao macho; o 4.º artículo antenal pode ser igual ao 
3.º. Dimensões: comprimento da cabeça 2,27 (2,1-2,76); largura da cabeça 
2,24; comprimento da cabeça diante dos olhos 1,64 (1,56-1,7); distância 
interocular 1,48 (1,42-1,56); comprimento dos artículos antenais I - 0,68, II - 
RES DS 22) 11° 22 (1.151,30), IV - 1,3.4.22.1,36),,V =-1,44(1,42- 
1,49); comprimento do pronoto 2,17 (2,04-2,24); largura do pronoto 7,79 
(7,41-8,43); comprimento do escutelo 3,93 (3,74-4,08); largura do escutelo 
3,93 (3,74-4,08); comprimento total 11,73 (11,35-12,17); largura abdominal 
6,39 (6,18-6,66). 

Genitália: laterotergitos 8 agudos ou aguçados na extremidade (Fig. 89); 
gonocoxitos 8 inflados, com o quarto apical dobrando-se em direção dorsal, 
formando um arco observável em vista lateral (Fig. 126 X). Vesícula da ““pars 
intermedialis’’ ocupando 5/6 de sua extensão (Fig. 91). 

Distribuição: BRASIL: Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, 
Santa Catarina, Rio Grande do Sul; BOLÍVIA: La Paz; PARAGUAI; AR- 
GENTINA: Jujuy, Salta, Tucumán, Chaco, Santiago del Estero, Misiones, 
Santa Fé, San Juán, Mendoza, Córdoba, Buenos Aires; URUGUAI: Artigas, 
Rivera, Tacuarembó, Paysandü, Soriano, Durazno, Florida, Treinta y Tres, 
Rocha, Colonia, Santa Lucia, Maldonado, Montevideo. Ocorre de 15º até, 
provavelmente, 40° Lat Se 43º a 70º Long W. Esta espécie tem sido coletada 
em soja (Glycine max (L.) MERR.), o que não nos permite identificar seu 
tipo de habitat natural e sua distribuição primitiva. Os registros anteriores ao 
cultivo extenso da soja, especialmente nos Estados de São Paulo, Paraná, 
Santa Catarina e Rio Grande do Sul (MASCARENHAS; MIRANDA; TISSELI 
FILHO, 1974), sugerem preferência para áreas de mata. Restringe-se às 
Províncias Atlântica, Guarani, Sub-Andina e Pampeana da Sub-Região 
Guiano-Brasileira e ao norte da Sub-Região Patagônica (Fig. 135). 


Material examinado: síntipo, fêmea, com os seguintes dados nas etiquetas; (a) type, (b) Pata- 
gônia, (c) BRIT. MUS. TYPE N.º HEM. 398, 63-47. 

BRASIL: MINAS GERAIS: macho - Lagoa Santa, 27/11/1940, Lopes col., IOC. RIO DE JA- 
NEIRO: macho - Rio de Janeiro, s/data, Carvalho col., MN. SÃO PAULO: fêmea - 
Ribeirão Preto, 19/111/1938, P.V.C.B. col., IAC 2271; macho - Ibd., 19/1/1939, ibd., IAC 
2966; fêmea - Marília, IV /1938, L.O.T.M. col., IAC 2432; 2 fêmeas - Itapira, 3/X1/1962, 
E. Dente col., MZUSP; fêmea - Rio Claro, s/data, MCN 2909; macho - Piracicaba, 1/1956, 
A. Silva col., DDSV; fêmea - Ibd., 12/IV/1938, ibd.; macho - Botucatu, 2/11/1955, 
Werner col., MZUSP; macho e fêmea - Faz. Santa Maria, Monte Alegre, 110m, 24- 
30/X1/1942, F. Lane col., IOC; 2 fêmeas - Faz. Bom Jesus, 750m, 14-27/X/1942,L. Trav. 
F. & Almeida col., IOG; fêmea - Campinas, 1/1936, L.O.T.M. col., IAC 112; fêmea - Ibd., 
1/1937, O.S. co), IAC 903; fêmea - Ibd., V/1937, L.O.T.M. col., IAC 1211; 2 fêmeas - 
Ibd., VI/1940, ibd. IAC 4102; macho - Ibd., 22/X/1973, P. Patel col., UNICAMP: 3 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


70 GRAZIA,J. 


machos e fêmea - Ibd., 1974, Z. Ramiro col., UNICAMP: macho e fêmea - Ibd., III/1975, 
ibd.; macho - Barueri; 8/X/1960, K. Lenko col., MZUSP; fêmea - Ibd., 18/II1/1962, ibd.; 
macho - Ibd., 25/VI/1966, ibd., macho - Cantareira, 31/11/1938, A. Silva col., DDSV; 
macho - Faz. Pau D’Alho, Itu, 27/X1I1/1959, U. Martins col., MZUSP; macho - Osasco, 
X11/1957, M. A. Vulcano col., MZUSP; 2 fêmeas - Paiol Grande, 3/11/1948, M. Gordinho 
col., MZUSP. PARANÁ: macho - Arapongas, 11/1952, A. Maller col., MN: fêmea - 
Biturana, 1/1946, Stawiarsky col., MN; 2 machos - Guarapuava, 13/11/1974, A. R. Panizzi 
col., UNICAMP; macho e fêmea - Ponta Grossa, X11/1938, MZUSP: fêmea - Ibd., 
6/1/1974, A. R. Panizzi col., UNICAMP; macho e fêmea - Ibd., 13/11/1974, B. S. 
Correa col., UNICAMP; macho - Curitiba, 24/X/1973, J. D. Moraes col., UNICAMP, em 
sabugueiro; fêmea - Ibd., 19/11/1974, H. A. Gastal col., UNICAMP, em milho; fêmea - 
Colombo, 13/X1/1973, A. R. Panizzi col., UNICAMP. SANTA CATARINA: macho e 
fêmea. - Itapiranga, IX/1953, MCN 2919, 2925: macho - Chapecó, 18/XI1/1973, E. 
Heinrichs col., EH, em soja; macho e 2 fêmeas - Nova Teutônia “27º 11’ B 52° 23' L’’, 
300-500m, X1/1969, F. Plaumann col., LHR; macho - Corupá, 1/1954, A. Maller col., 
- MN; fêmea - Morro dos Conventos, 31/X/1954, L. Buckup col., MCN 2910. RIO GRAN- 
DE DO SUL: macho - Marcelino Ramos, 7/III/1940, MCN 2914; fêmea - Santo Augusto, 
1/1962, Roppa col., MN; 2 fêmeas - Passo Fundo, 25/11/1963, MCN 2923, 2926, em soja; 
4 machos e 3 fêmeas - Ibd., 1973, MCN, em soja; fêmea - Ibd., 17/XII/1973, E. Heinrichs 
col., EH, em soja; fêmea - Ibd., 2/1/1974, A. R. Panizzi col., MCN; 2 machos - Cara- 
zinho, 1/1/1974, E. Heinrichs col., EH, em soja; macho - Marau 21/IV/1973, A. W. Silva 
col., MCN; fêmea - Vacaria, 15/1/1974, A. Lise col., MCN 8897; macho - Bom Jesus, 
1/1955, Corseuil leg., MCN 2946; 3 fêmeas - Nova Prata, 6/11/1974, E. Heinrichs col., 
EH, em soja; 2 machos e 3 fêmeas - Vila Oliva, 9/11/1950, MCN 2960, 2963, 2912, 2934, 
2940; fêmea - Santa Maria, 21/X/ 1967, S. Carvalho col., MCN; fêmea - Ibd., 5/XII/1968, 
M. F. Tarragó col., MCN; macho - Ibd., 18/IX/1970, ibd.; fêmea - Ibd., 1/1V/1971, C. 
A. Flores col., MCN; macho - Ibd., 6/V1/1971, L. Borges col., MCN; fêmea - Ibd., 
27/1X/1971. D. Link col., MCN, em lentilha; fêmea - Ibd., 2/11/1973, C. E. M. 
Rodrigues col., MCN; macho - Ibd., 23/11/1973, I. Borsato col., MCN; macho - Ibd., 
IV/1973, F. R. Caponal col., MCN; macho - Ibd., 2/IV/1973, P. Sermeider col., MCN; 
macho - Ibd., E. Peron col., MEN; fêmea - Ibd., 4/IV/1973, A. Rosa col., MCN; fêmea - 
Ibd., 6/1V/1973, F. Galvão col., MCN; fêmea - Ibd., 8/IV/1973, M. Sagrillo col., MCN; 
macho - Ibd., 21/1V/1973, A: Orlando col., MCN, 3 machos é 3 fêmeas - Ibd., 
25/1V/1973, D. Link col., MCN: macho - Ibd., 30/1V/1973, R. P. V. col., MCN; 2 fêmeas 
- Lageado, 1/1942, MCN 2936, 2945; macho - Alta Feliz, Farroupilha, III/1954, L. Buckup 
leg., MCN 2935; femea - Granja Uniäo, Flores da Cunha, A. Silva col., DDSV; 2 machos - 
Gramado, 11/1954, MCN 2937, 2967; macho - Pantano Grande, Rio Pardo, 16/1/1962, O. 
Baucke leg., MCN 2927, em soja; fêmea - Butiá, 11/1957, Th. L. col., MCN 2922; fêmea - 
Torres, 11/1954, MCN 2918; 3 fêmeas - Ibd., 9/11/1973, T. Lema col., MCN 8443, 8450 
8451; fêmea - Praia da Cal, Torres, 11/1974, J. C. Lema col., MCN 8800; fêmea - Ipanema, 
Porto Alegre, X/1956, M. Palová leg., MCN 2911; macho Ibd., X1/1956, MCN 2943; 
macho - Porto Alegre, ibd., 22/11/1953, T. Lema leg., MCN 2930; fêmea - Ibd., 1/1954, 
MCN, em batata; fêmea - Ibd., 20/1/1954, ©. A. Pereira leg., MCN 8109; fêmea - Ibd., 
IX/1963, Buckup col., MCN 2939: fêmea - Ibd., 20/V/1964, ibd., MCN 2920; macho e 5 
fêmeas - Ibd., 1/1/1967, T. Lema col., MCN 2955, 2954, 2956, 2957, 2958 e 2959; macho 
- Ibd., 28/1V/1956, ibd., MCN 8466; macho - Ibd., 18/V/1973, A: Lise col., MCN 8427; 
2 fêmeas - Canoas, X/1956, G. Zauza leg., MCN 2928, 2929; fêmea - Viamão, X11/1953, 
L. Buckup leg., MCN 2944: fêmea - Ibd., IV/1956, ibd., MCN 2949; macho - Ibd., 
V/1957, L. & E. Buckup col., MCN 2924; 2 machos e 2 fêmeas - Ibd., 1966, MA; macho - 
Osório, 21/11/1974, E. Heinrichs col., EH, em soja; fêmea - Imbé, Osório, 11/1961, E. & 
L. Buckup col., MCN 2931; macho - Santa Terezinha, Osório, 16/11/1973, M. Galileo col., 
MCN 8474; 3 fêmeas - Ibd., 24/11/1973, ibd., MCN 8496, 8498, 8499: macho - Guaiba, 
22/1V/1973, Z. Rosa col., MCN 8468; 2 machos e 2 fêmeas - Ibd., 21/XI1/1973, M. 
Galileo col., MCN 9107, 9290; 5 machos e 3 fêmeas - Ibd., 6/V/1975, ibd., MCN, em 
soja; macho - Ibd., 6/11/1975, ibd., MCN 10529, em soja; macho e fêmea - Ibd., 
8/1/1974, ibd., MCN 9346, 9331; fêmea - Ibd., 29/1/1974, ibd., MCN 9059; macho e 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out 1978 


Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 71 


fêmea - Ibd., 18/11/1974, ibd., MCN 9246, 9209; 7 machos e 10 fêmeas - Ibd., 
29/11/1974, ibd., MCN 8992, 9196, 9199, 9202, 9203, 9205, 9403, 8988, 8989, 8990, 
9195, 9199, 9201, 9204, 9206, 9357, 9404; fêmea - Ibd., 8/111/1974, ibd., MCN 9347; 
macho e fémea - Ibd., 15/11/1974, ibd., MCN 9363, 9366; 3 fêmeas - Ibd., 21/XII/1974, 
ibd., MCN 9342, 9343, 9345; macho - Ibd., 19/X11/1973, E. Heinrichs col., EH, em soja; 
fêmea - Ibd., 11/X11/1973, ibd.; fêmea - 18/1/1974, ibd.; 3 machos e 3 fêmeas - Ibd., 
20/11/1974, ibd.; fêmea - Ibd., 25/11/1974, ibd.; fêmea - Ibd., 28/11/1974, ibd.; 2 fêmeas 
- Ibd., 15/11/1974, ibd.; macho - Ibd., 3/1V/1974, ibd.; fêmea - Ibd., 4/XI1/1974,H. A. 
Gastal col., MCN 10330, em soja; macho - Pelotas, s/data, IAS 11027; fêmea - Ibd.; 
s/data, IAS 11027, MCN 2916; macho - Ibd., s/data, IAS 11028; fêmea - Ibd., 3/111/1952, 
IAS 1026: macho e fêmea - Ibd., 20/11/1961, C. M. Biezanko leg., MCN 2913, 2917; 4 
machos e 3 fêmeas - Ibd., 1970, MCN: fêmea - Ibd., 2/11/1970, IAS, em soja; fêmea - 
Ibd., 28/1/1974, E. Heinrichs col., EH, em soja; macho - Quaraí, 27/1/1963, C. S. Car- 
bonell col., MCN 9824. 


BOLÍVIA: macho e fêmea - Coripata, | La Paz ], s/data, MLP; fêmea - Anazani, Sud-Yungas 
“01/1931, P. D. col., MLP. 


PARAGUAI: fêmea - s/data, MACN. 


ARGENTINA: JUJUY: fêmea - s/data, MACN 7271. SALTA: macho e 4 fêmeas - San 
Lorenzo, 3/11/1965, A. M.S. col., MCN 9830, 9828, 9829, 9831, 9832: fêmea - Rosario de 
la Frontera, 1/1944, Martinez-Bezzi leg., MLP; macho - Ibd., 1/1944, Martinez col., 
DDSV. TUCUMÁN: fêmea - C. Bruch col., MLP. CHACO: fêmea - Fontana, X1/1935, 
MLP: fêmea - Saenz Pefia, XII/1956, R. G. Mallo col., MLP. SANTIAGO DEL ESTERO: 
fêmea - Rio Salado, s/data, Wagner col., MLP. MISIONES: fêmea — Pindapoy, III/1936, 
MCN 2961; fêmea - Leandro N. Alen, XI/1956, A. Martinez leg., MZUSP. SANTA FE: 
macho e fêmea - s/data, H. L. Parker col., Sapar Labo, Montevideo 478-9, 478-11, 
UNICAMP: fêmea - Colastiné, 3/11/1947, MLP. SAN JUAN: fêmea - s/data, V. Corial 
col., MACN. MENDOZA: fêmea - s/data, C. S. Reed col., MACN; 2 fêmeas, 11/1938, 
MLP: macho - Cacheuta, s/data, MACN 7844; fêmea - Junín, 20/11/1945, A. Silva col., 
DDSV; fêmea - Las Heras, 7/IIl/1945, ibd. CORDOBA: macho - s/data, MLP: macho e 
fêmea - Cabana, 20/11/1937, M. Birabén col., MLP: fêmea - Sierra de Córdoba, s/data, 
MACN 10475. BUENOS AIRES: fêmea - 1891, C. Bruch col., MLP: 2 machos e 2 fêmeas - 
s/data, MACN 12287, 10600; 2 fêmeas - Rosas, F. C. Sud, s/data, J. B. Daguerre col., 
MACN 27252; fêmea - Jeppener, 31/X/1935, MLP; fêmea - Pergamino, 2/1/1955,J. A. P. 
col., MLP “'s/planta de maiz’’; macho e 3 fêmeas - San Isidro, XII/1961, A. Martinez leg., 
MZUSP; 2 fêmeas - Castelar, 3/1/1970, UNICAMP; macho - Ibd., 5/IX/1970, ibd.; fêmea 
- Ibd., 3/X11/1970, ibd.; 2 machos e 2 fêmeas- 10/1/1971, ibd.; fêmea - P. [unta] Lara, 
30/1/1949, A. Pirán col., MACN; macho e fêmea - La Plata, s/data, MLP; fêmea - Sierra 
de la Ventana, s/data, MLP. 


URUGUAI: ARTIGAS: fêmea - Arroyo Sepulturas, 22/11/1954, F. H. yC. col., MCN 9833, 
“en flor de carqueja’’; macho - Arroyo de la Invernada, 18/11/1954, ibd., MCN 9800; 
macho - Ibd., 20/11/1954, ibd., MCN 9803; macho - Arroyo Cuaró, 27/11/1955, F.H. yC. 
col., MCN 9787; macho - Punta Arroyo Cuaró, 25/11/1955, ibd., MCN 9840. RIVERA: 
fêmea - Valle Platón, Sierra de la Aurora, 20/11/1966, L. A. Gambardella col., MCN 9806; 
fêmea - Ibd., 25/11/1966, F. Achaval col., MCN 9814: macho - Arroyo de la Aurora, Sierra 
de la Aurora, 12/1/1971, L. E. F. A. col., MCN 9784; fêmea - Sierra de la Aurora, 
15/1/1961, C. S. Carbonell & L. C. Zolessi col., MCN 9819: macho - Passo del Paraguayo, 
Arroyo de La Aurora, 19-26/11/1966, E. M. Casella & C. S. Morey col., MCN 9778. TA- 
CUAREMBÓ: 2 machos - Punta del Arroyo Laureles, 12/X1/1954, F. H. y C. col., MCN 
9839, 9845: fêmea - Ibd., 18-19/1/1961, L. C. Zolessi & L. A. Gambardella col., MCN 
9849: macho - Arroyo Sauce de Tranqueras, 10/1/1964, R. Dolbert & F. Achaval col., MCN 
9838. PAYSANDO: 2 fêmeas - Arroyo Quarirü, 9-15/11/1970, L. E. F. A. col., MCN 9788, 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(53):3-119,10 out. 1978 


72 GRAZIA,J. 


9789: 3 fêmeas - Puerto Pepe Aji, 21-25/1/1970 C. Casini, M. A. Monné, G. Wilbmer 
col., MCN 9780, 9781, 9782; macho - Santa Rita, 19/1/1962, C. Morey & M. A. Monné 
col., MCN 9844. SORIANO: macho - Arroyo Biscacha, 2/XII/1961, M. A. Monné col., 
MCN 9841; 5 fêmeas - Unidad Cooperativa, Arroyo Cololö, 15/1/1962, C.S.C.,C.S.M., 
M. M. col., MCN 9783; 9810, 9811, 9826, 9827: macho e 2 fêmeas - Ibd., 18/1/1964, C. 
S. Morey col., MCN 9776, 9777, 9779. DURAZNO: macho - Punta de la Cruz, Arroyo del 
Cordobés, 3/11/1953, P. S. Martin & L. Zolessi col., MCN 9843. FLORIDA: fêmea - 
Casupä, 16/11/1960, C. S. C., A. M., L. Z. col., MCN 9815. TREINTA Y TRES: macho - 
Ciudad de Treinta y Tres, 6/1/1964, L. A. Gambardella col., MCN 9813; fêmea - Ibd., 
7/1V/1966, ibd., MCN 9842; fêmea - Rio Olimar, 13/11/1967, ibd., MCN 9802: macho e 
fêmea - Ibd., 1/11/1967, ibd., MCN 9808, 9804; macho Arroyo Los Arrayanes del 
Cebondi, 12/11/1968, M. Boroukhobitch & C. S. Morey col., MCN 9758. ROCHA: fêmea 
- Pico de Techera, 1/11/1962, C. S. C. & L. Z. col.; MCN 9809. COLONIA: fêmea - La 
Estanzuela, 11/V/1945, A. Silva col., DDSV; macho - Arroyo Limetas, 10/1/1962, C. C., 
M.A.M., C.M. col., MCN 9896. SANTA LUCIA: fêmea - 15/11/1960, C. S. Morey col., 

_ MCN 9853. MALDONADO: macho - Sierra de Animas, 25/III/1967, F. Achaval col., 
MCN 9818: 5 machos e 5 fêmeas - Punta Fria, Piriäpolis, 27/XII/1964, L. A. Gambardella 
col., MCN 9854, 9860, 9862, 9865, 9867, 9855, 9856, 9857, 9858, 9864, “'en la costa entre 
resaca””. MONTEVIDÉU: macho - Santiago Päsques, 26/X1/1961, C. S. Morey col., MCN 
9816; macho - Malvín, 21/X1/1963, F. Achaval col., MCN 9822; fêmea - Ibd., 1/1/1964, 
ibd., MCN 9799: macho - Ibd., 30/VI/1965, ibd., MCN 9812: macho - Ibd., 12/III/ 1966, 
ibd., MCN 9821; fêmea - Ibd., 23/XI1/1966, ibd., MCN 9805; fêmea - Ibd., 6/1/1967, 
ibd., MCN 9817; macho - Playa Kiyü, 7/X/1970, L. E. F. A. col., MCN. 


Observações: esta espécie é muito semelhante a D. melacanthus e D. 
bhoenix, sendo, os indivíduos, ligeiramente maiores. Distingue-se de ambas 
pela morfologia da genitália. Nos machos, principalmente, pelo processo do 
diafragma, em tubérculo e pela forma dos parâmeros; nas fêmeas, separa-se 
de D. melacanthus pela forma, dos gonocoxitos 8 (Fig. 126 X). É extrema- 
mente difícil separar as fêmeas de D. furcatus e D. bhoenix pois as placas 
genitais são muito semelhantes; em geral D. phoenix é proporcionalmente 
mais estreita na largura do pronoto sem espinho, escutelo e badome. Também, 
em D. bhoenix as pontuações negras da margem do pronoto e do exocório 
são bem marcadas, o que raramente ocorre em D. furcatus. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


“mm 


Estampa 16: fig. 92 - D. (N.) melacanthus, holótipo fêmea; fig. 102 - D. 
(N.) bhoenix, fêmea. 


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74 GRAZIA,J. 


Ds RS SS SEIT 


Estampa 17: D. (D.) melacanthus: fig. 93 - variações da forma do pronoto; 
fig. 94 - Pigöforo, vista dorsal; fig. 95 - Parâmero direito, vista lateral 
interna; fig. 96 - “'Ductus seminis’’ e ““Aussenwand"”, vista lateral; fig. 
97 - ‘“Phallus’’, vista dorsal; fig. 98 - ““Phallus”, vista ventral; fig. 99 - 
VII segmento e placas genitais, vista ventral; fig.- 100 - Placas genitais com 
transparência, vista ventral; fig. 101 - Laterotergitos 9, gonocoxitos 9, 
gonapöfises 9 e ““receptaculum seminis’’, vista ventral. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 75 


| 


VAN 


. 
z 


N 


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76 GRAZIA, ]. 


Dichelops (Neodichelops) melacanthus (DALLAS, 1851) 
(Figs. 92-101 e 126 T, Tı, Y) 


Diceraeus melacanthus DALLAS, 1851: 208, est. 8 f. 1; STAL, 1862: 479; WALKER, 1867: 
249. 

Dichelops furcatus; MAYR, 1866: 51 (partim). 

Dichelops melacanthus; STAL, 1872: 29, LETHIERRY & SEVERIN, 1893: 129; KIRKALDY, 
1909: 68; PIRÁN, 1962: 6; PIRÁN, 1963: 108, f. 2. 

Tipo: BMNH, HEM. 1052, catal. 4752, fêmea, depositado no “British Museum (Natural 
History)’’, ex Dyson's Collection. 

Localidade tipo: Venezuela. 


- Muito semelhante a D. furcatus na morfologia geral e na coloração, 
sendo pouco menor. Antenas com 2.º, 3.º e 4.º artículos quase iguais, sendo 
o 5.º o maior. 

Macho — Dimensões: comprimento da cabeça 2,02 (1,9-2,1); largura da 
cabeça 2,04 (1,97-2,1); comprimento da cabeça diante dos olhos 1,41 (1,29- 
1,49); distância interocular 1,3 (1,22-1,36); comprimento dos artículos 
antenais I - 0,61, II - 1,0 (0,95-1,08), III - 1,07 (1,02-1,08), IV - 1,06 (1,02- 
1,08), V - 1,29; comprimento do pronoto 1,8 (1,7-1,9); largura do pronoto 
6,74 (6,39-7,2); comprimento do escutelo 3,16 (2,85-3,33); largura do 
escutelo 3,3 (3,12-3,4); comprimento total 9,38 (8,77-9,86); largura 
abdominal 5,24 (4,89-5 ,44). 

Genitália: margem ventral do pigöforo bisinuada no meio (Fig. 126 T, 
Tı). Parämeros destituídos de projeções (Fig. 95). Processo do diafragma em 
forma de aba denteada (Fig. 94). Curso do ““ductus seminis’’ ilustrado na 
figura 96. 

Fêmea — semelhante ao macho. Dimensões: comprimento da cabeça 
2,13 (1,9-2,58); largura da cabeça 2,06 (1,97-2,17); comprimento da cabeça 
diante dos olhos 1,46 (1,36-1,63); distância interocular 1,3 (1,29-1,36); 
comprimento dos artículos antenais I - 0,68, II - 1,06 (0,95-1,15), HI - 1,1 
(0,95-1,22), IV - 0,99 (0,95-1,02), V - 1,22; comprimento do pronoto 1,89 
(1,83-1,92); largura do pronoto 6,89 (6,66-7,54); comprimento do escutelo 
3,35 (3,19-3,53); largura do escutelo 3,46 (3,33-3,87); comprimento total 
10,2 (9,79-10,88); largura abdominal 5,42 (5,3-5,91). 

Genitália: laterotergitos 8 sub-agudos ou agudos na extremidade (Fig. 
100); gonocoxitos 8 menos inflados que em D. furcatus (Fig. 126 Y), quase 
aplainados Vesicula da ‘‘pars intermedialis’’ ocupando 3/4 de sua extensão 
(Fig. 101). 

Distribuição: VENEZUELA: Zulia, Aragua, Miranda, Guarico; PERU: 
Cusco; BRASIL: Amapá, Ceará, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, São 
Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso; BOLÍVIA: Santa Cruz; 
PARAGUAI: Departamento Central; ARGENTINA: Jujuy, Salta, Tucumán, 
Chaco, Santiago del Estero, Misiones, La Rioja, Corrientes, Buenos Aires; 
URUGUAI: Rivera, Tacuarembó, Paysandú, Treinta y Tres, Rocha. Ocorre 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 77 


entre os paralelos de 11° a 35º Lat S e entre os meridianos de 35º a 73° de 
Long W, com ampla distribuição na Região Neotropical desde a Província 
Venezuelana até a Província Pampeana da Sub-Região Guiano-Brasileira, não 
ocorrendo na floresta amazônica e nas áreas de caatinga (Fig. 136). 


Material examinado: VENEZUELA: ZULIA: 2 fêmeas - Paraguaipoa, 11/X1/1971, J. 
Maldonado C. col., LHR. ARAGUA: fêmea - Maracay, 4/X1/1947, F. Diaz R. col., IZA. 
DISTRITO FEDERAL: macho - El. Valle, 24/X/1949, Penalvar col., IZA. MIRANDA: 
fêmea - Los Guayahitos, 9/11/1950, Koelzow col., MLS. GUARICO: macho - Pariaguán, 
20/V11/1948, P. Guagliumi col., IZA. 


PERU: CUSCO: macho - Limatambo, 30/IV/1968, UNICAMP. 


BRASIL: AMAPÁ: 2 fêmeas - Porto Platon, Serra de Amapá, 11/1964, J. C. M. Carvalho & 
Dyrce col., MN. CEARÁ: 4 fêmeas - Paracuru, 111/1952, A. Viana col., MCN 2968, 2970, 
2971, 2972: fêmea - Fortaleza, 2/X1/1967, F. Costa col., DDSV: 3 machos - Aracati, 
11/1952, F. S. Silva col., MN. RIO GRANDE DO NORTE: fêmea - Mossoró, VII/1954, G. 
Alves col., MN: fêmea - Natal, 1/1950, M. Alvarenga col., MN; fêmea - Ibd., VII/ 1952; L. 
R. P. Lima col., MN: macho - Ibd., 1952, P. Melo col., MCN 2902: macho e fêmea - Ibd., 
11/1952, M. Alvarenga col., IOC; fêmea - Ibd., 1953, P. Melo col., MCN 2969: fêmea - 
Parnamirim, 5/V1/1949, M. Alvarenga col., IOC. MINAS GERAIS: fêmea - Paracatu, 
VII/1960, Exp. Formosa col., MN; 2 machos e 2 fêmeas - Araguari, X/1937,R. Spitz col., 
MCN 2950, 2951, 2952, 2953: macho e fêmea - Lassance,20-31/1/1939, Martins, Lopes & 
Mangabeira col., IOC; 4 machos - Carmo do Rio Claro, 1/1958, Carvalho & Becker col., 
MN. SÃO PAULO: fêmea - Andes, 11/1956, M. Carrera col., MCN 2908: macho - Piras- 
sununga, III/1948, Schubart col., IOC; macho - Rio Claro, XII/1960, F.M. A. col., MCN 
2907; fêmea - Campinas, 11/1975, Z. Ramiro col., MCN 10232; macho - Tietê, X1/1938, 
P. V.C.B. col., IAC. RIO GRANDE DO SUL: fêmea - Torres, 9/11/1973, T. de Lema 
col., MCN 8436: macho - Santa Maria, 10/X11/1973, O. J. Lopes col., UNICAMP, sobre 
soja; fêmea - Ibd., 3/1V/1972, D. Link col., UNICAMP: macho - Ibd., 21/IV/1973,J. O. 
Oliveira col.; fêmea - Santa Cruz, XI/1934, M. von Rorseval col., DDSV 2824; macho - 
Pantano Grande, Rio Pardo, 16/1/1962, O. Baucke col., MCN 2904: macho - Canoas, 
X/1956, G. Zauza col., MCN 2905: macho e fêmea - Santa Terezinha, Osório, 24/11/1973, 
M.H. Galileo col., MCN 8509, 8506; fêmea - Porto Alegre, XII/1953, MCN 2906; fêmea - 
Ibd., VII/1972, J. Grazia col., MCN 8346; 5 machos e fêmea - Guaíba, 21/X11/1973, M. 
H. Galileo col., MCN 9159, 9160, 9162, 9105, 9291, 9161; macho e 4 fêmeas - Ibd., 
28/11/1974, ibd., MCN 8921, 9198, 9358, 9892, 8915; macho e fêmea - Ibd., 15/11/1974, 
ibd., MCN 9368, 9367; 2 fêmeas - Ibd., 11/1V/1974, ibd., MCN 9462, 9469: macho - 
Ibd., X11/1973, E. Heinrichs col., EH, em soja; macho - Ibd.. 10/1/1974, ibd.; macho - 
Ibd., 8/11/1974, ibd.; fêmea - Ibd., 15/11/1974, ibd.; fêmea - Encruzilhada do Sul, 
20/1/1973, M. C. Mezzomo col., UNICAMP: fêmea - Ibd., 31/XII/1973, B. S. Correa 
col., UNICAMP: fêmea - Pelotas, VIII/1949, MCN 2948: macho - s/local, XI1/1931, E. 
Vianna col., DDSV. 


BOLÍVIA: fêmea - s/local e s/data, MACN 10324; SANTA CRUZ: fêmea - Roboré, Prov. 
Chiquitos, 300m, X1/1959, LHR. 


PARAGUAI: DEPARTAMENTO CENTRAL: fêmea - Luque, 3/111/1965, C. S., A.M.,M. 
A.M. col., MCN 9867: macho e fêmea - San Bernardino, 1/1964, Mis. Cient. Brasil., col., 
KOXG: 


ARGENTINA: JUJUY: 2 machos e 5 fêmeas - s/data, MACN 7110; 2 machos - Ibd., MACN 
7271. SALTA: macho e 2 fêmeas - s/data, MACN 7115; fêmea - Pocitos, 11/1961, A. 
Martinez leg., MZUSP. TUCUMÁN: macho - 19/11/1914, Rosenfeld y Barber col., MLP; 
macho - La Cocha, 20/111/1939, Biraben-Scott leg., MEP. CHACO: macho - Fontana, 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


78 GRAZIA, J. 


s/data, MLP: fêmea - Ibd., 25/IV/1936, MLP: macho e 2 fêmeas - s/data, H. L. Parker 
col., SAPar Laboe Montevideo col., UNICAMP; macho e fêmea - Picada Guaycurü, 
18/X1/1941, M. Birabén col., MLP: fêmea - s/data, MACN 7726; macho e 4 fêmeas - 
Charata, XII/1935, MLP. SANTIAGO DEL ESTERO: fêmea - s/data, MLP: macho - 
X1/1938 Femandez col MLP; fêmea - Ojo de Agua, 14/XI1/1939, C.M. A.M. col., 
MLP. MISIONES: macho e fêmea - Pindapoy, I11/1936, MCN, 2903, 2901: macho e 2 
fêmeas - Loreto, Ibd., MCN 2932, 2941, s/n.º: macho e 2 fêmeas - Leandro N. Alem, 
X1/1956, A. Martinez leg., MZUSP; macho - Posadas, s/data, MACN 7517; fêmea - 
s/data, Aguirre col., MACN 37/10. LA RIOJA: 2 machos - s/data, MACN 11065, 12183. 
CORRIENTES: macho.- San Roque, 11/1920, Bosq. col., MLP. BUENOS AIRES: macho - 
San Fernando, s/data, MACN 28950; fêmea - Pie de Palo, s/data, MACN 7627. 

URUGUAI: RIVERA: macho - Valle del Platön, 26/11/1966, L. A. G. col., MEN 9835; 5 
machos e 2 fêmeas - Arroyo Batovi, 13/X1/1958, P. San Martin, A. Mesa, D. Antünez col., 
MCN 9868, 9870, 9872, 9873, 9874, 9869, 9871; fêmea - Cerro Batovi, 19/11/1962, P. S. 

- M.,A.R.,M. A.M. col., MCN 9834; fêmea - Ibd., 23/11/1963, C. S.C., A.M., D.A. 
col., MCN 9807; fêmea - Arroyo de la Aurora, Sierra de la Aurora, 12/1/1971, L. E. F.A. 
col., MCN 9786; fêmea - Sierra de la Aurora, 15/1/1961, C. S. Carbonell & L. C. Zolessi 
col., MCN 9820; 3 machos - Carpinteria, 15/11/1958, D. A., A. M., P.S.M. col., MCN 
9850, 9851, 9862. TACUAREMBÓ: fêmea - Punta del Arroyo Laureles, 16/11/1956, F. H. 
y €. col., MCN 9875; macho - Ibd., 18-19/1/1961, L. C. Zolessi & C. S. Carbonell col., 
MCN 9848; fêmea - Arroyo Sauce de Tranqueras, 12/1/1964, F. A. Achaval, A. Dolber 
col., MCN 9877; macho - Passo Borracho, 21/1/1964, ibd., MCN 9823; macho - Ibd., 
23/1/1964, ibd., MCN 9837. PAYSANDÜ: fêmea - Arroyo Quarirü, 9-15/11/1970.L. E. F. 
A. col., MCN-9790. TREINTA Y TRES: 4 machos e 3 fêmeas - Arroyo los Arrayanes del 
Cebondi, 12/IIl/1968, M. Boroukhobitch, C. S. Morey col., MCN 9791, 9793, 9794; 9795, 
9792, 9796, 9797; fêmea - Arroyo los Membrillos, 02/II1/1963, L. A. Gambardella col., 
MCN 9801. ROCHA: fêmea - Palmares de San Luiz, 28/11/1953, C. S. Carbonell col., 
MCN 9876. 


Observações: como já mencionamos, esta espécie se aproxima de D. 
furcatus e D. bhoenix, distinguindo-se de ambas pela morfologia da genitália 
de ambos os sexos. Nos machos, principalmente pelo processo do diafragma 
em aba denteada e nas fêmeas pela forma do gonocoxitos 8. 


Estampa 18: D. (N.) phoenix: fig. 103 - variação da forma do pronoto; sp 
fig. 104 - Pigóforo, vista dorsal; fig. 105 - Parâmero direito, vista 
lateral interna; fig. 106 - ““Ductus seminis’’ e ““Aussenwand”, vista 
lateral; fig. 107 - ““Phallus””, vista dorsal; fig. 108 - ‘‘Phallus’’, vista 
ventral; fig. 109 - VII segmento e placas genitais, vista ventral; fig. 110 - 
Placas genitais com transparência, vista ventral; fig. 111 - Laterotergitos 9, 
gonocoxitos 9, gonapöfises 9 e ““receptaculum seminis’’, vista ventral. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


R 


evisão do gênero Dichelops SPINOLA... 79 


MIR 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(53): 3-119,10 out. 1978 


80 GRAZIA,). | 


Dichelops (Neodichelops) phoenix sp.n. 
(Figs. 102-111 e 126 U) 


Muito semelhante a D. furcatus na coloração e morfologia geral, porém 
nitidamente mais estreita como se observa nas larguras do pronoto sem 
espinho, no escutelo e no abdome. É constante, nos espécimes de D. 
phoenix: uma linha de pontos negros ao longo da metade anterior das 
margens ântero-laterais do pronoto; pontos negros circundando as cicatrizes 
do pronoto, distribuídos irregularmente; três linhas sub-paralelas de pontos 
negros, no exocório, acompanhando a costa e a veia radial e extendendo-se 
até quase a sutura da membrana. O pronoto, na sua metade anterior é 
amarelo ou ocre e na metade posterior é castanho enfuscado. À costa é sub- 
calosa e destituída de pontuações em quase toda a sua extensão. 


Macho — 2.º artículo antenal maior que o 3.º. Dimensões: comprimen- 
to da cabeça 2,18 (2,04-2,24); largura da cabeça 2,1: comprimento da cabeça 
diante dos olhos 1,6 (1,49-F,7); distância interocular 1,31 (1,29-1,36); com- 
primento dos artículos. antenais I - 0,68, II - 1,19 (1,15-1,29), HI - 1,03 
(1,02-1 08), IV - 1,25 (1,15-1,29), V - 1,39 (1,29-1 42): comprimento do 
pronoto 1,95 (1,9-2,04): largura do pronoto 6,66 (6,52-6,86): comprimento 
do escutelo 3,5 (3,46-3,67); largura do escutelo 3,57 (3,46-3,74); compri- 
mento total 10,47 (10,2-10,81); largura abdominal 5,46 (5,3-5,64). 


Genitália: margem ventral do pigöforo moderadamente sinuada no 
meio, semelhante a D. furcatus, (Fig. 126 U). Região proximal da cabeça do 
parâmero com uma projeção em gancho no lado externo (Fig. 105), menor 
do que em D. /obatus. Processos do diafragma em forma de aba inteira (Fig. 
104). Curso do “ductus seminis’’ ilustrado na figura 106. 


Fêmea — 2.º artículo antenal menor, igual ou maior que o 3.º. 
Dimensões: comprimento da cabeça 2,35 (2,24-2,51); largura da cabeça 2,18 
(2,04-2,24): comprimento da cabeça diante dos olhos 1,7 (1,63-1,83); dis- 
tância interocular 1,34 (1,29-1,42): comprimento dos artículos antenais I - 
0,68, II -1.22 (1115-129), INS 1523000 085136) RIVAE SI SORGO 129 NV 
1,53 (1,42-1,73); comprimento do pronoto 2,08 (1,5-2,24); largura do 
pronoto 7,35 (7,14-7,68): comprimento do escutelo 3,76 (3,6-3,94); largura 
do escutelo 3,79 (3,46-3,94); comprimento total 11,32 (10,88-11,69); largura 
abdominal 5,68 (5,44-5,98). 


Genitália: laterotergitods 8 agudos na extremidade (Fig. 109). Gono- 
coxitos 8 e vesícula da “pars intermedialis’’ como em D. furcatus (Fig. 111). 


Holótipo: macho - BRASIL, Minas Gerais, Carmo do Rio Claro, 1947, Carvalho, col., MN, 
depositado no MN. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119,10 out. 1978 


Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 81 


Parátipos: BRASIL: MINAS GERAIS: fêmea - Carmo do Rio Claro, 1/1958, Carvalho col., 
MN. RIO DE JANEIRO: fêmea - Ramos, Rio de Janeiro, 1/1953, E. Lebato col., IOC. SÃO 
PAULO: macho - Pirassununga, IV/1948, Schubart col., IOC. PARANÁ: fêmea - Castro, 
12/11/1974, R. Panizzi col., UNICAMP: fêmea - Ponta Grossa, 20/11/1974, ibd. GOIÁS: 
fêmea - Rib. Vãozinho, 12/11/1962, J. Bechyné col., MZUSP; 2 machos - Campinas, 


X11/1935, Spitz col., MZUSP. MATO GROSSO: fêmea - Camapuã, XII/1967, F. Silber- 
bauer leg., MCN. 


ARGENTINA: MISIONES: macho e fêmea - Pindapoy, III/1936, MCN 2942, 2933: macho - 
Loreto, IV/1931, MLP: macho - Ibd., III/1936, MLP. 


Distribuição: BRASIL: Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, 
Goiás, Mato Grosso; ARGENTINA: Misiones. Ocorre entre os paralelos de 
16º a 28º de Lat S e entre os meridianos de 43º a 57º de Long W, nas 
Províncias Bororo e Guaraní da Sub-Região Guiano-Brasileira, com apenas 
um registro para a Província Atlântica da mesma Sub-Região (Fig. 132). 

Obserações: como mencionamos anteriormente, esta espécie se aproxima 
de D. furcatus. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


82 GRAZIA,J. 


Estampa 19: fig. 112 - D. (N.) /obatus, macho; fig. 121 - D. (P.) divisus, 
fêmea. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


83 


Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 


wur 


3-119, 10 out. 1978 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53) 


84 GRAZIA,J. 


Estampa 20: D. (N.) /obatus: fig. 113 - Pigóforo, vista dorsal; fig. 114 - 
Parâmero direito, vista lateral interna; fig. 115 - “'Ductus seminis’’ e | 
“Aussenwand””, vista lateral; fig. 116 - ““Phallus””, vista dorsal; fig. 117 - 
“Phallus””, vista ventral; fig. 118 - VII segmento e placas genitais, vista 
ventral; fig. 119 - Placas genitais com transparência, vista ventral; fig. 120 
- Laterotergitos 9, gonocoxitos 9, gonapöfises I e “'receptaculum semi- 
nis””, vista ventral. 


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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 2 85 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


86 GRAZIA,J. 


Dichelops (Neodichelops) lobatus sp.n. 
(Figs. 112-120 e 126 V) 


Cor geral ocre ou ocre acinzentado, pontuado de castanho; ângulos 
umerais do pronoto, às vezes, negros. 


Macho — Dimensões: comprimento da cabeça 2,0: largura da cabeça 
2,13: comprimento diante dos olhos 1,38; distância interocular 1,31; com- 
primento dos artículos I - 0,56, os demais faltam; comprimento do pronoto 
1,97 (1,94-2,05); largura do pronoto 5,77 (5,65-5,9); comprimento do 
escutelo 3,32; largura do escutelo 3,35 (3,32-3,39); comprimento total 9,48; 
largura abdominal 5,4. 


Cabeça: jugas menos prolongadas diante do clípeo que nas demais 
espécies do grupo; jugas sub-arredondadas no ápice e marginadas externa- 
mente de negro em toda a sua extensão. Pronoto: ângulos umerais pouco 
salientes, desenvolvidos em largas projeções, rombas na extremidade; as 
margens ântero e póstero-laterais destas projeções, formam um ângulo quase 
reto na sua interseção; margens póstero-laterais do pronoto suavemente 
crenuladas. Pontuações mais escuras circundando as cicatrizes e pontuações 
negras sobre os ângulos umerais. Escutelo: região parafrenal, às vezes, 
apresentando algumas rugas. Algumas áreas circulares, destituídas de pon- 
tuações, ao longo das margens laterais do escutelo e sobre os hemielitros. 
Pontuações escuras no 1/3 interno e nos ângulos ântero e pöstero-laterais de 
cada segmento do conexivo. 


Genitália: margem ventral do pıgöforo fortemente bisinuada no meio, 
semelhante a D. qmelacanthus porém, as projeções sub-igualam, em com- 
primento, os ângulos póstero-laterais do pigóforo (Fig. 126 V). Região 
proximal da cabeça do parâmero dotada de uma projeção em forma de 
gancho (Fig. 114), no lado externo. Processos do diafragma em forma de aba 
inteira, como em D. phoenix (Fig. 113). Curso do ‘‘ductus seminis’’ ilus- 
trado na figura 115. 


Fêmea — 3.º artículo antenal, igual ou menor que 0 2.º eo 4.º menor 
igual ou maior que o 3.º. Dimensões: comprimento da cabeça 2,0 (1,88- 
2,07); largura da cabeça 2,16 (2,13-2,19); comprimento da cabeça diante dos 
olhos 1,43 (1,38-1,44); distância interocular 1,39 (1,38-1,44); comprimento 
dos artículos antenais I - 0,62, II - 1,01 (0,94-1,06), III - 1,2 (1,06-1,31), IV - 
1,13 (1,06-1,19), V - 1,25 (1,13-1,38); comprimento do pronoto 2,03 (1,94- 
2,13); largura do pronote 6,1 (5,96-6,34); comprimento do escutelo 3,4 
(3,26-3,45); largura do escutelo 3,5 (3,45-3,64); comprimento total 9,67 
(9,35-9,85); largura abdominal 5,66 (5,52-5,84). 


Genitälia: laterotergitos 8 sub-arredondados no ápice, com as margens 
laterais formando um ângulo quase reto no seu ponto de interseção, apenas 
pouco mais longos que os laterotergitos 9 (Fig. 118). Gonocoxitos 8 como em 


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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 87 


D. melacanthus. Vesícula da “pars intermedialis”” ocupando praticamente 
toda a sua extensão. (Fig. 120). 


Holótipo: fêmea - ARGENTINA, Salta, Campo Santo, 13/111/1939, Biraben-Scott leg., MLP, 
depositado no MLP. 


Parátipos: ARGENTINA: JUJUY: macho - Pampa Blanca, 13/11/1939, Birabén-Scott leg., 
MLP. SALTA: fêmea - Coronel Moldes, 9/I11/1939, ıbd.; fêmea - Talampa, ibd. CÖR- 
DOBA: fêmea - Santo Antonio de Arredondo, 14/X11/1940, Birabén col., MLP: fêmea - La 
Ganja, Alta Gracia, 1/1938, C. Bruch leg., MLP. CATAMARCA: macho - Andalgalá, 
3/11/1939, Biraben-Scott leg., MLP. 


Distribuição: ARGENTINA: Jujuy, Salta, Córdoba, Catamarca. Ocorre 
entre os paralelos de 23º a 32º de Lat S e entre os meridianos de 62º a 68º 
de Long W, sendo restrita e Província do Chaco da Sub-Região Guiano- 
Brasileira (Fig. 132). 


Observações: esta espécie se diferencia das demais espécies do subgênero 
pelas jugas rombas e pelos pouco desenvolvidos ângulos umerais do pronoto. 
Pela morfologia dos gonocoxitos 8 se assemelha a D. melacanihus e pelo 
processo do diafragma a D. phoenix. 


Subgênero Prodichelops subg.n. 
Espécie tipo: Dichelops divisus (WALKER, 1867). 


Ornamentação da superfície do corpo, em ambas as faces, como no 
subgênero tipo. 


Cabeça e metade anterior do pronoto em declividade. Jugas cônicas de 
ponta romba. Pontuações grosseiras, mais concentradas sobre o disco da 
cabeça. Búculas sub-truncadas na base. Rostro ultrapassando as coxas pos- 
teriores com o 2.º artículo menor que o 3.º e 4.º reunidos. Pontuações 
escuras da face ventral da cabeça em menor número que na face dorsal; uma 
estreita faixa negra, sub-adjacente às margens externas das jugas, extenden- 
do-se desde os tubérculos anteníferos até o ápice das búculas. 


Pronoto: ângulos ântero-laterais pouco mais salientes que o restante das 
suaves projeções das margens äntero-laterais; estas últimas crenuladas. 
Ângulos umerais desenvolvidos. Margens pöstero-laterais sinuadas, unifor- 
memente convexas na metade anterior e sub-retilíneas na metade posterior. 
Pontuações mais grosseiras na metade posterior; rugas sobre a superfície do 
pronoto, especialmente na metade anterior. 


Escutelo: ângulos basais com nítida fóvea negra. Pontuações grosseiras, 
ocasionalmente maiores que no pronoto, presentes especialmente nos 2/3 
anteriores e irregularmente distribuídas sobre a superfície do escutelo. 


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88 GRAZIA,J. 


Hemiélitros: sutura da membrana sub-retilínea. 
Angulos póstero-laterais do conexivo quase retos. 


Lado ventral do tórax: com pontuações escuras, nitidamente maiores 
sobre o metasterno; área evaporatória mesopleural não diferenciada; área 
evaporatória metapleural ocupando 1/3 da largura do pleurito; processo 
apical do peritrema muito curto, apenas pouco sobressaindo o ostíolo 
odorifero. 


Abdome: pontuações escuras distribuídas mais ou menos uniformemen- 
te, pouco maiores e mais distanciadas nas faixas externas aos espiráculos, estes 
de coloração negra. Conexivo com uma mancha escura nos ângulos ântero- 
laterais de cada segmento que, ocasionalmente, avança sobre os ângulos 
pöstero-laterais do segmento imediatamente anterior. 


Patas com extensas manchas escuras de contorno irregular. 


Genitália da fêmea: Placas genitais externas (gonocoxitos 8, lateroter- 
gitos 8 e 9) com os tricódeos de ornamentação semelhantes ao das espécies do 
subgênero tipo. Espiráculos do 8.º segmento presentes. Gonocoxitos 9 
aparentes em vista ventral, não cobertos pelos gonocoxitos 8. Bordos suturais 
dos gonocoxitos 8 justapostos; as paredes externas e internas dos bordos 
suturais são separadas, deixando entre si uma fossa escavada ao longo de pelo 
menos, 1/3 da largura do gonocoxito (Fig. 124). Gonocoxitos 9 com com- 
primento nitidamente maior do que o X segmento, ao longo da linha 
média. ““Pars intermedialis’’ tubular, simples, destituída de vesícula (Fig. 


125). 


Estampa 21: D. (P.) divisus: fig. 122 - VII segmento e placas genitais, vistamp 

ventral; fig. 123 - Placas genitais com transparência, vista ventral; fig. 124 
- Gonocoxitos e gonapófises 8 (A = vista externa, B = vista interna): fig. 
125 - Laterotergitos 9, gonocoxitos 9, gonapófises 9 e ““receptaculum 
seminis’’, vista ventral; fig. 127 - Medidas (1 = comprimento da cabeça 
diante dos olhos, 2 = comprimento da cabeça, 3 = comprimento do 
pronoto, 4 = comprimento do escutelo, 5 = comprimento do abdome, 
6 = comprimento total, 7 = largura do escutelo, 8 = largura do 
abdome, 9 = largura do pronoto com espinho, 10 = distância intero- 
cular, 11 = largura da cabeça, 12 = largura do pronoto sem espinho). 


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Revisão do gênero Diche/ops SPINOLA... 89 


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90 GRAZIA.]. 


Dichelops (Prodichelops) divisus (WALKER, 1867) 
(Figs. 121-125) 


Diceraeus divisus W ALKER, 1867: 250. 
Dichelops divisus; (?) LETHIERRY & SEVERIN, 1893: 129; KIRKALDY, 1909: 68. 


Tipo: BMNH, HEM. 1056, fêmea, Bates col., depositado no “'British Museun (Natural 
History)". 


Localidade tipo: “Amazon Region": de acordo com os dados da etiqueta o exemplar foi co- 
letado em ‘‘St. Paulo’’ [São Paulo de Olivença, Rio Solimões, Amazonas, Brasil]. 


Cor geral castanho-escura, com reflexos azul ou verde metálico, na face 
dorsal: sobre as jugas, ao longo das margens ântero-laterais e sobre os ângulos 
umerais, excetuando os espinhos. Faixa transumeral, espinhos, costa dos 
hemielitros e margem do conexivo, amarelos. 


Fêmea — Dimensões: Comprimento da cabeça 1,83 (1,76-1,9); largura 
da cabeça 2,41 (2,38-2,44); comprimento da cabeça diante dos olhos 1,32 
(1,22-1,42); distância interocular 1,32 (1,29-1,36); comprimento dos artí- 
culos antenais I - 0,68, II - 0,81, III - 1,01 (0,95-1,08), IV - 1,25 (1,22-1,29), 
V - 1,83; comprimento do pronoto 2,31 (2,24-2,38); largura do pronoto 8,19 
(8,09-8,29); comprimento do escutelo 3,77 (3,6-3,94); largura do escutelo 
3,9 (3,8-4,01); comprimento total 10,97 (10,6-11,35); largura abdominal 
6,63 (6,46-6,8). 


Cabeca: jugas muito prolongadas; comprimento das jugas diante do 
clipeo com 1/4 do comprimento do 1.° articulo antenal; jugas rombas na 
extremidade. Disco da cabeça com rugas longitudinais bem marcadas. 
Artículos antenais aumentando progressivamente do 1.º ao 5.º. 


Pronoto: ângulos umerais projetados em espinhos cilíndricos, espessos € 
longos, de ápice sub-agudo, dirigidos lateralmente e destituídos de pon- 
tuações. As pontuaões também estão ausentes na faixa transumeral que é 
calosa e de cor amarelada como os espinhos. Na metade anterior do pronoto 
as pontuações são frequentemente intercaladas por rugas. Escutelo: ápice 
suavemente emarginado, com manchas escuras ladeando uma pequena 
mancha amarela. Hemiélitros: pequena área circular, no ápice da veia radial, 
sub-calosa e amarelada. Abdome com amplas manchas escuras no meio do 
6.º e 7.º segmentos. As patas são muito manchadas, sendo que as áreas 
escuras predominam em relação às claras. 


Genitália: laterotergitos 8 ultrapassando em muito os laterotergitos 9, 
ambos de ápice rombo (Fig. 123). Ângulos suturais dos gonocoxitos 8 
projetados moderadamente em direção posterior (Fig. 124). Metade proximal 
da ““pars intermedialis’’ com o dobro da espessura da metade distal; “'cap- 
sula seminalis’’ destituída de dentes (Fig. 125). 


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Distribuição: BRASIL: Amazonas. O único registro desta espécie é para 
a Província Amazônica. (Fig. 133). 


Material examindo: holótipo, fêmea, com os seguintes dados nas etiquetas (a) Type (b) St. Paulo 
(c) 6. Diceraeus divisus (d) BRIT. MUS. TYPE N.º HEM. 1056; fêmea - com os seguintes 
dados nas etiquetas: (a) 65.57, Braz (b) Diceraeus divisus, Walkers’’ catal, [ BMNH ]. 


Observações: esta espécie é muito típica, diferenciando-se de todas as 
demais espécies do gênero pela forma do pronoto. Também, a presença de 
fossa ao longo dos bordos suturais dos gonocoxitos 8 é única neste gênero. 
Por apresentar “'capsula seminalis’’ destituída de dentes, ter os gonocoxitos 9 
aparentes, em vista ventral e margens pöstero-laterais do pronoto destituídas 
de projeção romba, assemelha-se às espécies do subgênero Neodichelops. Por 
outro lado, apresenta a ‘‘pars intermedialis’’ destituída de vesícula e os 
espiráculos estão presentes no 8.º segmento o que aproxima esta espécie às do 
subgênero Dichelops. 


“Incertae sedis” 


Dichelops dimidiatus (HERRICH-SCHAFFER, 1841) 


Cimex dimidiatus HERRICH-SCHAFFER, 1841: 65. 

Cimex transversalis HERRICH-SCHAFFER, 1841, f. 630. 

Dichelops transversalis; HERRICH-SCHAFFER, 1844: 73; MAYR, 1866: 52; STAL, 1872: 29; 
LETHIERRY & SEVERIN, 1893: 130. 

Dichelops dimidiatus; KIRKALDY, 1909: 68. 


A ilustração (Fig. 630) dada pelo autor permite-nos enquadrar esta 
espécie no subgênero Neodichelopbs. Como a distinção entre as espécies deste 
subgênero é eminentemente baseada na morfologia da genitália e consi- 
derando que o tipo está desaparecido, torna-se impossível estabelecer de- 


finitivamente sua identidade. 


Dichelops furcifrons (AMYOT & SERVILLE, 1843) 


Zalega furcifrons AMYOT & SERVILLE, 1843: 139; STAL, 1862: 479: WALKER, 1867: 249. 
Dichelops furcifrons; MAYR, 1866: 52; STAL, 1872: 29: LETHIERRY & SEVERIN, 1893: 129; 
KIRKALDY, 1909: 68. 


A descrição fornecida pelos autores é muito sucinta porém, pelas re- 
ferências feitas às características genéricas, à coloração (“noir ferruginex’’) e 
ao tamanho (10 mm) suspeitamos que D. nigrum, também da Guiana 
Francesa, seja sinônimo desta espécie; BERGROTH mencionou na diagnose 
diferencial de nigra: '“Três distincte de toute ses congéneres par la couler du 
corps presque entierement noire’’. Outrossim, esta espécie deve pertencer ao 
subgênero tipo; considerando que o tipo está desaparecido, torna-se, tam- 
bém, impossível estabelecer a sua identidade. 


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92 GRAZIA,). 
Filogenia 


A inexistência de dados mais completos sobre o gênero Dichelops, tais 
como, a biologia e a ecologia, e o pequeno número de exemplares exami- 
nados em algumas espécies (bicolor e divisus), dificultam sensivelmente o 
estabelecimento das relações filogenéticas entre os subgêneros. 

Contudo, considerando os caracteres morfológicos relacionados no 
quadro 1, e atendendo aos critérios propostos por HENNIG (1966) e MAS- 
LIN (1952), apresentamos uma hipótese sobre a origem e evolução dos 
subgêneros em questão. 

Quanto aos caracteres 1,5 e 7, consideramos como condição plesiomór- 
fica a presença dos mesmos, pelo fato destes caracteres estarem comumente 
presentes nos pentatomídeos (MASLIN, 1952). Para o caráter 3, o estado 
plesiomórfico seria a maior esclerotização da placa (SCHAEFER, 1972). Para 
o caráter 4, considerando que o aparecimento da vesícula na ''pars inter- 
medialis’’ não é comum entre os pentatomídeos e, que a simplicidade na 
estrutura desta peça é característica de grupos primitivos, tais como, Acan- 
thosominae (DUPUIS, 1948 e SOUTHWOOD, 1956) e Tessarotomidae 
(LESTON, 1954), julgamos ser a presença de vesícula uma condição apomór- 
fica. Para o caráter 2, considerando que nos pentatomídeos as formas ima- 
turas apresentam espiráculos em todos os segmentos abdominais e que os 
laterotergitos 8 comumente são dotados de espiráculos, acreditamos que a 
ausência dos mesmos, nas espécies do subgênero Neodichelops, seja uma 
condição apomórfica. Para o caráter 8, seguindo SCHAEFER (1972) consi- 
deramos que a ausência de processo na conjuntiva corresponde a um estado 
plesiomórfico. Finalmente para o caráter 6, a forma cônica ou arredondada 
das jugas seria condição plesiomörfica, por ser a forma comumente encon- 
trada nos pentatomídeos (MASLIN, 1952). 

O gráfico (Fig. 137) mostra a condição de cada caráter numerado no 
quadro 1 (branco = plestomórfico; negro = apomórfico; achuriado = não 
observado). Examinando o gráfico, verificamos que Neodichelops e Prodki- 
chelobs são sinapomörficos por um caráter (7), Dichelops e Prodichelops 
também por um caráter (5) e Neodichelops e Dichelops da mesma forma por 
um caráter (6). Com base na argumentação de HENNIG (1966) e pela análise 
dos caracteres, apresentamos o cladograma (Fig. 138) da provável origem e 
evolução dos subgêneros de Dichelops. 


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Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 93 


Distribuição 


1. Fóveas do escutelo 
2. Espiräculos dos laterotergitos 8 


3. Gonocoxitos 9 (fêmea) 


4. ““Pars intermedialis’’ (fêmea) 
5. Manchas calosas das cicatrizes 


6. Forma das jugas - 


7. Dupla projeção no pronoto 


8. Processo da conjuntiva (macho) 


QUADRO 1 


Subg. Neodichelops 


América do Sul 


ausente 
ausente 


fracamente 
esclerotizados 


vesicular 
ausente 


aguda/arredon- 
dada 


ausente 


ausente 


Subg. Dichelops Subg. Prodichelops 


América do Sul e 
America Central 


presente 
presente 


fortemente 
esclerotizados 


simples 


presente 


aguda 
presente 


presente 


Amazonas 


presente 
presente 


fortemente 
esclerotizados 


simples 


presente 


cônica 


ausente 


não observado 


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94 GRAZIA,J. 


AGRADECIMENTOS 


Queremos expressar nossos agradecimentos mais sinceros aos curadores e/ou responsáveis 
pelas coleções entomológicas que nos enviaram material típico, cederam-nos material de com- 
paração ou nos prestaram informações: W. R. Dolling (BMNH), C. D. Beduin (DDSV), H. 
Gaedike (DEI), C. R. Gonçalves (ENA), C. E. Casini (FA. e FHC), C. J. Rossetto (IAC), A. 
Bertels (IAS), M. A. Vulcano (IB), J. Jurberg (IOC), C. Osuna (IZA e MLS), H. Rolston 
(Louisiana State Univ.), F. Meyer (MA), J. Viana (MACN), L. de Santis (MLP), J. C.M. Car- 
valho (MN), U. Martins (MZUSP), M. Ortiz (UNA), B. Amaral F.º (UNICAMP), J. S. Moure e 
O Mielke (Univ. Fed. Paraná), D. Link (Univ. Fed. Santa Maria), M. Meinander (Univ. Zool. 
Mus., Helsinki), H. Brailovsky (Univ. Nac. Autonoma, México), A. Kaltenbach (Natur. Mus. 
Wien), U. Gollner-Scheiding (Mus. Natur. Berlin), W. Dierl (Zool. Mus. München), 1.- Pers- 
son (Nat. Riksmus. Stockholm), M. H. M. Galileoe H. A. O. Gastal (MCN). 


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of the British Museum. London, British Museum ed., part 2, p. 241-417. 


Tabela A 


Coeficiente de relação entre os caractéres de machos e fêmeas de D. furcatus e D. melacanthus. 


Espécie e Sexo 


Relações» 
Jurcatus O Jurcatus Q melacanthus 6 melacanthus Q 


C.cabeça X 100 185.6 190.9 189.6 180.1 
D .interocular 


L.cabeça X 100 127.1 ; 124.2 123.8 129.0 
C.c.d.olhos 


C.cabeça X 100 122.2 124.0 124.4 118.0 
L.cabeça 


C.pronoto X 100 94.3 95.0 91.1 92.5 
L.cabeca 


C.escutelo X 100 98.9 100.1 92.0 97.2 
L.escutelo 


C.pronoto X 100 34.1 34.4 34.8 35.2 


L.pronoto 


C = comprimento, c = cabeça, D = distância, d = diante, L = largura. 


Tabela B 


Coeficientes de diferença entre as medidas significativas em machos de D. furcatus e D. me- 
lacanthus. 


a e En An N n. 


Medidas Coeficiente 
de diferença 


mis Ts 


Comprimento da cabeça ' 1.36 
Comprimento do pronoto 2.00 
Comprimento da cabeça diante dos olhos 0.65 
Largura da cabeca 2.38 
Distäncia interocular 1.86 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


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Revisão do gênero Diche/ops SPINOLA... 


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3.119, 10 out. 1978 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53) 


98 GRAZIA .]J. 


Estampa 22: fig. 126 - Gonocoxito 8, vista interna (A = prado: B = »a:- 
grum, C = saltensis, D = peruanus, E = punctatus, F = minamae, G 


= avilabirest, H = leucostigmus, 1 = bicolor); Margem ventral do 
pigöforo (] = avdapıresı, K = saltensis, L, Li, L2 = nigrum, M = 
miriamae, N = leucostigmus, O = peruanus, P = punctatus, Q = 
bradoi, R = bicolor, S, Sy = furcatus, T, Ti = melacanthus, U = 
bhoenix, V = lobatus), Porção terminal do abdome da fêmea, vista 
lateral (X = furcatus, Y = melacanthus), Ornamentação (Z = tricódeo 
longo que recobre as placas genitais, Z1 = tricódeo curto no subgênero 


Neodichetobs, Z2 = tricódeo curto nos subgêneros Dichelops e Prodi- 
chelops). 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


Revisão do gênero Diche/ops SPINOLA... 99 


en 
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IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53): 3-119, 10 out. 1978 


100 GRAZIA,J. 


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Estampa 23: fig. 128 - Representação gráfica das relações entre medidas de 
confianca em machos de D. (N.) furcatus e D. (N.) melacanthus. Estão 
plotadas os valores mínimos, máximos e médios. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 


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c. pronoto c. escutelo 
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IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


102 GRAZIA.). 


Estampa 24: fig. 129 - Representacäo gräfica das relacöes entre medidas de 
confiança em fêmeas de D. (N.) furcatus e D. (N.) melacanthus. Estão 
plotados os valores mínimos, máximos e médios. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


Revisão do gênero Diche/ops SPINOLA... 103 


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IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


104 GRAZIA,J. 


Estampa 25: fig. 130 - Limites de variação e valores médios de caracteres 
taxonômicos em machos de D. (N.) furcatus, (superior), e D. (N.) 
melacanthus, (inferior). Os extremos da linha horizontal correspondem 
aos valores mínimo e máximo; o traço vertical corresponde à média. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 105 


C. cabeça 


€. pronoto 


C. cabeça d/ olhos 


L. cabeça 


Dist. interocular 


€, escutelo 


C. abdome 


L. escutelo 


L.pronoto s/ espinho 


L. abdome 


L.pronoto c/espinho 


C. total 


45 55 65 


130 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


106 GRAZIA.J. 


Estampa 26: fig. 131 - Limites.de variação e valores médios de caracteres 
taxonômicos em fêmeas de D. (N.) furcatus e D. (N.) melacanthus, 
(respectivamente superior e inferior). Os extremos da linha horizontal 
correspondem aos valores mínimo e máximo; o traço vertical corresponde 
à média. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


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€. pronoto 


C. cabeça d/ olhos | ] ] 


L. cabeça I | ] 


Dist. Interocular | ] | 


C. escutelo === = aço S 2504] 
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C. abdome [rosa jp a] 

L. escutelo E So ==] 


TRAS 


L. pronoto s/ espinho SP | 
L. abdome [= EEN ESTES A 


L. pronoto c/ espinho [ERES A Cecap vil 


C. total I | ] 
er 131 


IHERINGIA. Ser. Zool. Porto Alegre(53): 3-119.10 out. 1978 


108 GRAZIA, J. 


Estampa 27: fig: 132 - D. (N.) /obatus | ARGENTINA: Andalgalá (16), 
Campo Santo (2), Córdoba (6), Juiuy (4), Pampa Blanca (3), Salta (1), 
San Antonio de Arredondo (5) ] D. (N.) phoenix | BRASIL: Minas 
Gerais - Carmo do Rio Claro (17), Rio de Janeiro - Ramos (12), São Paulo 
- Pirassununga (11), Paraná - Castro (10), Ponta Grossa (9), Goiás - 
Campinas (15), Ribeirão Väozinho (14), Mato Grosso - Camapuã (13): 
ARGENTINA: Loreto (8), Pidapoy (7) ] D. (D.) miriamae | BRASIL: 
Rio Grande do Norte - Natal (18), Bahia - Riachão do Jacuípe (20), 
Senhor do Bom Fim (19) ] D. (D.) peruanus [ EQUADOR: Napo 
Pastaza (21); PERU: Satipo (22); BRASIL: São Paulo - Estrada velha São 
Paulo-Santos (23) ]. 


IHERINGIA. Ser. Zool. Porto Alegre(53) 3-119,10 out. 1978 


Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 10 


- D. lobatus 


*D.phoenix 


»D.miriamae 


x*D.peruanus 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(53): 3-119,10 out. 1978 


110 GRAZIA, J. 


Estampa 28: fig. 133 - D. (D.) bicolor [| PERU: Satipo (2); PANAMÁ: 
Volcan de Chiriqui (1) ] D. (P.) divisus | BRASIL: Amazonas - São Paulo 
de Olivença (3) ] D. (D.) Veucostigmus | BRASIL: Amazonas - Manaus 
(4); Pará - Belém (5); São Paulo - Cajuru (7); Goiás - Jatai (6) ] D. (D.) 
prado: | BRASIL: São Paulo - Araçatuba (10),- Marília (11), Goiás - 
Aragarças (9), Mato Grosso - Corumbá (8) :] D. (D.) punctatus | BRASIL: 
Minas Gerais - Viçosa (12), Rio de Janeiro - Petrópolois (13), São Paulo - 
Barueri (14), São Paulo capital (15); URUGUAI: Alto Rio Uruguai (16) |. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(53):3-119,10 out. 1978 


Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 111 


D D. bicolor 


X Ddivisus 


x D. leucostigmus 


O D. pradoi 


e D.punctatus 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(55): 3-119.10 out: 1978 


112 GRAZIA, ]. 


Estampa 29: fig. 134 - D. (D.) avilapires: | BRASIL: Minas Gerais - Pouso 
Alegre (22), Rio de Janeiro (23), Säo Paulo - Barreiro Rico (21), Barueri 
(19), Paiol Grande (18), São Bento do Sapucaí (20), Paraná - Ponta 
Grossa (24), Santa Catarına - Nova Teutönia (14), Pinhal. (15), Rio 
Grande do Sul - Marcelino Ramos (16), Porto Alegre (17); PARAGUAI: 
Formosa (25) ] D. (D.) nigrum [ VENEZUELA: Cata (11), Choroni (12), 
Jusepin (13), Rio Manapiare (9), San Francisco (10); BRASIL: Amazonas - 
Manaus (8), Parä - Jacareacanga (7), Minas Gerais - Carmo do Rio Claro 
(6), Rio de Janeiro - Itatiaia (4), Rio de Janeiro (5), Säo Paulo - Cara- 
guatatuba (3), Santa Catarina - Corupä (2), Nova Teutönia (1)] D. (D.) 
saltensis | BRASIL: Minas Gerais - Sete Lagoas (27); ARGENTINA: 
Pocitos (26) ]. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 


113 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119,10 out. 


1978 


114 GRAZIA,J. 


Estampa 30: fig. 135 - D. (N.) furcatus [ BRASIL: Minas Gerais - Lagoa 
- Santa (1), Rio de Janeiro (2), São Paulo - Barueri (11), Botucatu (7), 
Campinas (10), Itapira (5), Itu (12), Marília (4), Monte Alegre (9), Paiol 
Grande (14), Piracicaba (8), Ribeirão Preto (3), Rio Claro (6), São Paulo 
capital (13), Paraná - Arapongas (15), Bituruna (16), Colombo (20), 
Curitiba (19), Guarapuava (17), Ponta Grossa (18), Santa Catarina - 
Chapecó (22), Corupá (24), Itapiranga (21), Morro dos Conventos (25) 
Nova Teutônia (26), Rio Grande do Sul - Bom Jesus (32), Butiá (41), 
Carazinho (29), Farroupilha (37), Flores da Cunha (38), Gramado (39), 
Guaíba (46), Lajeado (36), Marau (30), Marcelino Ramos (26), Nova 
Prata (33), Osório (45), Passo Fundo (28), Pelotas (47), Porto Alegre (43), 
Quaraí (48), Rio Pardo (40), Santa Maria (35), Santo Augusto (27), 
Torres (42), Vacaria (31), Viamão (44), Vila Oliva (34); BOLÍVIA: 
Coripata (66), Sud Yungas (67); PARAGUAI: Paraguai (68); ARGEN- 
TINA: Buenos Aires (82), Cacheuta (53), Colastiné (50), Córdoba (79), 
Fontana (90), Jeppener (83), Jujuy (69), Junin (78), La Plata (84), Las 
Heras (77), Leandro N. Alem (87), Mendoza (76), Pergamino (81), Punta 
Lara (89), Rosario de la Frontera (71), Rosas (85), Saenz Pena (74), Salta 
(70), San Juan (75), Santa Fé (80), Santiago del Estero (73), Sierra de la 
Ventana (86), Tucumán (72); URUGUAI: Artigas (49), Arroio de la 
Invernada (50), Colonia (61), Durazno (59), Florida (60), Maldonado 
(75), Montevideo (63), Paysandü (55), Piriápolis (64), Rivera (52), Santa 
Lucia (62), Sepulturas (51), Sierra de la Aurora (54), Soriano (57), 
Tacuarembö (56), Treinta y Tres (58), Valle Platön (53) ]. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 115 


* D furcatus 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


116 GRAZIA,J. 


Estampa 31: fig. 136 - D. (N.) melacanthus | VENEZUELA: Caracas (2), 
Maracay (1), Miranda (3), Paraguaipoa (62), Pariaguan (4); PERU: Cusco 
(71); BRASIL: Amapá - Porto Platon (5), Ceará - Aracatí (8), Fortaleza 
(7), Paracurá (6), Rio Grande do Norte - Mossoró (9), Natal (10), Par- 
namirim (11), Minas Gerais - Araguarí (13), Carmo do Rio Claro (14), 
Lassance (15), Paracatü (12), São Paulo - Andes (16), Campinas (20), 
Pirassununga (18), Ribeirão Preto (17), Rio Claro (19), São Paulo capital 
(21), Rio Grande do Sul - Canoas (26), Encruzilhada (30), Guaíba (29), 
Osório (27), Pelotas (31), Porto Alegre (28), Santa Cruz (24), Santa Maria 
(23), Torres (22), Goiás - Aragarças (39), Campinas (33), Jataí (34), Sitio 
da Abadia (32), Mato Grosso - Barra do Tapirapé (35), Barranco Branco 
(40), Chavantina (38), Culuene (37), Miranda (41), Utiariti (36); BO- 
LÍVIA: Roboré (42); PARAGUAI: Luque (43), San Bernardino (44): 
ARGENTINA: Buenos Aires (59), Charata (50), Fontana (69), Jujuy (46), 
La Cocha (53), La Rioja (54), Leandro N. Alem (55), Ojo de Agua (52), 
Pie de Palo (70), Pocitos (45), Posadas (56), Resistencia (49), Salta (47), 
San Fernando (58), San Roque (57), Santiago del Estero (51), Tucumán 
(48); URUGUAI: Arroio Batoví (63), Cerro Batoví (64), Paysandü (66), 
Rivera (60), Rocha (68), Tacuarembö (65), Treinta y Tres (67), Valle 
Platón (61) ]. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre(53): 3-119,10 out. 1978 


Revisão do gênero Dichel/ops SPINOLA... 117 


8 D. melacanthus 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53):3-119, 10 out. 1978 


GRAZIA, J. 
Dê TE E 


Estampa 32: fig. 137 - Gráfico indicando a condição dos caracteres nume- 
rados no Quadro I (branco = plesiomörfico; negro = apomörfico; 
achuriado = não observado); fig. 138 - Cladograma da provável origem e 
evolução dos subgêneros Neodichelops, Prodichelops e Dichelops (branco 
= plesiomórfico; negro = apomórfico). 


IHERINGIA. Ser. Zool,, Porto Alegre(53): 3.119,10 out. 1978 


Revisão do gênero Dichelops SPINOLA... 1 


Prodichelops Dichelops Neodichelops 


Neodichelops Prodichelops Dichelops 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre(53): 3-119, JO out. 1978 


en A 
ii 


IHERINGIA é o periódico de divulgação de trabalhos científicos inéditos do Museu de Ciências Naturais, pu- 
blicado em quatro (4) séries: ''Antropologia"', “'Botânica"", ‘'Geologia’’ e ‘'Zoologia''. Cada série é editada em fas- 
cículos, com numeração corrida independente, podendo conter um ou mais artigos. ı 

O periódico, no seu todo ou por série, é distribuído a Instituições congêneres em regime de permuta, podendo 
eventualmente também ser distribuído gratuitamente a cientistas ou outros interessados. 

IHERINGIA is a periodical for the publication of scientific works and research data from the ''Museu de Ciências 
Naturais", “Jardim Botânico" and “Parque Zoológico" issued in four (4) series: “'Anthropology'” “'Botany”, 
“Geology'", and ''Zoology"'. In each series the individual issues,are consecutively numbered and may contain one or 
more article. 

IHERINGIA, in its entirety or as selected series, is distributed to similar institutions on an exchange basis, and is 
also available free of charge to scientists and other interested parties on request. 


Recomendações aos autores: 
i 


1. Os manuscritos devem ser encaminhados por ofício ao Editor, serão aceitos a critério de Comissão Redatorial e 
autorizada a publicação pelo Diretor-Superintendente. 

2. Terão prioridade os artigös dos pesquisadores do Museu ou que versem sobre material depositado em suas coleções. 

3. Os artigos em língua portuguesa devem ter um resumo em língua estrangeira e os em língua estrangeira (alemão, 
inglês, espanhol, italiano e latim) devem ter, obrigatoriamente, um resumo em português. 

4. Os originais devem ser apresentados em 2 vias datilografadas em espaço dois, com margens mínimas de 2 cm, sem 
emendas, em papel branco (tamanho oficial A-4:21x29,7 cm), utilizando-se um só lado da folha. 

5. Todas as folhas devem vir numeradas na margem superior direita e rubricadas ao menos por um autor. 

6. Os nomes científicos de gêneros e taxa infragenéricos serão sublinhados com um traço ondulado. 

7. Os nomes dos autores, inclusive nas referências bibliográficas, devem ser escritos com letras maiúsculas. 

8. As referências bibliográficas devem estar de acordo com a PNB-66 da ABNT, salvo a indicação do ano, que deve 
vir após o nome do autor; disposta em ordem alfabética e cronológica, obedecendo a seguinte ordem dos'elemen- 
tos: 

a) Para artigos de periódicos: sobrenome do autor seguido das iniciais do(s) prenome(s), ano do trabalho, título do 
trabalho, nome do periódico (sublinhado com um traço ondulado e abreviado de acordo com o ''World List of 
Scientific Periodicals’’ ou por extenso), local, volume (em algarismos arábicos e sublinhado), número ou fas- 
ciculo (entre parênteses) seguido de dois pontos, páginas inicial e final 

b) Para livros: sobrenome do autor seguido das iniciais do(s) prenome(s), ano da edição, título do livro (subli- 

“ nhado com um traço ondulado), edição (em números arábicos, seguido de ponto e da abreviatura no idioma da 
edição), local, editora, número de páginas (seguidas de p.), número de volumes (seguido de v.) ou então, 
páginas consultadas ou número do volume consultado (precedidos de p. e y. respectivamente). 

9. Desenhos, fotos, mapas e gráficos devem ser citados como Fig., com numeração corrida, em algarismos arábicos. O 
editor distribuirá as figuras do modo mais econômico, sem prejudicar sua apresentação, respeitando tanto quanto 
possível as indicações do autor. 

10. Todas as tabelas e figuras devem ter título claro, conciso e, se necessário, com explicações breves que possibilitem 
seu entendimento sem consultas ao texto. Este título bem como as legendas, se houver, devem vir em folhas à 
parte. 

11.ºOs desenhos gráficos e mapas devem ser feitos a nanquim preto, preferencialmente em papel vegetal e as foto- 
grafias nos tamanhos que permitam a redução para o máximo de 17cmxllcm. As ilustrações a cores devem ser 
combinadas previamente e seu custo fica a cargo do autor. 

12. Os artigos, sempre que possível, devem compreender os seguintes tópicos: Títulos; Nome do autor(es); Referências 
do artigo (data de aceitação para publicação, etc.) e do autor (local de trabalho e endereço): Resumos (conforme 
item 3); Introdução; Material e Métodos; Resultados e/ou Discussão; Conclusões; Agradecimentos; Bibliografia 
Consultada ou Referências Bibliográficas. 

13. A correção das provas tipográficas será, sempre que possível, de responsabilidade do autor. 

14. Serão fornecidas gratuitamente 50 separatas de cada artigo, independentemente do número de autores. Maior 
número de separatas poderá ser fornecido mediänte prévio ajuste, devendo o pedido ser feito na ocasião da entrega 
dos originais 

Arno Antônio Lise 


Editor 
ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA COMISSÃO REDATORIAL 
RC) Cecília Volkmer-Ribeiro 
Museu de Ciências Naturais Maria Cristina D. Mansur 
Caixa Postal 1188 TâniaH. A. Arigony 
90.000 Porto Alegre, RS 
Brasil 


ENDEREÇO PARA PERMUTA 
(Address for exchange) 


Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul 
Biblioteca 
Caixa Postal 1188 
90.000 Porto Alegre, RS 
BRASIL 


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Iheringia 


série Zoologia 


BL ISSN 0073-4721 


Sobre a ocorrência de Leptodactylus geminus BARRIO, 1973 no Estado do Rio 
Grande do Sul, Brasil (Anura, Leptodactyiidae) 

PEDRO CANISIO BRAUN & CRISTINA ASSUNÇÃO SIRANGELO BRAUN 

Nova espécie de Me/anophryniscus GALLARDO, 1961 do Estado do Rio Grande 
do Sul, Brasil (Anura, Bufonidae) 

PEDRO CANISIO BRAUN & CRISTINA ASSUNÇÃO SIRANGPLO BRAUN 

Presença de Equetus lanceolatus (L.,1758) na costa marinha do Estado do Rio 
Grande do Sul (Teleostei: Perciformes: Sciaenidae) 

THALES DE LEMA 

Nova ocorrência de Echrophis intertinctus (RIC HARDSON, 1846) na costa do 
Brasil (Anguilliformes: Ophichthidae) 

THALES DE LEMA; THALES RENATO O. DE FREITAS; ELIZABETH HUBER 
DO AMARAL 

Redescrição do material tipo de Ephydatıa facunda WELTNER, 1895 (Porifera - 
Spongillidae) 

ROSÄRIA DE ROSA BARBOSA 

A method for the marginal band observation in Gallus gallus and Geochelone 
carbonaria erythrocytes 

JOSE RAFAEL ROSITO COIRO, ADOLPHO BRUNNER JR.; CLARA YUKIE 
MITSUTANI 

Tabela de esperança de vida para Be/ostoma LATREILLE, 1807, criados em 
aquários (Heteroptera - Belostomatidae) 

MARIA ELIZABETH LANZER DE SOUZA gi 

Presença de Dendrophrymiscus brevipoulicatus ESPADA, 1870 no Estado do Rio 
Grande do Sul, Brasil (Anura, Bufonidae) 

PEDRO CANISIO BRAUN & CRISTINA ASSUNÇÃO SIRANGELO BRAUN 

Considerações sobre Preudoboa haası (BOETTGER, 1905) no extremo Sul do 
Brasil (Ophidia: Colubridae) 

THALES DE LEMA & LEONOR ALICE MATSCHULAT ELY 

Algumas esponjas monaxonidas (Porifera: Demospongiae) do litoral sul do 
Brasil, Uruguai e Argentina 

BEATRIZ MOTHES DE MORAES & SHEILA MARQUES PAULS 

Tomisídeos Neotropicais I: Onocolus garruchus sp. n. (Araneae - Thomisidae - 
Stephanopsinae) 

ARNO ANTONIO LISE 

Sobre a validade dos nomes Elapomorphus bilineatus DUMERIL, BIBRON & 
DUMERIL, 1854 e E, femniscatus DUMFRIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 
(Ophidia: Colubridae) 

THALES DE LEMA.. 


Museu de Ciências Naturais da 
Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul 


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FUNDAÇÃO ZOOBOTANICA DO RIO GRANDE DO SUL 
Entidade de direito privado, instituída pela Lei Estadual n.º 6497 de 20/12/72. - (Supervi— 
sionada pela Secretaria do Interior, Desenvolvimento Regional e Obras Públicas do Governo do 
Estado do Rio Grande do Sul). 


ZOOBOTÄNICA 


Governador do Estado 
SINVAL GUAZZELLI 


“Secretário do Interior, Desenvolvimento Regional e Obras Públicas 
BARTOLOME DE BORBA 


Presidente da Fundação Zcobotânica do Rio Grande do Sul 
ERNESTO ALFREDO PREUSSLER 


Diretoria da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul 


Diretor-Superintendente 
JOSÉ WILLIBALDO THOME 


Diretores-Executivos 


do Jardim Botânico - ALBANO BACKES 
do Museu de Ciências Naturais - JOÃO PEDRO R. PAPALEO 
do Parque Zoológico - GILBERTO C. MATTES 


Impresso com autorização e sob a responsabilidade do Diretor 
- Superintendente da FZB (alínea d), art. 14, dos 
Estatutos - Decreto RS n.º 22.683/73). 


Sobre a ocorrência de Leptodactylus geminus BARRIO, 
1973 no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, 
Leptodactylidae ) * 


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Vem LIBRAS 2 4 RESUMO 


Neste Ten “E registrada, pela primeira vez, a ocorrência de Leptodactylus geminus 
BARRIO, 1973 no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, ao mesmo tempo em que são feitas 
considerações sistemáticas, zoogeográficas e ecológicas sobre a referida espécie. 


ABSTRACT 


The authors report the accurrence of Lebtodactylus geminus BARRIO, 1973 in Rio Grande 
do Sul State, Brazil at the same time that make remarks about systematic, zoogeography and 
ecology of refered species. 


INTRODUÇÃO 


Leptodactylus geminus foi descrita por BARRIO em 1973, tendo como lo- 
calidade-tipo Bernardo de Irigoyen, Província de Missiones, Argentina. A 
referida espécie foi separada de Leptodactylus gracilis (DUMERIL & BI- 
BRON, 1841), com a qual era até então confundida, mediante a análise do 
seu canto nupcial. BARRIO, no trabalho supra citado, menciona o fato de 
que a distribuição geográfica de L. gerzinus deve ser mais ampla do que a 
mencionada e acha muito provável que a mesma se estenda ao território 
brasileiro. 

CARDOSO (1975) confirma a previsão feita por BARRIO, ao registrar a 
presença de L. geminus para o litoral do Estado brasileiro de Santa Catarina, 
fazendo ainda uma detalhada descrição dos hábitos reprodutivos dessa 
espécie. 

Durante uma expedição de coleta feita em setembro de 1976, no 
Município de Tenente Portela, Rio Grande do Sul (RS), capturamos um 
exemplar macho de L. geminus, no interior do Parque Florestal Estadual do 
Turvo. A captura do referido exemplar constitui-se no primeiro registro dessa 
espécie para RS e o segundo para o País. 


* Aceito para publicação em 10/VIIl/1977 Contribuição FZB nº Realizado, em parte, com auzílio da Fundação de 
Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS, Biol. 163/76) 

** Técnico Superior Pesquisador “do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica doRıo Grande do Sul, 
Caixa Postal 1188, 90.000 — Porto Alegre, RS, Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Cien- 
tífico e Tecnológico (CNPq, Proc. 1111. 4532/76 

* Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul, 
Porto Alegre. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):3-6, 20 jan. 1979 


4 BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S. 


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MATERIAL E MÉTODO 


Um exemplar, macho adulto, depositado na Coleção do Museu de Ciências Naturais da 
Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN), nº 10840, Parque Florestal Estadual do 
Turvo, Tenente Portela, RS, Brasil, 08IX/76, P. C. Braun leg. Os dados biométricos do exem- 
plar são expressos em mm, segundo critério usado por P. BRAUN & C. BRAUN (1975). 
Descrição do exemplar: (Fig. 1 e 2) — Cabeça mais comprida que larga, cabendo seu com- 
primento mais de duas vezes e meia no comprimento total do corpo. Diâmetro ocular maior que 
a distância olho-narina, sendo esta quase igual ao espaço internarinas. Tímpano bem visível com 
diâmetro pouco maior que a metade do diâmetro ocular: Dentes vomerinos colocados logo atrás 
das coanas. Superfície dorsal da cabeça e corpo apresentando pregas glandulares longitudinais. 
Membros anteriores pouco reforçados e curtos em relação aos posteriores que são mais fortes e 
alongados. Dedos dos pés muito longos, especialmente o 4º. Dedos das mãos completamente 
livres. Tubérculo metatarsal interno bastante alongado, assemelhando-se a uma prega tarsal. 
Tuberculo metatarsal externo quase imperceptível. Tubérculos palmares ovalados. sendo o 
interno pequeno e o externo muito maior. Tubérculos subarticulares grandemente desenvol- 
vidos. Articulação tibio-tarsal alcançando a extremidade do focinho. 

Coloração dorsal, no exemplar vivo, acinzentada com partes mais claras de tons castanhos, 
sobressaindo-se do fundo acizentado, pequenas manchas escuras, inclusive na parte superior do 
femur e tibia. Uma faixa escura vai do olho até a ponta do focinho. No centro do dorso possui 
uma faixa mais clara, no meio da qual passa uma linha quase branca, que inicia na ponta do 
focinho e chega até a região anal. Na face ventral, cuja coloração básica é amarelada, exceto a 
porção inferior do fêmur, constata-se a presença de intensa pigmentação castanha, em forma de 
pintas, que se distribuem mais fortemente na gula. 

No álcool a coloração acinzentada fica mais acentuada, quase desaparecendo o castanho. Na 

face ventral o amarelo torna-se mais fraco e a pigmentação castanha mais evidente. 
Medidas do exemplar: Comprimento do corpo 42,7; comprimento da cabeça 15,5; largura da 
cabeça 14,8; diâmetro ocular 4,5: diâmetro do timpano 2,5; distância olho-narina 3,6; distância 
interocular 2,9; comprimento do fêmur 21,0; comprimento da tíbia 22,8: comprimento do pé 
38,2; espaço internarinas 3,5; distância narina-focinho 3,3. 


DADOS ECOLÓGICOS 


O exemplar capturado estava cantando no interior de uma cova, situada 
a 1,5 m da margem de uma pequena lagoa temporária, com aproximada- 
mente 5 m de diâmetro e meio metro de profundidade, dentro da mata 
nativa. À captura foi às 19h30min, sendo a temperatura ambiente de 10ºC. A 
cova se localizava bem embaixo de um pedaço de tijolo, estando visível 
apenas o orifício de entrada, de formato ovalado. Removido o pedaço de 
tijolo, a toca ficou exposta em quase toda sua extensão e se pode perceber 
que seu interior tinha o aspecto de barro amassado e úmido. Esta observação 
confirma CARDOSO (1975) quanto à superficialidade de posicionamento das 
covas desta espécie. 

Além do coletado ouvimos o canto de mais cinco ou seis exemplares, e 
examinamos mais duas covas semelhantes à mencionada anteriormente, 
contendo restos de posturas, com alguns ovos de coloração amarelada. 
canto nupcial emitido pelo espécime apanhado é completamente diferente 
do de L. gracilis. Acreditamos que o sonograma apresentado por BARRIO 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):3-6, 20 jan. 1979 


Sobre a ocorrência de Leptodactylus... 5 


(1973) para L. geminus enquadra-se perfeitamente ao canto do exemplar que 
capturamos. 


COMENTÁRIOS FINAIS 


O encontro de L. geminus no Estado do Rio Grande do Sul amplia a 
área de distribuição conhecida para a espécie. O exemplar apanhado é bas- 
tante semelhante com o descrito por BARRIO (1973), apresentando, no 
entanto, uma característica nova, não mencionada no mesmo, que é a 
presença de intensa pigmentação castanha na face ventral, especialmente na 
gula. Tal pigmentação possui alguma semelhança com a de Leprodactylus 
marambaiae IZECKSOHN, 1976, para o Estado do Rio de Janeiro, Brasil. No 
entanto, a face ventral de L. marambaiae € de fundo esbranquicado, 
enquanto que a del. geminus é amarelada. Além disso, outras características 
arroladas por IZECKSOHN, tais como, focinho mais largo, pernas mais 
curtas, padrão dorsal constituido por faixas longitudinais escuras e claras 
intercaladas, ausência de membranas vestigiais, bem como o fato do macho 
cantar fora da cova, eliminam prontamente a possibilidade de identidade en- 
tre L. marambaiae e o nosso espécime. 


AGRADECIMENTOS 


Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e 
à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS), respectivamen- 
te, pela bolsa e auxílio concedidos, à pesquisadora Maria Dolores S. Pineda e ao motorista 
Scherezino Scherer, pelo auxílio prestado durante a coleta dd material; finalmente à Supervisão 
de Recursos Naturais Renováveis da Secretaria de Agricultura do RS, pela autorização concedida, 
bem como aos atenciosos funcionários do Parque Florestal Estadual do Turvo, graças aos quais 
se tornou possível a concretização deste trabalho. 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 


BARRIO, A. 1973. Leptodactylus geminus Una nueva especie del gr@po fuscus (Anura, 
Leptodactylidae). Physzs, Buenos Aires, 32(84): 199-206. ä 

BRAUN, P. C. & BRAUN C. A. S. 1975. Sobre a ocorrência de Hy/a berthae BARRIO, 1962 
no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Hylidae). Iheringia, Porto Alegre, Ser. 
Zool., (46):19-24. 

CARDOSO, A. 1975. Hábitos reprodutivos de L. geminus (Amphibia, Anura). In: Reunião 
anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, 27º, Belo Horizonte. Resumos... 
p. 364-5. 

IZECKSOHN, E. 1976. Uma nova espécie de Leptodactylus, do Estado do Rio de Janeiro, 
Brasil (Amphibia, Anura, Leptodactylidae). Revta. bras. Biol., Rio de Janeiro, 36(2):527- 
30. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):3-6, 20 jan. 1979 


6 BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S. 


Shen 


Figs. 1-2: Leptodacty/us geminus, macho adulto — MCN 10840: 1. vista dorsal; 2. vista 
ventral, mostrando a pigmentação castanha intensa. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):3-6, 20 jan. 1979 


Nova espécie de Melanophryniscus Gallardo, 1961 do 
Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Bufonidae )* 


Pedro Canisio Braun ** 
Cristina Assunção Sirangelo Braun *** 


RESUMO 


Descreve-se uma nova espécie de Me/anophryniscus GALLARDO, 1961 do estado do Rio 
Grande do Sul, Brasil, denominada Melanophryniscus cambaraensis. Esta espécie relaciona-se 
com o grupo tumifrons sendo afim de Melanophryniscus macrogranulosus P. BRAUN, 1973. A 
característica fundamental da nova espécie é a coloração dorsal verde, pela primeira vez cons- 
tatada neste gênero. 


ABSTRACT 


The authors describe a new species of Bufonidae, Me/anophryniscus cambaraensis from Rio 
Grande do Sul State, Brazil, which dorsal green coloration is by the first time reported for this 
genus. 


INTRODUÇÃO 


O gênero Melanophryniscus GALLARDO, 1961 está representado, até 
agora, no estado do Rio Grande do Sul, pelas subespécies M. stelzmerı 
atroluteus (MIRANDA -RIBEIRO, 1920) e M. stelzneri dorsalis (MERTENS, 
1933); pelas espécies M. tumifrons (BOULENGER, 1905) e M. macrogra- 
nulosus P. BRAUN, 1973. Descrevemos aqui uma nova espécie obtida na 
Região dos Campos de Cima da Serra, numa altitude aproximada de 900 m, 
cuja característica fundamental é a coloração dorsal inteiramente verde, o que 
é constatado pela primeira vez para o gênero. As medidas dos exemplares 
foram obtidas segundo critério usado por P. BRAUN (1973) e são expressas 
em milímetros. Os exemplares estão depositados na coleção de anfíbios do 
Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul 
(MCN). 


Melanophryniscus cambaraensis n.sp. 
(Big. 1:€ 2) 


DIAGNOSE — Espécie do grupo /urzifrons, de tamanho pouco maior que 
M. macrogranulosus, corpo robusto, glândulas volumosas e tumefação frontal 


* Aceito para publicação em 22/VI11/1977. Contribuição FZB n.º 307. Realizado, em parte, com auxílio da 
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS, Proc. Biol. 163/76) 
* Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul, 


Rua Cel. Vicente, 281, 6.º andar, Caixa Postal 1188, 90000 Porto Alegre, RS. Brasil. Bolskta do Conselho 
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Rio de Janeiro (Proc. 1111.4532/76) 

* Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, 
Porto Alegre. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54) ‚-16. 20 jan. 1979 


8 BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S. 


saliente; coloração dorsal totalmente verde com fundo azulado; regiões gular 
e peitoral de coloração branca, amarelada e verde; região abdominal, face 
interna das coxas e braços, pálmas das mãos e pés, completamente vermelhas. 


HOLÓTIPO — MCN 9797, macho, adulto, Fortaleza dos Aparados, Município de Cambará 
do Sul, Rio Grande do Sul (RS), Brasil, 7.1.1976, J. J. Rodrigues leg. 

LOCALIDADE-TIPO — Fortaleza dos Aparados, Município de Cambará do Sul, Estado do 
Rio Grande do Sul, Brasil. 

PARÁTIPOS — 37 machos e 22 fêmeas, todos adultos: MCN 9752 a MCN 9755, MCN 9757 a 
MCN 9788, MCN 9790 a MCN 9796 e MCN 9798 a MCN 9813, Fortaleza dos Aparados, 
Município de Cambará do Sul, RS, Brasil, 7.1.1976, P. C. Braun, J. J. Rodrigues, C. A. 5. 
Braun, A. A. Lise, M. F. Beurmann,M. D.S. Pineda e S. B. Scherer leg. 


DESCRIÇÃO: Cabeça larga, cabendo pouco mais de três vezes no com- 
primento total do corpo. Olhos grandes, com pupila horizontal e íris preta. 
Ponta do focinho acuminada, narinas laterais. Distância internarinas cerca de 
2/3 maior do que a da narina à ponta do focinho. Distância olho-narina, 
bem maior do que o diâmetro ocular, e menor do que o espaço in erorbital. 
Comprimento da cabeça pouco maior do que a largura. Aspecto geral bu- 
fonólde, sem glândulas paratóides e com timpano invisível. Espaço interor- 
bital quase o dobro da largura da pálpebra superior, e aproximadamente 
igual ao seu comprimento. Boca ampla, edêntula, mandíbulas triangulares. 
Língua piriforme, com pouco mais da metade do seu comprimento livre, e 
sem entalhe posterior. Saco vocal único, de tamanho mediano, situado na 
região gular. Tumefação frontal com largura e comprimento equivalentes, 
mais alta nos machos, ultrapassando, quase sempre, a altura dos olhos. Pode 
se apresentar inteirica ou com sinais de divisão na parte posterior. Corpo com 
muitas granulações, tanto dorsal como ventralmente. Glândulas da região 
dorsal muito grandes e de coloração verde bem mais viva do que o restante da 
pele, cujo fundo é verde azulado. Algumas glândulas apresentam só a região 
apical branca, enquanto outras são totalmente brancas, principalmente as 
que ficam próximas, ou na zona lateral do corpo. A disposição das glândulas 
na região dorsal não obedece a um padrão definido, mas pode-se observar 
que aparecem cerca de seis fileiras dispostas no sentido rostro-anal, sendo 
mais evidentes as que ficam quase sobre a linha lateral do corpo. A granu- 
lação glandular atinge também as pálpebras superiores. Glândulas da região 
ventral um pouco menores que as da dorsal, sendo a maioria brancas e as 
restantes vermelhas. Membros anteriores e posteriores muito granulosos, com 
glândulas da face inferior geralmente brancas. Glândulas da região anal bem 
salientes e quase sempre brancas. Membros anteriores dos machos com mãos 
dotadas de calosidades sexuais escuras no primeiro e segundo dedos. Palma 
das mãos, em ambos os sexos, bastante granulosa. Calos carpais bem desen- 
volvidos, especialmente o externo. Calos subarticulares pequenos. "Braços 
curtos e reforçados nos machos, com dedos fortes de ponta levemente 
engrossada. Braços longos e delgados nas fêmeas, também com ponta le- 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):7-16, 20 jan. 1979 


Nova espécie de Melanophryniscus... 9 


vemente mais grossa. Membros posteriores curtos em ambos os sexos, com 
tíbia e fêmur mais ou menos equivalentes. Calos tarsais bem evidentes, sendo 
o interno maior. Calos subarticulares pequenos. Dedos dos pés finos, com 
pouca dilatação nas pontas. 

A pele dorsal é de cor verde escura com reflexos verde azulados. 
Algumas glândulas apresentam coloração verde bem mais intensa que o 
restante da pele, e com a região apical branca, enquanto outras são intei- 
ramente brancas. Isto ocorre principalmente na região lateral do corpo. 

Na região ventral observa-se uma grande diversidade de colorações, 
começando pela gula que se apresenta branco-amarelada ou amarelo- 
queimada. Região peitoral verde-amarelada, algumas vezes com tons aver- 
melhados. Região abdominal, face interna das coxas e braços, pés e mãos, de 
cor vermelha viva. Dedos dos pés e das mãos quase totalmente vermelhos. 
Glândulas quase sempre brancas, tornando-se vermelhas nas zonas onde 
predomina essa cor. 

A coloração nos exemplares vivos pode variar ficando o verde dorsal mais 

ou menos intenso. Nos exemplares mortos há uma grande alteração na co- 
loração geral: o verde torna-se cinza escuro, podendo com o tempo e com a 
queda da camada superficial da pele, tornar-se quase preto; o amarelo e o 
vermelho desaparecem, ficando uma coloração esbranquiçada, às vezes le- 
vemente amarelada. 
VARIAÇÃO — O exame dos parátipos da nova espécie mostrou que há 
variações, principalmente no tamanho dos machos que oscila entre 30 mm a 
36,7 mm, e das fêmeas que vai. de 31,7 mm a 38,6 mm. O dimorfismo 
sexual é bem nítido, levando-se em conta o saco vocal do macho, o menor 
tamanho deste em relação à fêmea, seus braços curtos e robustos, e a presença 
das calosidades sexuais escuras nos dois prineiros dedos da mão. Na fêmea, 
além da ausência de saco vocal e das calosidades sexuais, observa-se ainda 
braços longos e delgados, tumefacäo frontal mais baixa e maior comprimento 
total do corpo. ] 

Nas tabelas de 1 a 4 são fornecidos dados biométricos do holótipo e dos 
parátipds da nova espécie. 


NOTAS BIOLÓGICAS 


A coleta da maioria dos exemplares verificou-se às 11 h, apresentando-se 
a temperatura ambiente em torno de vinte graus centígrados. Chovia há 
vários dias. O holötipo foi capturado caminhando entre vegetação arbustiva, 
o mesmo acontecendo com dois parátipos. Os demais parátipos foram 
apanhados num pequeno riacho de água límpida e rasa, de leito basältico, 
localizado à beira de um despenhadeiro com cerca de 600 m de profundi- 
dade. Muitos casais foram capturados em cópula. Segundo observações feitas 
no local, verificou-se que após o amplexo o casal mergulhava, e a fêmea 
depositava os ovos que aderiam às hastes de plantas ou em pedras submersas. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):7-16, 20 jan. 1979 


10 BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S. 


Cada postura continha mais de cem ovos que mostravam nitidamente dois 
pólos distintos, um preto e outro amarelo. O diâmetro de cada ovo era de 2 
mm e estavam envolvidos por uma substância gelatinosa, de aspecto leitoso, 
alcançando o conjunto ovo-substância gelatinosa o diâmetro de 4 mm. Os 
ovos ficavam fortemente aglutinados formando uma densa massa. 

Os casais capturados em amplexo ficaram muito tempo assim e diversas 
fêmeas desovaram dentro dos recipientes plásticos em que foram colocadas.. 
Proporcionalmente, em relação às fêmeas, havia quase o dobro de machos no 
local da coleta. O canto nupcial da nova espécie tem alguma semelhança com 
a parte final do canto de M. stelzneri atroluteus. No mesmo local onde 
cantava a nova espécie, outras também se faziam ouvir, tendo sido coletadas, 
entre outras,- Proceratophrys bigibbosa (PETERS, 1872) e Hy/a marginata 
"BOULENGER, 1887. 


DISCUSSÃO 


Melanophryniscus cambaraensis é de hábito tipicamente diurno, tendo 
sido coletado apenas um exemplar à noite. Esta espécie está relacionada com 
o grupo Zurmifrons e sua maior afinidade é com M. macrogranulosus do qual 
se distingue pelo diferente tipo de ambiente onde vive, e pela coloração 
dorsal, gular e peitoral que em M. cambaraensis é, respectivamente, verde, 
branca-amarelada e verde-amarelada com tons meme lhos. enquanto que em 
M. macrogranulosus essas regiões são uniformemente pretas. 

O nome cambaraensis refere-se ao município onde foi coletada a nova 
espécie, Cambará do Sul, ao qual está restrita sua distribuição geográfica até 
o momento. 


AGRADECIMENTOS 


Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e 
à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS), respectivamen- 
te, pela bolsa de pesquisa e pelo auxílio concedidos que permitiram a concretização deste tra- 
balho. Agradecemos também ao Auxiliar de Laboratório José Jayme Rodrigues que capturou o 
primeiro exemplar da nova espécie. 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 


BOULENGER, G.A. 1905 Tailess Batrachians in she British Museum. Ann. Mag. nat. Hist. 
Série 7, London, 16:181. 

BRAUN, P.C. 1973. Nova espécie do gênero Melanophryniscus GALLARDO, 1961 do Estado 
do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, Brachycephalidae). Iheringia. Série Zool. Porto 
Alegre (44):3-13. 

GALLARDO, J.M. 1961. Nuevo genero de Brachycephalidae (Amphibia- Anura). _Neotropica, 
Buenos Aires, 7(24):71-2, dez. 

—— 1961. La ubicaciön sistemática y distribución geografica de Brachycephalidae argentinos. 

In: REUNION DE TRABAJOS Y COMUNICACIONES DE CIENCIAS NATURALES Y 
GEOGRAFIA DEL LITORAL ARGENTINO, la, Santa Fé, Universidade Nacional del 
Litoral. p. 205-12. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):7-16, 20 jan. 1979 


Nova espécie de Melanophryniscus... = 
END EREIDEIEESBER IE ORATNPEITEN, nn DO A NR UR 


KLAPPENBACH, M.A. 1968. EI genero Melanophryniscus (Amphibia-Salientia) en el Uru- 
guay, con descripción de dos nuevas espécies. Comun. zool. Mus. Hist. nat. Montev., 
9(118):1-12. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):7-16, 20 jan. 1979 


E BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S. 


5,51 5,31 5.41 351 531 5,8 


36.11 33,9135.21 32,71 32.2 136.2]. 
24) 58 47] 5.11 47144159 


4,6 


9,9] 10,7 10,0] 9,8] 10,3] 10,4] 10,5| 10,2| 9,9 [11,6 


9,9 
E 
3,3 
2a 
5,1 
2,8 
4,2 
Ka 
AT SS ABAS 


4,9] 50) 5,0] 5,1] 5,7 
13,3] 13,6] 14,6] 13,0] 14,3] 14,1/14,4[ 12,7] 13,2] 12,0[ 14,1 [13,5] 13,5 [13,4 [14,2 
3,2 
20,8] 21,9] 22,0] 19,3] 21,3] 20,6 | 20,2 [19,1[ 19,6] 13,11 21,3 [20,21 20,7 [19,9 [22,3 


6,1] 5,8] 5,4] 57] 55] 48/63] KA EN EI 


9752/9753 [9754 [9755 [9757[9758[9759 [9760 [9761] 9762| 9763 [9764 [9765 [9766 [9767 
15,5] 15,8] 17,2] 15,3] 15,8] 16,2 | 13,9 [13,9] 14,7] 15,9] 15,7 ] 16,6] 14,7 [16,4 [17,3 
EMEA ESEC o Ae Tem 


33,5] 39,2] 35,9] 33,2] 33,8] 32,71] 34,5] 31,331, 


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TABELA I: Dados biométricos, expressos em mm, dos parátipos MCN 9752 a MCN 9755 e MCN 9757 a MCN 9767. 


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IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):7-16, 20 jan. 1979 


13 


Nova espécie de Melanobhryniscus... 


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1979 


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IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):7-16, 


14 


BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S. 


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14,4] 9,3 [13,8[13,7] 14,3 [14,1 [10,8 [13,8 


13,9/ 13,6 | 13,3 ]12,3 | 13,2 | 
21,6] 21,1] 20,4 [18,3] 20,9 | 20,7 [22,7 


2] 
FEIERT 


2,8 


5,21 6,5] 5 


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129] 


8 


2,0] 29] 2,3] 2.4] 2,9] 34] 


4 
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2 


18] 24] 2,2] 2,4] 1,8] 2,4] 


46 45[43[40[ 45/42] 
al 676.1 [49/42] 


0] 1] 
0 SU mo Sm) 


2,8 
2,9 


9783978419785 [9786 [9787 [9788 [9790 [9791 [9792 [9793 [9794 [9795 19796 9797 9798] 
4 


3 


ão frontal: compr. 


TABELA III: Dados brometricos, expressos em mm, dos parätipos MCN 9783 a MCN 9788, MCN 9790 a MCN 9796 e 


MCN 9798, e do holötipo MCN 9797. 


Dist. narina-p. do focınho 


Espaço interorbital 


Compr. da cabeça 
Diâmetro ocular 

Dist. olho-narina 
Espaço internarinas 
Compr. palpebra sup. 
Larg. pálpebra sup. 
Tumefaç 


EXEMPLAR 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):7-16, 20 jan. 197y 


Ss 


EEE 


| 6,06] 


Tumefagäo frontal: larg. 


5,6 


4 


272020 DOT 


15,2] 13,4 [13,5 [14,5 [13,2 [14,9 


21,8 [20,9 | 20,7 |20,3 |20,8 [20,4 ]21,6 [19,1 
EEE ER ES PG ES E SEAT 


1 [15,2 [15.6] 


Im, 


[70/57[59[ 62/54/56] 5.360 


12,9 [14,8 [14,3 | 13,9] 13,0 [12,7 [13,2 [13,0 1 


4,9] 5,5] 6,7] 


E ER ER 
ESTES EC ENE ENT 


64/54] 
15,6 [15,0 [148] 
ET 


5,6 


arso e pé 


Braço 


Cotov. até a ponta dedo maior | 


Fêmur 
Tíbia 


At 


15 


Nova espécie de Melanophryniscus... 


CSPE DET En ee ee FEN 
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20 jan. 1979 


-16, 


., Porto Alegre (54):7 


IHERINGIA. Sér. Zool 


FIG. 1 


Figs. 1-2: Melanophyniscus cambaraensis sp. n. holótipo macho - MCN 9797: 1. vista 
dorsal; 2. vista ventral. ; 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):7-16, 20 jan. 1979 


Presença de Equetus lanceolatus (L. 1758) na costa ma- 
rinha do Estado do Rio Grande do Sul (Teleostei: Per- 
ciformes: Scianidae )* 


Thales de Lema ** 


ABSTRACT 


The author registers the occurrence of Eguetus lanceolatus (L. 1758) in the coastal marine 
waters of Rio Grande do Sul State, Brazil, between 30º and 31º L. South and 48º L. West, at 60 
miles of the coast. The specimens were dragged from rocky bottom. 


Equetus lanceolatus (LINNAEUS 1758) foi registrado pela primeira vez 
para a fauna do Brasil e Atlântico Ocidental Sul por CASTELNAU (1855), 
com base em material capturado na costa do Estado da Bahia. Desde então 
nenhum outro registro foi feito para o Atlântico Sul. 

RIBEIRO (1915) e SANTOS (1952) indicam a distribuição dessa espécie 
indo da América Central até a Bahia, FOWLER (1941) apenas cita CASTEL- 
NAU (1855). 

No segundo semestre de 1972, o barco de pesquisas pesqueiras ''Mestre 
Jerönimo’’ da Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (SUDEPE 
realizou uma prospecção a 60 milhas da costa sul’ do Estado do Rio Grande 
do Sul, na altura da cidade de Mostardas, entre 30º e 31º de Latitude Sul e 
48º e 49º de Longitude Oeste. 

A dragagem foi feita com uma rede de arrasto de lado, tracionada por 
motor específico, em local de fundo rochoso e rico de algas. A água do mar 
estava agitada e se apresentava com alto grau de turbidez. Foi feita uma 
única manobra de arrasto. Os resultados foram compensadores, tendo sido 
apreendida grande quantidade de Teleostei de diferentes espécies, diversos 
tubos de invertebrados, principalmente de Anthozoa e Polychaeta, e exem- 
plares de Porifera e Mollusca. ; 

O Professor Renato Ladeira, então pesquisador do laboratório da 
SUDEPE, em Rio Grande, em novembro do mesmo ano, @onvidou-nos a 
examinar os exemplares de peixes capturados na referida dragagem. Entre 
diversas espécies curiosas de Teleostei, vimos estes dois exemplares da espécie 
tropical Eguetus lanceolatus. Notamos que a maioria dos exemplares de 
peixes estava mal conservada, coberta parcialmente por formol. Quando, 
posteriormente, solicitamos o material ictiológico da referida dragagem para 


* Aceito para publicação em 02/1X/1977. Contribuição FZB n.º 067. 
** Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul. Bolsista do Conselho 
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Rio de Janeiro (P. 1111-0019/68). Caixa Postal 
n.º 1188, 90000 Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):17-19, 20 jan. 1979 


18 LEMA, T. de. 


maiores estudos, fomos informados que o mesmo havia sido desprezado por 
ter entrado em putrefação, inclusive os dois exemplares aqui registrados. 

O gênero Eguetus RAFINESQUE 1810, é próprio da Região Antilhana, 
e compreende três espécies atualmente aceitas: E. punctatus (BLOCH & 
SCHNEIDER 1801), E. acuminatus (BLOCH & SCHNEIDER 1801) e 
e E. /anceolatus (LINNAEUS, 1758). A última é a única que se dispersa para 
o Atlântico Sul. Na região da Venezuela são chamadas de ‘‘Obispos’’ e no 
Brasil (Bahia) é conhecida como ''Maria-nago””. 
go 

Os dois exemplares de E. Lanceolatus examinados por nós possuiam 
cerca de 25 cm de comprimento total, coloração característica da espécie, 
“talvez um tanto mais clara que o material das Antilhas, no que se refere a cor 
de fundo, que era de cor creme. 

É o segundo registro para a fauna do Brasil e o de situação mais meri- 
dional para a espécie, representando essa ocorrência ao sul da costa do Rio 
Grande do Sul, uma dispersão extraordinária, penetrando profundamente no 
domínio de influência da corrente fria das Malvinas. A corrente tropical do 
Brasil, atinge o Rio Grande do Sul até Tramandaí, conforme cartas da 
Diretoria de Hidrografia e Navegação do Ministério da Marinha do Brasil. A 
maioria das espécies de peixes tropicais que se dispersa para o sul, geralmente 
é encontrada nas baias de águas quietas com margens abruptas e rochosas do 
Estado de Santa Catarina (LEMA, 1976). As prospecções realizadas na pla- 
taforma continental do Rio Grande do Sul pelo barco oceonogräfico ‘‘Prof. 
Wladimir Besnard’’ do Instituto Oceanográfico da Universidade de São 
Paulo, Brasil, não registraram essa espécie, conforme listas de MENEZES 
(1969, 1971) e BENVEGNU (1973), que identificaram todos os exemplares 
capturados desde Torres (Rio Grande do Sul) até Maldonado (Uruguai). 


AGRADECIMENTOS 


Agradecimentos ao colega e amigo Prof. Renato Ladeira, pelo convite para observar o 
material. 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 


BENVEGNU, G. de Q. 1973. Relação dos Peixes Teleósteos. In INSTITUTO OCEANO- 
GRÁFICO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO — Relatório sobre a segunda pesquisa 
oceanográfica e pesqueira no Atlântico Sul entre Torres e Maldonado (Lat. 29º S — 35º 8). 
Programa Rio Grande do Sul — II. Parte I — Condições oceanogräficas bióticas. Publicação 
especial do Instituto oceanográfico de São Paulo (3) 1: 489-500. 

CASTELNAU, F. de 1855. Animaux nouveaux ou rares recueillis pendant l'expédition dans les 
parties centrales de l'Amerique du Sud. Paris, Bertrand ed., 2: 1-96, 18 est. 

FOWLER, H. W. 1941. A list of the fishes known from the coast of Brazil. Arquivos de 
Zoologia do Estado de São Paulo, 3 art. 6: 115-84. 

LEMA, T. de 1976. Ocorrência de várias espécies de peixes tropicais marinhos na costa do 
Estado de Santa Catarina, Brasil (Osteichthyes, Actinopterygii, Teleostei). Iheringia, Sér. 
Zoologia, (49): 39-65, 10 fig. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):17-19, 20 jan. 1979 


Presença de Equetus lanceolatus... 19 


MAGO LECCIA, F. 1970. Lista de los Peces de Venezuela, incluyendo un Estudio Preliminar 
sobre la Ictiogeografia del País. Caracas, Oficina Nacional de Pesca del Ministério de la 
Agricultura y Cria: 1-283, 20 est. 

MENEZES, N. A. 1969. Relação dos peixes ósseos coletados durante os Cruzeiros do navio 
oceanográfico “Prof. W. Besnard’’ às costas do Rio Grande do Sul. In RIO GRANDE DO 
SUL, GEDIP. Primeira pesquisa oceanográfica sistemática do Atlântico Sul, entre Torres e 
Chuí. Porto Alegre, I, apêndice 4:44-60. 

— —. 1971. Relação dos peixes ósseos coletados durante os Cruzeiros do navio oceanogräfico 
“Prof. W. Besnard’’ às costas do Rio Grande do Sul. Contribuições do Instituto ocea- 
nográfico da Universidade de São Paulo, Ser. ocean. biol., (25): 44-61, apêndice 4. 

RIBEIRO, A. de M. 1915. Fauna Brasilicnse — Peixes. v — Eleutherobranchios Aspirophoros. 
(Physoclisti). Arquivos do Museu Nacional, Rio de Janeiro, 17: 1-815, 29 est. 

SANTOS, E. 1952. Nossos peixes marinhos. Rio de Janeiro, F. Briguiest ed., 268p., 185 fig., 
est. s/nº. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):17-19, 20 jan. 1979 


Nova ocorrência de Echiophis intertinctus (RICHARD- 
SON, 1846) na costa do Brasil (Anguilliformes: Ophi- 
chthidae )* 


Thales de Lema ** 
Thales Renato O. de Freitas *** 
Elizabeth Huber do Amaral **** 


RESUMO 


Os autores registram a ocorrência de Echiophis intertinctus (RICHARDSON, 1846) na costa 
do estado de Santa Catarina, Brasil, caracterizando dois exemplares adultos e comentando va- 
riações encontradas. Trata-se do segundo registro para a fauna brasileira e da ocorrência mais 
meridional da espécie, que é comum nas Antilhas. 


ABSTRACT 


The authors make the description of two specimens of Echiophis intertinctus (RICHARD- 
SON, 1846) from Santa Catarina state coast, southern Brazil, and comment the variations 
observed. This is the second record to Brazilian's fauna, and the most southern distribution of 
this antillean species. 


INTRODUÇÃO 


Echiophis intertinctus (RICHARDSON, 1846) foi registrada para o 
Brasil por RIBEIRO (1961) com base em um espécime capturado na costa de 
Santos, Estado de São Paulo, sem descrevê-lo. Encontramos dois espécimens 
em Garopaba, costa sul do Estado de Santa Catarina, em novembro de 1973. 
Devido à raridade da ocorrência e a grande variação que apresenta essa 
espécie (GINSBURG, 1951), descrevemos os referidos exemplares e as va- 
rrações observadas. 


* Aceito para publicação em 11/X/1977. Contribuição FZB n.º 071. 


* Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Bolsista do 
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Rio de Janeiro (P. I1111-0019/68) 
Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre. Rio Grande do Sul, Brasil. 

* Bolsista do CNPq no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (TC 1720/76) 


* Balsista do CNPq no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grade do Sul (TC Ji tI- 
0081/73) 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):2'-26, 20 jan. 1979 


22 LEMA, T. de; FREITAS, T.R.O. de; AMARAL, E.H. do. 


MATERIAL E MÉTODOS 


Os dois exemplares foram retirados da rede de arrasto de praia. Foram fixados em formol 
por imersão e, após deixados secar ao sol ao ar livre o que impediu a determinação do sexo. A 
coloração foi anotada na ocasião da captura. Os exemplares estão depositados na coleção ictio- 
lógica do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN) 
em Porto Alegre. 


O exemplar MCN 2265 está melhor conservado que o MCN 2251, e permitiu o exame da 


dentição. O outro espécimen está lesionado na cabeça, parecendo que o focinho sofreu uma 
fratura com posterior fusão defeituosa. 


DESCRIÇÃO DOS EXEMPLARES 


I MC 2265 (Fig. 1-5). MORFOLOGIA: Focinho curto e pontudo, 
alargando-se posteriormente, cabendo mais de sete vezes no comprimento da 
cabeça. Cabeça grande, cabendo aproximadamente quatro vezes no com- 
primento do tronco. Olho cerca de 1/10 do comprimento da cabeça e pouco 
menor que o comprimento do focinho. Fenda bucal correspondendo à 
metade do comprimento da cabeça. Fenda branquial de posição látero-ven- 
tral e ampla, cabendo cerca de 6,5 vezes no comprimento da cabeça. Ambas 
as fendas se aproximam ventralmente entre si e também das aletas peitorais. 
Tronco robusto, de comprimento menor que o da cauda, e pouco menor que 
1/3 do comprimento total. Cauda muito longa, mais longa que o tronco e 
cerca de metade do comprimento total; mais robusta na região anal, afinando 
rapidamente para trás; extremidade caudal livre e pontuda. Aleta dorsal 
iniciando logo após a extremidade distal da peitoral, sendo baixa. A aleta 
‚anal inicia logo após o ânus, sendo muito baixa. A aleta anal inicia logo após 
o ânus, sendo muito baixa. A aleta peitoral € pequena e estreita, cabendo seu 
comprimento três vezes na cabeça e sua altura corresponde a 1/4 da altura 
maior do tronco; possue 10 raios moles. 


DENTIÇÃO: Dentes bisseriais nos maxilares, vômer e palato. Canino 
médio intermaxilar muito maior que os dentes maxilares. Uma série de 
dentes intermaxilares, de tamanho médio, passando diante do canino citado. 
Dentes maxilares pequenos, caniniformes, confundindo-se com os dentes 
intermaxilares, reduzindo-se a uma única série de dentes anteriormente. (Fig. 
1). Dentes mandibulares caniniformes bisseriados, com a fila externa conten- 
do destes maiores e mais espacados do que a fila interna; para trás reduzem- 


se a uma única fila, cujos dentes vão diminuindo de tamanho gradativamen- 
te. (Big. 2). 


COLORACAO: Coloracäo geral primäria amarela-pälida com manchas 
negras, ovaladas, que estão distribuídas em séries longitudinais pouco re- 
gulares. Para trás, as manchas vão se tornando irregulares e com os contornos 
pouco nítidos. Na cabeça são muito pequenas reduzindo-se a pontos negros 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):21-26, 20 jan. 1979 


Nova ocorrência de Echiop his... 23 


muito próximos e numerosos nos lados posteriores. Ventralmente, na cabeça 
e corpo, é branco imaculado. As manchas dorsais são maiores superiormente 
e menores inferiormente, mas as menores ocorrem ao longo da linha lateral 
de cada lado. As manchas do tronco alternam-se num mesmo lado, e são 


simétricas com as do lado oposto. As aletas ímpares são marginadas de negro 
distalmente. (Fig. 3-5). 


Fig. 3: Echiophis intertinctus (RICHARDSON) - MCN 2265, vista dorsal. 


2. MCN 2251. MORFOLOGIA: Focinho obtuso cicatrizado assime- 
tricamente, cabendo cerca de sete vezes no comprimento da cabeça. Cabeça 
com cerca de 1/10 do comprimento total e cercade 1/4 do comprimento do 
tronco. Olho correspondendo a 1/10 do comprimento da cabeça, cabendo 
quase 1,5 vezes no focinho. A boca é cerca de metade do comprimento da 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):21-26, 20 jan. 1979 


24 LEMA, T. de; FREITAS, T.R.O. de; AMARAL, E.H. do. 
CS a 


cabeça. A fenda branquial cabe aproximadamente 5,5 vezes no comprimento 
da cabeça; o tronco, mais de 2,5 vezes no comprimento total e a aleta pei- 
toral, cerca de 3,5 vezes no comprimento da cabeça. As proporções são se- 
‚melhantes äs do exemplar MCN 2265. (Tabela). 

DENTIÇÃO: Igual ao exemplar anterior. Não apresenta dentes inter- 
maxilares devido à fratura do crânio. 

COLORAÇÃO: Semelhante ao anterior, notando-se melhor a coloração 
da cabeça, cujos pontos negros ovalados diminuem gradativamente de ta- 
manho de trás para diante atingindo a ponta do focinho. Nos lados da cabeça 
há pontos negros espaçados, o mesmo ocorrendo na região gular, onde são 
mais espaçados aínda. No dorso há séries longitudinais de manchas negras, 
sendo que a série coincidente com a linha lateral está constituída de manchas 
menores. 


COMENTÁRIOS 


O local em que os exemplares foram capturados é uma baía pequena, de 
águas quietas, circundada por montanhas, onde já tivemos a oportunidade de 
capturar diversos qutros exemplares de peixes tropicais (LEMA, 1976). Os 
pescadores que habitam essa baía chamam E. intertinctus de jararaca-do-mar 
ou cobra-do-mar, acreditando tratar-se de Ophidia peçonhenta, altamente 
agressiva, adaptada à vida marinha, que vive em recifes situados em volta da 
pequena ilha localizada na entrada da baía. Acreditamos que o nome vulgar 
deve-se à presença de Bothrobs jararaca (WIED, 1824), que é comum nos 
montes em volta da baía. A ocorrência dos exemplares nos arrastões dos 
pescadores causou-lhes muita preocupação pelo temor à mordida. Afirmaram 
que esses animais nunca saem dos recifes. Dois professores da Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul, que costumam mergulhar na baía de 
Garopaba, afirmaram-nos que viram alguns exemplares pequenos nadando 
junto aos paredões rochosos, cerca de dois a quatro metros de profundidade, 
em ocasiões diferentes. 

As diferenças que notamos nos exemplares descritos em relação às des- 
crições de RICHARDSON (1846) e de KAUP (1856), são as seguintes: há 
apenas uma série de dentes intermaxilares diante do canino mediano 
anterior, a cabeça é menor, aletas peitorais maiores, diâmetro orbicular 
maior, coloração de fundo mais clara, as manchas são negras com tamanho 
maior e em maior número, além da presença de manchas na linha lateral. 
Entretanto, as variações parecem decorrer da idade, principalmente o ta- 
manho das manchas negras que, segundo GINSBURG (1951) verificou em 
exemplares das Antilhas, modificam-se com o crescimento. 


AGRADECIMENTOS 


Agradecemos à Direção do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio 
Grande do Sul pela franquia dos laboratórios e coleções. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):21-26, 20 jan. 1979 


Nova ocorrência de Echtophis... 25 


REFERENCIAS BIBLIOGRÄFICAS 


GINSBURG I. 1951. The eels of the northern Gulf Coast of the United States and some re- 
lated species. The Texas Journal of Science, San Marcos, (3):431-85, 16 fig. 

KAUP, JJ. 1856. Catalogue of apodal fish in the collection of the British Museum. London, 
British Museum (Natural-History). v. 8, 163 p., 19 est. il. 

LEMA, T. de 1976. Ocorrência de várias espécies de peixes tropicais marinhas na costa do 
Estado de Santa Cararina, Brasil. (Osteichthyes, Actinoptetygii, Teleostei). Iheringia, Sér. 
Zoologia, Porto Alegre, (49):39-65, ago. 10 fig. 

RIBEIRO, P. de M. 1961. Catálogo dos peixes do Museu Nacional. Publicações avulsas do 
Museu Nacional, Rio de Janeiro, (41):1-8. 

RICHARDSON, J. 1846. Ichthyology. In: RICHARDSON, J. & GRAY, J. E., The zoology of 
the voyage of “H.M.S. Erebus and Terror”. London. viii + 139 p., 60 est. 

ROSEMBLATT, R.H. & McCOSKER, J.E. 1970. A key to the genera of the ophichthid eels, 
with description of two new genera and three new species from eastern Pacific. Pacific 
Science, Honolulu, 24(4):494-505, 8 fig. i 


TABELA 

MCN 2251 MCN 2265 
MEDIDAS (em mm): 
DE@ompimentotorale en... TZ KR 722 ER 1012 
BaCompumento,dareabeamr nr ee IA RP ee Lai 102 
@ICompkimentordortenean mn. DT RR) ERP 385 
BECompiimentorda cada Pr DD EN 925 
EMComprimento do focinho, LD NO RR O a 13 
EN Comprirmento da bocal a. STR Vo ADE 50 
EM amenordaronbitar RE er en ei Lug bt Bien Es Se ER Rn 10 
Bieslendasbianatmale au 225 2.2... E do a SR N 16 
Comprimento dalalem peinorll zen DE Lite ER RR O 31 
DRA roridareabeça a Aa ee 40 
Ara or dorttoncor FR ee Mona. en te 2 sosi Sos al 36 
MES A pirar ara letrarpelto ral See u Di o o reis E PR 9 
RELAÇÕES: 
UNTIL EN INEISREE  5 e 9,92 
RE N AD RE posa RGE PRM RABR 22056 2,62 
PAULO LOREM ERES 15 TUE a EN doa RA Aa ST nl UA OR 1,92 
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109/11 EL ca 5 2 SBD Var er da RR A OP URS Re Re RE 7,84 
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EL fode ted Mp ri de ge Veen DO ndo dd re 3,29 
Ee rg O MPU da: hds bo ee dela fg An da ee terra 1,30 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):21-26, 20 jan. 1979 


26 - LEMA, T. de; FREITAS, T.R.O. de; AMARAL, E.H. do. 


Fig.l Fig.2 


rn TT 


às NCN265 


(o) 1 2 mm 


Figs. 1-2, 4-5: Echiophis intertinctus (RICHARDSON) - MCN 2265: 1. dentição maxilar; 
2. dentição mandibular; 4. aspecto lateral do tronco; 5. aspecto da cabeça. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):21-26, 20 jan. 1979 


Redescrição do material tipo de Ephydatia facunda WELT- 
NER, 1895 (Porifera-Spongillidae ) * 


Rosária De Rosa Barbosa** 


RESUMO 


Ephydatia facunda foi descrita de maneira suscinta e incompleta por WELTNER (1895) a 
partir de um único espécime do Rio Grande do Sul, Brasil. GEE (1930) e PENNEY & RACEK 
(1968) estudaram o mesmo material que havia sido descrito por WELTNER, porém não men- 
cionaram todos os caracteres que o exemplar apresenta. Como a manutenção do ‘'status’’ desta 
espécie tem sido matéria de recente especulação, julgamos adequado, no presente trabalho, 
ampliar e ilustrar a descrição do holötipo de E. facunda. 


ABSTRACT 


Ephydatia facunda was briefly and incompletely described by WELTNER (1895) based on a 
single specimen from Rio Grande do Sul state, Brazil. GEE (1930) and PENNEY & RACEK 
(1968) studied the same material described by WELTNER, but didn't mention all the specimen 
characters. As the ''status”” of this species has been subject of recent controversy we thought it 
fundamental to redescribe the holotype of Ephydatia facunda. 


INTRODUÇÃO 


O primeiro registro de ocorrência de espongilídeos, para o Rio Grande 
do Sul, foí feito por WELTNER em 1895, descrevendo Ephydatia facunda 
suscintamente e sem ilustrações. Neste trabalho o autor descreve que tinha 
em mãos apenas fragmentos de uma esponja, provavelmente de forma cilín- 
drica ou cônica, conforme consta na página 140: “Es liegen nur Bruschstücke 
eines wahrscheinlich zylindrischen oder kegelförmig gestalteten Schwammes 
vor” 

O material usado por WELTNER para fazer a descrição da espécie, 
encontra-se depositado no ''Zoologisches Museum, Berlin’’, e foi coletado 
por von Ihering numa pequena lagoa do Rio Grande do Sul. 

GEE em 1930 estabeleceu uma breve comparação entre as megascleras e 
as gemoscleras de E. facunda, com as de Ebhydatia fortis var. vorstamanı 
GEE, 1930. Para isso, utilizou lâminas com material espicular do tipo de E. 
facunda. 

PENNEY & RACEK (1968), ao estudarem E. facunda, resolveram 
manter o ‘'status’’ da mesma. Os referidos autores mencionaram ter obser- 
vado lâminas do síntipo de E. facunda. Entretanto, ao examinarmos essas 
lâminas, que se encontram depositadas no ‘‘Smithsonian Institution”, 


Aceito para publicação em 21/XII/1977. Contribuição FZB n.º 080 
* Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Cx. 
Postal 1188. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (T.C. 1111.1128/77) 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):27-34, 20 jan. 1979 


28 DE ROSA BARBOSA, R. 


constatamos tratarem-se de lâminas do material descrito por WELTNER 
(1895), sendo portanto o holótipo. 

POIRRIR (1974), sem ter examinado material de E. facunda, comenta 
ser essa espécie pobremente estudada e supõe que se trata de uma variação 
ambiental de Ephydatia fluviatilis (LINNAEUS, 1758). Além disso, confunde 
sua distribuição geográfica com a de Ephydatia fortis WELTNER, 1895. 

EZCURRA DE DRAGO (1975), sem haver tido em mãos material tipo 
ou material procedente do Rio Grande do Sul de E. facunda, colocou-a na 
sinonimia de Ebhydatia fluviatilis ramsayi (HASWELL, 1882) EZCURRA DE 
DRAGO, 1975. 

Em virtude das recentes contestações do “'status”” de E. pi rea- 
lizamos a redescrição do material do tipo, bem como elegemos o holótipo do 

"material depositado no ''Zoologisches Museum, Berlin” 


MATERIAL E MÉTODO 


Abreviaturas usadas no texto: 

— MCN: Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto 
Alegre, RS, Brasil. 

— ZBM: ''Zoologisches Museum, Berlin”. 


Material examinado: 


— Holótipo ZBM s/n.°: Ephydatia facunda type '“'Zoologisches Museum, Berlin". 8/X1/1892 - 
Rio Grande do Sul - Brasil. 
— Lâmina do holötipo MCN 458: Ephydatia facunda, lâmina preparada com material espicular 
do holótipo do ZBM. 
— Lâminas do holótipo ''Smithsonian Institution" 54288: Ephydatia facunda. Lâminas perten- 
centes à coleção de N.GIST. GEE. 

O tipo está conservado em álcool. É impossível apreciar qualquer detalhe da estrutura, pois 
o espécime apresenta-se frágil, semelhante a uma massa prestes a desfazer-se. Não foram 
encontradas gêmulas e apenas o estudo dos espículos depositados no fundo do frasco permitiu a 
apreciação da série das gemoscleras. 

Os desenhos foram efetuados, em microscópio binocular Leitz SM-LUX, com câmara clara. 


REDESCRIÇÃO 
MEGASCLERAS: 


Anfioxeas delgadas, levemente curvas, com as extremidades terminando 
em ponta de agulha. Apresentam-se lisas, pouco ou totalmente microes- 
pinhadas, exceto nas extremidades. Comprimento muito variado (Fig. la). 
Nas megascleras ocorrem algumas malformações, como bifurcação e 
engrossamentos na porção central (Fig. la” ). 

Dimensöes das megascleras: 
Comprimento: 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):27-34, 20 jan. 1979 


Rotesaieatgdomensmaltipa.. cas 8 


mínimo: 210 micrômetros 

médio : 356 micrômetros 

máximo: 465 micrômetros 
Diâmetro do eixo: 


mínimo: 9 micrômetros 

médio : 15 micrômetros 

máximo: 22 micrômetros 
GEMOSCLERAS: 


Espículos birrotulares com grande variedade de comprimento entre 58 e 
99 micrômetros. 

As gemoscleras podem mostrar variações, tais como: 

1) frágeis e curtas, com eixo fino, poucos espinhos levemente proeminentes 
e poucos dentes na rótula (Fig. 2a e 3). 

2) moderadamente fortes, comprimento o dobro da gemosclera acima des- 
crita, eixo grosso, com grande quantidade de espinhos muito aguçados 
dispostos um ao lado do outro, rótulas com grande quantidade de dentes 
(Eis. 22€ 3). 

Entre estas duas formas extremas, encontram-se espículos gemulares que 
apresentam valores intermediários quanto ao comprimento, diâmetro do 
eixo, número de espinhos no eixo e número de dentes na rótula. 

Os espinhos dos eixos podem ser simples ou bifurcados, retos ou curvos, 
geralmente muito aguçados. Os espinhos podem estar dispostos formando 
um colar no centro do eixo. À inserção dos espinhos no eixo das gemoscleras 
pode ser perpedicular ao mesmo, ou dispostos nas mais variadas direções. 
Confirmando a descrição de WELTNER (1895), algumas vezes, o compri- 
mento dos espinhos é igual ou maior ao diâmetro do eixo. 

Alguns espinhos dos espículos gemulares apresentam-se microespinhados 
(Fig. 3a”). 

As rótulas de uma mesma gemosclera normalmente são dos mesmo 
tamanho, levemente achatadas, com dentes delicadamente côncavos, retos ou 
convexos. Em cada rótula, encontram-se de 9 a 16 dentes que terminam em 
pontas muito aguçadas, podendo os mesmos estarem dispostos num mesmo 
plano ou em planos diferentes. 

Os dentes diferenciam-se em lobos e em raios: na forma de lobo quando 
2 a 3 dentes estão agrupados em uma mesma projeção e o recorte dessa 
projeção, geralmente alcança apenas um quarto do diâmetro da rótula; na 
forma de raio quando ocorre apenas um dente que, normalmente, está recor- 
tado até a inserção da rótula no eixo. De um modo geral, numa mesma 
rótula encontram-se dentes em forma de raios ou agrupados em lobos (Fig. 
ZEN 

Nos espículos gemulares ocorrem malformações que resultam da pro-- 
jeção do eixo da gemosclera além das rótulas. Estas modificações são tão 
intensas que algumas gemoscleras perdem a sua forma original, resultando 
em um espículo de eixo relativamente grosso, com extremidades aguçadas; ao 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):27-34, 20 jan. 1979 


30 DE ROSA BRBOSA, R. 


longo do eixo das gemoscleras, tem-se espinhos que não ultrapassam o 
diâmetro do eixo; as rótulas desaparecem, restando em seu lugar apenas um 
colar de espinhos mais proeminentes (Fig. 2b e 5a'). 
Dimensões das gemoscleras: 
Comprimento: 

mínimo: 48 micrômetros 

médio : 58 micrômetros 

máximo: 99 micrômetros 
Diâmetro do eixo: 

mínimo: 7 micrômetros 

médio : 10 micrômetros 
>= máximo: 14 micrômetros 
Diâmetro da rótula: 

mínimo: 22 micrômetros 

médio. : 27 micrômetros 

máximo: 30 micrômetros 
Número de espinhos no eixo: 

de 1a 19 
Número de dentes no disco: 
de 9a 16 

Os tamanhos das megascleras e gemoscleras dados por WELTNER 
(1895), GEE (1930) e PENNEY & RACEK (1968) correspondem aproxi- 
madamente às medidas agora obtidas. 


COMENTÁRIOS 


Comparando-se as observações por nós realizadas com as descrições de E. 
Jacunda já existentes, constata-se que: 

Megascleras: 

WELTNER (1895) e PENNEY & RACEK (1968) descrevem megascleras 
do tipo anfioxeas levemente curvas, providas de pequenos espinhos. GEE 
(1930) cita que os espículos do esqueleto são lisos ou microespinhados, 'sendo 
que estes, quando presentes são poucos ou pequenos. 

Quanto à forma da megasclera e número de espinhos, as observações 
realizadas coincidem com as de GEE (1930). Além destas características, 
constata-se que as mesmas apresentam um comprimento muito variado. Em 
alguns espículos verificam-se malformações, como bifurcação e engrossamen- 
to da porção central. 

Gemoscleras: 

Segundo WELTNER (1895) as gemoscleras são espinhentas, fortes, com 
um número de espinhos variando de 4 a 12. GEE (1930) cita que os eixos são 
finos, enquanto que PENNEY & RACEK (1968) referem-se a eixos mode- 
radamente fortes. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):27-34, 20 jan. 1979 


EEE ADO o gs A A ita BA 


Os autores acima referidos, descrevem algumas formas apresentadas 
pelas gemoscleras, entretanto, verificamos que essas formas são variações 
existentes no material tipo. 

Além disso, GEE (1930) verifica em algumas gemoscleras, a ocorrência 
de pequenos espinhos sobre os grandes. PENNEY & RACEK (1968) des- 
crevem que a superfície externa da rótula é levemente, mas distintamente, 
granulada. No material tipo observado, confirma-se a existência de granu- 
lações. Essas granulações ocorrem em algumas rótulas e também sobre alguns 
espinhos do eixo das gemoscleras. 

As malformações das gemoscleras não foram anteriormente citadas. A 
importância sistemática dessas formas, bem como a frequência dentro da 
espécie E. facunda, só poderão ser confirmadas através do estudo de um 
maior número de exemplares. 

EZCURRA DE DRAGO (1975) comenta que, devido ao fato de não 
possuir em mãos. material de Ephydatia muallsa (POTTS, 1887), manteve o 
“status” da mesma. No entanto, o mesmo critério não foi observado para E. 
facunda, pois foi colocada em sinonímia de E. fluviatilis ramsayı, sem ter sido 
examinado o material tipo de E. facunda. Além disso, E. facunda não foi 
referida na lista do material estudado. 

O maior número de dados morfométricos do material tipo de E. facun- 
da, aqui apresentados, poderão servir de subsídios para uma futura revisão 
sistemática da espécie. 


AGRADECIMENTOS 


Ao Dr. Kühlmann, do ''Zoologisches Museum, Berlin” pelo empréstimo do material tipo 
de Ephydatia facunda WELTNER, 1895. Ao Dr. Klaus Ruetzler, do “Smithsonian Institution 
pelo empréstimo de lâminas de E. facunda, da coleção de N. GIST GEE. À Dra. Cecilia 
Volkmer Ribeiro, pela orientação e sugestões apresentadas. À Dra. Helga Winge, do Depar- 
tamento de Genética da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pela oportunidade de 


realização das fotomicrografias. 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 


EZCURRA DE DRAGO, I.D. 1975. El genero Ephydatia LAMOUROUX (Porifera, Spongi- 
llidae) sistematica y distribution. Physis, Secc. B, Buenos Aires, 34(89):157-74, 6 lam., 3 
tab. 

GEE. N.G. 1930. Notes on the fresh-water sponges from the Dutch East Indies. II. Descrip- 
tions. Treubia, Bogor, 12(1):67-114. 

PENNEY, J.T. & RACEK, A.A. 1968. Comprehensive revision of a world-wide colletion of 
freshwater sponges. (Porifera-Spongillidae). Bull. U.S. natn. Mus., Washington, 272:1- 
184. 

POIRRIER, M.A. 1974. Ecomorphic variation in gemmoscleres of Ephydatia fluviarilis LIN- 
NAEUS (Porifera-Spongillidae) with comments upon its systematics and Ecology. 
Hidrobiologia, The Hague, 44(4):337-47, 7 fig. 

WELTNER, W. 1895. Spongillidenstudien. III. Katalog and Verbreitung der bekannten 
Süsswasserschwämme. Arch. Naturgesch., Berlin, 1:114-44. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):27-34, 20 jan. 1979 


DE ROSA BARBOSA, R. 


1913 


504m 


Fig. 1: Ephydatia facunda WELTNER, 1895: Desenhos do conjunto espicular - 500x: a. 
megascleras; a’. megascleras malformadas; b. gemoscleras; c. rótulas das gemoscleras. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):27-34, 20 jan. 1979 


Redescrição do material tipo... 33 


ELTELZ É 
tt tiro 


TI 
FEI 1 


FIG. 2 


RO dh dk 
E ni 


Fig. 2: Ephydatıa facunda WELTNER, 1895: Desenhos das gemoscleras 500x: a. gemos- 
cleras; b. gemoscleras malformadas; c. rótulas gemulares. 


Fr 
e 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):27-34, 20 jan. 1979 


34 DE ROSA BARBOSA, R. 
EM SE 


Figs. 3-5: Ephydaria facunda WELTNER, 1895: 3. Desenhos das gemoscleras - 1250x: a. 
gemoscleras; a’. gemoscleras microespinhadas; 4. Fotomicrografia - 81,92x: a-d. megascleras: a. 
lisa, jovem; b. lisa, adulta; c. levemente microespinhada; d. microespinhada; e. gemoscleras; f. 


megasclera com inflamento na porção central. 5. Fotomicrografia das gemoscleras - a, a’ 81,92x, 
b, b’ 128x, a e b. gemosclera; a’ e b’. gemosclera malformada. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):27-34, 20 jan. 1979 


A method for the marginal band observation in Galus 
gallus and Geochelone carbonaria erythrocytes* 


José Rafael Rosito Coiro** 
Adolpho Brunner Jr. *** 
Clara Yukie Mitsutani**** 


RESUMO 


Em esfregacos hemolizados do sangue de aves adultas normais (Gallus gallus-LINNEU, 
1758) e do quelônio adulto normal (Geochelo ne carbonaria-SPIX, 1824) bem como o mesmo 
quelônio com anemia induzida pelo fenilidrazina, a banda marginal foi detectada na sua forma 
integral, ou dissociada nos seus constituintes microtubulares. Os diâmetros destas estruturas 
microtubulares estão próximos daqueles obtidos através de cortes ultrafinos. O método, embora 
drástico para as células, não desintegrou os microtúbulos, sugerindo tal fato, uma alta estabi- 
lidade para estas estruturas. 


ABSTRACT 


In hemolysed blood smears from adult normal chickens (Gallus gallus-LINNEU, 1758) and 
adult normal chelonian (Geochelone carbonaria-SPIX, 1824) as well as the same chelonian with 
phenylhydrazine induced anemia, the marginal band has been detected in its integral form, or 
dissociated in its constituents microtubules. The diameters of these structures are about the 
same as those obtained in ultrathin sections. The method, although drastic for the cells, did not 
desintegrate the microtubules, suggesting a high stability of these structures. 


INTRODUCTION 


RANVIER (1875), DEHLER (1895) and NICHOLAS (1896) made the 
first observations of the marginal band in lower vertebrate erythrocytes. 
Investigations of MEVES (1904) on amphibian supravitally stained erythrocy- 
tes evidenced better the presence of the band, and it was suggested that this 
structure could be responsible for the biconvex elliptical shape of erythrocy- 
tes. FAWCETT (1959) observed in ultrathin sections of toadfish (Opsanus 
tau) erythrocytes the marginal band, and FAWCETT & WITEBSKY (1964) 
described this structures, constituted by parallel tubular elements, in num- 
bers up to 25 with a diameter of.about 200 A. MASER & PHILPOTT (1964), 
working with pigeon (Columba domestica) blood cells, observed that the 
marginal band varied in diameter from 200 to 500 A. 


Accepted for publication 12/1/1978 
This rescarch has been supported by the Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Proc. 
11268/74 and 1111.4687/76) and Fundo Especial de Despesas do Instituto Butantan, São Paulo. 
Head of Electron Microscopy Laboratory-Instituto Central de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande 
do Sul - Departamento de Ciências Morfológicas - 90.000 Porto Alegre, RS - Brasil. 
Head of Electron Microscopy Laboratory --Instituto Butantan, CP 65, São Paulo, SP, BRASIL. 

* Technical assistant-Electron Microscopy Laboratory - Instituto Butantan - CP 65, São Paulo, SP, BRASII 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):35-41, 20 jan. 1979 


36 COIRO, J.R.R.: BRUNNER JR., A.: MITSUTANI, C.Y. 
—————— ei aeee ii 


The purpose of this paper is to show easy and rapidly the marginal 
band, either integral or dissociated, evidencing the microtubules through 
hemolysis of partially dried smears. 


MATERIAL AND METHODS 


Two normal adult .chickens, Ga/lus gallus (LINNEU, 1758), weighing 3.0 kg each. Blood 
was harvested from the marginal wing vein or by cardiac puncture. : 

Blood from a normal adult chelonian Geochelone carbonaria (SPIX, 1824), weighing 1.30 
kg, carapace included, and from the same specimen with anemia induced by daily subcutaneous 
injections of a 2% aqueous phenylhydrazine solution in a 2 ml/kg ratio, for 6 days. Blood was 
'harvested by cardiac puncture after 26 days. 

Brilliant cresyl blue staining: In order to verify the existence of proerythrocytosis (COIRO, 
1975) in these animals, the dye was dissolved at 0.1% in:0.85% saline solution for the avian 
blod, and 0.75% for the chelonian blood. The cells were stained in a ratio of 1 drop of blood to 
9 drops of the dye solution. 

Hemolysis of blood smears (BRUNNER Jr & VALLEJO-FREIRE, 1956, modified by the 
authors): Smears were made on histological slides covered with a collodium film. S nears of avian 
and chelonian blood were maintained for partial drying during 18 and 20 h, re pectively, in a 
closed box with a lateral slit to avoid crushing of the nuclei due to the pressure within the box. 
The blood smears of the phenylhydrazine treated animal were maintained in the box for 24 h. 
Blood were hemolysed in a 0.85% NaCl solution, containing 10% v/v of 25% glutaraldehyde, 
during 5 min. After hemolysis, cells were stained in 1% aqueous solution of phosphotungstic 
acıd (PTA) for 5 min. PTA in excess was removed thorough rinsing in distilled water, and slides 
were dried at room temperature. The films were detached and transferred to metal grids, and 
submitted to the shadow casting process with palladium. All preparations were examined in the 
Elmiskop I electron microscope at 60 kV, from 2,500Xto 10,000Xmagnification. 


RESULTS 


Brilliant cresyl blue staining: Blood pf the normal adult chickens and 
chelonian showed mature forms in a high degree. The blood of the adult 
chelonian with phenylhydrazine induced anemia showed a proerythorocytosis 
up to 100%. 

Hemolysed smears: The majority of erythrocytes presented a dense ring ob 
about 0.30 um (um = micrometer) in diameter, accompanying the whole 
periphery of the elliptical stroma. However, it is often possible to observe a 
slight dissociation of the dense ring into elements of smaller diameters, about 
0.30 um each (Fig. a). 

In normal adult chelonian, erythrocytes show occasional dense filaments 
with diameters of about 0.35 um around the nucleus or in close contact with 
it. Accompanying the whole periphery of the stroma, a single dense ring with 
a diameter of approximately 0.70 um is observed (Fig. b). Stromas can be 
seen too, whose dense ring may undergo a displacement from its original 
region, dissociated into several rings formed by parallel filaments with a 
diameter varying from 0.025 — 0.14 um each. Other stromas show a ring 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):35-40, 20 jan. 1979 


A method for the marginal... 37 


completely dissociated into thin, sinuous, often parallel filaments. Only in 
some regions of the stroma, the ring still show its original aspect (Fig. c). 

Blood of the phenylhydrazine treated animal shows partially hemolysed 
proerythrocytes, but other cells become totally hemolysed, and the stroma 
fragmented in such a way that over these fragments appear whole nuclei 
together with some dense filaments ranging from 0.30 to 0.40 um in dia- 
meter. Next to these nuclei a bundle of dense, long and sinuous filaments 
with diameters varying from 0.05 to 0.17 um (Fig. di — dp) can be obser- 
ved. 


DISCUSSION 


MASER & PHILPOTT (1964) isolated the marginal band of vertebrate 
erythrocytes, and studied the constituent microtubules whose diameter 
varied from 200 — 500 A, i.e., some of the microtubules showed twice the 
diameter commonly observed in thin sections, as for instance, in the ery- 
throcytes of toadfisch (FAWCETT, 1959). 

In general, the microtubules bundles do not fully dissociate. Probably 
for this reason, the diameters are not the same as those in ultrathin sections, 
and even exceed 500 A. In the partially hemolysed immature cells of 
Geochelone carbonaria, glutaraldehyde preserves some components of 
proteic nature, blocking a total hemolysis. Furthermore, through a partial 
drying period of 24 h, exceeding considerably the optimum time, a drastic 
hemolysis i in the cell smears was provoked. This condition leads to the dis- 
sociation of the stroma into fragments releasing- totally the microtubules, 
nuclei and dense filaments whichnbecome isolated, allowing a better detailed 
view of these structures. 

It can be verified that, although the conditions of hemolysis are drastic 
for the cells, the microtubules continue relatively intact, in bundles as well as 
isolated, suggesting, there for that they possess a highly stable structure. 


ACKNOWLEDGEMENTS 


The authors wish to thank Mrs. Sibylle Heller for the translation and to Mr. A. Silva 
Gonzales, Mr. C.A. Gonçalves Silva, and Mrs. Vera Mondin Weisz for their excellent technical 
assistance as well as to FAPERGS that gave us the chance to present this work in “'V Colóquio 
Brasileiro de Microscopia Eletrônica”. 

REFERENCES 


BRUNNER Jr., A. & VALLEJO-FREIRE. A. 1956. Electron microscopic observations on granules 
and filaments (Reticulosomes) of reticulocytes. Exp/. Cell. Res. New York, 10:55-62. 
COIRO, J. R. R. 1975. Comparative study on the ultrastructure of the elements of the avian and 
mammalian erythrocytic series. Correlation with hemoglobin biosynthesis (Condensed Ph. 
D. thesis) Univ. de São Paulo, 1974) Mem. Inst. Butantan, São Paulo, 39:169-206, 1975. 

DEHLER, A. 1895. Beitrage zur kenntniss des ferneren bandes der roten blutkorperchen beim 
hühnerembryo. Arch. mikrosk. Anat., Entw Mech, Bonn, 46:414-430. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):35-40, 20 jan. 1979 


38 - COIRO,J.R.R.; BRUNNER JR., A.; MITSUTANI, C.Y. 


FAWCETT, D. W. 1959. Electron microscopic observations on the marginal band of nucleated 
erythrocytes. Anat. Rec., Philadelphia, 133:379. 

FAWCETT, D. W. & WITEBSKY, F. 1964. Observation on the ultrastructure of nucleated 
erythrocytes and trombocytes, with particular reference to the structural basis of their 
discoidal shape. Z. Ze/lforsch, mikrosk. Anat; 62:785-806. 

MASER, M. D. & PHILPOTT, C. W. 1964. Marginal band in nucleated erythrocytes. Anat. 
Rec., Philadelphia, 150:365-82. 

MEVES, Fr. 1904. Die Hiinefeld-Hensenchen Bilder der roten Blutkorperchen der Amphibien. 
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NICHOLAS, A. 1896. Sur quelques particularités de structures des erythrocytes nucleês aprês 
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RANVIER, L. 1875. Récherches sur les élements du sang. Arch. Phys. Paris, 2:1-15. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):35-40, 20 jan. 1979 


A method for the marginal... 39 


= 


o 


ut 
v 
Da 


Figs. a-d). a. Gallus gallus mature avian erythrocyte: N. nucleus, arrow — membrane 
fold; mt. microtubule bundle; mb. marginal band. b-dz Geochelone carbonaria: b-c 
mature chelonian erythrocyte: N. nucleus; m. mitochondrion; mt. microtubule bundle; 


mb. marginal band. dy — dz erythrocite of phenyllydrazine treated chelonian: N. nucleus; 
arrows — microtubule bundle; x stroma fragments. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):35-40, 20 jan. 1979 


Tabelas de esperança de vida para Be/ostoma LATREILLE. 
1807, criados em aquários (Heteroptera - Belostomatidae )* 


Maria Elizabeth Lanzer de Souza ** 


RESUMO 


Apresenta-se duas tabelas de esperança de vida com as respectivas curvas de sobrevivência de 
hemípteros aquáticos do gênero Be/ostoma LATREILLE, 1807, criados em aquários. Analisa-se a 


taxa de sobrevivência, taxa de mortalidade e índice de mortalidade real de uma população em 
desenvolvimento pós-embrionário e outra de adultos. 
ABSTRACT 
This paper contains two life-tables where was determined the life expectation of aquatic 
hemiptera of the genus Be/ostoma LATREILLE, 1807, which were reared in aquaria. The 
obtained life-tables permit to trace the respective survivorship curves of two populations, and to 
analyse the survivor ratio, mortality ratio and the real mortality index. 


INTRODUCAO 


A inclusão de estudos de dinâmica populacional, visando analisar as 
capacidades biöticas dos insetos, está se tornando fundamental na pesquisa 
entomológica. 

As tabelas biológicas de esperança de vida são importantes na avaliação 
das tendências populacionais e no estudo das taxas de mortalidade e so- 
brevivência dos espécimes de uma ou mais gerações durante um período 
variado de tempo. 

Observando que a resistência de exemplares do gênero Bel/ostorma 
LATREILLE, 1807 criados em aquários é curta, estabeleceu-se tabelas de 
esperança de vida com a finalidade de tornar conhecida a capacidade de 
sobrevivência destes hemípteros fora de seu habitat. 

Uma das tabelas está baseada em dados obtidos por SCHNACK (1971) 
considerando-se o espaço de vida conjunta de duas populações de Be/ostoma 
spp., desde o nascimento das ninfas até o estado adulto. A outra baseia-se, 
somente, no período adulto de espécimes de Be/ostoma spp. mantidos em 
aquários por LANZER (1975). 

A bibliografia não apresenta estudos de dinâmica populacional com 
belostomatídeos. Até o presente momento estão registrados dados biológicos 
de criação, como número de ovos eclodidos, períodos de muda, número de 
estádios ninfais e tempo de sobrevivência de exemplares adultos criados em 
aquário. 


Aceito para publicação em 21/11/1978. Contribuição FZB n.º 083. 

** Pesquisadora do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul e Bolsista do 
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq - Processo n.º 1111.0421/74). Caixa 
Postal 1188; 90.000 - Porto Alegre/RS - Brasil. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):41- 0, 20 jan. 1979 


42 LANZER DE SOUZA, M.E. 


BUENO, citado por HUNGERFORD (1919), menciona cinco estádios 
ninfais e comenta sobre o período total de desenvolvimento de três exem- 
plares de Belostoma flumineum SAY, 1832, desde a eclosão dos ovos até o 
estado adulto (43, 53 e 54 dias), entretanto, não específica a datação de cada 
estádio. 

DE CARLO (1939) cita o número de ovos eclodidos de duas posturas de 
Belostoma elegans MAYR, 1853 (32 e 53 ninfas), e o tempo total de 
evolução de cada uma das ninfas criadas, dando apenas as datas de eclosão 
dos ovos e término do desenvolvimento ninfal. 

SCHNACK (1971) em estudos biossistemáticos de ninfas de Ba 
registra as datas de eclosão e mudas das espécies B. oxyurum (DUFOUR, 

1863) B. bifoveolatum SPINOLA, 1852 indicando também o número de 
exemplares sobreviventes em cada estádio. 

LANZER (1975) estuda o comportamento de Belostoma e Lethocerus 
MAYR, 1953 em aquários, registrando o tempo de sobrevivência dos adultos 
sem relacionar as espécies. 


MATERIAL E MÉTODO 
Dados obtidos por SCHNACK (1971): 


n.º de indivíduos em cada 


estadio ninfal 
Tome [o fio fis for fon 


Período de 


sobrevivência 


(em horas) 


Número de 
indivíduos e 


Utilizando-se os dados de SCHNACK (1971) elaborou-se a tabela de esperança de vida de 
uma população em desenvolvimento pós-embrionário e calculou-se os índices de mortalidade 
aparente e real desta população. Com os dados de LANZER (1975) elaborou-se a tabela de 
esperança de vida de uma população adulta mantida em aquário. 

Para organizar as tabelas e calcular-se os índices de mortalidade empregou-se o modelo 
exposto por SOUTHWOOD (1971), resumidamente descrito em SILVEIRA NETO es a/ii (1976). 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):41-46, 20 jan. 1979 


Tabela de esperança de vida... 


O intervalo de idade em unidade de tempo (x), considerado na tabela 1, foi estabelecido 
em função da duração de cada período de estádio ninfal que corresponde a uma semana 
aproximadamente (HUNGERFORD, 1919). Calculando a média do registro de datas das mudas 
dado por SCHNACK (1971), obtém-se períodos de ecdises muitos próximos dos fornecidos por 
HUNGERFORD (1919), por isso optou-se por uma semana como intervalo de idade. 

Na tabela 3 a unidade de tempo considerada para o intervalo de idade (x) está apresentada 


em horas. 


As curvas de sobrevivência foram obtidas levando em consideração o número de sobreviven- 
tes (Lx), colocados na ordenada, e a idade (x) respectiva, na abssissa. 


Tendo como base os dados de SCHNACK (1971) pode-se estabelecer a 


RESULTADOS 


seguinte tabela de esperança de vida: 


Tab. 1 - Tabela de esperança de vida de uma população de Belostoma spp. 


em desenvolvimento pós-embrionário. 


X Lx dx Ex Tx ex 100qx(%) Sx(%) 

01 90 2» 79,5 197,0 2,18 24 ,44 0,76 

02 68 21 58,0 117,5 TZ 30,88 0,69 

03 47 23 36,0 595) 1,26 48,94 0,51 

04 24 16 16,5 23,5 0,97 66,67 0,33 

05 08 06 I) 7,0 0,87 75,0 0,25 

06 02 00 155) 1,5 0,75 0,0 0,0 
onde: 

x = intervalo de idade em unidade de tempo; 

Lx = número de sobreviventes para cada estádio; 

dx = número de indivíduos mortos durante o intervalo etário x; 

Ex = número de insetos vivos entre um dia e outro; 

Tx = número total de insetos x além da idade x; 

ex = esperança de vida para indivíduos na idade x; 

100qx = taxa de mortalidade por intervalo de idade, sendo consi- 
derada como ““coluna de risco”; 

Sx = taxa de sobrevivência no estádio da idade x. 


Baseando-se nos valores de Lx e dx da tabela 1 determina-se os índices 


de mortalidade real e aparente. - 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):41-46, 20 jan. 1979 


/ 


44 LANZER DE SQUZA,M.E. 


Tab. 2 - Índices de mortalidade da população considerada na tabela 1. 


Estádios N.º de insetos N.º de insetos % de mortalidade mortalidade 

vivos mortos Aparente | Real sobrevivência 
Ninfas eclodidas 90 82 91% 91% 10,25% 
Ninfas sobreviventes 08 06 75% 6,7% 3,0% 
Adultos 02 


Conforme dados obtidos por LANZER (1975) é possível organizar uma 
tabela onde se determina o índice de esperança de vida para Be/ostoma spp. 
adultos com um determinado período de sobrevivência em aquário. 


Pabela. 3 - Esperança de vida para adultos de Be/lostoma spp. em 
aquário. 


X Lx dx Ex Tx ex 100qx(%) Sx(%) 
48 18 01 18,0 93,0 5,16 53855) 0,94 
72 17 01 17,0 75,0 4,41 5,88 0,94 
120 16 04 14,5 58,0 3,62 25,0 075 
144 12 03 11,0 43,5 3,62 25,0 0a 
168 09 01 9,0 32,5 3,61 il 0,89 
192 08 02 785] 238 2,93 25,0 0,75 
216 06 Ole 6,0 16,0 2,66 16,66 0,84 
240 05 02 4,5 10,0 2,0 40,0 0,60 
264 03 01 3,0 DD) 1,83 33,33 0,67 
288 02 00 20 25 11.25) 0,0 0,0 


Segundo o método de SLOBODKIN (1962), citado por SILVEIRA 
NETO et alii (1976), obtém-se das tabelas organizadas, valores que per- 
mitem a elaboração de gráficos nos quais se estabelece as curvas de sobre- 
vivência das populações consideradas (Fig. 1 - 2). 


CONCLUSÃO 


Analisando a tabela 1 observa-se que a esperança de vida para Be/ostoma 
spp. na fase jovem decresce à medida que o desenvolvimento do hemíptero 
se completa. A taxa de mortalidade mostra-se mais elevada a partir do 2.º 
estádio ninfal. Isto demonstra que após este período ocorre maior risco de 
vida. Consegüentemente se constata uma diminuição na taxa de sobrevivên- 
cia em cada estádio à medida que se processa o desenvolvimento. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):41-46, 20 jan. 1979 


O índice de mortalidade real da população em desenvolvimento é 
bastante elevado durante os estádios ninfais. No caso considerado ficou em 
torno de 91% (tabela 2). 

Examinando a tabela 3, nota-se que a esperança de vida de uma po- 
pulação de Be/ostoma spp. adultos, em aquário, tende a diminuir à medida 
que o inseto permanece neste meio. A taxa de mortalidade eleva-se, brus- 
camente, após 3 dias de sobrevivência dos insetos neste meio, permanecendo 
mais ou menos constante até 10 dias quando atingiu o máximo de 40%. A 
taxa de sobrevivência mostra-se elevada durante os 3 primeiros dias de vida 
no aquário, decrescendo gradativamente após. 

A curva de sobrevivência da população da tabela 1 demonstra que o 
número de sobreviventes decresce, expressivamente, com o aumento de idade 
(Fig. 1). Quando no estado adulto, o número de sobreviventes também 
decresce com a idade, mas de maneira bem menos expressiva (Fig. 2). 


AGRADECIMENTOS 


Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico pela 
renovação, em abril de 1977, da Bolsa de Aperfeiçoamento; ao Prof. Dr. Arno Antonio Lise, 
nosso orientador; à colega, Prof.? Mestre Hilda Alice de Oliveira Gastal pelas sugestões na 
elaboração do texto e à Prof.? Dra. Jocélia Grazia por ter-nos iniciado neste tipo de pesquisa. 


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 


DE CARLO, J. A. 1939. 1. Metamorfosis de Be/ostoma elegans Mayr. — II. Belostoma ellip- 
tıcum Latreille = Belostoma impavidum Torre Bueno. (Hemiptera — Belostomatidae). 
Revta. Soc. ent. argent., Buches Aires, 10(2):231-4, nov. lest. 

HUNGERFORD, H. B. 1919. Notes on the aquatic Hemiptera. Kans. Univ. Sci. Bull., 
Lawrence, 11:141-51, Dec. 

LANZER, M. E. B. 1975. Nota prévia sobre o comportamento de Be/ostoma Latreille, 1807 e 
Lethocerus Mayr, 1853 em aquários e no meio ambiente. Iheringia. Ser. Divulg., Porto 
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SCHNACK, J.A. 1971. Las ninfas del genero Be/ostoma Latreille (Hemiptera, Belostomatidae). 
I. Belostoma oxyurum (Dufour) y B. bifoveolatum Spinola. Revta. Soc. ent. argent., 
Buenos Aires, 33(1/3):77-85, dic. 

SILVEIRA NETO, S. et alıi. 1976. Manual de ecologia dos insetos. São Paulo, Agronômica 
Ceres, p. 176-283. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):41-46, 20 jan. 1979 


46 LANZER DE SOUZA, M.E 


estádios ninfais 


Fig. | 


48 72 120 144 168 192 216 240 264 288 


sobrevivência em horas ; & ) 


Figs. 1-2: Be/ostoma spp. curva de sobrevivência: 1. da população em desenvolvimento pós-em- 
“brionário, considerada na tabela 1; 2. de adultos considerados na tabela 3. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):41-46, 20 jan. 1979 


Presença de Dendrophryniscus brevipollicatus ESPADA, 
1870 no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Anura, 
Bufonidae ) * 


Pedro Canisio Braun ** 
Cristina Assunção Sirangelo Braun *** 


RESUMO 


Os autores comentam o primeiro registro de ocorrência de Dendrophryniscus brevipollicatus 
ESPADA, 1870 no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, fazendo uma sucinta descrição dos 
exemplares, bem como tesendo algumas considerações de ordem sistemática, zoogeográfica e 
ecológica. 


ABSTRACT 


The authors comment the first occurrence of Derdrophryniscus brevipollicatus ESPADA, 
1870 registered in the Rio Grande do Sul state, Brazil, making a succint description of the 
specimens and, also systematic, zoogeographic and ecologica] considerations. 


INTRODUCAO 


Dendrophryniscus brevipollicatus foi descrito por ESTADA em 1870, 
que indicou como localidade-tipo Corcovado, Rio de Janeiro. MIRANDA-RI- 
BEIRO (1926) dividiu a espécie em três subespécies, que foram invalidadas 
por COCHRAN (1954). McDIARMID (1971) colocou D. brevipollicatus na 
família Bufonidae, o que é aceito e corroborado por RUIZ-CARRANZA & 
HERNANDEZ-CAMACHO (1976). Nesses trabalhos a distribuição geo- 
gráfica da espécie está restrita aos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo. 
Entretanto, CARVALHO (1949), afirmou ser presumível que D. brevipo- 
Micatus tenha por área de distribuição toda a cadeia litorânea e contrafortes, a 
partir do Estado do Espírito Santo até Santa Catarina. 

Em recentes coletas no Município de Cambará do Sul, Rio Grande do 
Sul (RS), foram capturados três exemplares que são descritos aquí, sendo 
acrescidos alguns dados morfológicos e ecológicos. 

- Os espécimens foram depositados na coleção de anfíbios do Museu de 
Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN). 


Aceito para publicação em 5/V/1978. Contribuição FZB n.º 087: Realizado, em parte, com auxílio da Fundação 
de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS Proc. Biol. 163/76). 

Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, 
Caixa Postal 1188, 90.000 - Porto Alegre, RS, Brasil. Bolsista do Conselho .Nacional de Desenvolvimento Cien- 
. tífico e Tecnológico (CNPq Proc. 1111.4532/76). 


Técrico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, 
Porto Alegre. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):47-52, 20 jan. 1979 


48 k BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S. 


MATERIAL EXAMINADO 


MCN 11028 e MCN 11029, fêmeas adultas; MCN 11030, jovem, Itaimbezinho, Municipio de 
Cambará do Sul, RS, Brasil, 21.X11.1976, S. Scherer & A. A. Lise leg. 


DESCRIÇÃO DOS EXEMPLARES 


MCN 11029(fig. 1) e MCN 11028, fêmeas adultas: Corpo alongado e 
esbekto. Cabeça mais comprida que larga, cabendo cerca de três vezes no 
comprimento do corpo. Focinho ponteagudo com uma depressão central 
evidente: mandíbula superior projetando-se bastante além da inferior. 
Narinas laterais, separadas entre si por um espaço menor que a distância 
olho-narina, e situadas muito próximas da ponta do focinho. Espaço interor- 
bital quase igual à distância olho-narina. Tímpano invisível. Língua pequena 
e livre posteriormente. Olhos grandes, laterais, com pupila horizontal e com 
diâmetro igual ao espaço interocular. Região dorsal apresentando pequenas 
granulações. Membros superiores formados por braços longos, mãos com 
dedos finos, palmados na base, sendo o primeiro muito curto. Ponta dos de- 
dos em forma de T e bastante almofadadas. Tubérculo carpal externo bem 
desenvolvido, interno ausente. Tubérculos subarticulares com desenvolvi- 
mento mediano. Membros inferiores com pernas bem desenvolvidas. Pés com 
dedos palmados pouco mais de 1/4, apresentando tubérculos metatarsais 
arredondados e salientes. Tubérculo tarsal externo presente, interno quase 
imperceptível. Calcanhar alcançando a parte anterior do olho. Fêmur maior 
que a tíbia. 


Coloração nos exemplares vivos: Coloração dorsal com fundo esverdeado, 
sendo visível um X de cor preta, logo atrás da cabeça. Na região sacral 
aparece uma mancha preta em forma de U invertido. Próximo ao X dorsal, a 
tonalidade é alaranjada com pequenas pontuações escuras. Nos lados do 
corpo se destaca uma mancha martom escura. Esta mancha inicia na narina, 
alcança o olho, e se continua alargando até a metade do corpo para afinar-se 
em direção à região inguinal. Esta apresenta manchas amarelas bastante 
nítidas. Nos lados da.cabeca, a tonalidade é amarelada abaixo da linha escura 
que vai do focinho ao olho. Entre os olhos há uma faixa preta que atinge as 
pálpebras superiores em toda a sua largura. Membros superiores apresentam 
manchas pretas e alaranjadas, que aparecem até no dorso das mãos. Face 
inferior dos membros superiores amarelada, com poucas manchas pretas. Face 
dorsal do fêmur com manchas marrom escuro, intercaladas com tons alaran- 
jados e esverdeados. Há uma grande mancha escura na parte: mediana da 
tíbia. Pés alaranjados, tanto dorsal como ventralmente, e ponta dos dedos 
avermelhada. Na face ventral dos exemplares vivos, as regiões gular, peitoral 
e abdominal, apresentam-se amareladas com algumas pontuações pretas. 
Uma linha muito fina e escura, vai desde a porção mediana da borda do 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):47-52, 20 jan. 1979. 


Presença de Dendrophryniscus... 49 


maxilar inferior até a região anal. Face interna do fêmur, próxima ao ânus, 
escura com pontuações amarelas. 

Em álcool: A coloração dorsal torna-se de fundo cinzento com as man- 
chas em X e em U invertido pretas. A mesma mudança verifica-se na face 
dorsal dos membros superiores e inferiores. Na .coloração ventral nota-se o 
enfraquecimento da cor amarela e o avivamento das pontuações escuras e da 
linha mediana. 

MCN 11030, jovem: Metamorfoseado há pouco tempo, apresentando, 

ao vivo, uma coloração dorsal intensamente alaranjada, principalmente na 
cabeça. Desenhos dorsais nítidos. Região inguinal verde. Coloração ventral 
amarelada com muitas pontuações escuras. Conservado em álcool adquire 
a mesma coloração dos adultos nesta condição. 
Medidas dos exemplares (mm): MCN 11028 - comprimento do corpo 
24,4: comprimento da cabeça 8,3; largura da cabeça 7,0; espaço inter- 
narinas 1,7; distância olho-narina 2,7; distância narina-focinho 1,3; fêmur 
11,3; tíbia 10,5; pé 15,4. MCN 11029 - comprimento do corpo 23,9; com- 
primento da cabeça 7,9; largura da cabeça 6,9; espaço internarinas 1,6; 
distância olho-narina 2,6; distância narina-focinho 1,3; fêmur 10,9; tíbia 
10,5; pé 15,1. MCN 11030 - comprimento do corpo 11,7; comprimento da 
cabeça 4,0; largura da cabeça 3,7; espaço internarinas 0,7; distância olho- 
narina 1,7; distância narina-focinho 0,5; fêmur 5,3; tíbia 5,2; pé 7,2. 


COMENTÁRIOS FINAIS 


Os exemplares foram capturados num local de difícil acesso. Não 
estavam em bromeliáceas, seu ambiente preferido, mas sobre pedras, de onde 
saltavam ante qualquer aproximação. Essas pedras estavam encravadas a uma 
distância de 500 m do fundo de um precipício com cerca de 800 m de 
profundidade. Essa formação rochosa faz parte dos últimos contrafortes da 
Serra do Mar que atinge a região nordeste do RS. A temperatura local baixa 
muito durante a noite e o frio é intenso no inverno, atingindo marcas abaixo 
de zero grau centígrado. Outros exemplares foram avistados mas nenhum 
deles estava próximo de bromeliáceas, que são raras no local. 

A ocorrência de D. brevipollicatus no RS, amplia significativamente a 
área de distribuição dessa espécie, confirmando CARVALHO (1949) A 
penetração ng RS de fauna típica da região sudeste do Brasil, através da Serra 
do Mar, há muito vem sendo constatada pelos autores deste trabalho e tem 
no registro da ocorrência de D. brevipollicatus um ponto a mais de reforço. 


AGRADECIMENTOS 


Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e à Fundação de 
Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul, respectivamente, pela bolsa e auxílio 
concedidos; ao Pesquisador Dr. Arno A”. Lise e ao Sr. Schrezino Scherer pela coleta dos exem- 
plares. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):47-52, 20 jan. 1979 


50 BRAUN, P.C. & BRAUN, CASS. 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 


BOKERMANN, W. C.A. 1966. Lista anotada das localidades tipo de anfíbios brasileiros. São 
Paulo, RUSP, Serviço de Documentação, 183 p. 

CARVALHO, A. L. de 1949. Notas sobre os hábitos de “'Dendrophryniscus brevipollicatus'' 
ESPADA (Amphibia-Anura). Rev. Bras. Bio/., Rio de Janeiro, 9(2):223-7. 

COCHRAN, D.M. 1954. Frogs of southeastern Brazil. Bull. U. $. natn. Mus., Washington 
(206):10-2. 

ESPADA, MJ. de la 1870. Faunae neotropicalis species quae dam nodum cognitae. J. Sci. 
Math. Phys. Nat. Lisboa, 3(9):57-65. apud COCHRAN D. M., 1954. 

LUTZ, B. 1954 Anfíbios anuros do Distrito Federal. Merz. Inst. Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 
52(1):155-237. 

McDIARMID, R. W. 1971. Comparative morphology and evolution of Frogs of the Neotropical 
genera Aszelopus, Dendrobhryniscus, Melanophryniscus and Oreophrynell. Bulletin of the 
Los Angeles County Museum of Natural History, (12):1-65. 

MIRANDA-RIBEIRO, A. de 1920. Os Brachycephalydeos do Museu Paulista. 'Rev. Mus. Paul., 
São Paulo, 12:305-15. 

— |, 1926. Notas para servirem ao estudo dos Gymnobatrachios (Anura) Brasileiros. Archos 
Mus. nac., Rio de Janeiro, 27:1-127. 

MYERS, G.S. 1946. Lista provisória dos anfíbios do Distrito Federal. Bo/m Mus. nac., Rio de 
Janeiro (55):1-36. 

RUIZ-CARRANZA, M. & HERNÂNDEZ-CAMACHO, J. 1. 1976. Osornophryne, genero nuevo 
de anfíbios bufonidos de Colombia y Ecuador. Ca/dasia, Bogotá, 11(54): 93-148. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):47-52, 20 jan. 1979 


Desvio ta a IS | 


FIG 1 


Fig. 1. Dendrophryniscus brevipollicatus ESPADA, 1870 fêmea adulta - MCN 11029; vista 
dorsal. 


IHERINGIA. Sér. Zoal., Porto Alegre (54):47-52, 20 jan. 1979 


Considerações sobre Pseudoboa haasi (BOETTGER, 
1905 )no extremo sul do Brasil (Ophidia: Colubridae). * 


Thales de Lema ** 
Leonor Alice Matschulat Ely*** 


RESUMO 


O encontro de três especimehs de Pseudoboa haas: (BOETTGER, 1905) no extremo sul do 
Brasil, um a nordeste do Estado do Rio Grande do Sul, e dois a sudeste do Estado de Santa 
Catarina, amplia a distribuição geográfica desta espécie para todo o Planalto Meridional 
Brasileiro, área de ocupação de Araucaria angustifolia (BERTOL.) O. KITZ. A descrição dos 
referidos exemplares contribui para o conhecimento dessa espécie, que foi pouco estudada até o 
momento. 


ABSTRACT 


The encounter and description of three specimens of Pseudoboa haasi (BOETTGER, 1905), 
captured in extreme southern Brazil, one in northeastern Rio Grande do Sul State, and two in 
southern Santa Catarina State, enlarges the geographical distribution, and contributes to the 
knowledge of this species. With this work, its known that it occupies all the occurence region of 
Araucaria angustifolia (BERTOL.) O. KITZ. There are few data on this species, except the 
ontogenetic study of AMARAL (1927). 


INTRODUÇÃO 


Pseudoboa haasi foi descrita por BOETTGER (1905) com base em dois 
espécimens procedentes do Paraná, Brasil. AMARAL (1927) fez um estudo 
comparativo da evolução ontogenética de P. haası e Clelia clelia (DAUDIN, 
1803), afirmando que diferem basicamente na coloração dos jovens e na 
duplicidade ou não dos escudos subcaudais, tendo utilizado 16 espécimens 
de P. haasi da coleção do Instituto Butantan de São Paulo, procedentes do 
Estado do Paraná e do norte do Estado de Santa Catarina. 

AMARAL (1929), em sua lista remissiva, afirmou que P. haası é comum 
no Paraná e Estados vizinhos. BAILEY (in PETERS & OREJAS-MIRANDA, 
1970) constatou que a espécie ocorre nas florestas de araucária do Paraná e 
região setentrional de Santa Catarina. AMARAL (1977)) apresentou uma 
estampa colotida, citando que ocorre na zona sul-oriental do Brasil, do 
Paraná ao Rio Grande do Sul, mas não especificou a procedência do material 
em que se baseou. 


Aceito para publicação em 11/V/1978. Contribuição FZB n.º 088. 
Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 
90.000 Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e 
Tecnológico - CNPq (Proc. n.º 1111-0019/68). E 

*** Bolsista do CNPq (Proc. n.º 1111-10361/76) no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio 
Grande do Sul. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):S* 56, 20 jan. 1979 


54 LEMA, T. de. & ELY, L.A.M. 


Pelo exposto, a ocorrência desta espécie para o sul, além de Santa 
Catarina setentrional, não está devidamente comprovada. Encontramos três 
exemplares na coleção herpetológica do Museu de Ciências Naturais da 
Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul (MCN), um do Rio Grande do 
Sul (RS) e dois de Santa Catarina (SC), justamente das áreas não registradas 
com base em espécimens. O exame dos mesmos mostrou aspectos que não 
seguem exatamente os dados citados nos trabalhos anteriores, evidenciando o 
pouco conhecimento que se tem da espécie. 


DESCRIÇÃO DOS EXEMPLARES 


I. MCN 4097 - Criciúma, Município de Criciúma, SC; 16.X.1973; V. 
Zanetti leg. Filhote, macho. 

Morfologia: Cabeça grande, larga, arredondada. 

Folidose: Dorsais 19-19-17. Supralabias 7/7, I-V/III-V em contato com 
a örbita. Infralabiais 8/9, I-V/I-V em contato com mentais anteriores. 
Temporais 2 + 3/2 +3. Ventrais 1 + 197 + anal. Subcaudais 78. 

Medidas: Comprimento da cabeça 16mm, do tronco 324mrı, da cauda 
93mm, total 433mm. Relações: Cabeça/total 0,0369, tronco/total 0,746, 
cauda/total 0,21. 

Coloração: Cabeça: preta do focinho até a parte anterior dos parietais, e 
branca daí para trás até 3 escamas vertebrais. Zona vertebral: parda escura, 
estreitando-se para trás, inicialmente da largura de 9 fileiras de dorsais, 
passando para 7 no meio do tronco e para trás. Zona pleural: rosada, da 
largura de 5 fileiras de dorsais. Ventre: branco marfim. 

H. MCN 6553 - BR 101 (Km 28), entre Osório e Capão da Canoa, 
Município de Osório, RS; 09.X.1977; T. de Lema leg. Jovem, macho. Morta 
na estrada, esmagada parcialmente pelo tráfego, encontrada às 11h30min. 

Medidas: Apenas o comprimento caudal, cerca de 230mm. 

Coloração: Cabeça: preta uniforme, sem vestígios do anel nucal branco. 
Zona vertebral: preta luzidia, da largura de 9-7-3 filas de dorsais, sendo da 
largura de 7 filas na maior parte do corpo, passando para 5 no terço final e 3 
apenas na zona pré-anal. Zona pleural: vermelha, ocupando 5-7 filas de 
dorsais em cada lado. As margens da faixa preta vertebral são irregulares, com 
manchas pretas pequenas, que vão diminuindo de tamanho e espaçando-se 
gradativamente para o ventre sobre o lado vermelho. Ventre: branco marfim. 

III. MCN 6636 — Baixo Jordão, Siderópolis, Município de Criciúma, 
SC; 08.XI1.1977; T. de Lema leg. Jovem, macho. Estava sob um pedaço de 
tronco de árvore tombado sobre a grama na margem da rodovia, às 14h, em 
dia de sol forté e temperatura elevada. Inicialmente, mostrou movimentos 
lentos, depois movimentos rápidos e bruscos. 

Morfologia: A cabeça é bastante larga e arredondada, bem como propor- 
cionalmente maior do que no espécime MCN 4097. 

Folidose: Dorsais 19-19-17. Supralabiais 7/7, IV/IV em contato com a 
órbita. Infralabiais 7/7, I-IV/IL-IV em contato com os mentais anteriores. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):53-56, 20 jan. 1979 


Considerações sobre Pseudoboa haası... 55 


Temporais 2+2+2/2+2+2. Ventrais 1+ 197 +anal. Subcaudais 56+n 
(cauda mutilada na extremidade). 

Medidas: Comprimento da cabeça 18mm, do tronco 422mm, da cauda 
108mm +n (mutilada), total 548mm + n. Relações: Cabeça/ total 0,032, 
tronco/total 0,77, cauda/total 0,197. Comparando a relação cauda/total com 
a do espécime MCN 4097 é possível deduzir que é pequena a parte que falta 
da cauda. 

Coloração: Cabeça: preta anteriormente, com larga faixa branca no meio 
dos parietais até 3 escamas vertebrais. Zona vertebral: escura, mais larga 
anteriormente ocupando 11-7-5-3 filas de escamas dorsais. Zona pleural: rosa 
forte da largura de 4-6-7-8 filas de dorsais de cada lado. Ventral: branco 
marfim. 


NOTAS BIOLÓGICAS 


Apenas AMARAL (1927) escreveu sobre a biologia da espécie, afirman- 
do que P. haası é frequentemente encontrada sobre arbustos e árvores e que 
se alimenta de pequenas aves. Este autor concluiu que P. haasi possuí sub- 
caudais ímpares devido ao tipo de vida arboricola, diferenciando-se de C. 
clelia, que vive no chão e possuí subcaudais pares. Em 1977, na legenda da 
estampa citada, afirmou que esta espécie é terrestre e onicarnívora. Por outro 
lado, em ambos os trabalhos ele manteve as duas espécies, C. clelia e P. 
haası, no gênero Pseudoboa SCHNEIDER, 1801, alegando que a presença de 
subcaudais pares e ímpares depende de fatores biológicos e não tem valor 
para a diferenciação genérica, mas sim, específica. Isto é contraditório uma 
vez que o próprio autor reconheceu que ambas as espécies são terrestres. 


DISCUSSÃO E CONCLUSÕES 


Segundo AMARAL (1927) a coloração indica a idade e, neste caso, os 
dois espécimens MCN 4097 e MCN 6636 seriam determinados como recém- 
nascidos. Isto não é correto, porque estes exemplares já apresentam um porte 
maior que o dos recém-nascidos, possuindo colar nucal branco bastante largo. 
No citado trabalho, AMARAL diz ter examinado 16 espécimens, afirmando 
que, a coloração pleural desde que nascem até a fase etária média, é rosada, 
sendo invadida gradativamente pela melanina à medida que crescem, restan- 
do 2 a 3 filas paraventrais de cada lado de cor ligeiramente pardacenta. 
Outrossim, afirma que a região vertebral é inicialmente pardacenta, tornan- 
do-se parda anegrada no porta médio, chegando ao negro luzido nos adultos 
bem desenvolvidos. No espécimen MCN 6553, do Rio Grande do Sul, o lado 
pleural é vermelho vivo e a região vertebral preta luzidia, e nos dois espé- 
cimens de Santa Catarina a região vertebral é preta fosca, quase cinzenta, 
nunca pardacenta. Na estampa de AMARAL (1977) o ventre é amarelado, 
mas nos três espécimens aqui examinados e pelos dados de BOETTGER 
(1905), a coloração ventral é branco marfim. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):53-56, 20 jan. 1979 


56 LEMA, T. de. & ELY, L.A.M. 


O material examinado e os raros dados publicados não permitem con- 
clusões maiores sobre a variação observada. De qualquer forma, é possível 
notar uma gradação cromática nos espécimens distribuídos de norte a sul: os 
do Paraná possuem a zona vertebral pardacenta e os lados rosados, os de 
Santa Catarina possuem a zona vertebral preta ruça com os lados rosados, e 
no do Rio Grande do Sul a zona vertebral é preta luzidia e os lados ver- 
melhos. Apesar desta espécie ocupar a região do Planalto Meridional Bra- 
sileiro, não é inviável pensar-se em, pelo menos, duas raças geográficas, uma 
no Paraná e outra no Rio Grande do Sul, sendo Santa Catarina uma área de 
intergradação. 

Se realmente esta espécie é comum, como está registrado por AMARAL 
(1929), seria desejável o exame de maior número de espécimens. No Rio 
Grande do Sul ela parece ser rara, só ocorrendo no extremo nordeste. 

A região do Baixo Jordão situa-se na encosta do Planalto Meridional do 
Brasil, e Criciúma logo abaixo do Planalto em direção ac litoral. As ocorrên- 
cias registradas pelos poucos autores que se ocuparam desta especie, são todas 
do Planalto (Paraná e norte de Santa Catarina). 

A ocorrência em Osório, RS, constata o que vimos observando com 
outras espécies de répteis, isto é, representantes típicos do Planalto que se 
dispersam para o sul através das chamadas Encostas Superior e Inferior do 
mesmo, que apresentam um aspecto orográfico escalariforme, isto é; uma 
sucessão decrescente de elevações que partem do Planalto e atingem a 
Depressão Central, favorecendo a descida da fauna reptante da parte alta 
para a parte baixa. 

A distribuição geográfica da espécie fica, pois, documentada para todo o 
Planalto Meridional Brasileiro, justamente na área de ocupação conhecida de 
Araucaria .angustifoha (BERTOL.) O. KITZ, como afirmou BAILEY (op. 
cit.). 


AGRADECIMENTOS 


Agradecemos ao Diretor do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio 
Grande do Sul pela franquia dos laboratórios e coleções científicas. 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 


AMARAL, A. do 1926. 3.2 Nota de nomenclatura ophiologica: 1) Sobre a preferencia do nome 
generico ‘‘Pseudoboa’’ SCHNEIDER, 1801, a '“Clelia'' FITZINGER, 1826 e “Oxyrhopus' 
WAGLER, 1830. Revista do Museu Paulista, São Paulo, 14:10-13. 

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e P. haasi (BOETTGER, 1906). Revista do Museu Paulista, São Paulo, 15:105-10, il. 

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ophidios neotropicais. Memorias do Instituto Butantan, São Paulo, 4:3-68. 

. 1977. Serpentes do Brasil. Iconografia colorida. (Brazilian snakes: a color iconography). 
São Paulo, Melhoramentos. 247p., 164est. 

BOETTGER, O. 1905. Zoologischer Anzeiger, Berlin, 29:374 [microfilme. 

PETERS, J. A. & OREJAS-MIRANDA, B. 1970. Catalogue of the Neotropical:Squamata. Part I. 
Snakes. Bulletin of the United States National Museum, Washington (297):1-347, il.' 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):53-56, 20 jan. 1979 


Algumas esponjas monaxonidas (Porifera: Demonspon- 
giae )do litoral sul do Brasil, Uruguai e Argentina. * 


Beatriz Mothes de Moraes ** 
Sheila Marques Pauls *** 


RESUMO 


É confirmada a ocorrência de Suberites caminatus RIDLEY & DENDY, 1886 para o litoral 
uruguaio (34º 19'S - 51° 42’ W) e Tedania massa RIDLEY &: DENDY, 1886 para a 
desembocadura do Rio de La Plata (35º43'S - 53º08'W). Registra-se pela primeira vez a 
ocorrência de Pseudosuberites melanos LAUBENFELS, 1934 para o litoral sul-brasileiro (32º 44' 
S - 51º 47'W), o que vem ampliar a distribuição geográfica desta espécie. No presente estudo 
são descritas as estruturas esqueletais e outros caracteres-morfológicos. 


ABSTRACT 


Description of skeletal structure and morphological characteristics of several specimens of 
Tedania massa RIDLEY & DENDY, 1886 (35° 43' S - 53°08’W); Suberites caminatus RIDLEY 
& DENDY, 1886 (34º19'S - 51º42'W) and Pseudosuberites melanos LAUBENFELS, 1934 
(32º44'S - 51°47’W) dredged from south Brazilian to Rio de La Plata coastal waters come to 
enlarge original descriptions and geographical distribution for those species. Pseudosuberites 
melanos has its first record of occurrence for the Atlantic South American coast. 


INTRODUÇÃO 


Vimos nos dedicando até o presente ao estudo de esponjas marinhas da 
costa sul-brasileira, no entanto, o encontro de espécimes coletados no litoral 
do Uruguai e da Argentina, levaram à realização do presente trabalho, 
ampliando o conhecimento da fauna bêntica desta porção do litoral sul- 
atlântico. 

Em 1876, por ocasião da passagem da expedição científica “Challenger” 
pelo litoral uruguaio, foram coletados espécimes de Suberites caminatus 
RIDLEY & DENDY, 1886 e Tedania massa RIDLEY & DENDY, 1886. 

BURTON (1940), estudando as esponjas marinhas depositadas no 
Museu Argentino de Ciências Naturais, registrou a ocorrência de T. massa 
para a costa uruguaia e argentina. 

Durante a 1 e II Campanhas Oceanográficas do Museu Rio-Grandense de 
Ciências Naturais, atual Museu de Ciências Naturais (1954 e 1964) foram 
coletados vários espécimes de T. massa no litoral uruguaio e dois espécimes 


Aceito para publicação em 15/VIII/1978. Contribuição FZB n.º 108 

** Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Cx. Postal 1188, 
90000 Porto Alegre, RS, Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (T.C. 
n.º 14821/74). 

*** Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (T.C. n.º 825/74). 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):57-66, 20 jan. 1979 


58 MOTHES DE MORAES, B. & PAULS, S.M. 


de Pseudosuberites melanos LAUBENFELS, 1934, no litoral do Rio Grande 
do Sul em frente ao farol Sarita. 

Em 1968 e 1972, nos “Programas do Rio Grande do Sul I e II’, rea- 
lizados através do convênio entre o Grupo Executivo do Desenvolvimento da 
Pesca (RS) e o Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, foram 
coletados espécimes de T. massa e S. caminatus, confirmando registros 
anteriormente citados. 

VOLKMER-RIBEIRO et alii (1973) já haviam registrado a ocorrência do 
gênero Pseudosuberites TOPSENT, 1898 para a costa do Rio Grande do Sul. 

Em 1973 BOURY-ESNAULT, estudando o material recolhido pelo navio 
oceanográfico '*Calypso”” (1961-1966) na costa atlântica da América do Sul, 
“cita a ocorrência de 6. caminatus para a costa brasileira na região compreen- 
dida desde o Rio de Janeiro até o Rio Grande do Sul. 


MATERIAL E MÉTODOS 


Os exemplares estudados estão conservados em álcool 70% e depositados na coleção de 
Porifera do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. 

O método usado nas preparações de dissociação espicular segundo MOTHES DE MORAES 
(prelo). 

Os desenhos dos espículos foram elaborados em microscópio biológico Zeiss binocular, com 
câmara clara. 

Abreviaturas usadas no texto: Est., estação oceanográfica; N/0c., navio oceanográfico; 
MEN, Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul. 


Pseudosuerites TOPSENT, 1898 
Pseudosuberites melanos LAUBENFELS, 1934 


(Fig. 1-2) 


Pseudosuberites melanos LAUBENFELS, 1934:9: DESQUEYROUX, 
1972315: 
Pseudosuberites pseudos DICKINSON, 1945:38. 


MATERIAL EXAMINADO: MCN 130 (lote-com 7 espécimes), 32º44'S - 51° 47’W, 30m de 
profundidade, 23/VII/1959, navio pesqueiro ''Pescal II’’. 


Foram examinados sete espécies inteiros, com formas que variam da 
subesférica a hemisférica. Os exemplares medem 7 cm de comprimento, 5,5 a 
9 cm de largura e 4 a 9 cm de altura. 

O material fixado tem cor marrom-escura nas bordas que delimitam a 
porção externa da esponja, e amarelada na porção interna. 

O córtex da esponja apresenta consistência rígida enquanto que o 
coanosoma apresenta-se flexível. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):57-66, 20 jan. 1979 


“Algumas esponjas monaxonidas... 59 


A superfície da esponja é coberta por papilas, que têm em média 2 mm 
de diâmetro, sendo equidistantes entre si. 

Na porção superior das papilas ocorrem ósculos, na sua maioria cerrados, 
no material fixado. 

O esqueleto apresenta um córtex formado por uma densa camada de 
espículos longos e robustos, do tipo tilóstilo, perpendiculares à superfície da 
esponja. O coanosoma apresenta uma rede difusa de espículos delgados, do 
mesmo tipo do córtex. 

ESPÍCULOS — Megascleras: tilóstilos longos, robustos ou delgados, retos ou 
com uma discreta curvatura, apresentando as extremidades gradualmente 
aguçadas. Podem ocorrer malformações (tamanho: 374 a 529 micrômetros de 
comprimento e 4 a 17 micrômetros de largura). 

COMENTÁRIOS — Os espécimes foram coletados com rede de arrasto na 
costa do Rio Grande do Sul, em frente ao farol Sarita. Este é o primeiro 
registro da espécie para a costa atlântica sul-americana. 

Em alguns espécimes observa-se a presença de poliquetos na porção 
inferior da esponja. t 

Os espécimes estudados apresentam os ósculos em sua maioria fechados. 

Os exemplares identificam-se com os descritos por LAUBENFELS (1934), 
DICKINSON (1945) e DESQUEYROUX (1972), diferindo destes apenas no 
que tange à cor dos espécimes e tamanho dos espículos. A cor observada,nos 
espécimes difere daquela descrita por LAUBENFELS como sendo preta, 
porém é idêntica àquela citada por DICKINSON e DESQUEYROUX. O - 
tamanho dos espiculos é maior do que os descritos por LAUBENFELS, DIC- 
KINSON e DESQUEYROUX. 

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA — Estados Unidos (Baixa Califórnia), 
México (costa do Oceano Pacífico), Antilhas e Chile (Valparaiso a Chiloe). 
DISTRIBUIÇÃO BATIMÉTRICA — Ocorre geralmente em águas rasas, em 
profundidade nunca superiores a 30 m. 


Suberites NARDO, 1833 
Suberites caminatus RIDLEY & DENDY, 1886 


(Fig. 3-4) 


Suberites caminatus RIDLEY & DENDY, 1886:484; 1887:198; SHAW, 
1927:436; KOLTUM, 1964:25; BOURY-ESNAULT, 1973:277. 


MATERIAL EXAMINADO: MCN 432 (lote com 2 espécimes), Est. 441, 34° 19'S - 51°42’W. 
196m de profundidade, 31/X/1968, N/Oc. “'Prof. W. Besnard.’’ 


Os espécimes observados apresentam forma hemisférica. O tamanho dos 
exemplares varia entre 1,0 a 1,1 cm de diâmetro e 0,7 a 0,8 cm de altura. 

A cor do material fixado é branco-acinzentado na porção externa e 
levemente amarelada na porção interna. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):57-66, 20 jan. 1979 


/ 


60 MOTHES DE MORAE, B. & PAULS, S.M. 
O 535333535 EEE aé 


“Em um dos espécimes foi observado na porção superior uma projeção 
tubular com um ósculo aberto na extremidade. Os exemplares apresentam 
consistência levemente endurecida na zona do córtex e delicada no coano- 
soma. 

O esqueleto da esponja é formado por espiculos do tipo tilóstilo. Os do 
córtex apresentam-se de tamanho pequeno e formam uma densa camada com 
disposição perpendicular a superfície. Os espículos do coanosoma são 
maiores, dispostos em feixes que se abrem para fora em forma de leque, 
apresentando orientação perpendicular ou oblíqua em relação ad córtex. Estes 
espículos, por serem às vezes muito longos, atravessam as paredes do córtex e 
se projetam: além'da superfície externa que delimita a esponja. 

ESPÍCULOS — Megascleras: a) tilóstilos robustos, retos ou com uma discreta 
curvatura próxima à região basal; a porção apical apresenta-se arredondada ou 
levemente triangular (tamanho: 165 a 399 micrômetros de comprimento e 6 
a 14 micrômetros de largura): b) tilóstilos delgados, retos, gradualmente 
aguçados em direção ao ápice, ocorrendo um discreto espessamento na porção 
mediana; a porção apical apresenta-se oval ou levemente pontiaguda (ta- 
manho: 902 a 1536 micrômetros de comprimento e 9 a 20 micrômetros de 
largura). 

COMENTÁRIOS — Os espécimes foram coletados no litoral uruguaio. Os 
exemplares estão fixados sobre fragmentos de conchas de moluscos e tubos de 
poliquetos: 

Os especimes estudados säo semelhantes aos citados por RIDLEY & 

DENDY (1886, 1887), SHAW (1927) e BOURY-ESNAULT (1973), apenas 
diferindo no tamanho dos espículos, que são maiores do que os aqui 
observados. Porém KOLTUM (1964) revela a ocorrência de espículos bem 
menores que os examinados no presente trabalho. 
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA — Ilhas Marion e zonas próximas às Ilhas 
de Kerguelen e Ilha Heard (Oceano Índico); Tasmânia (Ilha Maria), Brasil 
(Sarita-RS ao Rio de Janeiro-RJ), Argentina (frente a desembocadura do Río 
de La Plata), Oceano Antártico. 


DISTRIBUIÇÃO BATIMÉTRICA — Varia de 5 até 1080 metros de profun- 
didade. 


Tedania GRAY, 1867 
Tedania massa RIDLEY & DENDY, 1886 


(Fig. 5-8) 


Tedania massa RIDLEY & DENDY, 1886:335; :1887:53; BURTON, 
1940:106. 


MATERIAL EXAMINADO: MCN 146, 36º22'S - 53º39'W, 142m de profundidade; 
15/VII/1964, navio pesqueiro “'Pescal II”: MCN 158, 35º50'S - 53°17’W, 130m de profund., 
13/VII/1964, navio pesqueiro “'Pescal II’’, MCN 159, 36º07'S - 53º26'W 157m de profund., 
15/VII/1964, navio pesqueiro ‘'Pescal II’’; MCN 160, 36º15'S - 53º30'W, 144m de profund., 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):57-66, 20 jan. 1979 


Algumas esponjas monaxonidas... : en 


16/VII/1964, navio pesqueiro “'Pescal II’’; MCN 170, 35º44'S - 53°08’W 144m de profund., 
13/VII/1964 navio pesqueiro ‘‘Pescaf II’’; MCN 172, Punta Negra (Uruguai), 33m de profund., 
11/1961, R. Pontes leg.; MCN 405, Est. 1869, 35º43'S - 53º22'W, 99m de profund., 
12/VIII/1972, N/Oc. “'Prof. W. Vesnard’’; MCN 462, 36º06'S - 53°21’W, 144m de profund., 
14/VII/1964, navio pesqueiro ‘‘Pescal II’’. 


Os exemplares examinados apresentam forma lobosa. O tamanho oscila 
entre 3,5 a 13cm de comprimento, por 2,5 a 10 cm de largura e 1,5 a 4,5 cm 
de espessura. 

A cor do material fixado varia entre amarelo-pardacenta a rosada sendo 
que em algumas partes da superfície ocorre uma tonalidade mais escura. 

Os ósculos' estão distribuídos pela superfície ou dispostos em série na 
margem dos lobos da esponja, com tamanho variando de 2,5 a 3,0 mm de 
diâmetro. | 

A consistência dos espécimes é bastante delicada tanto externa quanto 
internamente. A superfície é lisa, apresentando regiões levemente híspidas 
devido às projeções de alguns espículos, que atravessam a parede externa da 
esponja. 

Próximo à superfície, mais precisamente na membrana dermal, ocorrem 
espículos do tipo tornote, os quais dispõem-se em pequenos feixes divergen- 
tes. Um pouco abaixo desta camada, encontram-se escleras do tipo räfides, 
muito longas, dispostas em feixes equinados, que podem ter orientação 
perpendicular ou paralela à superfície da esponja. No coanosoma encontra-se 
uma rede irregular de espículos do tipo estilo, os quais algumas vezes mis- 
turam-se com ráfides. 

ESPÍCULOS — Megascleras: a) estilos longos, robustos, retos ou ligeiramente 
curvos, apresentando uma extremidade aguçada e outra arredondada (ta- 
manho: 270 a 310 micrômetrs de comprimento e 11 a 15 micrômetros de 
largura); b) tornotes longos, delgados, retos, com extremidades abruptamen- 
te pontiagudas, podendo ocorrer malformações (tamanho: 219 a 250 mi- 
crômetros de comprimento e 4 a 9 micrômetros de largura). 

Microscleras: ráfides longas, muito finas, retas ou ligeiramente curvas, 
algumas apresentam a superfície rugosa com extremidades gradualmente 
aguçadas (tamanho: 214 a 250 micrômetros de comprimento). 
COMENTÁRIOS — Os espécimes foram coletados entre o Uruguai e o 
nordeste da Argentina, mais precisamente frente a desembocadura do Río de 
La Plata. Alguns espécimes apresentam associações com poliquetos. 

Os exemplares assemelham-se aos descritos por RIDLEY & DENDY 
(1886, 1887), principalmente quanto à disposição dos espículos e seus carac- 
teres morfológicos. Entretanto diferem da descrição original por apresentarem 
os espículos menores. 


DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA — Sudeste da Austrália, Uruguai, Argen- 
tina, Ilhas Malvinas, Estreito de Magalhães, Oceano Antártico. 
DISTRIBUIÇÃO BATIMÉTRICA — Varia de 90 a 1097 m de profundidade. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):5 ’-66, 20 jan. 1979 


62 MOTHES D MORAES, B. & PAULS, S.M. 


AGRADECIMENTOS 


Deixamos registrado o nosso reconhecimento a Profa. Dra. Cecilia Volkmer Ribeiro pela 
orientação recebida. 

Agradecemos a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul pelo 
auxílio recebido para aquisição de bibliografia. 


REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 


BOURY-ESNAULT, N. 1973. Spongiaires. In: CAMPAGNE DE LA ‘'CALUPSO’’ AULARGE 
DES CÓTES ATLANTIQUES DE L'ÁMERIQUE DU SUD (1961-1962). I. Resultats 
scientifiques des campagnes de la “Calypso”. Paris, Masson. fasc. 10, p. 277. 

BUCKUP, L. &THOMÉ, J. W. 1962. A viagem do ''Pescal II’’ em julho de 1959. Iheringia. 
Série. Zool., Porto Alegre (20):1-42, jan. 2est., 1 mapa. 

BURTON, M. 1940. Las esponjas marinas del Museo Argentino de Ciencias Naturales. An. Mus. 
argent. Cienc. nat., Buenos Aires, 40:95-121, est.1-8. 

DESQUEYROUX, R. 1972. Demospongiae (Porifera) de la costa de Chile. Gayana. Zoologia, 
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KOLTUM, V. M. 1964. Sponges of the Antartic. Part. 1. Tetraxonida and Corr acuspongida. 
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LAUBENFELS, M.W. de. 1934. New Sponges from Purto Rico Deep. Smithsonian masc. 
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MOTHES DE MORAES, B. Esponjas Tetraxonidas do litoral sul brasileiro: II. Material coletado 
pelo N/Oc. ''Prof. W. Besnard’’ no PRGS I. Bol. Inst. Oceanogr., São Paulo, 27(2). no 
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RIDLEY, S.O. & DENDY, A. 1886. Preliminary report ón the Monaxonida collected by H.M.S. 
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1887. Reporton the Monaxonida. In: THE VOYAGE OF H. M.S. CHALLENGER 
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SHAW, M. L. 1927. On a collection of sponges from Maria Island, Tasmania..Proc. zoo/. Soc. 
Lond., (1/2):419-39, pl. I. 

VOLKMER-RIBEIRO, C. et alli. 1973. Nota preliminar sobre Porifera. Relatório sobre a segunda 
pesquisa oceanográfica e pesqueira do Atlântico Sul entre Torres e Maldonado (lat. 29°S - 
35ºS), Programa Rio Grande do Sul II'' Publicação especial Instituto oceanográfico, São 
Paulo (3,pt.1):233-7. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):57-66, 20 jan. 1979 


Algumas esponjas monaxonidas... 63 


FIG.! 


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SOMM 


€ e f n 
2 b - rıo.2 

Figs. 1-2: Pseudosuberites melanos LAUBENFELS, 1934 - MCN 130: 1. Dois espécimes em 

vista dorsal; 2. espiculos: a-f. tilöstilos; g-1. extremidade dos tilöstilos; m. malformação na 


extremidade de um tilóstilo; n. malformação de um tilöstilo. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):57-66, 20 jan. 1979 


64 


MOTHES DE MORAES, B. & PAULS, S.M. 


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Figs. 3-4:Suberites caminatus RIDLEY & DENDY, 1886 - MCN 432: 2. espécime em vista 
lateral, na parte superior uma projeção tubular com um ósculo; 4. espículos em câmara clara: a- 


b. tilóstilos delgados; c-f. diferentes extremidades de tilóstilos delgados; g-i. tilóstilos robustos; 
j. extremidade de um tilöstilo. 


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Algumas esponjas monaxonidas... 65 


Fig.6 


Figs. 5-6: Tedania massa RIDLEY & DENDY, 1886 - MCN 405; 5. conjunto de ósculos 
dispostos em série; 6. MCN 159a e 405b. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):57-66, 20 jan. 1979 


66 MOTHES DE MORAES,B. & PAULS, S.M. 


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Figs 7-8: Tedania massa RIDLEY & DENDY, 1886: 7. MCN 405 evidenciando a forma 
lobosa; 8. MCN 159a e 405b espículos: a-b. estilos; c. extremidade de um estilo: d-e. 
malformações em extremidades de estilos; f-g. tornotes; h. extremidade de tornote; i-j. räfides. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):57-66, 20 jan. 1979 


Tomisideos Neotropicais I: Onocolus garruchus sp.n 
(Araneae - Thomisidae - Stephanopsinae) ..* 


Arno Antonio Lise ** 


RESUMO 


Um novo tomisideo, Oroco/us garruchus, € descrito para o Brasil. Tanto o macho quanto a, 
fêmea são ilustrados em todos os caracteres morfológicos considerados de valor sistemático. 


ABSTRACT 


A new Thomisidae Oroco/us garruchus, is described from Brazil. Both, male and female 
are ilustrated on all morphological characters considered of sistematic value. 


INTRODUCAO 


O presente trabalho é o primeiro de uma série a qual tem por objetivo 
revisar todos os gêneros que integram a subfamília Stephanopsinae. 

Em dezembro de 1975 teve-se a oportunidade de capturar em Garru- 
chos, distrito de São Borja, Rio Grande do Sul, Brasil, farto material ara- 
neológico dentre o qual destacou-se um número significativo de espécimes do 
gênero Onocolus SIMON, 1895 o qual, na ocásião, era objeto de um trabalho 
revisivo. 

O estudo dos representantes do gênero, lá coletados, permitiu a iden- 
tificação de duas espécies simpátricas das quais uma, Onoco/us echinicauda já 
era conhecida, descrita que fora por MELLO-LEITÃO em 1929. A segunda 
espécie, motivo do presente trabalho, que não foi possível identificar com 
nenhuma das espécies já conhecidas, é considerada como nova e designada de 
O. garruchus em homenagem à localidade tipo. 


MATERIAL E MÉTODOS 


O material examinado procede dos Estados de Pernambuco e Rio Grande do Sul, encon- 
trando-se os exemplares depositados respectivamente, no Museum National d'Histoire Naturelle 
de Paris, França (MNHN) e no Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio 
Grande do Sul (MCN). 

As medidas estão expressas em milímetros e foram aferidas com ocular micrométrica utili- 
zando-se um microscópio estereoscöpico ‘Olympus SZ III’ 


Aceito para publicação em 01/1X/1978. Contribuição FZB n.º 111. Parte da tese defendida e aprovada em 
Concurso à Livre-Docência em Zoologia, realizado de 18 a 20 de abril de 1977. na Pontifícia Universidade Católica 
do Rio Grande do Sul (PUC-RS). 

Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul 
(FZB), Caixa Postal1188,90.000 Porto Alegre, RS, Brasil. 

Professor Titular das Disciplinas de Carcinologia e Aracnologia do Curso de Pós-Graduação em Biociências, Área 
de Zoologia da PUC-RS/FZB 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):67-76, 20 jan. 1979 


/ 


68 LISE, A.A. 


As ilustrações foram elaboradas pelo autor, utilizando um microscópio estereoscópico Wild- 
M5, com câmera clara. 


Onocolus garruchus sp.n. 
(Figs. 1-15) 


MATERIAL TIPO. Holótipo Q n.º 4207, Alötipo Jn.? 4208, e parätipos 1 Q n.º 4209, 
1Q n.º 4212, 39 d n.º 4210, 1 -n.° 4211, todos procedentes de Garruchos, São Borja, Rio 
Grande do Sul, Brasil, 6.X11.1975, A. Lise Leg. (MCN) 


LOCALIDADE TIPO. Garruchos, São Borja, Rio Grande do Sul, Brasil. 


DESCRIÇÃO: a — Fêmea 

Comprimento total: 6,200 mm. 

Cefalotórax, esterno, lâminas maxilares, lábio, pedipalpo, quelíceras e 
pernas amarelas claras. Ao vivo o cefalotórax e as pernas apresentam-se sal- 
picadas de pequenas manchas verde azuladas, muito claras. 

Abdômen: dorso branco leitoso manchado de marrom; laterais e ventre 
amarelo esbranquiçado; tubérculos laterais e posterior, pardo amarelados; 
fiandeitas amarelas. 

Cefalotórax tão longo quanto largo (2,650), delgado (1,375). Dorso 
levemente convexo, quase plano praticamente liso apenas com diminutís- 
simas cerdas na curvatura posterior. Região cefálica estreita, muito projetada 
para a frente, de lados quase paralelos. 

Olhos anteriores em fila recurva, os médios muito menores do que os 
laterais (0,075 x 0,125). Olhos médios separados entre si por dois diâmetros 
e dos laterais por um diâmetro. 

Olhos posteriores em fila reta, iguais entre si e do mesmo tamanho dos 
olhos médios anteriores. Os médios separados entre si por dois diâmetros e 
dois terços (0,200) e dos laterais por dois diâmetros (0,150). 

Area ocular média levemente mais larga do que alta (0,375 x 0,350), 
mais estreita na região anterior (0,325), totalmente lisa, apresentando apenas 
duas pequenas cerdas, medianamente, atrás dos OMA e mais uma fila curva 
de pequenas cerdas entre os OLA e os OLP. 

Clípeo- proclive, transversalmente convexo, com dois tubérculos me- 
dianos-na borda inferior, munido de cerdas curvas para dentro. Ladeando os 
tubérculos medianos, existe uma série linear de cerdas, muito menores do 
que aquelas, todas emergindo de pequenos tubérculos. Altura do clípeo 
muito menor do que a fila dos olhos médios (0,200 x 0,325), duas vezes e 
dois terços maior do que o diâmetro dos OMA e, de altura igual à distância 
que separa os OMP entre si da mesma altura do trapézio formado pelos olhos 
anteriores. 

Esterno mais longo doque largo (1,250 x 1,050), levemente convexo, de 
bordas laterais pouco recortadas, região anterior levemente entalhada e 
posterior arredondada. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):67-76, 20 jan. 1979 


Tomisídeos NeorropicaisI. Omocolus... | © 


Lâminas maxilares quase duas vezes mais longas do que largas (0,625 x 
0,325), convergentes, de ápice arredondado, com pêlos apicais na promar- 
gem. 
Lábio bem mais largo do que longo (0,475 x 0,350), de ápice arredon- 
dado, com uma fila transversal de pêlos apicais. 

Quelíceras curtas e muito grossas (0,750 x 0,500) de face anterior 
munida de alguns diminutos tubérculos dos quais emergem longas e finas 
cerdas. 

Abdômen pentagonal, mais longo do que largo, (3,600 x 3,400), pouco 
espesso (2,000) e pouco quitinizado. Dorso convexo, todo revestido por 
cerdas que emergem de tubérculos de tamanhos variáveis, mais abundantes e 
maiores nas bordas anterior, laterais anteriores e declive posterior. Tubérculos 
laterais bem salientes, cônicos, rugosos, munidos de tubérculos setíferos dos 
quais emergem cerdas espiniformes. Tubérculo posterior muito longo, cô- 
nico, de ápice arredondado, rugoso, todo revestido de tubérculos encimados 
por cerdas espiniformes. Faces laterais e ventral revestidas por pêlos curtos. 
Epígino formado por duas espermatecas situadas logo à frente da prega 
epigástrica. Bulbos espermáticos pequenos e esféricos, situados na frente das 
espermatecas. Aberturas de fecundação muito pequenas e de difícil 'visua- 
lização situadas entre as espermatecas e os bulbos espermäticos. 

Perna.l: fêmur com inúmeros e fortes tubérculos munidos de curtas e 
grossas cerdas nas faces anterior e. posterior. Os da face posterior menores e 
menos abundantes. Patela com três filas longitudinais de cerdas na face 
posterior. Tíbia quase cilíndrica, não arqueada e nem escavada, com 1-2-2 
espinhos anteriores, o ímpar, ântero-dorsal, é bem menor. Na face posterior, 
assim como na patela, existem três filas longitudinais de tubérculos munidos 
de cerdas espiniformes, sendo a fila mediana muito mais evidente do que as 
outras duas, apresentando de cada lado desta, no terço basal, grupos de 
tricobótrias. Basitarso com 2-2-2 fortes espinhos anteriores. Todas as demais 
faces com cerdas e' pêlos. Medianamente, na face posterior, há quatro tri- 
cobótrias. Tarso de ápice um pouco mais dilatado que a base, com duas ou 
três tricobótrias apicais na face posterior, fascículo sub-unguenal, pouco 
evidente, unhas tarsais pectinadas. 

Perna II: fêmur semelhante ao da perna I, apresentando um menor 
número de tubérculos e de cerdas. Patela igual a I. Tíbia com 1-2-2 espinhos 
anteriores, o ímpar, ântero-ventral. Basitarso com 2-2-2 fortes espinhos 
anteriores e mais 1-1 dorsais, um quase mediano e o outro no terço apical. 

Perna III e IV: fêmures e patelas quase múticas. Tíbia com alguns tubér- 
culos na face posterior e oito tricobötrfas medianas. Basitarsos e tarsos com 
duas tricobótrias na face posterior e com grossos pêlos curvos na face anterior. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):67-76, 20 jan. 1979 


70 LISE, A.A. 


Pedipalpo: fêmur com alguns tubérculos apicais com pequenas cerdas. 
Comprimento 0,500, diâmetro 0,225. Patela de comprimento maior do que 
a largura (0,425 x 0,300) com tubérculos setíferos dofsais. Tíbia de mesmo 
comprimento e largura da patela, com oito tricobótrias dorsais, quatro de 
cada lado. Tarso de comprimento duas vezes maior do que a largura (0,500 x 
0,250) densamente revestido de cerdas e pêlos. 


b — Macho 

Comprimento total: 3,000 mm 

Cefalotórax amarelo, fortemente sombreado de marrom escuro, bordas 
laterais e região mediana dorsal quase negras. Esterno amarelo muito claro, 
orlado de negro. Lâminas maxilares e lábio pardo amarelados. Quelíceras e 
pedipalpo amarelos, sombreados de marrom. Perna I e II amarelas, inten- 
samente sombreadas de marrom muito escuro. No terço basal dos fêmures 
existe um espaço não sombreado de marrom de modo a formar uma faixa 
transversal amarela. Perna III amarela clara com-a tíbia levemente manchada 
de marrom. Perna IV amarela clara com o fêmur e basitarso muito inten- 
samente manchados de marrom quase negros. Abdômen de «dorso amarelo 
reticulado de negro, com duas manchas circulares, quase centrais de cor' 
parda. Laterais quase negras com uma faixa amarela longitudinal no limite 
com a face dorsal, a qual se estende dos ângulos anteriores até os tubérculos, 
laterais. Ventre quase negro, com filas longitudinais de pequenas manchas 
circulares amarelas. Região situada à frente da prega epigástrica amarela. 
Fiandeiras amarelas uenegridas, revestidas por pêlos negros, rodeadas por um 
saliente anel quitinoso. 

Cefalotórax tão longo quanto largo (1,325), espesso (0,750), fortemente 
quitinizado. Dorso muito convexo, densamente granuloso, apresentando um 
forte tubérculo com grossa cerda atrás dos OLP, e mais três filas longitudinais 
de tubérculos munidos de grossas cerdas, dispostas em forma de tridente de 
base posterior e ainda em série de tubérculos menores a nível da curvatura 
posterior. Borda do declive posterior com um rebordo us muito 
pronunciado sobre o pedicelo. 

Região cefálica bem demarcada, mais saliente do que o resto do cefa- 
lotórax, estreita e muito projetada para diante, de lados não paralelos. 

Olhos anteriores dispostos em fila levemente recurva, os médios um 
pouco menores do que os laterais (0,075 x 0,090). Olhos médios separados 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):67-76, 20 jan. 1979 


Ainzisideas Neommpieais1/Omosolan.. O MA 


entre si por um diâmetro e um terço (0, 100) e por apenas dois terços de 
diâmetros (0,050) dos laterais. Olhos posteriores dispostos em fila reta, iguais 
entre si e do mesmo tamanho dos olhos médios anteriores. Olhos médios 
separados entre si por dois diâmetros e, dos laterais por um diâmetro e dois 
terços, (0,125). 

Área ocular média tão longa quanto. larga (0, 275), levemente mais 
estreita na região anterior (0,250), granulosa, com três tubérculos de cada 
lado, dispostos transversalmente entre os OLA e OLP, o externo muito maior 
do que o médio e bem maior do que o interno. No centro da área ocular 
média, atrás dos OMA, existe mais um par de potentes tubérculos: munidos 
de grossas cerdas dirigidas para diante. 

Clípeo vertical transversalmente convexo, muito granuloso, com dois 
fortes tubérculos medianos na borda inferior, munidos de longas e grossas 
cerdas. Medianamente, no espaço que separa a borda do clípeo das quelí- 
ceras, existe uma formação cônica fortemente quitinosa. Altura do clípeo 
muito menor do que a fila dos OMA (0,150 x 0,250), equivalente a dois 
diâmetros dos olhos médios anteriores, de altura igual à distância que separa 
os OMP entre si, e mais baixo do que o trapézio formado pelos olhos 
anteriores (0,175 x 0,150). 

Esterno ligeiramente mais longo do que largo (0,625 x 0,600), levemen- 
te convexo e piloso. Região anterior escavada, laterais recortadas e ápice 
arredondado. 

Lâminas maxilares muito mais longas do que largas (0,275 x 0,175), 
convergentes, de ápice arredondado, com pêlos apicais na borda interna. 

Lábio muito mais largo do que longo (0,250 x 0,150), de ápice arredon- 
dado, munido de uma fila transversal de pêlos. Quelíceras curtas e grossas 
(0,325 x 0,250), com a face anterior armada de pequenos tubérculos setíferos. 

Abdômen pentagonal, tão longo quanto largo (1,600), não muito 
espesso (1,000). Borda anterior estreita, reta, munida de grossos tubérculos 
armados de potentes cerdas espiniformes, o mesmo acontecendo com as 
bordas laterais anteriores. No declive posterior, os tubérculos são mais 
abundantes dispostos em filas transversais e, as cerdas muito proeminentes. 
Laterais lisas. Ventre revestido por grossos pêlos negros. Tubérculos laterais 
quase cilíndricos, muito proeminentes, dispostos em ângulo de 45 graus em 
relação ao plano dorsal do abdômen e dirigidos para trás. Tubérculo posterior 
cônico, maior do que os laterais. Todos os tubérculos muito ornados de 
grossíssimas cerdas espiniformes. 

Perna I: fêmur com dois potentes tubérculos munidos de grossissimas 
cerdas espiniformes na margem dorsal da face anterior e uma fila longitu- 
dinal de tubérculas bem menores na margem ventral. Face posterior com 
duas filas longitudinais, a ventral com um maior número de tubérculos, 
todos munidos de grossas cerdas. Patela de face posterior fortemente tuber- 
culada, com grossas cerdas. Tíbia muito dilatada, fortemente arqueada com 
2-2-2 potentes espinhos anteriores. O par apical bem menor do que os outros 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):6/-76, 20 jan. 1979 


72 LISERRARAS 


dois, com o espinho dorsal fixo e o ventral articulado. Apicalmente apresenta 
ainda um par de tubérculos com grossas cerdas espiniformes. Face posterior 
com uma fila longitudinal mediana de tubérculos, todos munidos de poten- 
tes cerdas espiniformes. No terço basal ocorrem oito tricobótrias, quatro de 
cada lado da linha longitudinal média. Basitarso nitidamente menos dilatado 
do que a tíbia, com 2-2-2 longos e finos espinhos anteriores, sendo o par 
basal muito maior. Face posterior com alguns tubérculos setíferos pequenos e 
duas tricobótrias medianas. Tarso levemente mais dilatado no ápice, com 
fascículo sub-unguenal pouco denso e duas tricobótrias no terço apical. Unha 
interna multidentada e externa tridenteada. 

Perna II: fêmur semelhante ao da perna I porém, com os tubérculos e as 
cerdas anteriores bem menores. Tibia igual a da perna I porém, com os três 
pares de espinhos anteriores articulados. Os demais artículos iguais 'aos 
do primeiro par de pernas. 

Pernas III e IV: fêmures sem tubérculos ou, se ocorrem, são muito 
pequenos. Patela com grossos tubérculos posteriores munidos de cerdas. Tíbia 
arqueada, com 2-1-2 tubérculos posteriores. Abaixo do ímpar, que é me- 
diano, existe uma ätea com várias tricobótrias. Basitarso com algur s pequenos 
tubérculos e duas tricobótrias na face posterior, a apical muito longa e curva. 
Face anterior com longos e grossos pêlos curvos apicais. Tarso uniformemente 
dilatado, com grossos pêlos anteriores e longa tricobótria apical na face 
posterior. Unhas com dois dentes. 


Tíbia Tarso 


0,500 
0,400 


0,500 


Pedipalpo: femur de comprimento superior a duas vezes o diämetro 
(0,350 x 0,150), com vários tubérculos setíferos dorsais e dorso-laterais. Patela 
de comprimento um pouco maior do que a largura (0,175 x 0,125), com 
tubérculos dorsais e Yorso-laterais- dispostos em filas longitudinais, todos 
munidos de cerdas. Tíbia de comprimento e largura na base do tarso: iguais 
(0,150), apresentando uma apófise retro-lateral cujo comprimento correspon- 
de aos dois terços do comprimento dá tíbia. Apófise curva, com uma con- 
cavidade retro-lateral longitudinal e um forte dente curvo basal. Tarso quase 
tão longo quanto largo (0,350 x 0,300), muito espesso (0,225). O “'embo- 
lus’’ é curto, descrevendo uma curvatura de 180º. 

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA. Brasil: Pernambuco, Serra do 
Comonati; Rio Gtande do Sul, Garruchos, onde é simpátrica com O. 
echinicauda MELLO-LEITÃO, 1929. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):67-76, 20 jan. 1979 


Tomisídeos Neotropicais I. Onocolus... 73 


DISCUSSÃO TAXONÖMICA. Espécie próxima à O. echinicauda, da 
qual as fêmeas se diferenciam por terem: cerdas bem mais grossas porém em 
menor número; o abdômen mais longo do que largo, com ombros bem 
salientes; clípeo um pouco mais alto e levemente proclive; as tíbias I e Il com 
1-2-2 espinhos anteriores; genitália com espermatecas anteriores muito 
pequenas, esféricas, com póros de fecundação logo atrás destas, com um 
canal muito curto que as penetra pela face ventral. Por sua vez o macho tem: 
cefalotórax bem mais cerdoso e mais granuloso com cerdas dispostas em filas 
longitudinais; abdômen mais alongado, com tubérculos laterais e posterior 
mais robustos armados de cerdas mais longas e muito mais grossas; clípeo 
com apenas duas cerdas na borda inferior; todos os tubérculos e cerdas da 
fronte maiores e mais espessos e a apófise tibial de palpo menor. 


MATERIAL EXAMINADO 


BRASIL: Pernambuco, Serra do Comonati, 1 d n.º 17254-A, (MNHN).- Rio Grande do 
Sul, São Borja, Garruchos, 1Q n.º 4207, 1d$ n.º 4208, 19 n.º 4209, 1Q n.º 4212, 
39 d n.º 4210,1d n.º 4211, 6.X11.1975, A. Lise leg. (MCN). 


NOTAS ECOLÓGICAS 


A localidade de Garruchos situa-se à margem esquerda do Rio Uruguai. 
Em dezembro de 1975, durante os dias que lá estivemos, tanto a temperatura 
quanto a umidade relativa do ar mantiveram-se sempre elevadas, a primeira 
entre os 30°C e 35°C e a segunda em torno dos 80%. Após às 9 horas e até 
por volta das 17 horas, tornava-se bastante penosa qualquer atividade de 
campo, mesmo no interior das matas face ao calor sufocante. Todos os 
exemplares foram .capturados em vegetação de até 2 metros de altura, geral- 
mente nas bordas das matas, onde a vegetação arbustiva mostrava-se mais 
densa e o calor e a lumínosidade mais intensos. 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 


BONNET, P. 1945-1958. Brbliographia araneorum. Toulouse, Douladoure. v. 1; v. 2, n.º 4. 

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1873.) 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):67-76, 20 jan. 1979 


Tomisideos Neotropicais I. Onocolus... 75 


wu) 


3mm 3 


0,25mm 


Figs. 1-6: Onocolus garruchus sp.n. parátipo fêmea MCN 4209; 1. vista dorsal; 2. vista 
ventral; 3. vista de perfil; 4. cefalotórax.em vista frontal; 5-6. genitália: 5. vista ventral; 6. vista 


dorsal. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):67-76, 20 jan. 1979 


N 


LIT 


PZ 


= 


U 


Figs. 7-15: Onocolus garruchus sp.n. parátipo macho MCN 4211: 7. vista dorsal; 8. vista 
ventral; 9. vista de perfil; 10. cefalotórax em vista frontal; 11-14. pedipalpo: 11. vista dorsal; 12. 
vista ventral; 13. vista prolateral; 14. vista retrolateral; 15. vista-retrolateral, expandido. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):67-76, 20 jan. 1979 


Sobre a validade dos nomes Elapomorbhus bilineatus 
DUMERIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 e E. /emniscatus 
DUMÉRIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 (Ophidia: 
Colubridae). * 


Thales de Lema ** 


RESUMO 


São redescritos os tipos de E/apomorphus bilineatus e Elapomorphus lemniscatus, ambos de 
DUMERIL, BIBRON & DUMERIL (1854), concluindo-se que o tipo da primeira é um híbrido - 
entre duas subespécies da espécie, a qual passa a chamar-se E/apomorphus lemniscatus. 


ABSTRACT 


The author presents the redescriptions of the type specimens of E/apomorphus bilineatus 
and E/apomorphus lemniscatus, both of DUMÉRIL, BIBRON & DUMERIL (1854), and con- 
cludes by the change of the name. E. bilineatus by E. lemniscatus, because the type of the first 
isa hybrid between two geographic races of this species. 


INTRODUÇÃO 


Elapomorphus bilineatus foi descrita por DUMERIL, BIBRON & 
DUMÉRIL (1854) com base em apenas um espécime procedente de Corrien- 
tes, Argentina. Na mesma obra segue-se a descrição de E. /emniscatus, tam- 
bém com base em um espécime sem procedência, mas trazido da América do 
Sul por Charles Darwin. 

Posteriormente foram descritas outras espécies, E. reticulatus PETERS, 
1860. (um espécime), E. zheringii STRAUCH, 1885 (um espécime), Phalotris 
melanopleurus COPE, 1885 (dois espécimes), E. trilineatus BOULENGER, 
1889 (um espécime), E. spegazzinii BOULENGER, 1913 (um espécime), E. 
suspectus AMARAL, 1924 (um espécime) e E. boJlei MERTENS, 1954 (um 

espécime). 

Com exceção de E. bollei, as demais foram sinonimizadas com E. Dr- 
lineatus por AMARAL (1930), o qual afirmou que, por ser espécie de hábitos 
subterrâneos, era passível de grandes variações e que havia examinado muitos 
exemplares de coleções norte e sul-americanas, não tendo encontrado di- 
ferenças suficientes para seu isolamento em espécies. Desde então, a espécie 
vem sendo citada como E. bilineatus, exceto PRADO (1940, 1945), que 
revalidou E. /emniscatus e E. trilineatus, e considerando E. bilineatus como 
própria da Argentina. 


Aceito para publicação em 12/1X/78. Contribuição FZB n.º 112 

Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 
90000 Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e 
Tecnológico (CNPq. Proc. 1111-6090/76). 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):77-81, 20 jan. 1979 


78 LEMA, T. de. 

LEMA (1970) dividiu a espécie previamente em três subespécies: E. 
bilineatus bilineatus, E. bilineatus lemniscalus e E. bilineatus reticulatus. A 
subespécie Azlineatus foi considerada apenas com base no holótipo de 
DUMÉRIL, BIBRON & DUMERIL, pois, naquela ocasião, não havia exa- 
minado nenhum espécime procedente da Argentina, país em que foi cap- 
turado o citado holótipo. 

Posteriormente, LEMA (ms.a) examinou espécimes da Argentina e 
concluiu pela sinonimizacäo de E. bo/lei com E. bilineatus. Concluiu, tam- 
bém, pelo reconhecimento de nova subespécie, E. huintatus spegazzini, na 
sinonímia do qual colocou E. bo/lei. 

Finalmente, LEMA (ms.b), após rever o tipo de E. suspectus e examinar 
diversos espécimes do oeste argentino, concluiu pela descrição de nova subes- 
pécie, E. bilinea us suspectus. 

Graças à gentileza do Dr. Jean Guibe, do Museum National d'Histoire 
Naturelle de Paris (MHNP), pudemos examinar os tipos de DUMÉRIL, 
BIBRON & DUMERIL, redescrevendo-os e concluir sobre a validade do nome 
da espécie sensu AMARAL (1930). 


REDESCRIÇÃO DO HOLÓTIPO DE E. bilineatus 


MHNP 3667 — Adulto, fêmea (provavelmente). Província de Corrien- 
es, Argentina; sem data; A. D’Orbigny leg. Pele sem crânio, cauda vazia; 
em seco. 

Lepidose. Rostral grande, triangular, forma a ponta do focinho, atinge 
e sobrepassa levemente o frontal. Internasais pequenos, triangulares, bas- 
tante isolados entre si pelo ápice do rostral, não havendo sutura entre os 
internasais. Supra-oculares pequenos. Pré-frontal grande, largo. Frontal 
pequeno, pentagonal, largo: o comprimento é a metade do comprimento dos 
parietais; a largura é a mesma de um parietal. Parietais muito grandes, 
ocupando cerca de metade do comprimento da cabeça. Nasal grande, inteiro, 
diminuindo de altura para trás e contactando com pré-ocular. Este é pe- 
queno, único, alto e forma o canthus, do mesmo tamanho que os dois pós- 
oculares juntos. Pós-oculares 2/2. Ocular pequeno, reentrante. Supralabiais 
6/6, II e II tocando a órbita, altos, os medianos são os maiores; V supralabial 
esquerdo toca o temporal anterior e toca também o parietal. Temporais 1-1 à 
direita e 0-1 à esquerda. Temporal anterior direito é mais longo e baixo, 
enquanto que os da esquerda são curtos e altos. Infralabiais 7/7, os quatro 
primeiros tocam os mentais anteriores. Estes são maiores que os posteriores. 
Pré-ventrais 1-2, ventrais 214, anal partido; anomalia do CXI ao CXV: do 
CXI ao CXIII vão se estreitando, e do CXIV em diante vão se alargando, os 
ventrais estreitos possuem comprimentos diferentes; o anal é longo, igual ao 
CCXIV. Ventral pré-anal muito pequeno e estreito (ázigo), de posição 
mediana, de forma igual ao CCIV. Perianais 4/4, o IV esquerdo após fenda 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):77-81, 20 jan. 1979 


Sobre a validade dos nomes E/apomorphus... 79 


anal. Subcaudais 21/21, terminal de comprimento igual aos dois últimos 
subcaudais esquerdos. 

Morfologia. Cabeça ovóide, um pouco alongada. Tronco longo como 
nas demais espécies do gênero. 

Medidas (em mm): comprimento da cabeça, 5: do tronco, 312: da 
cauda, 21; total, 341. 

Coloração. Cabeça preta, com algumas manchas claras esparsas em 
cima. Focinho marmorizado de castanho e claro até o frontal. Região gular 
preta. Anéis nucais ausentes. Linha preta mediana nucal presente. Região 
vertebral de coloração parda clara (descorada), com pigmentos pretos conden- 
sados ou não, irregularmente, em pontos maiores. Zona paraventral creme, 
de largura de 1/2 +3 dorsais. Linha preta pleural da largura de 1/2 + 1/2 
dorsais, estas sem debrum claro. Ventrais com manchas pretas semilunares, 
com margens irregulares, cada uma ocupando cerca de 40% nos escudos do 
início do ventre, aumentando a mancha para trás até 65% de cada escudo 
ventral. Subcaudais pretos nas margens internas, formando, no conjunto, 
uma linha em ziguezague mediana subventral. 


REDESCRIÇÃO DO HOLÓTIPO DE E. /emniscatus 


MHNP 3668 — Filhote, macho. ''Amérique du Sud”; sem data 
(viagem do “H. M. Beagle”); C. Darwin leg. Conservado em líquido. 

Lepidose. Rostral isolado do pré-frontal pelos internasais. Sutura entre 
internasais longa e inclinada. Supralabiais 6/6, II-III tocando órbita, 
infralabiais 7/7, I-IV tocando os mentais anteriores. Temporais 1-1/1-1. 
Mentais anteriores maiores que posteriores. Pré-oculares 1/1. Pós-oculares 
2/2. Pré-ventrais 2. Ventrais 192, anal inteiro (anomalia). Subcaudais 
2/2+2+24/24=2 inteiros e 26 pares. Terminal de comprimento igual ao 
dobro do último subcaudal esquerdo. Perianais 4/4 + 1/1, isto é, o quinto 
par após a fenda anal, que pode ser considerado como o primeiro de sub- 
caudais. 

Morfologia. Cabeça longa. Tubérculos nos perianais dispostos em 
séries transversais, tubérculos nas dorsais lätero-anais (um por escama). 

Medidas (em mm). Comprimento da cabeça, 9; do tronco, 215; da 
cauda, 25; total, 249. Dimensões da cabeça: largura maior (parietais), 4; 
largura menor (narinas), 2; altura maior (parietais), 3; altura menor (nari- 
nas), 2. 

Coloração. Cabeça castanha enegrecida uniformemente na face dorsal. 
Focinho escuro, malhado de creme sujo. Região gular levemente melânica. 
Região vertebral com três linhas pretas longitudinais da largura de 
2/3+1+2/3 dorsais cada uma; linha pleural com pontos pretos na parte 
superior das dorsais adjacentes à margem inferior da linha. Coloração pri- 
mária da região vertebral branco sujo (descorada), sem pigmentação distinta. 
Anel branco nucal da largura de 2 + 1/2 dorsais da linha vertebral; anel preto 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):7/-81, 20 jan. 1979 


80 LEMA, T. de. 
nucal da largura de 3 dorsais. Vestígio anterior e posterior da linha preta 
mediana nucal no anel branco. Ventre com manchas pretas, ocupando, cada 
uma, cerca de 70% de cada ventral na porção anterror do ventre, aumentan- 
do gradativamente para trás e chegando a ocupar cerca de 90% da área de 
cada escudo. As manchas ventrais possuem formato retangular inicialmente, 
passando gradativamente a semilunares posteriormente. Subcaudais melä- 
nicos. 


DISCUSSÃO E CONCLUSÕES 


Face aos trabalhos anteriormente citados (LEMA, 1970; ms. a, b), o 
holótipo de E. bilineatus apresenta caracteres de E. bilineatus suspectus e de 
E. bilineatus sbegazzinti, tratando-se, pois, de um híbrido. De acordo com o 
Código de Nomenclatura Zoológica, em seus Artigos 1 e 17 item 2, o nome 
E. bilineatus não pode ser aplicado para a espécie e passa para a sinonímia de 
E. lemniscatus, que é o seguinte disponível. Também passa para a sinonimia 
das duas subespécies que deram origem a esse híbrido. 

Por outro lado, o tipo de E. /emniscatus não é o ideal porque, além de 
não ter procedência, é um filhote, bem como apresenta elevado teor de 
melanina, destoante da normalidade. 

Pretendemos sanar isso com um estudo revisivo com base em material 
colecionado em todo o território ocupado pela espécie, brevemente. 

Com base no exposto e em material até agora observado, apresentamos, 
previamente, as distribuições geográficas das subespécies: 

a. Elapomorphus lemniscatus lemniscatus DUMÉRIL, BIBRON & 
DUMÉRIL — Pampas do Brasil (Rio Grande do Sul) e Uruguai. 

b. Elapomorphus lemniscatus reticulatus PETERS — Planalto Meri- 
dional Brasileiro. 

c. Elapomorphus lemniscatus sbegazzintt BOULENGER — Pampas da 
Argentina em direção ao centro e nordeste deste país. 

d. Elabomorbhus lemniscatus suspectus AMARAL — Distrito Suban- 
dino, na Argentina, dispersando-se para leste e nordeste até Corrientes. 


AGRADECIMENTOS 
Agradecemos de forma especial ao Dr. Jean Guibé, do Museu de História Natural de Paris, 
pelo empréstimo dos tipos. 
\ REFERENCIAS BIBLIOGRÄFICAS 
AMARAL, A. do. 1930. Estudos sobre ophidios neotropicos. XVII-Valor systematico de värias 
formas de ophidios neotropicais. Memórias do Instituto Butantan, São Paulo, 4:3-68. 


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IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (54):77-81, 20 jan. 1979 


Sobre a validade dos nomes E/apomorphus... 81 


LEMA, T. de. 1970. Sobre o ‘'status’’ de Elapomorphus bilineatus DUMÉRIL, BIBRON & 
DUMÉRIL, 1854, curiosa serpente subterrânea. Iheringia, Série Zoologia, Porto Alegre 
(38):85-118, 7 fig. | 

——. (ms.a). Invalidação de E/apomorphus bollei MERTENS, 1954 e o status de E/apomor- 
phus sbegazzinii BOULENGER, 1913 (Ophidia: Colubridae). Comunicações do Museu de 
Ciências da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre [no 
prelo]. 

——. (ms.b). O status de E/apomorphus suspectus AMARAL, 1924 (Ophidia: Colubridae). 
Comunicações do Museu de Ciências da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do 
Sul, Porto Alegre [no prelo ]. 

PRADO, A. 1940. Notas ofiológicas. 7. Sobre a determinação de E/apomorphus trilineatus 
BOULENGER e afins. Memórias do Instituto Butantan, São Paulo, 14:19-21, 1 est. 

— — . 1945. Serpentes do Brasil. São Paulo, Ed. Sítios e Fazendas. 134 p., 22 est. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (54):77-81, 20 jan. 1979 


IHERINGIA é o periódico de divulgação de trabalhos científicos inéditos do Museu de Ciências 
Naturais, Jardim Botânico e Parque Zoológico da FZB. É publicado em quatro séries: BOTÂNICA, 
ZOOLOGIA, ANTROPOLOGIA e GEOLOGIA. 

Cada série é editada em fascículos com numeração corrida independente, podendo conter um ou mais 
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O periódico em seu todo ou cada uma das séries individualmente é distribuído a Instituições con- 
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botânica do Rio Grande do Sul", the Museum of Natural. Sciences, the Botanical Garden and the Zoo- 
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to articles dealing with the flora, the fauna and the natural resourses ofRio Grande do Sul State. 

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"5. Todas as folhas devem ser numeradas na margem superior direita, com numeração corrida e rubricadas pelo autor 
ou ao menos por um dos autores. 

6. Os nomes científicos de gênero e dos ''taxa"” infragenéricos deverão ser sublinhados com um traço ondulado. 

7. O título geral do trabalho, o nome do.autor, os eventuais subtítulos bem como as palavras latinas ou gregas usadas 
no texto devem ser sublinhados com um traço reto. 

8. Os nomes de autores citados no trabalho, inclusive os constantes das referências bibliográficas (bibliografia consul- 
tada) devem ser escritos com letras MAIÚSCULAS. 

9. As referências bibliográficas deverão estar dispostas em ordem alfabética e cronológica, dentro das normas da 'NB- 
66 da ABNT, salvo a indicação do ano de publicação que deverá seguir o nome do autor, obedecendo a seguinte 
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a) Para artigos de periódicos: sobrenome do autor seguido das iniciais do(s) prenome(s), ano do trabalho, título do 
trabalho, nome do periódico (sublinhado com um traço ondulado e abreviado de acordo com o ''World List of 
Scientific Periodicals’’ ou por extenso), local, volume (em algarismos arábicos e sublinhado), número ou fas- 
cículo (entre parênteses) seguido de dois pontos, página inicial e final. 

Ex.: FRENGUELLI, J. 1925. Diatomeas de los arroyos del Durazno y en las Brusquitas en los ar- 
redores de Miramar. Physis, Buenos Aires, 8(29):19-79. set. 2 est. 


b) Para livros: sobrenome do autor seguido das iniciais do(s) prenome(s), ano da edição, título do livro ah 
nhado com um traço ondulado), edição (em números arábicos, seguido de ponto e da abreviatura no idioma da 
edição), local, editora, número de páginas (seguidas de p.), número de volumes (seguido de v.) ou então, 
páginas consultadas ou número do volume consultado (precedidos de p. e v. respectivamente). 

Ex.: SANTOS, E. 1952. Da ema ao beija-flor. 2L ED: RL: AUM: Rio de Janeiro, F. Briguiet. 335 p. 

(Zoologia Brasílica, 4). 

10. Desenhos, fotos, mapas e gráficos devem ser citados como fig., com numeração corrida, em algarismos arábicos. O 
editor distribuirá as figuras do modo mais econômico, sem prejudicar sua' apresentação, respeitando tanto quanto 
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seu entendimento sem consultas ao texto. Este título, bem como as legendas, se houver, devem vir em folhas a 
parte. 

12. Os desenhos gráficos e mapas devem ser feitos a nanquim preto, preferencialmente em papel vegetal e as foto- 


grafias nos tamanhos que permitam a redução para o máximo de 15cmxilcm. As ilustrações a cores devem ser: 


combinadas previamente e seu custo fica a cargo do autor. 

13. Os artigos, sempre que possível, devem compreender os seguintes tópicos: Título; Nome do autor(es); Referências 
do artigo (data de aceitação para publicação, etc.) e do autor (local de trabalho e endereço); Resumo (conforme 
item 3); Introdução; Material e Métodos; Resultados e/ou Discussão: Conclusões; Agradecimentos; Bibliografia 
Consultada ou Referências Bibliográficas. 


14. A correção das provas tipográficas será, sempre que possível, de responsabilidade do autor. 

15. Serão fornecidas gratuitamente 50 separatas de cada artigo, independentemente do número de autores. Maior 
número de separatas poderá ser fornecido mediante prévio ajuste, devendo o pedido ser feito na ocasião da entrega 
dos originais. 


Prof. Dr. Arno Antonio Lise 


EDITOR 
ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA ENDEREÇO PARA PERMUTA 
(Mailing Address) (Address for exchange) 
Museu de Ciências Naturais Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul 
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Brasil 


NO PRESENTE NÚMERO CONSTITUIRAM COMISSÃO REDATORIAL: 


ACEPOSUIS 2.14, 95 0, 7 BL OICNLZ. . u... Thales de Lema; Inga Ludmila V. Mendes e Hilda Alice de O. Gastal. 
INTEL VEIO a e o RES OR A SR Thales de Lema; Hilda Alice de O. Gastal e Moema Leitão-Araujo. 
NETZ Se NE Cecilia Volkmer-Ribeiro; Maria Cristina Dreher Mansur e Tänia Heloisa 


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Toca Rm E 


SSLIEL 
#232 


Iheringia 


série Zoologia 
BL ISSN 0073-4721 


Notas sobre a distribuição de Corythomantis greeningi BOULENGER, 1896 e Aparas. 
phenodon brunoi MIRANDA-RIBEIRO, 1920 (Amphibia, Hylidae). 
IVAN SAZIMA & ADÃO EEE I NEE p.3 


do Sul, Brasil. - 
THALES DE LEMA; MARTA ELENA FABIAN-BEURMANN: MOEMA LEITÃO DE 


ARAUJO; MARIA LÚCIA MACHADO ALVES & MARISA IBARRA VIEIRA... p.27 
Tomisídeos neotropicais III: Onocolus latiductus sp. n. (Araneae, Thomisidae. Ste- 
phanopsinae). 
LE Ro a e ES p.37 


Inventário da distribuição geográfica da família Belostomatidae LEACH,1815 (Hemip- 
tera, Heteroptera) na região neotropical. 


Incidência sazonal de Helicops carinicaudus infrataeniatus (JAN., 1865) e Philodryas 
patagoniensis patagoniensis (GIRARD, 1857) no Estado do Rio Grande do Sul. 


MOEMA LEITÃO DE ARAUJO & LEONOR ALICE MATSCHULAT ELY... .; ..:... p.87 

Osteologia craniana de Amphisbaena darwini trachura COPE. 1885 (Lacertilia, 
Amphisbaenidae). 

MARISA IBARRA VIEIRA: MARIA LÜCIA MACHADO ALVES & MARTAE. FA- 
RAND SR EEE Sea p.107 


Contribuição ao conhecimento da osteologia craniana de Ophiodes striatus (SPIX, 
1824) (Lacertilia, Anguidae). 
MARIA LÜCIA MACHADO ALVES; MARISA IBARRA VIEIRA & MARTA ELENA 
VE SE ES p.121 
Variação interpopulacional dos receptráculos seminais em aranhas do grupo spadicea do 
genero Loxosceles HEINECKEN & LOWE, 1832 (Araneae Scytodidae) 
ee ee p.137 
Tomisideos Neotropicais Il: Onocolus eloa eus sp.n. (Araneae, Thomisidae, Stepha- 
nopsinae). 
EEE RS Eu p.149 
Novas ocorrencias de opiliões no Rio Grande do Sul e descrição da femea de 
Melloleitaniana riodareiensis SOARES & SOARES, 1945 (ARACHNIDA O 
PILIONES, GONYLEPTIDAE). 
N AS E ss p.155 


Museu de Ciências Naturais da 
Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul 


FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RIO GRANDE DO SUL 
Entidade de direito privado, instituída pela Lei Estadual nº 6497 de 
20/12/72. (Supervisionada pela Secretaria de Estado de Cultura, 


ZOOBOTANICA Desporto e Turismo). 


MA TUCNATA 
ENHERSUNIAA 


Governador do Estado 
JOSE AUGUSTO AMARAL DE SOUZA 


LIBRARICO 


Secretário de Estado de Cultura, Desporto e Turismo 
E LAURO PEREIRA GUIMARÃES 


Presidente da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul 
JOSE WILLIBALDO THOMÉ 


Diretoria da Fundação Zoobotânka do Rio Grande do Sul 


Diretor-Superintendente 5 
JOAO PEDRO RANQUETAT PAPALEO 


Diretores-Executivos 
do Jardim Botânico — GILBERTO C. MATTES 
do Museu de Ciências Naturais — HERACLIDES SANTA HELENA 


do Parque Zoológico — HÉLIO FERNANDO SARAIVA 


Impressos autorização e sob a responsabilidade do Diretor 
Superintendente da FZB falinea d), art. 14, dos 


Estatutos — Decreto RS nº 22.683/73). 


RHBL!S ADO COM AUXILIO se eng! E “UIONAL DE 
MSENVOLVE SID CI? Cir CD E Ro, VOLÓGICO 
Processo n.º 2222.1584/78 


Notas sobre a distribuição de Corythomantıs greeningi BOULENGER, 
1896 e Aparasphenodon brunoi MIRANDA-RIBEIRO, 1920 (Amphi- 
bia, Hylidae).* 


Iyan Sazima ** 
Adão José Cardoso *** 


RESUMO 


São registradas as ocorrências de Corythomantis greeningi BOULENGER, 1896 em Chapadinha, Maranhão 
e de Aparasphenodon brunoi MIRANDA-RIBEIRO, 1920 em Ubatuba, São Paulo. São feitas, também conside- 
rações sobre a distribuição geográfica e os ambientes ocupados por estes dois hilídeos. 


ABSTRACT 


The occurrence of Corythomantis greeningi BOULENGER, 1896 in Chapadinha, Maranhão (northeastern Bra- 
zil) and of Aparasphenodon brunoi MIRANDA-RIBEIRO, 1920 in Ubatuba, São Paulo (southeastern Brazil) are 
registered. Considerations about the distribution and habitats of these two hylid frogs are made. 


INTRODUÇÃO 


A localidade tipo de Corythomantis greeningi BOULENGER, 1896 consta apenas co- 
mo “Brazil” (BOULENGER, 1896), sendo pouco conhecida a distribuição geográfica 
deste hilídeo. MIRANDA-RIBEIRO (1926) citou Rio de Janeiro como local de ocorrência 
da espécie e CARVALHO (1941) examinou exemplares procedentes de Pernambuco e 
Ceará. SCHUBART (1942) citou a ocorrência de C.greeningi em diversas localidades de 
Pernambuco, inclusive o agreste e a zona da mata. BOKERMANN (19664) comentou 
que o tipo desta espécie poderia ser proveniente da região nordeste. 

A distribuição conhecida de Aparasphenodon brunoi MIRANDA-RIBEIRO, 1920 
tem como limite norte a cidade de Linhares, Espírito Santo (BOKERMANN, 1966b) e 
ao sul a cidade de Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (COCHRAN, 1955). 

A captura de exemplares destas duas espécies em localidades ainda não citadas am- 
pliam a sua distribuição geográfica conhecida e fornecem informações sobre os seus habi- 
tats. 


MATERIAL E METODOS 


As observações no ambiente natural e as coletas foram realizadas à noite, segundo os métodos tradicionais. Um 
exemplar de C. greeningi foi capturado em 26 de janeiro de 1976, à noite, enquanto atravessava estrada de terra 
em Chapadinha, Maranhão. Dois casais de C. greeningi foram coletados em 11 de janeiro de 1977 no Parque Na- 
cional de Sete Cidades, Piauí. Em 22 de setembro de 1976, obtivemos dois exemplares de A. brunoi na praia do 
Lázaro, Ubatuba, São Paulo. 

Material examinado: 

BRASIL: 

MARANHÃO: Chapadinha, 26/1/1976, A. J. Cardoso & W. Uieda leg (ZUEC 3907) 

PIAUÍ: Piracuruca, Parque Nacional de Sete Cidades, 11/1/1977, W. Uieda & A. Stort Filho leg (ZUEC 4004- 
5). 
PARAÍBA: Piancó (WCAB 4941-71). 
PERNAMBUCO: Exu (WCAB 39217). 


* Aceito para publicação em 21/VIIl/1978 
** Professor Assistente do Departamento de Zoologia, Universidade Estadual de Campinas, 13100 Campinas, São Paulo 
*** Bolsista da Coordenadoria de Aperfeiçoamento do Pessoal do Ensino Superior (CAPES), processo 2692/77 — UNICAMP 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 3-7: 25 fev. 1980. 


Zu Ud SAZIMA, I. & CARDOSO, A.]. 


BAHIA: Paulo Afonso (WCAB 30984). — Maracás (WCAB 31108-11). — Caranaíba (WCAB 43869-72). — 
Encruzilhada (WCAB sem número). 

SÃO PAULO: Ubatuba, praia do Lázaro, 22/IX/1976, I. Sazima-& M. Sazima leg (ZUEC 3924-5). 

As siglas utilizadas são: ZUEC (Departamento de Zoologia, Universidade Estadual de Campinas) e WCAB 
(Coleção Werner C. A. Bokermann, São Paulo). 


RESULTADOS E DISCUSSÃO 


Chapadinha, Maranhão (03º44'S, 43º22'W/) passa a ser a localidade mais setentrional 
conhecida para Corythomantis greeningi, até o momento. A vegetação do local consiste 
principalmente de árvores e arbustos típicos da formação de cerrado, embora esta seja 
uma região de transição entre caatinga, cerrado e floresta (BRASIL — Dep. Nac. Prod. 
Min., 1975). Trata-se de uma fêmea adulta (Fig. 1) com 72mm de comprimento total. 
Em vida, o seu colorido dorsal era pardo claro com diversas manchas esparsas de formato 
irregular e dimensões variadas, algumas vermelho tijolo e outras, menores, pardo escuro. 
Ventralmente, o colorido era branco acinzentado. A íris era amarelo ouro, com vermicu- 
lado mais escuro. No álcool, as manchas vermelhas desaparecem e o dorso torna-se mais 
escuro, com poucas manchas pequenas, mais escuras. Em cativeiro, o animal apresenta 
movimentos lentos, embora se desloque com facilidade sobre o solo ou ramos de vegeta- 
ção baixa, quando no ambiente natural. Dois casais procedentes do Parque Nacional de 
Sete Cidades foram encontrados sobre troncos caídos acima de um pequeno riacho, não 
se tendo ouvido o canto nupcial. C. greeningi foi também encontrado na localidade de 
Encruzilhada, Bahia, em região limítrofe com Minas Gerais (Werner C. A. Bokermann, 
in litteris ) localidade mais meridional conhecida para este anuro (Fig. 3). 

C. greeningi parece ser uma espécie de distribuição relativamente ampla, ocorrendo 
desde o Maranhão até a Bahia e, provavelmente, norte de Minas Gerais, habitando a 
caatinga e parte do cerrado, que são formações vegetais abertas. A ocorrência de C. 
greeningi no Rio de Janeiro, citada por MIRANDA-RIBEIRO (1926), parece-nos muito 
improvável, em vista desta espécie habitar regiões secas e formações vegetais abertas. Na 
restinga, onde estas condições seriam parcialmente preenchidas, Corythomantis é substi- 
tuído por Aparasphenodon, gênero próximo e possivelmente oriundo do mesmo ances- 
tral comum (TRUEB, 1970). 

A localidade mais meridional conhecida para Aparasphenodon bruno! passa a ser 
Ubatuba, São Paulo (23º30'S, 45º07'W) onde coletamos dois exemplares, à noite, que 
estavam em atividade sobre folhas de bromélias terrestres nos fundos de uma casa de 
praia. À vegetação do local consistia orginariamente de restinga, mas atualmente se en- 
contra modificada e parcialmente urbanizada. Um dos exemplares obtidos (Fig. 2), uma 
fêmea subadulta (ZUEC 3925), mede 63mm de comprimento total e o outro, um juve- 
nil (ZUEC 3924) mede Simm. | 

A maior parte da restinga na região de Ubatuba está sofrendo profundas alterações, 
fato que poderá levar ao desaparecimento uma boa parte de sua fauna característica, in- 
clusive A. brunoi, à semelhança do que vem acontecendo em diversos ambientes da bai- 
xada fluminense (IZECKSOHN, 1971). 

A. bruno parece ser uma espécie restrita à faixa costeira desde o Espírito Santo até São 
Paulo, habitando a restinga, embora possa penetrar na mata, como em Linhares (BO- 
KERMANN, 1966b). E possível que este hilídeo seja encontrado também no sul da Ba- 
hia. : 

AGRADECIMENTOS 


Agradecemos ao Prof. Eugênio Izecksohn, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e a 
Werner C. A. Bokermann, da Fundação Parque Zoológico de São Paulo, pelas sugestões, em- 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 3-7: 25 fev. 1980. 


Notas sobre a distribuição de... - 


préstimo de material e leitura do manuscrito. À família Joly somos gratos pelas facilidades em Uba- 
tuba. À Marlies Sazima, Wilson Uieda e Atílio Storti Filho somos gratos pela ajuda no trabalho de 
campo e parte do material aqui referido. 


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 


BOKERMANN, W.C.A. 1966a. Lista anotada das localidades tipo de anfíbios brasileiros. São 
Paulo, Universidade de São Paulo. 183p. 

— 1966b. Notas sobre Hylidae do Espírito Santo (Amphibia, Salientia). Revta. bras. Biol., Rio 

de Janeiro, 26(1):29-37. 

BOULENGER, G.A. 1896. Descriptions of new Batrachians in the British Museum. Ann. Mag. 

nat. Hist., London, 6(17):401-6. 

BRASIL. Departamento Nacional de Produção Mineral. Projeto RADAN. 1975. Mapa Fitoecolögi- 
co do Estado do Maranhão. Rio de Janeiro, Instituto de Recursos Naturais. 1 mapa. Escala 
1:1.000.000. 

CARVALHO, A.L. 1941. Notas sobre os gêneros Corythomantis Boulenger e Aparasphenodon 
Miranda Ribeiro. Papéis Dep. Zool., São Paulo, 1(14):101-10. 

COCHRAN, D.M. 1955. Frogs of southeastern Brazil. Bull. U. S. natn. Mus., Washington, 

(206):1-423, 

IZECKSOHN, E. 1971. Sobre a distribuição de alguns anfíbios anuros descritos da baixada flumi- 
nense, Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Arquivos da Universidade Federal Rural do Rio de 
Janeiro, 1:5-7. 

MIRANDA-RIBEIRO, A. 1926. Notas para servirem ao estudo dos Gymnobatrachios (Anura) 

brasileiros. Archos. Mus. nac., Rio de Janeiro,27:1-227. 

SCHUBART, O. 1942. Fauna do Estado de Pernambuco e Estados limítrofes. Segunda lista. 
Bolm. Mus. nac., Rio de Janeiro, 14/17:23-61, 1938-1941. 

TRUEB, L. 1970. The evolutionary relationships of casque-headed treefrogs with co-ossified is 
(family Hylidae). Univ. Kans. Publs Mus. nat. Hist., 18:547-716. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 3-7: 25 fev. 1980. 


6 SAZIMA, I. & CARDOSO, A.]. 


ut, 


Fig. 1: Corythomantis greeningi, fêmea ad 
72mm 


ulta, de Chapadinha, Maranhäo. Comprimento total: 


Fig. 2: Aparasphenodon brunoi, fêmea subadulta, de Ubatuba, São Paulo. Comprimento total: 
63mm É 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 3-7: 25 fev. 1980. 


Notas sobre a distribuição de... - 


48º 


45º 
+0º 


C. greeningi 


©) 
NA A. brunoi 


45° 


48° 


Fig. 3: Distribuição geográfica conhecida para Corythomantis greeningi (círculos) e Apa- 
rasphenodon bruno! (triângulos) 
Símbolos cheios: material examinado 
Símbolos ocos: dados de literatura 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 3-7; 25 fev. 1980. 


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Notas sobre a biologia de tanatofídios criados em cativeiro — 2? parte. 
(Ophidia — Elapidae e Viperidae). * 


Moema Leitão de Araujo * * 
Leonor Alice Matschulat Ely * ** 


RESUMO 


No presente trabalho são descritas observações referentes à alimentação, extração, muda e longevidade de Ela- 
pidae e Viperidae, criados em cativeiro durante 68 meses. É abordado também o desenvolvimento de duas ninha- 
das de Bothrops alternatus/DUMÉRIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 e duas de Crotalus durissus terrificus (LAU- 


RENTI, 1768). 
ABSTRACT 


The present paper describes observations concerning to feeding, extraction, molth and longevity of Elapidae 
and Viperidae mantained in captivity during 68 months. The development of two Bothrops alternatus 


RIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 and two Crotalus durissus terrificus (LAURENTI, 1768) broods is also related. 


INTRODUÇÃO 


Foram observados 189 exemplares de tanatofídios pertencentes às espécies e subespé- 
cies Micrurus frontalis altirostris (COPE, 1860), Bothrops alternatus DUMERIL, BI. 
BRON & DUMERIL, 1854, Bothrops cotiara (GOMES, 1913), Bothrops jararaca 
(WIED, 1824), Bothrops jararacussu LACERDA, 1884, Bothrops neuwiedi paranaensis 
AMARAL, 1925, Bothrops neuwiedi pubestens (COPE, 1870) e Crotalus durissus 
terrificus (LAURENTI, 1768). 

Os dados referem-se à alimentação (número de presas ingeridas, média do tempo de 
morte da presa, média do tempo total de alimentação e datas alimentares preferidas), 
extrações (número), muda (época, estado), longevidade e crescimento de quatro ninha- 
das nascidas em laboratório. 

A biologia dos ofídios brasileiros tem sido, até o momento, pouco estudada. O pri- 
meiro trabalho digno de nota é de AMARAL (1918-24) sobre a alimentação dos ofídios 
do Brasil, onde ele os classifica pelo seu alimento predileto. Segundo este autor a escas- 

sez de observações biológicas parece estar ligada a vários fatores, entre os quais o perigo a 
que frequentemente estão sujeitos aqueles que se dedicam a esse gênero de estudo. 
Também o fato de que, quase sempre, o encontro de serpentes em seu próprio habitat e 
em suas atitudes típicas, está ligado a circunstâncias inteiramente ocasionais. 

SERIÉ (1919) realizou observações sobre alimentação de 50 espécies de ofídios, algu- 
mas feitas com exemplares mantidos em cativeiro e outras através de dissecação do trato 
estomacal de espécimens depositados em diversas coleções. 

PIZA Jr. (1930) referiu-se à muda, reprodução e alimentação (hábitos e comporta- 
mento). 

WESTIN FILHO (1941) tratou sobre muda. alimentação e tratamento de serpentes 
em cativeiro de uma forma bastante generalizada. 


* Contribuição FZB nº 116. Aceito para publicação em 13-11-1978. 


** Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 
90.000 Porto Alegre, RS, Brasil. 


as Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq (Processo nº 1111.10.361/76), no Museu 
de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55):9 - 26; 25 fev. 1980. 


10 LEITÃO DE ARAUJO, M. & ELY, L.A.M. 
SS 


OLROG (1953-59) observou. a alimentação e comportamento de um exemplar de 
Crotalus durissus terrificus. Posteriormente, ampliou estes dados acrescentando notas so- 
bre exemplares de Bothrops neuwiedi meridionalis MULLER, 1885 e Bothrops 


alternatus. 

BELLUOMINI & HOGE (1957 — 58) realizaram observações sobre hábitos alimenta- 
res de sucuris (Eunectes murinus (LINNAEUS, 1758)) em cativeiro. Em 1959, BELLUO- 
MINI et alii referiram-se a seis ninhadas desta mesma serpente. 

SILVA Jr. (1965) abordou, de uma maneira generalizada, a alimentação, reprodução 


e longevidade. ; 

LEMA (1971) referiu-se de maneira geral à alimentação de tanatofídios. 

LANGLADA (1973) estudou as anomalias congênitas de uma ninhada de cascavéis, 
além de constatar desvios de comportamento, hábitos e reações nos mesmos exemplares, 
por comparação com indivíduos normais. ; j 

ARAUJO & PERAZZOLO (1974) abordaram alimentação (hábitos), nascimentos de 
ninhadas, temperatura e muda de tanatofídios em cativeiro. 


MATERIAL E MÉTODOS 


Os exemplares estudados foram criados em gaiolas de madeira de 50cm x 25cm x 28cm e em aquários de vidro 
com tampa de teia de 100cm x 50cm x 60cm. Primeiramente foram criados em uma sala especial nas dependências 
do Museu de Ciências Naturais, sendo após, transferidos para o biotério do Parque Zoológico, situado no Mu- 
nicípio de Sapucaia do Sul, ambos órgãos pertencentes à Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. 

As observações foram realizadas desde a data de entrada do exemplar até a data de sua morte. 

A temperatura ambiente foi aferida com um termômetro de mercúrio sendo mantida, com o auxílio de uma es- 
tufa, sempre entre 20 e 30ºC. 

As extrações, bem como os métodos de secagem e estocagem da peçonha, correspondem aos descritos por 
LEITÃO-ARAUJO etalii(1976). 

Os exemplares foram alimentados, quinzenalmente, com uma ou mais presas de cada vez. À água foi trocada 
diariamente e mantida toda a assepsia. 

As medidas de comprimento foram tomadas em centímetros, as de massa em gramas, as de tempo em minutos 
e a longevidade em meses (exceto em alguns filhotes nascidos em cativeiro que foram em dias). 

As mudas foram consideradas da seguinte maneira: ótima, a muda inteira; regular, a un completa e péssima, a 
fragmentada. 

As siglas utilizadas na citação do material observado são as seguintes: RS- Estado do Rio Grande do Sul, Brasil; 
SC- Estado de Santa Catarina, Brasil; PR- Estado do Paraná, Brasil; IPEAS- Instituto de Pesquisas Experimentais 
Agronömicas do Sul; CEEE-Companhia Estadual de Energia Elétrica; INCRA- Instituto Nacional de Colonização e 
Reforma Agrária. 

Material observado: 

Micrurus frontalis altirostris (COPE, 1860): (1) Cruz Alta, RS, 10.V.74, 1 exemplar: (2) 7.V1.74, 1 exem- 
plar; (3) Santa Maria, RS, 18.X11.74, H. O.Lippold leg, 1 exemplar; (4) RS 210, Parada 41, São Sebastião do Caí, 
RS, 28.1X.76, J. E. Leima leg, 1 exemplar; (5) Rolante, RS, 1.VIII.73, 1 exemplar; (6) km 571, Estrada 
Uruguaiana-Alegrete, RS, 23.VIII.76, S. Scherer leg, 1 exemplar; (7) Portão, RS, 8.1V.73, C. Stefen leg, 1 exem- 
plar; (8) Novo Hamburgo, RS, 3.VI.76, 1 exemplar; (0) Ramiz Galvão, Rio Pardo, RS, 29.X.74, A. N. Müller 
leg, 1 exemplar; (10) Vila Campina, São Leopoldo, RS, 11.11.75, F. Silva leg,, 1 exemplar: (11) Parque Zoolö- 
gico, Sapucaia do Sul, RS, 10.IV.75, 1 exemplar; (12-13) 30.IV.75, 2 exemplares; (14) 23.11.76, 1 exemplar; (15) 
Bom Retiro, Guaíba, RS, 13. X.73, E. Sampaio leg, 1 exemplar; (16) Viamão, RS, 10.X1l.73, P. Freital leg, 1 
exemplar; (17) 13.1X.74, W. A. Schmith leg, 1 exemplar; (18) 4.X1.74, F. Silva leg, 1 exemplar; (19) 1.X11.74, 
A.C. P.Azevedo leg, 1 exemplar; (20) RS 540, km 44, Viamão, RS,15.1.75, P.C. Braun leg, 1 exemplar; (21) Pas- 
so das Pedras , Viamão, RS, 13.X.75, A. Bós leg, 1 exemplar; (22) São Lourenço do Sul, RS, 12.111.75, 1 exem- 
plar. 

Bothrops alternatus DUMÉRIL, BIBRON & DUMERIL, 1854:.(1) Vacaria, RS, 20.VI.74, P. Cipriani leg, 1 exem- 
plar; (2) Fazenda Marmeleiro, Vacaria, RS, 24.1X.74, P. Cipriani leg, 1 exemplar; (3) Vacaria, RS, A.B.Soares 
leg, 1 exemplar; (4) Capela N. Sra,de Lourdes, Vacaria, RS, 4.111.75, O. Boeira leg, 1 exemplar; (5-6) Coxilha 
Grande, Vacaria, RS, 4.111.75, P.V. de Oliveira leg, 2 exemplares; (7) Vacaria, RS, 3.VI.75, A.B.Soares leg, 1 
exemplar; (8) 14.V.76, O. B. Soares leg, 1 exemplar; (9) A. S. Borges leg; 1 exemplar; (10) 20.X.76, F. Borsoi 
leg, 1 exemplar; (11) Santiago, RS, 17.1X.73, H. O. Lippold leg, 1 exemplar; (12) Cazuza Ferreira, Cambará do 
Sul, RS, 20.V.72, A. Barreto leg, 1 exemplar; (13-14) 2.V.73, M.F. de Meirelles leg, 2 exemplares; (15) 19.11.75, 
M. Schsolls leg, 1 exemplar; (16-17) Fazenda Velha do INCRA, Cazuza Ferreira, Cambará do Sul, RS, 

21.VIII.75, O.Schuch leg, 2 exemplares; (18) Santa Maria, RS, 17.1X.73, H.O.Lippold leg, 1 exemplar; (19) 

Cerro Doce, Santa Mária, RS, 1.X.75, F.Silva & J.J. Rodrigues leg, 1 exemplar; (20) Santa Maria, RS, 19.VIII.76. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 9-26; 25 fev. 1980. 


Notas sobre a biologia de... = 
eee 


1 exemplar; (21) Capela Sant' Ana, Fazenda Pesqueiro, São Sebastião do Caí, RS, 11.1V.77, W.K Silveira Fº leg, 
1 exemplar; (22) Estação Agricola da Secretaria de Agricultura do RS, Montenegro, RS, 1.VII.77, E. Albuquerque 
leg, 1 exemplar: (23) Bom Retiro do Sul, RS, 12.11.75, Tenente Schmidt leg, 1 exemplar; (24) RS 240, Parada 
14, Portão, RS, 15.V1.76, 1 exemplar; (25) Portão, RS, 13.1X.76, J.E.Lima leg, 1 exemplar; (26) RS 240, Parada 
14, Portão, RS, 25.1V.77, J.E.Izino leg, 1 exemplar; (27) Campo Bom, RS, 9. fx. 76, H. Silmet leg, 1 exemplar; 
(28-29) Horto Renner, CEEE, Triunfo, RS, 2.111.77, A.P.de Lima leg, 2 exemplares; (30-31) Triunfo, RS, 8.- 
VII.77, J.J Rodrigues leg, 2 exemplares; (32) Vila Boa Vista, São Leopoldo, RS, 12.X11.76, T.L.Neto leg, 1 exem: 
plar; (33) 16.1X.77, A.R.Lima leg, 1 exemplar; (34) Estrada Tabaí-Canoas, km 10, RS, 4.X.74, 1 exeniplar; (35), 
Gravataí, RS, 3.1.74, T.de Lema leg, 1 exemplar; (36-47):1.1]1.74, 12 exemplares; (48) Imbé, Tramandaí, RS 
15.V1.76, 1 exemplar; (49) Pinhal, Tramandaí, RS, 17.VI.74, Wardth leg, 1 exemplar; (50) Guaíba, RS, 1.74, 1. 
exemplar; (51) Fazenda dos Coqueiros, Guaíba, RS, 5.VIII.74,E.Vanderlan leg, 1 exemplar; (52) Granja Carola, 
CEEE, Horto Florestal, Guaíba, RS, 18.1V.77, M.Maldonado leg, 1 exemplar; (53-54) Viamão, RS, 111.73, 2, 
exemplares; (55) 28.IX.76, I.P.da Silva leg, 1 exemplar; (56) Norte da Ilha do Lage, Porto Alegre, RS, 
15.VIII.77, T. de Lema leg, 1 exemplar: (57) Rosário do Sul, RS, 26.VI.73, 1 exemplar; (58) Fazenda Taipa, 1º 
Distrito, Rosário do Sul, RS, 5.X.74, P.S.Jardim leg, 1 exemplar; (59) Mostardas, RS, 14.V.74, N.N.Velho leg, 1 
exemplar; (60) Parada Saibro, Lavras do Sul, RS, 26.X.73, C.S.de Siqueira leg, 1 exemplar; (61) Bagé, RS, 5.- 
V1.73, A.A. Anjos leg, 1 exemplar; (62) Distrito Piraí, Bagé, RS, 8.X.73, C.S.de Siqueira leg, 1 exemplar; (63- 
73) 1.1V.74, 11 exemplares; (74) Pinheiro Machado, RS, 20.V.74, A.A.da Silva leg, 1 exemplar; (75) IPEAS, Pe- 
lotas, RS, 9.1X.74, R.K.Baltar leg, 1 exemplar; (76-78) Campus da Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, RS, 
28.V1.76, R.K.Baltar leg, 3 exemplares. 
Bothrops cotiara (GOMES, 1913): (1-3) Palmas, PR, 29.11.74, R.A. Barreto leg, 3 exemplares: (4) Monte Carlo, , 
SC, 21.V.74, H.O. Lippold leg, 1 exemplar. 
Bothrops jararaca (WIED, 1824): (1-5) Palmas, PR, 29.111.74, K.A. Barreto leg, 5 exemplares; (6) Nova Petrópo- 
“lis, SC, 11.77, J.F. Bastos leg, 1 exemplar; (7-8) Monte Carlo, SC, 21.V.74, H.O. Lippold leg, 2 exemplares; (9) 
Rio Fortuna, SC, 16.1.77, G.L. Ely leg, 1 exemplar; (10) RS, XII.72, 1 exemplar; (11) RS, 11.11.76, 1 exemplar; 
(12-13) Paim Filho, RS, 9.11.76, W. Butezini leg, 2 exemplares; (14-15) 19.1V.76, W. Butezini leg, 2 exemplares: 
(16-18) Rincão dos Kroeff, São Francisco de Paula. RS, 6.V.74, Wardth leg, 3 exemplares: (19) Cazuza Ferreira, 
Cambará do Sul, RS, 26.11.75, ©. Schuch leg, 1 exemplar; (20) Sinimbü, Santa Cruz do Sul, RS, 8.X1.76, W 
Boettcher leg, 1 exemplar; (21) Feitoria, São Leopoldo, RS, 18.X.76, F. Silva leg, 1 exemplar 
Bothrops jararacussu LACERDA, 1884: (1) São Francisco do Sul, SC, 17.1X.73, H.O. Lippold leg, 1 exemplar. 
Bothrops neuwiedi paranaensis AMARAL, 1925: (1-2) Cascavel, PR, 21.V.74, H.O.Lippold leg, 2 exemplares. 
Bothrops neuwiedi pubescens (COPE, 1870): (1) Fazenda Coxilha Bonita, São Valentim, RS, 20.X.76, JF-Rodti- 
gues leg, 1 exemplar; (2-3) Santa Maria, RS, 17.1X.73, H.O.Lippold leg, 2 exemplares; (4) Itaara, Santa Maria. 
RS, 21.V.74, H.O.Lippold leg,.1 exemplar; (5) Feitoria, São Leopoldo, RS, 20.V.74, F.Silva leg, 1 exemplar; (6) 
17.V1.74, F.Silva leg, 1 exemplar; (7) 19.1V.76, F.Silva leg, 1 exemplar; (8-9) Morro das Cabras, São Leopoldo; 
RS. 13.V.75, T.de Lema & E.Borsato leg, 2 exemplares; (10) Parque Recreio, São Leopoldo; RS, 21.1]1.77, F.Silva 
leg, 1 exemplar; (11) São Leopoldo, RS, 26.1V.77, D.J.Soares leg, 1 exemplar; (12) Estação Experimental Agro- 
nômica da Universidade Federal do RS, Guaíba, RS, 13.X1.73, C.Mieliter leg, 1 exemplar; (13) 15.X11.75, I.- 
Voight leg, 1 exemplar; (14) Guaíba Country Club, Guaíba, RS, 13.1.75, B.Z.de Lema leg, 1 exemplar; (15) Pas- 
so das Pedras, Viamão, RS, 27.1.75, A.Bös leg, 1 exemplar; (16) 3.111.75, A.Bös leg, 1 exemplar; (17) 10.111.75,1 
exemplar; (18-19) Lomba do Pinheiro, Porto Alegre, RS, XII. 74, C.S.de Siqueira leg, 2 exemplares; (20) Fazen- 
da Santo Antônio, Tapes, RS, 12.11.75, P.C.Braun & M.L.de Araujo leg, 1 exemplar; (21) Fazenda do Brejo, 
Arambaré, Camaquã, RS, 8.111.76, C.Guedes leg, 1 exemplar. 
Crotalus durissus terrificus (LAURENTI, 1768): (1) Corbélia, PR, 17.VI.76, L. Bombarda leg, 1 exemplar; (2) Va- 
caria, RS, 24.1X.74, A.de Paula leg, 1 exemplar; (3) 30.1.75, W.J.Bortolotto leg, 1 exemplar; (4-5) 1.XI1.76, 2 
exemplares; (6) Capela São Judas, 8º Distrito, Vacaria, RS, 1.1V.75, W.J.Bortolotto leg, 1 exemplar; (7) 3.V1.75, 
W.J.Bortolotto leg, 1 exemplar: (8) Divisa Vacaria-Bom Jesus, RS, 1.1V.75, P.Cipriani leg, 1 exemplar; (9) São 
Francisco de Paula, RS, 6.X1.74, P.C.L.Neto leg, 1 exemplar; (10) Cazuza Ferreira, Cambará do Sul, RS, 2.V.73, 
M.F.de Meirelles leg, 1 exemplar; (11-13) 9.111.74, 3 exemplares; (14-22) 11.111.74, 9 exemplares; (23-35) 
24.111.74, 13 exemplares; (36-39) 26.11.75, O .Schuch leg, 4 exemplares; (40) Montenegro, RS, 26.X.77, 1 exem- 


plar. 
RESULTADOS E CONCLUSÕES 
(Tabelas I-VIII) 


Foram observados 22 exemplares da subespécie Micrurus frontalis altirostris e obtidos 

os seguintes dados: 

— apenas 14 exemplares aceitaram o alimento nos meses da janeiro a julho, agosto, 
setembro e novembro. Em janeiro foi ingerido o máximo de presas. O alimento consis- 
tiu de serpentes não peçonhentas e lagartos ápodos. Apenas em 3 exemplares foi possível 
observar a média do tempo de morte da presa (17') e a média do tempo total de alimen- 
tação (54'). No total foram ingeridas 26 presas; 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 9-26; 25 fev. 1980. 


12 LEITÃO DE ARAUJO, M. & ELY, L.A.M. 


— as mudas restringiram-se aos meses de janeiro a maio e agosto a dezembro, tendo o 
máximo ocorrido em janeiro. O estado da muda foi ótimo em 5 exemplares, regular em 
le péssimo em 7; 

— as extrações foram realizadas em 16 exemplares variando de 1 a 9; o número total 
de extrações foi 73; 

— O período de vida variou entre 3 e 14 meses. 

Da espécie Bothrops alternatus foram estudados 78 exemplares e verificou-se o seguin- 


te: ! 
— a alimentação ocorreu regularmente durante todos os meses do ano, tendo sido in- 


gerido o maior número de presas no mês de julho. Dos exemplares observados, apenas 
64 aceitaram o alimento oferecido que constava de ratos e camundongos; o número total 
de presas ingeridas foi 905. Em 29 exemplares a média do tempo de morte da presa foi 
de9’ ea média total de alimentação 28’; 

— as mudas ocorreram em todos os meses, exceto em junho; o número máximo de 
mudas foi obtido em novembro. Em 20 exemplares o estado da muda foi ótimo, em 9 
regular e em 8 péssimo; 

— foram realizadas 290 extrações em 57 exemplares, variando de 1 a 21 por exemplar; 

— o período de vida variou entre 24 dias e 42 meses. 

Foram observados quatro exemplares de Bothrops cotiara num período que variou de 
7a 32 meses. Ingeriram 51 ratos e camundongos nos meses de janeiro a junho e de agos- 
to a dezembro, sendo o máximo em novembro. Dois exemplares apresentaram sempre 
mudas ótimas, 1 regular e 1 péssima; não ocorreram mudas em janeiro, junho, julho, 
agosto e dezembro. O máximo de mudas ocorreu em novembro. Foram feitas 42 extra- 
ções, variando de 6a 16 por exemplar. 

Da espécie Bothrops jararaca em 21 exemplares foi observado o seguinte: 

— a alimentação se processou durante todos os meses do ano com exceção do mes de 
julho. O maior número de presas foi ingerido em setembro. Apenas 10 exemplares se 
alimentaram; a alimentação era composta por rãs, ratos e camundongos; o número total 
de presas sadios foi 62. Em 5 exemplares a média do tempo de morte foi 11’ ea mé- 
dia do total de alimentação foi 40’; 

— as mudas ocorreram de janeiro a abril e de agosto a dezembro, sendo RE o má- 
ximo em outubro. O estado da muda foi ótimo em 11 exemplares, regular em 2 e péssi- 
mo em 4; 

— 140 extrações foram realizadas em 18 exemplares variando em número de 1 a 16: 

— a longevidade variou entre 6 e 29 meses. 

Da espécie Bothrops jararacussu foi observado apenas um exemplar. Durante o tempo 
em que esteve em cativeiro (6 meses), comeu 7 rãs nos meses de janeiro, outubro, no- 
vembro e dezembro. Mudou pele 2 vezes, uma em janeiro outra em novembro, sendo o 
estado das mesmas ótimo. Sofreu 5 extrações de peçonha. 

Apenas dois exemplares foram observados da subespécie Bothrops neuwiedi 
paranaensis, um durante um período de 15 meses e outro 44 meses. Alimentaram-se du- 
rante todos os meses, num total de 69 presas (ratos e camundongos). Às mudas foram 
sempre ótimas, não ocorrendo nos meses de j janeiro, abril, julho e outubro. Um exem- 
plar sofreu 8 extrações e o outro 13. 

Bothrops neuwiedi pubescens teve 21 exemplares observados, fornecendo os seguin- 
tes dados: 

— a alimentação consistiu de ratos e camundongos, ocorrendo durante todo o ano, 
sendo o máximo em novembro. Todos os exemplares criados aceitaram o alimento ofere- 
cido, num total de 487 presas. Em 14 exemplares foi observada a média do tempo de 
morte da presa (6') e a média do tempo total de alimentação (26’); 

— as mudas ocorreram todos os meses, sendo registrado o mínimo em junho e julho e 
o máximo em março; 12 exemplares apresentaram mudas ótimas, 7 regulares e 2 péssi- 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 9-26; 25 fev. 1980. 


Notas sobre a biologia de ... 13 


mas; 

— as extrações realizadas em 20 exemplares foram em número de 171, sendo o míni- 
mo 2 e o máximo 24; 

— o tempo de vida variou entre 2 e 52 meses. 

De Crotalus durissus terrificus foram observados 40 exemplares e verificou-se o se- 
guinte: 

— a alimentação ocorreu durante todo o ano, sendo o máximo registrado em maio e 
agosto. Os 30 exemplares que aceitaram o alimento ingeriram 1002 presas que consis- 
tiam de ratos e camundongos. A média do tempo de morte da presa, em 17 exemplares, 
foi9' e a média do total de alimentação 36’; 

— de janeiro a junho e de agosto a dezembro ocorreram as mudas, sendo o máximo 
registrado em janeiro. Em 24 exemplares a muda foi ótima, em 1 regular e em 2 péssi- 
ma; 

— foram realizadas 235 extrações em 33 exemplares, com o mínimo de 1 e o máximo! 
de 12 por exemplar; 

— a longevidade esteve entre 16 dias e 46 meses. 

De uma maneira geral podemos concluir que, em cativeiro ocorre o seguinte: 

1º|-|As espécies e subespécies Bothrops alternatus. Bothorops neuwiedi paranaen 
sis, Bothrops neuwiedi pubescens € Crotalus durissus terrificus, alimentam-se regular - 
mente durante todos os meses do ano, o que contradiz a idéia de que as serpentes não 
comem nos meses frios (maio a agosto). 

2º — As espécies e subespécies Bothrops cotiara e Bothrops jararaca não se alimentam 
no mês de julho e Micrurus frontalis altirostris em julho e dezembro. 

3º — A partir dos dados colhidos podemos notar que há uma nítida correlação entre 
alimentação e muda, particularmente em Micrurus frontalis altirostris, Bothrops cotiara 
e Bothrops jararaca. 

4º — O estado da muda está condicionado à nutrição e estado de saúde do animal. 

5º — As fezes estão relacionadas com a alimentação, pois foi observado que, decorri- 
do aproximadamente uma semana após a ingestão de alimento todos os exemplares de- 
fecam. Estas fezes são geralmente bifásicas. 

6º — O estado de saúde, o grau de nutrição e as condições ambientais controladas 
condicionaram o maior ou menor número de extrações. Nos exemplares estudados o nú- 
mero mínimo de extrações foi 1 e o máximo 24 (em Bothrops neuwiedi pubescens), fato 
este considerado inédito, pois é sabido que extrações frequentes provocam o apareci- 
mento de infecções bucais e outras enfermidades, culminando com a morte do exemplar 
após 4 a 5 extrações. 

7º — Bothrops neuwiedi pubescens é a que sobrevive maior tempo em cativeiro. 

8º — Dentre todas as espécies e subespécies observadas, destaca-se que Bothrops 
alternatus é a melhor adaptada a condição de cativeiro e Bothrops jararaca a que menos 
se adapta. 

As duas ninhadas de Bothrops alternatus nascidas em cativeiro em 1.111.74 e 1.IV.74, 
citadas em ARAUJO & PERAZZOLO (1974), apresentavam respectivamente 17,4lg e 
17,50g de massa média ao nascer. À primeira tinha como comprimento médio ao nascer . 
30,95cm e a segunda 32,32cm. A média de crescimento mensal foi de 1,72cm e a média 
de aumento de massa mensal 6,94g, na ninhada nascida em 1.1I1.74. Na outra ninhada 
foram observados os seguintes valores: 1,79cm de crescimento mensal médio e 9,33g de 
aumento de massa mensal. 

Em 11.11.74, quando do nascimento da primeira ninhada de Crotalus durissus 
terrificus, a massa média foi de 22,16g e o comprimento médio de 33,22cm. Sua média 
mensal de crescimento foi de 1,83cm e o aumento de massa mensal médio foi 10,37g. A 
ninhada nascida em 24.11.74 teve como massa média ao nascer 23,07g e comprimento 
médio 33,76cm. A média mensal de crescimento foi 2,0lcm e a média de aumento 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 9-26; 25 fev. 1980. 


14 LEITÃO DE ARAUJO, M. &ELY, L.A.M. 


mensal de massa foi 11,42g. Estas duas ninhadas também foram referidas por ARAUJO 
& PERAZZOLO (1974). E 
INTERPRETAÇÃO DAS TABELAS 


Os dados colhidos dos exemplares observados estão expressos nas tabelas I-VIII. 
As convenções utilizadas nas tabelas são as seguintes: 
NF — número fictício de cada exemplar utilizado para evitar a repetição dos dados de 
coleta. Este número corresponde ao citado entre parênteses no material observado. 
ID — idade do exemplar 
F— filhote; ] — jovem; A — adulto. 
SEX — sexo do exemplar 
M — macho; F — fêmea. 
PI— número de presas ingeridas. 
Tm — média do tempo de morte da presa. 
Tt — média do tempo total de alimentação. 

- ALIMENTAÇÃO — meses em que foram ingeridas presas. A vírgula, após um determi- 
nado mês, indica não continuidade, e, o hífen indica continúidade da alimentação entre 
os dois meses unidos por este sinal. 

EXT — número de extrações sofridas pelo exemplar. 

MUDA/EPOCA — mês ou meses em que ocorreram as mudas. À vírgula neste caso tem 
o mesmo significado que na alimentação. 

MUDA/EST — estado da muda 

O — ótima; R — regular; P — péssima. 

TV — tempo de vida do exemplar em meses, exceto quando seguido da letra D que ex- 
pressa dias. 

- - ausência do dado em questão. 


AGRADECIMENTOS 


Agradecemos à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul pelas bolsas concedidas du- 
rante os anos de 1972-75, que nos possibilitaram o início da realização deste trabalho e ao Conselho Nacional de 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico pelas bolsas de Iniciação Científica e Aperfeiçoamento concedidas a 
um dos autores. 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 


AMARAL, A. do. 1918-1924. Contribuição à biologia dos ophidios brasileiros (habitat, hábitos e alimenta 

ção). Collnea Trab. Inst. Butantan, São Paulo, 2:177-81. 12 nota prévia. 

ARAUJO, M.L. de & PERAZZOLO, M. 1974. Nota prévia sobre a biologia de tanatofídios em cativeiro 
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1758) (Serpentes). Observações sobre hábitos alimentares de ''sucuris'' em cativeiro. Mems Inst. Butantan, 
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LANGLADA, F.G. de. 1973. Anomalias congênitas em uma ninhada de “'cascavéis”, Mems Inst. Butantan, 

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LEITÃO DE ARAUJO, M.; PERAZZOLO, M.; SIQUEIRA, C.S. de. 1976. A ação das peconhas de Elapidae e 
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Notas sobre a biologia de ... 15 
Da o see ee ee ——L— ee ESSENER 


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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 9-26: 25 fev. 1980. 


16 LEITÃO DE ARAUJO, M. & ELY, L.A.M. 


TABELA I 
Micrurus frontalis altirostris (COPE, 1860) 


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SEMEEEEISFE ES 


Em 6.1.77 
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Em 17.XI1.74 


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Em 17.X11.74 
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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 9-26; 25 fev. 1980. 


Notas sobre a biologia de ... dE 


TABELA II 
Borhrops alternatus DUMÉRIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 


E MUDA 
NE|ID| SEX |PI ALIMENTAÇÃO |EXTE- OBSERVAÇÕES 
eıo|sex [ei [rofr:]AuMENTAÇÃO Ext ÉPOCA er 


re E = reze tem nr io O ti 
LIX-XII Apaes di EE 
LIX-X as), Spree 
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VIII PERENE 
IX,XI ee 


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27 BE BEE EB 7 EEG 
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X,XI 
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CEL FE ET DI ER PE TO TE TT IT ORERERUENGEN 
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II-V,VII 
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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 9-26: 25 fev. 1980. 


18 LEITÃO DE ARAUJO, M. & ELY, L.A.M. 
Bothrops alternatus DUMÉRIL, BIBRON & DUMÉRIL, 1854 cont. tab. II 


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42/F/ F 5] — |] mVvu-vm |— | — | = |6]| Idem anterior | 
Tal EI FE [51 [| MVVI-VII | — | — | = [5] Idem anterior | 
44 FI M |5|> [=| MVVIEVIO |] — | — [5] Idemanterior | 
pp pipas == = bi dem amerior | 
FM pis == Ts] Tdem anterior | 
Ser Bo msm [et = = [al Idemanterior | 
@s[ af — fafr2]ea] mom [a me Rf o 
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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 9-26; 25 fev. 1980. 


Notas sobre a biologia de ... 19 


Bothrops alternatus DUMERIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 Cont. Tab. II 


MUDA 
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I-III, V, VII- 
VIII, XI-XII 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 9-26: 25 fev. 1980. 


LEITÃO DE ARAUJO, M. & ELY, L.A.M. 


TABELA II 
Bothrops cotiara (GOMES, 1913) 


a MUDA 
ALIMENTAÇÃO| EXT EPOCA OBSERVAÇÕES 
I 


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I-VI, VII-IX, ILIL,V, 
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IV,XI |R. 


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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 9-26; 25 fev. 1980. 


Notas sobre a biologia de ... 


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TABELA IV 


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Bothrops jararaca (WIED, 1824) 


Porto Alegre (55): 9-26: 25 fev. 1980. 


IHERINGIA, Sér. Zool., 


22 LEITÃO DE ARAUJO, M. &ELY, L.A M. 


TABELA V 


Bothrops jararacussu LACERDA, 1884 


TABELA VI 


Bothrops neuwiedi paranaensis AMARAL. 1925 


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E LV. VI 
XI IX,XLXII 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 9-26; 25 fev. 1980. 


Notas sobre a biologia de... _ 23 


TABELA VII 


Bothrops neuwiedi pubescens (COPE, 1870) 


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LIV, VI-VII, 

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IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 9-26; 25 fev. 1980. 


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24 LEITÃO DE ARAUJO, M. & ELY, L.A.M. 


TABELA VIII 


Crotalus durissus terrificus (LAURENTI, 1768) 


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II, III.VI, 
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Em 11.11.74 
pariu 
9 filhotes 


Em 24.II1.74 
pariu 
14 filhotes. 


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VIII,IX, 
X,XI 
I,II,III, 
VI, VII, 


Filhote do 
exemplar 11 


Idem anterior 
Idem anterior 


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IV, VII, 


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I,II,III, 
IV,VI, 
VII,IX, 
XL, XII 


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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 9-26: 25 fev. 1980. 


Notas sobre a biologia de ... 25 


Crotalus durissus terrificus, (LAURENTI, 1768) Cont. Tab. VIII 


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III-V, VII- II,IV,IX, : 
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21| F III, V,VII-VII Sl Edicbmida pelo 
exemplar 20. 
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I-XII 
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27 AI M 159| 15 131 I-XII 46| Idem anterior 


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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 9-26: 25 fev. 1980. 


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26 LEITÃO DE ARAUJO, M. & ELY, L.A.M. 


Crotalus durissus terrificus (LAURENTI, 1768) Cont. Tab. VII 


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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 9-26; 25 fev. 1980. 


Lista de répteis encontrados na região da Grande Porto Alegre, 
Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. * 


Thales de Lema ** 
Marta Elena Fabián-Beurmann 
Moema Leitão de Araujo **** 
Maria Lúcia Machado Alves **** 
Marisa Ibarra Vieira **** 

RESUMO 


Lista prévia dos Reptilia que ocorrem na região da Grande Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. A referida: 
região compreende 15 municípios e abrange uma área total de 5697,66km ? . São listadas 51 espécies, das quais 5 
são Chelonia, 9 Lacertilia, 36 Ophidia e I Crocodilia. 

De um modo geral, predomina fauna pampcana que se estende para o Uruguai e Argentina;somente ao norte 
notam-se algumas espécies procedentes do Planalto Meridional do Brasil. 


ABSTRACT 


The authors accomplished a survey of the occurring reptiles in the “Grande Porto Alegre” region, Rio Grande 
do Sul, Brazil. This region is composed by fifteen counties that comprise an area of 5,697.66 km 2. It's listed the 
occurrence of 51 species of reptiles being 5 of Chelonia, 9 of Lacertilia, 36 of Ophidia, and 1 of Crocodilia. 

The predominant fauna is the Pampean forms that also occur in Uruguay and Argentine. But at the north of 

““Grande Porto Alegre’’ there are some forms from the Brazilian Southern Plateau. 


INTRODUÇÃO 


O presente trabalho resultou de uma solicitação da Fundação Metropolitana de Plane- 
jamento de Porto Alegre (METROPLAN) à Fundação Zoobotänica do Rio Grande do 
Sul, ambas sediadas em Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. A solicitação 
visava indicação de áreas a serem preservadas, do ponto de vista de recursos naturais, 
dentro da região da Grande Porto Alegre. 


A região da Grande Porto Alegre situa-se, em parte, na região fisiogräfica da Depres- 
são Central e, em parte, na da Encosta Inferior do Nordeste. Compreende uma área total 
de 5697,66kmº , abrangendo os municípios de Porto Alegre (PA), Alvorada (AV), Gra- 
vataí (GR), Viamão (VA), São Leopoldo (SL), Novo Hamburgo (NH), Canoas (CN), Ca- 
choeirinha (CA), Campo Bom (CB), Sapiranga (SA), Esteio (ES), Sapucaia do Sul (SP), 
Estância Velha (EV) e Guaíba (GU) (Fig. 1). 

São apresentados nomes vulgares regionais. O material estudado está depositado no 
Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN), 
cujos números são indicados, bem como em observações pessoais do autor senior (AS). 


LISTA DO MATERIAL REPRESENTATIVO 


Ordem CM EL ON IA 
Subordem PLEURODIRA 
Família CHELIDAE 


* Aceito para publicação em 21/X1/1978. Contribuição FZB nº 117 
** Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul — Caixa Postal | 188, 90000 Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 


Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Rio de Janeiro (CNPq. Proc 1111-6090/76) 
** Pesquisadora do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento 
Científico e Tecnológico, Rio de Janeiro (CNPq. Proc. 1111-5364/76 


** Pesquisadoras do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 27-36: 25 fev. 1980. 


LEMA; T. de; FABIÁN-BEURMANN, M.E.; LEITÃO DE ARAÚJO, 
»8 M.: ALVES, M.L.M.: VIEIRA, M.I. 


1. Hydromedusa tectifera COPE, 1869 — cágado-de-pescoço-comprido. 


Material examinado: 
CB (3638). CN (0812), GR (4148, 4155, 4308), VA (1071, 1096-98, 1223), PA (0811, 4953). 


2. Phrynops geoffroanus (SCHWEIGGER, 1820) — cágado. 


Material examinado 
SL (4318). 


3. Phrynops hilarii (DUMERIL & BIBRON, 1835) — cágado, cägado-comum. 


Material examinado : ! 
SL (3641-42), VA (1115, 1173-74, 1204, 1225, 4959), PA (0797-99, 0895, 2098, 4957, 4961-63, 4965), GU. 


(1254). 
4. Platemys spixii DUMERIL & BIBRON, 1824 — cágado, cägado-preto. 


Material examinado : 
GR 2953), VA (0813, 1224), PA (5204). 


Observacäo;Esta espécie é pouco frequente na Grande Porto Alegre, aumentando em 
direção. ao sul, para o Uruguai. 


Subordem CRYPTODIRA 
Família EMYDIDAE 
Subfamília EMYDINAE 


5. Chrysemys Foi (DUMÉRIL & BIBRON, 1835) — tartaruga, tartaruga verde-e- 
amarela, tartaruga-do-norte. 


Material examinado : 

GR (4321-22), VA (0800, 0804 , 1019, 1067-70, 1104-07, 1111, 1172, 1180-81, 1208-14, 1216-22, 1563, 1596, 
2096, 2248, 2276, 2410, 2584, 4319-20, 4969, 4971, 4974, 4976, 4978, 4980), PA (0802-03, 0806-08, 1493, 
1769, 3640, 4968, 4970, 4972-73, 4975, 4979, 4981-84, 4999, 5206-12). 


Observação. FREIBERG (1969) dividiu a espécie em duas subespécies: C. dorbignyi 
dorbignyi e C. dorbignyi brasiliensis — a primeira ocorrendo na Argentina e Uruguai e 
a segunda na região do Estuário do Guaíba, no Rio Grande do Sul. No entanto, exami- 
nando espécimens do lado oriental do Rio Grande do Sul, os caracteres apontados como 
diferenciais entre as duas apresentam-se misturados, tornando difícil a separação. 


Ordem SQUAMATA 
Subordem LA CERTILIA 
Família GEKKONIDAE 


6. Hemidactylus mabouia (MOREAU DE JONNES, 1818) — lagartixa -das-paredes, ví- 
bora, camaleão. 


Material examinado : 

VA (1363-64, 1767-68), PA (0633, 0708-11, 0713-15, 0718-23, 0756, 0882, 0995, 1447, 1452, 1465-66, 1519, 
1526-29, 1564-65, 1746, 1770, 1799, 1800, 1831, 1927-29, 2057-59, 2030, 2463, 2465-66, 2468, 2490, 2687, 
2698, 2739, 2775, 2942-43, 3020, 3522). 


Observação. Esta espécie é abundante nos prédios velhos da cidade de Porto Alegre. 


Família IGUANIDAE 


2 Liolaemus occipitalis BOULENGER, 1885 — lagartixa, lagartixa-das-dunas, lagartixa- 
d-areia. 


Material examinado: 
VA (4114). 


Família TEIIDAE 
8. Pantodactylus schreibersii schreibersii (WIEGMANN, 1834) — lagartixa. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre 455): 27-36: 25 fev. 1980. 


Lista de répteis ... 29 


rn 


Material examinado: 

CB (3425, 3448), CN (0920-21, 0923, 0926), GR (2945), VA (0215, 0632, 0783, 0910, 0912, 0915, 0917, 
0922, 0936, 1022-24, 1037-38, 1156-59, 1598-99, 2242, 2244), PA (0615-31, 0911, 0914, 0916, 0918-19. 0927, 
0929-30, 0937-39, 1845, 1857, 1894, 1897, 1918-20, 1943, 2240, 2252, 2255, 2282, 2600, 2922, 3123-24, 3402. 
3597-98, 4149, 5153), GU (0933, 3671). 

9. Teius teyou teyou (DAUDIN, 1802) — lagarto-verde, tejú, tiú. 

Material examinado 


CB (3243, 3282), SL (2112), GR (2910, 3008), VA (0819-20, 0822, 0824, 0826-28, 0830, 0832, 0835-38, 0840- 
45, 0847-48, 0855, 0857, 0867, 1140, 1246, 1416-19, 1597, 4677), PA (0816-18, 0849-53, 0856, 0858, 0860, 
0862, 0896, 0953, 1171, 1520, 1524, 2076, 2710, 2791, 3027-28, 3151, 3455-56, 3582-88, 3654, 4632, 4639- 
41), GU (0861, 1373, 1430-31, 4776). 


10. Tupinambis teguixin teguixin (LINNAEUS, 1758) — lagarto, tejuaçu, lagarto-do- 
papo-amarelo. 
Material examinado: 


SP (AS), GR (3006), VA (0887 , 0890, 0943, 1278, 1455, 5229-31), PA (0891, 0945, 0950, 1120, 4094-95, 
4714), GU (AS). 


Observação. PRESCH (1973) igualou esta espécie com T. rufescens (GUNTHER, 
1871), mas as evidências mostram que ambas as espécies são válidas, conforme José Ma- 
ria Gallardo do Museo Argentino de Ciencias Naturales Bernardino Rivadavia de Buenos 
Aires, em comunicação oral. mu 

Outrossim PRESCH, no mesmo trabalho, invalidou a subespécie T. teguixin 
sebastiani MULLER, 1968, no que também não lhe cabe razão, pois, cotejando-se as des- 
crições das duas subespécies, ambas se mostram válidas. e 

Esta espécie está se tornando rara na região da Grande Porto Alegre, porque sua distri- 
buição está relacionada com a mata própria dessa área, a qual vem sendo destruída rapi- 
damente pelo homem. 


Família ANGUIDAE 
11. Ophiodes striatus (SPIX, 1824) — cobra-de-vidro, cobra-frágil, quebra-quebra. 


Material examinado: 

CB (3223, 3408, 3461), CN (2053, 3702), GR (2896-97, 2899, 2901-07, 3002-04, 3007, 3476, 4071, 5259), 
VA (0523, 0769, 0776, 0778-79, 1039, 1051-61, 1063, 1155, 1163-68, 1306, 1392-93, 1444-45, 1600, 4711), PA 
(0878-80, 1442, 1550, 1784, 1895-96, 1944, 1956-58, 1960-62, 1966-68, 2080, 2409, 2413-17, 2426-30, 2461, 
2486, 2612, 2634, 2682, 2686, 2694, 2725, 2932-33, 3125-27, 3238, 3481, 3486, 3520, 3556, 3578, 3589, 3800, 
4707-10), GU (3232). 


Família AMPHISBAENIDAE 


12. Amphisbaena darwini trachura COPE, 1885 — cobra-cega, cobra-de-duas-cabeças. 
Material examinado: 
SL (2105-10), CN (2279), VA (1014, 1020, 1064-66, 1141-43, 1319, 1420, 1422, 1437, 1537), PA (1231, 

1446, 1776, 2008, 2066-67). 

13. Amphisbaena munoai KLAPPENBACH, 1960 — cobra-cega. 


Material examinado: 
VA (1144, 1177-78, 1182, 1421), PA (1908, 1930, 1947-49). 


14. Anops kingii BELL, 1833 — cobra-cega. 
Material examinado: 


CB (3216-17, 3245-50, 3409-10, 3417, 3422, 3435, 3440, 3442-43, 3449, 3451, 3453), GR (2857-59, 2861-64, 
3010), PA (2940, 3403). : 


Subordem OPHIDIA 
Família LEPTOTYPHLOPIDAE 


15. Leptotyphlops munoai OREJAS-MIRANDA, 1961 — cobra-cega, fura-terra. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 27-36: 25 fev. 1980. 


LEMA, T. de; FABIAN-BEURMANN, M.E.; LEITÃO DE ARAÚJO, 
30 M.; ALVES, M.L.M.; VIEIRA, M.I. 


Material examinado : 
VA (0005), PA (1356, 1492, 1572, 3137, 3150). 


Família COLUBRIDAE 
Subfamília DIPSADINAE 


16. Sibynomorphus mikaniissp. (SCHLEGEL, 1837) — dormideira, jararaquinha. 
Material examinado: 
CB (3450), SP (5475), GR (2934, 3005, 4154), CA (2962), VA (2122-23, 4434, 4678, 4684), PA (0785, 1501 
2241, 2575-76, 3599, 3737, 4156, 4307, 4794). 


Observação: As duas subespécies ocorrentes na área da região da Grande Porto Alegre, 
deixam aqui de ser apresentadas, uma vez que, as mesmas estão sendo estudadas por 
LEITÃO DE ARAUJO, ALVES & VIEIRA. 


17. Sibynomorphus ventrimaculatus (BOULENGER, 1885) — dormideira, jararaqui- 


nha. 


Material examinado : 

CB (3218, 3412, 3416, 3464), SL (2113, 4306, 4351-53, 4812), GR (4105), VA (0269, 0279-81, 0283, -0286, 
1389, 1500, 1538, 1609-10, 1818, 1888, 1917, 2347, 2574, 3159, 3323, 3676, 3996-97, 4220, 4672), PA (0270, 
0272, 0277-78, 0285, 0288, 0871, 0874, 0956, 1296, 1301, 1464, 1523, 1785, 1809, 1850, 1863, 1884, 1912-14, 
1963, 1994, 2002, 2055-56, 2470, 2588, 2683, 2689-91, 2707-08, 2729, 2732, 2738, 2741, 2744, 2776, 2778-79, 
2847-48, 2850-51, 2921, 2927-28, 2930, 2998, 3145, 3164, 3186-88, 3210, 3236, 3296, 3315, 3325, 3331, 3569, 
3576, 3590, 3601, 3603, 3617, 3682, 3707, 3736, 3775, 3798, 3980, 3986, 4203, 4206, 4441, 4616, 4625, 4629- 
30, 4661, 4787, 5443), GU (1291, 1298-99, 3426, 3555, 3699, 5393-94). 


Subfamília COLUBRINAE 
18. Atractus reticulatus reticulatus (BOULENGER, 1885) — cobra-cega. 


Material examinado: 
SL (5410), GR (2954, 2999, 3000), VA (4096), PA (0003, 0416, 1015-16, 1794, 5405, 5407-09, 5411-12). 


19. Chironius bicarinatus (WIED, 1820) — cobra-cipö, cobra-chicote. 


Material examinado : 
NH (4147), VA (0020-21, 0063-64, 1200, 1387, 1410, 1477-78, 1545, 1559,. 1898, 2735, 4137, 4609), PA 
(0068, 1279-80), GU (1424, 5387). 


20. Clelia occipitolutea(DUMERIL, BIBRON & DUMERIL, 1854) — muçurana, cobra- 
preta, mamadeira. 


Material examinado : 
VA (1235, 1256-57, 1259, 1907, 2189, 2236, 3704), PA (0995, 1665, 3651). 


21. Dromicus almadensis (WAGLER, 1824) — jararaquinha-do-campo. 


Material examinado : 
SP (3971), VA (1130-31, 1828, 2196-2204, 2780, 2833, 2935), PA (2892) 


22. Dromicus melanostigmus (W AGLER, 1824) — jararaquinha-do-campo. 


Material examinado 
PA (1294). 


23. Dromicus poecilogyrus ssp. (WIED, 1823) — cobra-verde, jararaquinha-do-campo, 
cobra-de-lixo. 

Material examinado : 

CB (3411, 3424, 3433, 3436-37, 3445-46, 3452, 3454, 3462-63, 3465-66), SP (3970), CN (01 
2680), GR (2956-57, 3734, 4792), CA (2966-67, 2993), VA (0004, o ne se. er da 
0179, 0183, 0194, 0196, 0198, 0201-03, 0864, 1029, 1031-32, 1048, 1092-94, 1118, 1176, 1237, 1241, 1263-64. 
1267-68, 1271, 1394-95, 1415, 1792, 1817, 1891, 2190, 2193, 4209), PA (0147, 0152, 0154-55, 0161, 0164, 
0170, 0176, 0443, 0445-47, 0455-56, 0463, 0471-72, 0497, 0502, 0504, 0741, 0789, 0875, 1121, 1205, 1302. 
1357, 1367-68, 1456, 1461, 1472, 1508-09, 1778, 1781, 1783, 1801, 1811, 1872, 1945, 2072, 2079, 2100, 2412. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 27-36; 25 fev. 1980. 


Lista de répteis ... 31 
POSEREIENEDEE IS AM BASE MAM IAM HA 


2640, 3401, 3405-06, 3428, 3510, 3513, 3593-94, 3596, 3636, 3733, 4615, 5215), GU (1242, 1300, 1375-76 
1428). 


Observação. Não foi possível identificar a subespécie ocorrente na área, uma vez que 
as características das subespécies de AMARAL (1944) apresentam muitas sobreposições 
de dados. Pelos catálogos, a área está ocupada por D. poecilogyrus pictostriatus (AMA- 
RAL, 1944), mas essa mostra-se mais reconhecível na região oriental do Uruguai, de 
onde procede o tipo. 


24. Elapomorphus lemniscatus ssp. DUMERIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 — falsa- 
coral, cabeca-preta, coralina. 


Materialexaminado: 
SL (4457), SP (3165, 3685), VA (0975, 1558, 3147, 3766), PA (1803). 


Observação O nome E. bilineatus DUMERIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 foi prete- 
rido por LEMA (ms.), uma vez que foi apresentado com base em apenas um espécime. 
Esta espécie é um híbrido entre as duas raças geográficas da Argentina. As subespécies 
estão sendo estudadas e, na área da Grande Porto Alegre ocorrem três subespécies e hí- 
bridos entre elas, configurando uma zona transicional entre o planalto, o litoral e o pam- 
pa. 


25. Helicops carinicaudus infrataeniatus (JAN, 1865) — cobra-d'água. 

Material examinado: 

SA (1233-34), CB (3277, 3413-14, 3429-30), SP (3972-73), CN (5428), GR (0009, 0431-36, 0757-58, 2854, 
2880-81, 4100, 4104, 4617, 5083), CA (3997), AV (1000-01), VA (0032, 0111-12, 0115-17, 0120, 0423, 0972, 
0993, 1026, 1030, 1154, 1261-62, 1273-75, 1282-86, 1295, 1303-05, 1439-40, 1536, 1607-08, 1692 a 1744, 
1749-61, 1797-98, 1819, 2160-61, 2163, 2167, 2179, 2247, 2268, 2302-06, 2313-42, 2344-45, 2724, 4217-19, 
4646, 4702, 4768, 4809, 4838, 5144, 5422), PA (0105-06, 0114, 0119, 0438-41, 0449-51, 0453, 0457, 0460-62, 
0466-67, 0469-70, 0473-81, 0483-84, 0486-88, 0491-96, 0507-10, 0740, 0742-43, 0752-53, 0795, 0876, 0958, 
0961, 0989, 1307-08, 1315-18, 1490, 1786, 1830, 2006, 2062-63, 2632, 2711-14, 2727, 2745, 2755-58, 2787, 
2865-73, 2947-49, 3128, 3205-06, 3570-75, 3673, 3990, 4763, 4802, 5423, 5425, 5427, 5430-31, 5434, 5439), 
GU (1287, 1379, 1467, 1937, 1976-79, 2132-34, 2349, 2357-74, 2379-2403, 2431-36, 2442-54, 2467, 3701, 
3712, 3714, 4224, 4791, 5388, 5438. 


26. Liophis anomalus (GÜNTHER, 1858) — jararaquinha-do-banhado, jararaquinha. 


Materialexaminado: 
GR (3545), VA (0207, 0209), PA (0793, 1822, 2760, 2887), GU (1292, 1931, 2004, 2440, 5392). 


27. Liophis jaegeri (GUNTHER, 1858) — cobra-verde, cobra-dägua. 


Material examinado: 

CB (3221, 3423, 3439), CN (0216, 0815), GR (2840), VA (0210-12, 1040-41, 1123-26, 1132-34, 1145-47, 
1369, 1383, 1399 - 1402, 1405-08, 1496, 1539, 1616-22, 2213-30, 2239, 3342), PA (0024, 0213-14, 0444, 0464, 
0503, 0873, 1403, 1457, 1505, 1747, 1853-54, 1950, 2027, 2099, 2633, 2728, 2941, 3022, 3241, 3600, 3618, 
3785, 3983), GU (1543, 1935-36, 1951-55, 1964, 2135, 2278, 2353-55, 2377-78, 2404-05, 2438-39, 2455-58). 


28. Liophis miliaris (LINNAEUS, 1758) — cobra-d'água, cobra-de- banhado, cobra- 
preta. 

Materialexaminado : - 

CB (3222), GR (0221), CA (2994), VA (0222-23, 0231, 0768, 0970, 1114, 1236, 1245, 1270, 1359, 1388 
1438, 1481, 1516, 1531, 1534, 1605, 1788, 1790, 1815-16, 3620, 3787, 4724), PA (0217, 0409, 0468, 0791 
0988, 1281, 1366, 1463, 1518, 1999, 2028, 2064, 2578, 2704, 2759, 3189, 3381, 3404, 3559, 3963), GU (1293 
2131, 2350-52, 2418, 3700, 4389-90, 5398 - 5401). 


29. Lygophis coralliventris (BOULENGER, 1894) — jararaca-listrada. 

Materialexaminado: Näo visto. Exemplar de SP depositado no Museu Senckenberg em Frankfurt am Mein 
(R.F.A.) segundo o AS. é : 
30. Lygophis flavifrenatus COPE, 1862 — jararaca-listrada. 


Material examinado: 
GR (2624), VA (0971, 0994, 1135-38, 1153, 1189, 1362, 1384, 1601-02, 2205-12), PA (0894, 2692, 2703, 


3122) 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 27-36: 25 fev. 1980. 


LEMA, T. de; FABIÁN-BEURMANN, M.E.; LEITÃO DE ARAÚJO, 
32 M.; ALVES, M.L.M.; VIEIRA, M.I. 


31. Lystrophis dorbignyi ( DUMÉRIL, BIBRON & DUMÉRIL, 1854) — jararaca-da-praia, 
jararaca-das-dunas, nariguda. 

Material examinado: 

GR (2852), VA (0061, 0236-38, 0240-41, 0766, 1035,.1198-99, 1272, 1476, 1613-15, 5526), PA (0430, 3094, 
3509, 3511-12, 3789, 3797), GU (1378). 
32. Mastigodryas bifossatus bifossatus (RADDI, 1820) — jararaca-do-banhado, cobra- 
nova, cobra-overa, campera, jararacuçu. 


Material examinado : 

CB (3280, 3431), SL (4142), SP (4296, 4664), CN (4201), VA (0074, 0076-78, 0083, 0086, 0088, 0090-91, 
0093, 0253, 0611, 0760, 1249-50, 2726, 3507, 3530, 4577, 4800), PA (0073, 0794, 0974, 2926, 3479, 4133), GU 
(3209, 4391). 


33. Oxyrhopus rhombifer rhombifer DUMÉRIL, BIBRON & DUMÉRIL, 1854 — falsa- 
coral, cobra-coral. 


Material examinado: 

CB (3212-13, 3278, 3407), NH (4157), CN (1973, 2016), GR (3397, 5442), VA (0340-41, 0343, 0976, 1129, 
1390, 1551-52), PA (0002, 0337, 0365, 1008, 1297, 1350, 1471, 1780, 1906, 2005, 2030, 2536-37, 2874, 3203, 
3468, 3567, 3652, 4281), GU (1380, 3667, 3694, 4383, 5134, 5137, 5389-90, 5402). 


34. Paraptychophis meyeri LEMA, 1967 — cobra-dägua. 
Material examinado 
PA (2136 — holötipo). 
35. Philodryas aestivus subcarinatus BOULENGER, 1902 — cobra-cipó, cobra-verde, ca- 
ninana. 
Material examinado: 
CB (3432), SL (1940), VA (0289, 3529, 4078, 4775), PA (3674, 4356). 


36. Philodryas olfersii olfersis (LICHTENSTEIN, 1823) — cobra-cipó, cobra-verde. 

Material examinado: 

SL (2103-04), CA (1562, 2963), VA (0016-17, 0056, 0299, 0300, 0304, 0306-08, 1183, 1247-48, 1385, 1606, 
= 4075, 4122, 4649), PA (0309, 0429, 2888, 3515, 3547, 4136), GU (1382, 1425, 3715, 4387, 4675, 5135, 

391). 
37. Philodryas patagoniensis patagoniensis (GIRARD, 1875) — parelheira, papa-pinto. 

Material examinado: ; 

SL (2111), CN (0814, 0973, 0979), GR (2702), AV (0452), VA (0015, 0030-31, 0312-13, 0315-21, 0324-25, 
0328-29, 0499, 0781, 0865-66, 1197, 1206, 1386, 1409, 1443, 1482, 1547-48, 1556, 1560, 1604, 1812-14, 1889- 
90, 2251, 2700, 2761, 2950, 3026, 3344-45, 3681, 4607, 4700, 5445, 5530), PA (0001, 0023, 0458-59, 0482, 
0485, 0505-06, 0792, 0885, 1006, 1018, 1127, 1348, 1441, 1566, 1667, 1799, 1969, 2097, 2280, 2788, 2959, 
3314, 3467, 3568, 3672, 3706, 4585, 4789-90, 4795, 5087), GU (2003, 2356, 2375-76, 2408, 2419, 2459-60, 
3695, 3716, 4123, 4225, 4384-86, 4461, 5133). 


38. Rhachidelus brazili BOULENGER, 1908 — cobra-preta, falsa-muçurana. 


„Material examinado ; um espécime gigante capturado em GR e depositado na antiga coleção do Museu Estadual 
Júlio de Castilhos em Porto Alegre e que foi extraviado (AS). 


39. Spilotes pullatus anomalepis BOCOURT, 1888 — caninana. 
Material examinado ; 
GR (0244), PA (0246). 


40. Thamnodynastes strigatus (GÜNTHER, 1858) — corredeira. 
Material examinado 
CN (2611), AV(0428), VA (1533, 1553, 2077, 4081), PA (4287), GU (2243, 3697, 4089). 


41. Thamnodynastes nattereri (THUMBERG, 1787)— cortedeıra. 
Material examinado: 
VA (3523-26, 4076), GU (5396). 


42. Tomodon dorsatus DUMÉRIL, BIBRON & DUMERIL, 1854 — cobra-espada, corre- 
deira, jararaca. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 27-36; 25 fev. 1980. 


Lista de répteis ... 


Material examinado : 
GR (0347, 3531), VA (0018-19, 0348, 0351-52, 0356-57, 1459, 1820, 1834, 2699, 4082, 4647), PA (1513, 


1970, 2471, 3514, 3726, 4323). 


43. Waglerophis merremii (WAGLER, 1824) — boipeva, capitäo-do-mato, jararaca, 


jararaca-amarela. 

Material examinado: 

CB (3279), SP (3759), CN (0250), GR (2908), VA (0249, 0252, 0257-58, 0767, 1404. 1479-80, 1886-87, 2348. 
2701, 2883, 3719, 4378, 5217, 5527), PA (0253, 2481, 3480, 3516, 4605), GU (1377, 4379-80). 


Família ELAPIDAE 
44. Micrurus decoratus (JAN, 1858) — cobra-coral. 
Materialexaminado: 
SL (2769). 


45. Micrurus froncalıs altirostris (COPE, 1860) — cobra-coral. 


Material examinado : 
SA (3916), CB (3214, 3225, 3244, 3276, 3427), SL (2102, 3870, 3941), SP (2939, 3767), CN (3912), GR (3874, 


3909), VA (0054, 0366-67, 0380-82, 0557, 2068, 2657, 2754, 3211, 3338, 3440, 3783, 3804-06, 3819, 3832, 
3835-36, 3843, 3856, 3869, 3898-99, 3900, 3923, 3927, 3929-31, 3933, 3939-62, 4301, 4767, 4770), PA (0763, 
0784, 1846, 1904, 2743, 3198, 3561, 3619, 3822, 3844,3846, 3851, 3860, 3875, 3878, 3886,3906, 3910, 3926, 
3934, 4455, 5265) GU (3332, 3717, 3850, 3879, 3885, 4152, 4303, 4469, 5131-32). 


Família VIPERIDAE 
Subfamília CROTALINAE 


46. Bothrops alternatus DUMERIL, BIBRON & DUMÉRIL, 1854 — cruzeira, urutu. 


Material examinado: 
CB (3438), GR (4234, 5216), VA (0437, 1311-13, 1623, 1848, 2137-58, 3168, 3199, 3987, 4106, 5444), PA 
(1007, 1571, 2159), GU (0383, 4381). 


47. Bothrops cotiara (GOMES, 1913) — cotiara, jararaca-de-barriga-preta. 


Material examinado: dois espécimes jovens entre madeiras em SL capturados por Paul Müller e depositados na 
coleção do Instituto de Biogeografia da Universidade do Saarland, República da Alemanha Ocidental (AS). 


48. Bothrops jararaca (WIED, 1824) — jararaca. 


Material examinado: 
SL (2101, 4309), PA (1810, 3506, 3650). 


49. Bothrops neuwiedi pubescens (COPE, 1869) — jararaca-cruzeira, jararaca, jararaca- 
pintada, jararaca-do-rabo-branco. 

Material examinado: 

SL (4583, 5472), SP (4811), VA (0396-99, 0400-05, 2017, 3226-29, 3544, 3546, 4233, 5165, 5457), PA (0392- 
95, 1453, 2609), GU (3230, 3668. 3692, 4392-99, 4400). 


50. Crotalus durissus terrificus (LAURENTI, 1768) — cascavel. 

Material examinado: um exemplar jovem, observado cruzando caminho de mata no Morro do Côco, VA; um 
adulto, visto em pasto alto, no bairro de Teresópolis, PA, desferiu bote e enrolou-se na perna do AS e foi lançado 
à distância, escapando; exame de três crepitáculos (propriedade de pequenos lavradores) de espécimes mortos em 
morro próximo à sede do Guaíba Country Club, em GU (AS). 


Subclasse APS ETA AR PA 
Ordem Coro CO DELTA 
Subordem EuOn&alll God dd A, 
Família ALLIGATORIDAE 


51. Caiman latirostris (DAUDIN, 1802) — jacaré, jacaré-do-papo-amarelo. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 27-36; 25 fev. 1980. 


LEMA, T. de: FABIAN-BEURMANN, M.E.: LEITÃO DE ARAÚJO, 


34 M.; ALVES, M.L.M.; VIEIRA, M.I. 
SS SS 


Material examinado: 
VA (0733, 4824), PA (0729-30, 0732, 4814-13, 4826. 4828, 4831-32, 4835, 4837), GU (2464, 4818, 4830). 


COMENTÁRIOS E CONCLUSÕES 


A região da Grande Porto Alegre apresenta-se, de norte a sul, com uma declividade 
média, mascarada por uma série de morros, que são contrafortes do Planalto Meridional 
do Brasil, se bem que muitos são graníticos, enquanto que o planalto é basáltico. Na re- 
gião central e sul verifica-se a presença de campos, com algumas coxilhas, que já perten- 
«cem à zona pampeana, que se estende para oeste até a Argentina, e para o sul até o Uru- 
guai (FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RIO GRANDE DO SUL, 1976). 

Do ponto de vista zoogeográfico a Grande Porto Alegre é uma região transicional de 
fauna do planalto para fauna da campanha, mas predominando espécies da savana que 
se estende do Rio Grande do Sul a países limítrofes. 

Apesar do grande crescimento das áreas urbanas da maioria dos municípios que for- 
mam a Grande Porto Alegre, é possível ainda encontrar, com alguma facilidade, grande 
número das espécies aqui relacionadas. Em quase toda a cidade de Porto Alegre ainda é 
comum a Sıbynomorphus ventrimaculatus, mesmo nos núcleos mais densos de popula- 
ção. Na grande rede fluvial do Jacuí-Guaíba é abundante a Helicops carinicaudus 
infrataeniatus. Nos banhados é muito comum a Liophis jaegeri. Nas ilhas do delta do rio 
Jacuí é muito abundante a Dromicus poecilogyrus ssp. 

Entre as espécies cuja ocorrência é rara na área estudada, citam-se Platemys spixii, Lep- 
totyphlops munoat, Paraptychophis meyeri, Spilotes pullatus anomalepis, Bothrops al- 
ternatus, Bothrops jararaca, Crotalus durissus terrificus e Caiman latirostris. 

Acreditamos que os Viperidae vão tendo sua distribuição limitada dentro da área de 
estudo em função da explosão demográfica, que segue atualmente em ritmo acelerado. 

O morro do Itacolomí, em Gravataí, oferece ainda condições naturais primitivas, po- 
dendo ser encontradas, ainda, muitas espécies. Em muitas partes do Município de Guaí- 
ba há grandes manchas ainda preservadas , onde ainda se podem encontrar a maioria das 
espécies citadas neste trabalho. 

Diversas espécies foram descritas para a região da Grande Porto Alegre, mas até agora 
não foram encontradas pelos autores. São elas: Calamodontophis paucidens (AMARAL, 
1935), Ditaxodon taenıatus (HENSEL, 1868), Helicops pictiventris WERNER, 1897, 
Opisthoplus degener PETERS, 1882 e Pseudablabes agassizii (JAN, 1863), todas da 
familia Colubridae. 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 


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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 27-36: 25 fev. 1980. 


Lista de répteis... 35 


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IHERINGIA. Ser. Zool.. Porto Alegre (55): 27-36: 25 fev. 1980. 


LEMA, T. de; FABIAN-BEURMANN, M.E.; LEITÃO DE ARAÚJO, 
36 M.; ALVES, M.L.M.; VIEIRA, M.I. 


&/ a 
Y 
Rm 4 


Fig. 1 


Fig.1: Mapada Grande Porto Alegre vendo-se a grande rede hidrográfica que banha a região. Os municípios 
1,2,3 e 14 estão dentro da Depressão Central, os demais situam-se na encosta do Planalto Meridional. 1.Porto 
Alegre; 2.Viamão; 3.Alvorada; 4.Cachoeirinha; 5.Gravatai; 6.Canoas; 7. Sapucaia do Sul; 8.São Leopoldo; 
9.Novo Hamburgo; 10. Sapiranga; 11.Campo Bom; 12.Esteio; 13.Estäncia Velha; 14.Guaíba . 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 27-36; 25 fev. 1980. 


Tomisídeos neotropicais III: Onocolus latiductus sp.n. (Arane.. 
ae - Thomisidae — Stephanopsinae) * 


Arno Antonio Lise* * 


RESUMO 


Uma nova espécie de Thomisidae, Onocolus latiductus, é descrita para a América do Sul, com base no exame 
de material da coleção E. Simon do Museum National d’Histoire Naturelle de Paris. A espécie em questão é pró- 
xima a O. simoni MELLO-LEITÃO, 1915 ea O. pentagonus (KEY SERLING, 1880). 


ABSTRACT 


A new South American species of Thomisidae, Onocolus latiductus, is described upon theOnocolus material of 
the E. Simon collection in the Museum National d’Histoire Naturelle of Paris. The species now described is close 
related to O. simoni MELLO-LEITÃO, 1915 and O. pentagonud(KEYSERLING , 1880).) 


INTRODUÇÃO 


Em um lote de Onocolus SIMON, 1895 da coleção E. Simon do Museum National 
d'Histoire Naturelle de Paris (MNHN), examinado por ocasião da revisão do gênero em 
questão, etiquetado pelo próprio Simon como ‘‘Onocolus simoni ML = O. pentagonus 
Sim., nec Keyserl., Plusieurs localités Sim det.’’, encontrou-se um exemplar fêmea que 
não foi possível identificar com nenhuma das espécies já conhecidas e que, por isso, foi 
considerada como nova. 

À espécie em questão atribuiu-se o nome de O. latiductus face ao número de voltas 
dos ductos espermáticos. 

MATERIAL E MÉTODOS 


Desta espécie examinou-se apenas o exemplar 7313-B da coleção E. Simon do Museum National d' Histoire Na- 
turelle de Paris. 

As medidas são expressas em milímetros, e foram aferidas com ocular micrométrica, tendo sido utilizado um 
microscópio estereoscópico Olympus SZ III. 

Todas as ilustrações foram elaboradas pelo autor utilizando um microscópio estereoscópico Wild M-5 com cá- 


mara clara. \ 
Onocolus latiductussp. n. 


(Figs. 1-6) 


MATERIAL TIPO: holötipo $ nº 7313-B (MNHN), sem dados de coleta. 
LOCALIDADE TIPO: a ser designada. 
DESCRIÇÃO 
Comprimento total: 6,000 


Cefalotórax, esterno, lâminas maxilares, lábio, quelíceras, pedipalpo e pernas amare- 
los. 


— Recebido para publicação em 27/12/1978. Contribuição FZB nº 126. 
Parte da tese defendida e aprovada em Concurso à Livre-Docência em Zoologia realizado de 18 a 20 de abril de 1977 na Pontifícia Universidade Católica do Rio 
Grande do Sul 
*" — Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre 
RS, Brasil 


Professor Titular das disciplinas de Carcinologiae Aracnologia do curso de Pós-Graduação em Biociências, área de Zoologia da PUC-RS/FZB. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 37-41: 25 fev. 1980 


38 LISE, A.A. 


Abdömen de dorso branco, reticulado. Contornos anteriores sombreados de marrom 
claro, apresentando duas concavidades mais ou menos profundas, circulares de cor ama- 
rela, a“nível dos tubérculos laterais. Laterais brancas, reticuladas. Ventre e fiandeiras 
amarelo-claros . Tubérculos laterais e posterior da mesma cor do dorso. 

Cefalotórax tão longo quanto largo (2,800), levemente mais espesso no terço posterior 
(1,500), quase circular. Dorso plano, pouco quitinizado, praticamente mútico e liso, 
com alguns pequenos tubérculos setíferos nos contornos posteriores. Região cefálica es- 
treita, equivalendo sua largura a um pouco menos do que a metade da largúra máxima 
do cefalotórax, muito projetada para a frente, com raras e pequenas cerdas ao longo das 
bordas laterais . 

Olhos anteriores em fila levemente recurva, os médios levemente menores do que os 
laterais (0,125 x 0,150). Olhos médios afastados um do outro por menos do que um diä- 
metro (0,100) e dos laterais por apenas dois quintos de diâmetro (0,050). 

Olhos posteriores em fila reta, iguais entre si e do mesmo tamanho dos médios ante- 
riores. Olhos médios afastados um do outro por um diâmetro, equidistantes dos laterais. 

Area ocular média levemente mais longa do que larga (0,400 x 0,350), mais estreita 
na região anterior (0,300), apresentando um forte tubérculo setífero central, um pouco 
acima dos OMA e mais três pequenos tubérculos munidos de curtas e finas cerdas, colo- 
cados em uma saliência em forma de uma carena, entre os OLA e OLP. 

Clípeo vertical, fortemente convexo medianamente, com seis pequenos tubérculos 
centrais, dispostos em duas filas superpostas, a inferior com quatro, dispostos na mar- 
gem inferior e a superior com dois situados logo abaixo dos OMA, fazendo-se presentes 
ainda, uma cerda de cada lado nos ângulos laterais. Clípeo baixíssimo, de altura inferior 
à fila dos OMA (0,125 x 0,300), mais baixo do que a altura do trapézio formado pelos 
olhos anteriores (0,200), correspondendo sua altura a um diâmetro dos OMA. 

Esterno mais longo do que largo (1,250 x 1,000) levemente convexo, de porção ante- 
rior levemente escavada, laterais angulosas a nível das coxas I e II e ápice rômbico. 

Lâminas maxilares convergentes, quase duas vezes mais longas do que largas (0,625 x 
0,325), de ápice arredondado na promargem e anguloso na retromargem. 

Lábio mais largo do que longo (0,425 x 0, 350), com leve entalhe na base. Ápice fraca- 
mente arredondado, não ultrapassando o meio das lâminas maxilares. 

Quelíceras de comprimento muito superior à largura (0,675 x 0,400), um pouco mais 
salientes no terço basal da face anterior onde ocorrem algumas cerdas muito delgadas e 
longas e alguns pêlos. 

Abdômen mais largo do que longo (4,050 x 3,250), de espessura mais ou menos uni- 
forme em toda a sua extensão (1,875). Dorso quase plano, praticamente mútico, apenas 
com alguns pequenos tubérculos nas bordas anterior e laterais anteriores. Laterais e ven- 
tre muito fracamente pilosos. Declive posterior com escassas cerdas longas e delgadas. 
Tubérculos laterais pouco evidentes e fracamente cerdosos. Tubérculo posterior largo e 
curto, granuloso, com pequenos tubérculos setíferos munidos de curtas e grossas cerdas. 
Epígino com um par de espermatecas posteriores logo adiante da fenda epigástrica, 
duas traves medianas entre elas e ductos espermáticos enrolados em helicóide. Aberturas 
de fecundação muito pequenas, de difícil visualização, logo à frente das traves longitu- 
dinais. Espermatecas e traves fulvas amareladas. 

Perna I. Femur com duas filas anteriores de tubérculos armados de curtíssima e grossa 
cerda. Face posterior com uma fila longitudinal de tubérculos menores e menos abun- 
dantes do que os da face anterior. Patela com um tubérculo apical na face anterior e uma 
fila longitudinal mediana de grossos tubérculos setíferos. Tíbia levemente arqueada com 
2-2-2 grossos espinhos anteriores, implantados em cavidades muito proeminentes e mais 
três tubérculos setíferos apicais, o mediano um pouco abaixo dos outros dois, colocado 
no centro da face anterior. Face posterior com uma fila longitudinal de grossos tubércu- 
los de tamanhos variáveis, ornados por cerdas longas e muito delgadas. No terço basal, 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 37-41: 25 fev. 1980. 


Tomisideos neotropicais Il: .... 3 


em ambos os lados da fila de tubérculos, apresenta uma leve escavadura de onde emer- 
gem várias tricobótrias. Basitarso muito menos espesso do que a tíbia com 2-2-2 espinhos: 
anteriores, o par apical bem menor. Face dorsal fracamente granulosa com algumas cer- 
das, pêlos e tricobótrias. Tarso um pouco mais dilatado no ápice, piloso, com unhas 
grandes e pectinadas. Fascículo subunguenal formado por poucos pêlos. 

Perna Il. Fêmur e patela iguais à I. Tíbia menos espessa, com espinhos menores do 
que os da perna I. Basitarso com 2-2-2 espinhos anteriores e. 1-1 dorsais, um quase media- 
no e o outro apical. Tarso como o da perna I. 

Pernas III e IV. Fêmures múticos. Patelas e tíbias com pequenos e raros tubérculos 
setíferos na face posterior. Basitarsos e tarsos como nas demais espécies, com pêlos gros- 
sos e curvos na face anterior. Unhas tarsais pectinadas. 


Tíbia | Basitarso| Tarso | TOTAL 


Pedipalpo. Femur de comprimento quase três vezes superior ao diâmetro(0,650 x 
0,225) com diminutas cerdas apicais no dorso. Patela mais longa do que larga (0,425 x 
0,275) com três filas longitudinais de tubérculos setíferos, uma mediana, uma prolateral 
e outra retrolateral. Tíbia igualmente mais longa do que larga (0,400 x 0,325), com 
abundantes tubérculos setíferos, os prolaterais maiores e duas áreas de tricobótrias dor- 
sais, uma de cada lado da linha média longitudinal. Tarso muito delgado e longo (0,625 
x 0,225), piloso. 


DISCUSSÃO TAXONÔMICA 


Espécie muito próxima a O. simoni MELLO-LEITÃO, 1915 e a O. pentagonus (KEY- 
SERLING, 1880), podendo ser diferenciada delas pelo número de voltas dos ductos esper- 
máticos, pela pequena diferença de tamanho dos olhos anteriores entre si, pelo único tu- 
bérculo acima dos OMA e pela diminuta altura do clípeo. 


AGRADECIMENTOS 


Ao Dr. Max Vachon e Dr. Michel Huber do Museum National d'Histoire Naturelle pelo emprésti- 
mo do material. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 37-41; 25 fev. 1980. 


40 ; LISE, A.A. 


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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 37-41; 25 fev. 1980 


Figs. 1-6: Onocolus latiductussp.n. Holótipo ? MNHN 7313-B: 1. vista dorsal; 2. vista ventral; 3. vista de per- 
fil; 4. fronte e queliceras; 5-6 genitalia: 5. vista ventral; 6. vista dorsal. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 37-41: 25 fev. 1980. 


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Inventário da distribuição geográfica da família Belostomatidae 
LEACH, 1815, (Hemiptera - Heteroptera) na região neotropical. * 


Maria Elizabeth Lanzer-de Souza * * 


RESUMO 


O trabalho consta de uma análise zoogeogräfica da família Belostomatidae LEACH, 1815, onde 
estão condensados dados sobre a ocorrência dos belostomatídeos na região neotropical. Pretende-se 
informar melhor a respeito da distribuição geográfica destes hemípteros, nesta região zoogeográfi- 
ca, como também, conferir referências feitas a sua dispersão. Ratifica-se a disseminação do gênero 
Abedus STAL, 1862 exclusivamente para a América Central, do gênero Horvarhinia MONTAN- 
DON, 1911 para a América do Sul e determina-se a maior distribuição de Belostoma LATREILLE, 
1807 para o Brasil, onde ocorrem 44 espécies das 66 referidas-para toda a região neotropical.: 


ABSTRACT 


In this paper is presented a zoogeographical analysis about the hemiptera of the family Belosto- 

matidae LEACH, 1815, where are condensed data of its occurrence exclusively in the neotropical re- 
ion. 

é We intend not only give a best information but also check some references as its dissemination. It 
is ratified the dispersion of the genus Abedus STAL, 1862, only for the Central America, of the ge- 
nus Horvathinia MONTANDON, 1911, for South America and are determined the larger dissemi- 
nation of the genus Belostoma LATREILLE, 1807, for Brazil, where occurs 44 species of 66 cited for 
all the neotropical region. 


INTRODUÇÃO 


O estudo da distribuição de espécimes, levando em consideração as zonas zoogeográfi- 
cas do globo terrestre, tem sido de grande valia na solução de problemas sobre a evolução 
e adaptabilidade dos organismos no meio ambiente. 

Os limites extabelecidos pelas regiões zoogeográficas como barreiras topográficas ou 
climáticas, refletem-se sobre a ecologia da fauna local e suas migrações pelas diversas re- 
giões da Terra. Além disto, uma distribuição contínua, ou descontínua, pode esclarecer 
dúvidas sobre as várias subdivisões classificatórias num determinado grupo de animais. 

A análise zoogeográfica de hemipteros da família Belostomatidae LEACH, 1815, que 
se apresenta neste trabalho, pretende informar melhor a respeito da sua distribuição na 
região neotropical . Espera-se que as investigações realizadas e os resultados obtidos con- 
tribuam de maneira expressiva para outros estudos que se venham efetuar sobre os belos- 
tomatídeos. 

A extensiva revisão bibliográfica efetuada permite-nos apresentar dados condensados 
sobre a ocorrência dos belostomatídeos na região considerada, e conferir algumas refe- 
rências feitas a sua dispersão. 


* Aceito para publicação em 03/01/79. Parte da dissertação monogräfica apresentada como requisito à Especialização em Ecologia, Universidade do Vale do ' 
Rio dos Sinos, São Leopoldo, RS (agosto de 1977). Contribuição FZB nº 127. 


** Pesquisadora do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul e Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento - 
Científico e Tecnológico (CNPq, Processo nº 1111.0421/74) 
Caixa Postal 1188, 90.000 — Porto Alegre, RS, Brasil. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980. 


44 LANZER-de SOUZA, M.E. 


REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 


Em 1909, KIRKALDY & BUENO listam, pela primeira vez, sob forma de catálogo, as espécies 
de hemípteros aquáticos e semi-aquáticos, incluído os exemplares da família Belostomatidae des-* 
critos até então. Neste trabalho citam as localidades onde os espécimes foram coletados, mas sob o 
emprego errôneo da palavra “habitar” 

DE CARLO, em 1930, além de registrar novas localidades de ocorrência dos belostomatídeos, ex- 
clusivamente para a Argentina, comenta que as referências destes insetos para este país são reduzi- 
das, citando BERG (1879-1884), DELETANG (1921) e PENNINGTON (s.d) como autores de tra- 
balhos que, superficialmente, referem-se à ocorrência destes hemípteros aquáticos somente para a 
Argentina. 

ne descreve MENKE (1962), GUERIN-MENEVILLE (1856) lista 5 espécies do gênero 
Belostoma LATREILLE, 1807, para Cuba, das quais 4 são sinonimia de uma espécie do gênero 
Lethocerus MAYR, 1853; DUFOUR (1863) descreve algumas novas espécies de Lethocerus (sob a 
denominação de Belostoma) referindo-se ao “Novo Mundo’’ como sua dispersão e HERRICH- 
SCHAFFER (1848) considera L. annulipes (H.-S.,1846) comum ao sul da América. 

Em 1935a, DE CARLO cita que a família Belostomatidae.comporta 5 gêneros para a América, 
mas só relaciona os gêneros Lethocerus, Belostoma e Horvathinia MONTANDON, 1911 para a Ar- 
gentina. Para Lethocerus menciona que das 13 espécies americanas assinaladas até então, somente 
3 ocorrem na Argentina e para Horvathinia registra as espécies H. doellojuradoi DE CARLO, 1930 e 
H. pelleranoi DE CARLO, 1930. 

HIDALGO (1935), em estudos taxonômicos do gênero Abedus STAL, 1862, o referencia em dis- 
tribuição exclusiva no “Novo Mundo”, restrita em territórios que se estendem desde a California e 
Arizona, na América do Norte (limite fora da região neotropical), até o sul da América Central, 
mais precisamente até o Panamá. 

Em 1938a, DE CARLO cita, numa pequena resenha sobre a distribuição geográfica dos belosto- 
matídeos americanos, que somente Lethocerus tem representantes fora do continente americano. 
Relaciona como espécie americana de maior dispersão, L. annulipes e L. delpontei DE CAR- 
LO,1930, estendendo-se desde os Estados Unidos (fora da região neotropical) até a Argentina. Das 
restantes referidas, somente se encontram fora da América do Sul, L. uhleri (MONTANDON, 
1896), L. colossicus (STAL,1855), L. angustipes (MAYR,1871) e L. medius (GUERIN- 
MENEVILLE, 1856). Cita para Benacus, hoje Belostoma, apenas uma espécie assinalada para Cuba. 
Para Belostoma dá B. anurum (HERRICH-SCHAFFER, 1848), (citada como boscii), como a espécie 
de maior dispersão do gênero que habita quase toda a América; entretanto, a maioria das espécies 
do gênero são indicadas para a América do Sul. Quanto a Adebus assinala espécies para a América 
do Norte e Central. Para o gênero Horvathinia referencia 5 espécies, citando uma para o Brasil e as 
demais para a Argentina. 

MENKE (1958) cita Belostoma minor (PALISOT DE BEAUVOIS, 1805) como espécie típica do 
México, da América Central e América do Sul. 

Em 1959, RUFFINELLI & PIRAN apresentam à semelhança de um catálogo, uma lista de 
hemípteros heterópteros do Uruguai, entre os quais são citadas 12 espécies de Belostoma e duas es- 
pécies de Lethocerus. 

O gênero Abedus volta a ser revisado por MENKE, em 1960b, que dá sua distribuição para o He- 
misfério Ocidental, incluído o istmo do Panamá. Ao norte do México, conforme expõe MENKE, 
ultrapassa os limites neotropicais e é no México que se dispersa com maior abundância. 

Conforme LAUCK & MENKE (1961) a família Belostomatidae é típica de regiões de clima tropi- 
cal, pois é nestas áreas que se encontra sua maior dispersão. Está distribuída por todo o mundo, ex- 
ceto nas regiões árticas e nos continentes europeu e norte da Ásia. Alguns achados fósseis destes in- 
setos, como explicam LAUCK & MENKE, indicam que há milhares de anos, todas as áreas do mun- 
do, sem exceção, estavam habitadas por eles. Citam somente Lethocerus ocorrendo em ambos os 
hemisférios, Oriental e Ocidental, tendo 18 representantes. neste último. Abedus, Belostoma e 
Horvathinia são exclusivos do continente americano. Abedus está restrito ao sul dos Estados Unidos 
(fora do limite norte da região neotropical), México, onde apresenta sua mais ampla dispersão, e 
América Central. Belostoma está disperso no continente americano, tendo a maior área de distri- 
buição na América do Sul. Horvathinia está citada para o Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina. 

DE CARLO, em 1963b, descreve uma nova espécie de Belostoma, B lundbladi e dá sua distri- 
buição exclusivamente para o Brasil. BACHMANN, neste mesmo ano, refere-se a uma possível dis- 
persão da espécie B. bifoveolatum SPINOLA, 1852, desde a Argentina até o Chile, dando como li- 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980. 


Inventário da distribuição ... ” 
RR O ri e e aa Sr e 


mute meridional desta espécie, a coincidência sob o ponto de vista latitudinal, com os vales transver- 
sais da cordilheira patagönica. 

Em revisão do gênero Lethocerus, MENKE (1963) refere-se a sua distribuição somente na Améri- 
ca do Norte e Central, incluído as ilhas ocidentais. 

No ano de 1964, DE CARLO, detendo-se em novos estudos do gênero Beben , descreve um 
total de 25 espécies, sendo 18 delas referenciadas para a América e as restantes a outros continentes, 
aos quais não se refere. 

DE CARLO, em 1966, descreve Weberiella como gênero novo, para o qual é trasferida a espécie 
B. rhomboides MENKE, 1965, dando sua distribuição exclusivamente para o Brasil. Igualmente, 
descreve 3 espécies novas de Belostoma, B. fittkaui, B. sayagoi, para as quais referencia o Brasil na 
distribuição, e B. peruvianum para a qual cita o Peru. 

ROBACK, também em 1966, faz referências a ninfas de Belostoma coletadas no Peru e Amazo- 
nas. 

O gênero Horvathinia, em 1972, é citado por SCHNACK como gênero americano, salientando 
que suas nove espécies ocorrem, restritamente, na América do Sul. 


Em 1973, SCHNACK faz referências á distribuição de B. elegans MAYR, 1853 no Chile, dizen- 
do que pouco se pode estabelecer quanto a sua dispersão neste país, principalmente pelo fato de ter 
sido pouco coletada. 

GALILEO, em 1974, refere-se à distribuição de Horvathinia como típica da região neotropical, 
sendo assinalada para o Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina. Relata sobre espécies coletadas no Rio 
Grande do Sul, Brasil, nas localidades de Porto Alegre e Santa Maria, sem, entretanto, relacionar as 
espécies. 


Como espécies mais abundantes em Cuba, PASTOR ALAYO (1974) descreve L. medius, B. 
confusum LAUCK, 1959 e refere-se a L. annulipes como uma espécie sul-americana que ultrapas- 
sou as “fronteiras” até as Antilhas menores, Puerto Rico e Espanola, sendo registrada para Cuba. A 
espécie L. griseus (SAY, 1832), citada como Benacus griseus, é dada como relativamente abundante 
em Cuba e L. colossicus está referida como uma espécie ocasionalmente encontrada. 

Contribuído ao estudo bio-geográfico de Hemiptera-Heteroptera no México, BRAILOVSKY & 
MAYAUDON (1974) comentam que os belostomatídeos estão aí representados pelos gêneros 
Abedus, Belostoma e Lethocerus. Deste último citam 6 espécies para as quais ampliam a dispersão 
no México. 


NIESER, em 1975, refere-se a cerca de 150 espécies de belostomatídeos distribuídos no Hemisfé- 
rio Ocidental. Cita Belostoma como gênero americano, com cerca de 70 espécies descritas e sendo o 
mais ricamente disperso na América do Sul; Abedus com cerca de 10 espécies ocorrentes no sul da 
America do Norte (não neotropical) e América Central;Horvathinia também com 10 espécies dis- 
tribuídas na parte central e sul da América do Sul; o gênero monotípico Weberiella é citado para a 
região das Guianas e Lethocerus é dado como ''cosmopolita tropical” com cerca de 25 espécies ocor- 
rentes no Hemisfério Ocidental. 


Especialmente para o Rio Grande do Sul, a espécie L. annulipes está registrada em 8 localidades, 
tendo, assim, sua distribuição ampliada neste Estado e, consequentemente, no Brasil (LANZER, 
1975b). 

Em recentes estudos, exclusivamente sobre a distribuicäo do genero Belostoma no Estado do Rio 


Ends do Sul, LANZER (1976) acrescenta novas localidades de ocorrência de 8 espécies para este 
stado. 


ESPÉCIES NEOTROPICAIS E SUA DISTRIBUIÇÃO 


As espécies seguem listadas em ordem alfabética, dentro de seus respectivos gêneros citados em 
ordem cronológica, Dá-se a localidade típica de cada espécie, seguida de sua distribuição exclusiva 
na região neotropical, conforme as citações encontradas na bibliografia. A referência da distribuição 
é feita da seguinte maneira — autor (ano): número da página onde está referida no trabalho. Os 
nomes dos países estão listados na sequência norte-sul seguidos de localizações mais precisas, como 
por exemplo, estados, departamentos, províncias e territórios, em negrito; cidades, vilas, rios e ar- 
roios, nesta ordem, em disposição alfabética. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980. 


46 LANZER-de SOUZA, M.E. 


Gênero Belostoma LA TREILLE, 1807 
Belostoma amicı PIZA, Jr., 1975 


Localidade típica: Piracicaba, São Paulo, Brasil. 
Distribuição: 


PIZA Jr. (1975): 67 
BRASIL: São Paulo- Piracicaba 


Belostoma angustum LAUCK, 1964 
Localidade típica: Cochabamba, Bolívia. 
Distribuição: 


LAUCK (1964): 133 
E BOLIVIA: Cochabamba- Mt.Punka, Yungas de Arepucho Sihuencas 


Belostoma anurum HERRICH-SCHAFFER, 1848 
Localidade típica: Bahia, Brasil. 


Distribuição: 
DUFOUR (1863): 387, citada como Zaitha subspinosa; 388, citada como Z. 


anurus. 
BRASIL 


MAYR (1871): 412, citada como Z. anurus 
CUBA — COLOMBIA: Bogotá — CHILE 


KIRKALDY & BUENO (1909): 190, citada como Z. boscıi 
MEXICO — CUBA — SANTO DOMINGO = República Dominicana) — 
GUATEMALA — GRANADA — COSTA RICA — PANAMA 


DE CARLO (1930): 113, citada como B. boscii 
MEXICO — CUBA — SANTO DOMINGO( = República Dominicana) — 
GUATEMALA — COSTA RICA — PANAMA — COLOMBIA — GUIANAS — BRA- 
SIL — PARAGUAI — ARGENTINA: Buenos Aires; Catamarca; Chaco; Corrientes; En- 
tre Ríos. 


DE CARLO (19384): 216, citada como B. boscii 
BRASIL: Bahia; Espírito Santo; Rio de Janeiro. — ARGENTINA: Salta- 
Orán, San Pedrito. 
LAUCK (1962): 74 
BRASIL: Bahia; Ceará; Minas Gerais- Belo Horizonte; Rio de Janeiro; Rio 
Grande do Norte; Santa Catarina. 


Belostoma asiaticum MAYR, 1863 
Localidade típica: não designada. 
Distribuição: a ' ER 

MAYR (1863): 354, citada como Zaitha asiatıca 

Borneo 


DUFOUR (1863): 388, citada como Z. stollii 
BRASIL — CHILE 


DUFOUR (1863): 388, citada como Z. boops 
BRASIL 


DUFOUR (1863): 388, citada como Z. carbonaria 
BRASIL: Bahia 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980 


Inventário da distribuição ... 47 


MAYR (1871): 444, citada como Z. boops 
MEXICO — CHILE 


KIRKALDY & BUENO (1909): 190 
MEXICO — BRASIL — PERU — CHILE — ARGENTINA 


DE CARLO (19384): 217 
MEXICO — BRASIL — PERU — ARGENTINA 


LAUCK (1962): 70 
EQUADOR: Guayas- Guayaquil; Los Ríos- Quevedo; Pichincha- Santo Do- 
mingo de los Colorados. — PERU: La Libertad- Pacasmayo; Lima- Laguna Villa; Loreto- 
Iquito. — CHILE: Santiago- Maipú. 


Belostoma aurivillianum (MONTANDON, 1899) 


Localidade típica: não designada. 
Distribuição: 
MONTANDON (1899): 171-2, citada como Zaitha aurivilliana, em NIESER 


(975002) 
VENEZUELA — COLOMBIA — BRASIL 


MONTANDON (1911): 107, em DE CARLO (1966): 107 
VENEZUELA — COLOMBIA — BRASIL 


KIRKALDY & BUENO (1909): 190 
VENEZUELA — COLOMBIA — BRASIL 


DE CARLO (1938a): 220-1 
VENEZUELA — COLOMBIA — BRASIL 


MENKE & LAUCK (1962): 4 
- | BRASIL: Goiäs- São João da Aliança (20 km N). 


LAUCK (1963): 83 ; \ 
VENEZUELA — COLOMBIA — BRASIL: Gosäs- São João da Aliança: 
Pará; São Paulo- São Carlos do Pinhal, Ypanango. — BOLIVIA 


DE CARLO (1966): 107 
PARAGUAI: Cororó 


SCHNACK (1973b): 6 
BRASIL: São Paulo. — PARAGUAI: Cororó. 


NIESER (1975): 102 
VENEZUELA — COLOMBIA — SURINAME: Nickerie- Sipaliwini. — 
BRASIL: Goiás; Pará; São Paulo; Terr. Rio Branco( = Roraima)- Boa Vista. — BOLÍVIA: 
Sta Cruz- Buenavista. 


LANZER (1976): 4 
BRASIL: Rio Grande do Sul - Marcelino Ramos. 
Belostoma aztecum LAUCK, 1959 
Localidade típica: Sirama, La Union, El Salvador. 


Distribuição: 


LAUCK (1959): 7 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980 


48 LANZER-de SOUZA, M.E. 


MÉXICO: Campeche- Hidalgo Encarnacion: Chiapas- Lago Tepancuapän; 
Colima- Manzanillo; Guerrero- Acapulco ; Michoacan- Coumatlán, Ouroga; Sinaloa- 


Pericos; Vera Cruz- Acayucan, Minatitlán, Tampico, Tuxtla, Vera Cruz. — EL SALVA- 
DOR: La Unión- Sirama, Santa Rosa; Santa Ana- Candelaria. 


Belostoma bachmani DE CARLO, 1957 


Localidade típica: Puerto Vallemi, Concepción, Paraguai. 
Distribuição: 


DE CARLO (1957): 52 
PARAGUAI: Concepción - Puerto Vallemi 
DE CARLO (1966): 107 


BRASIL: Amazonas- Cachocin (Igarapé) — PARAGUAI 
SCHNACK (1973b): 6 
PARAGUAI: Concepción- Puerto Vallemi 


Belostoma bergi (MONTANDON, 1899) 


Localidade típica: Buenos Aires, Argentina e Rio Grande, Brasil. 
Distribuição: 


KIRKALDY & BUENO (1909): 190 
ARGENTINA 


DE CARLO (1930): 116-7, citada como B. asiaticum 
MEXICO — BRASIL — PERU — CHILE — ARGENTINA: Buenos Aires; 
Chaco; Corrientes; Entre Rios. 


DE CARLO (1932): 125 
a BRASIL: Amazonas. — ARGENTINA: Buenos Aires; Corrientes; Entre 
108. 


DE CARLO (1938a): 219-20 


BRASIL: Rio Grande. — ARGENTINA: Buenos Aires- Anchorena, Cap.Fe- 
deral; Chaco- Fontana; Corrientes- Capital; Entre Rios- Paranacito 


RUFFINELLI & PIRAN (1959): 45 
URUGUAI: Paysandü- S.Francisco 
LAUCK (1964): 110-1 


PERU: Junin- Satipo. — PARAGUAI: Central- Assunción; Guairä- Villari- 
ca; Paraguari- Sapucay. — ARGENTINA: Buenos Aires- Anchorena, Martinez, Olivos, 
San Pedro; Chaco- Resistencia; Corrientes; Mendoza; Santa Fé- Santa Fé — URUGUAI: 
Montevideo. 
LANZER (1976): 4 
BRASIL: Rio Grande do Sul- Rio Pardo, Santa Teresinha. 
Belostoma bicavum LAUCK, 1964 
Localidade típica: Rio Purus, região do Lago Berury, Brasil. 
Distribuição: 
LAUCK (1964): 103 
BRASIL: Lago Berury- Rio Purus. 


LAUCK (1964): 105, citada como B. parvoculum 
BRASIL: Amazonas- Rio Manacapuru 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980 


Inventário da distribuição ... 49 


NIESER (1975): 100 
BRASIL: Amazonas- ManacapurüfRio Solimões), região do Lago Berury(Rio 
Purus). 


Belostoma bifoveolatum SPINOLA, 1852. 
Localidade típica: El Tofo, Chile. 
Distribuição: 
DUFOUR (1863): 389, citada como Zaitha bifoveolata 
CHILE 


MAYR (1871): 416, citada como Z. bifoveolata 
CHILE: Valparaiso 


KIRKALDY & BUENO (1909): 190 
BRASIL — PARAGUAI — CHILE 


DE CARLO (1930): 115 
BRASIL — PARAGUAI — CHILE — ARGENTINA: Buenos Aires-Tändil;- 
Córdoba- Capital; La Pampa- Loventuel; La Rioja- Capital; Salta- Orán. 


BACHMANN (1961): 20 
ARGENTINA: Chubut- Dolavon (Vale do Rio Chubut), Gaiman, Rawson, 
Trelew; Neuquén- Brazo del Limay, Las Lajas, Plottier (Rio Limay com o Neuquén), 
Termas de Epulafquen (sudoeste do vulcão Lanin); Rio Negro- Fuerte General Roca (Va- 
le do Rio Negro), Valcheta. 


LAUCK (1964): 132-3 
CHILE: Cautin - Temuco; Concepción; Coquimbo- Coquimbo, El Tofo; 
Linares- Linares; Llanquihue- Puerto Montt; Malleco- Angel; Maule- Termas Cauque- 
nes, Miramar; Santiago- Maipü, Santiago; Valparaíso- Limache, Valparaiso, Vina. — 
ARGENTINA: Buenos Aires; Catamarca; Córdoba- La Granja; La Pampa; La Rioja; 
Mendoza- Mendoza; Rio Negro - Neuquen; Salta- Piquete, San Pedrido; Tucumán. 


SCHNAK (1971): 77 
ARGENTINA: Buenos Aires, Sierra de La Ventana, Vila Arcadia. 


Belostoma bordoni DE CARLO, 1966. 
Localidade típica: Represa de Calabozo, Guarico, Venezuela. 
Distribuição: 
DE CARLO (1966): 106 
VENEZUELA: Guarico- Represa de Calabozo. 


Belostoma bosqı DE CARLO, 1932. 
Localidade típica: Gob. de Chaco, Argentina. 
Distribuição: 
DE CARLO (1930): 117, citada como B. Bergi 
BRASIL: Curumbá. — PARAGUAI — ARGENTINA: Chaco. 
DE CARLO (1932): 124-5 
BRASIL: Curumbá — PARAGUAI — ARGENTINA: Chaco; Misiones. 
DE CARLO (19384): 220 
BRASIL: Curumbá. — PARAGUAI — ARGENTINA: Chaco- Fontana, 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980 


50 LANZER-de SOUZA, M.E. 


Resistencia: Misiones. 


MENKE & LAUCK (1962): 6 
BRASIL: Goiás- Santa Isabel (Rio Arguaia [sic]) 


LAUCK (1964): 108-9 
VENEZUELA: Portuguesa- Guanare. — GUIANA HOLANDESA = Suri- 
name): Cottica River, Moengo — BRASIL: Goiäs- Ilha do Bananal, Santa Isabel (Rio Ar- 
guaia [sic)); Mato Grosso- Cáceres, Corumbá, Jacaré, Xingu. — PERU: Huänuco- 
Aguaytia, Huallaga. — BOLÍVIA: Santa Cruz- Puerto Suárez, Santiago (Chiquitos). — 
PARAGUAI: Central- Asunción. — ARGENTINA: Corrientes- Santo Tomé; Chaco; 
Misiones. 


NIESER (1975):111 
SURINAME: Marowijne- Moengo (Boven Cottica). — BRASIL: Amazonas- 
Manacapuru (Lago Calado). 


Belostoma brasiliensis DE CARLO, 1950. 
Localidade típica: Rio das Mortes, Chavantina, Mato Grosso, Brasil. 
Distribuição: 
DE CARLO (1950): 530 
BRASIL: Mato Grosso- Chavantina. 


DE CARLO (1966): 107 
BRASIL: Mato Grosso- Chavantina (Rio das Mortes). — BOLÍVIA: Santa 
Cruz- Nueva Moka 


Belostoma candıdulum MONTANDON, 1903. 


Localidade tipica: näo designada. 
Distribuição: 


MONTANDON (1903): 363, em DE CARLO (1938a : 218) 
BRASIL: Rio Grande do Sul 


RUFFINELLI & PIRAN (1959): 45 
URUGUAI: Artigas- Barra del Yucutujá 


LANZER (1976): 4 
BRASIL : Rio Grande do Sul- Marcelino Ramos 


Belostoma columbiae LAUCK, 1962. 
Localidade típica: Colombia. 
Distribuição: 
LAUCK (1962): 59 | 
COLOMBIA: Magdalena- Santa Maria. 


Belostoma confusurn LAUCK, 1959. 
Localidade típica: Tlalpan, México. 
Distribuição: 
LAUCK (1959): 5 ? 
| MEXICO: Chiapas- Hidalgo La Libertad; Jalisco- Guadalajara, Unión de 
Tula; Michoacän- Carapa, Coumatlän, Ouroga, Pátzcuaro, Tuxpan, Zacapu, Zamora; 


Nuevo Leön- La Gloria; Oaxaca- Oaxaca, Posita, Tlacolula: Yucatän- Chichen Itzá, Xto- 
lok Cenote. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980 


Inventário da distribuição ... 51 


LAUCK (1964): 117 : 
MEXICO: Chiapas- Hidalgo La Libertad; Jalısco- Guadalajara, Unión de 
Tula; Michoacán- Pátzcuaro, Quiroga, Tuxpan, Zacapu, Zamora; Nuevo León - La Glo- 
ria; Oaxaca- Oaxaca, Posita, Tlacolula; Yacatán- Chichen Itzá, Xtolok Cenote. 
Belostoma costalımaı DE CARLO, 1938. 


Localidade típica: Rio de Janeiro e São Paulo, Brasil. 
Distribuição: © 
DE CARLO (1938a): 234-5, citada como B. costa-limai 
BRASIL: Rio de Janeiro; Säo Paulo. 


MENKE & LAUCK (1962) 6 


BRASIL: Goiäs- São João da Aliança (20 km N), Formoso (24 km E), Peixe 
(124 kmS) 


LAUCK (1964): 114 
BRASIL: Goiás- Formoso, Ilha do Bananal, Peixe, Santa Isabel do Morro, 
São João da Aliança; Mato Grosso- Jacaré (Xingu); São Paulq - São Carlos. 
Belostoma cummingsi DE CARLO, 1935. 
Localidade típica: Concordia, Entre Rios, Argentina. 
Distribuição: 
DE CARLO (1930): 113, citada como[B.] foveolatum 
BRASIL — PARAGUAI — ARGENTINA: Buenos Aires, Chaco; Corrien- 
tes; Entre Ríos. 
DE CARLO (1935b): 203-4 5 
BRASIL: São Paulo. — ARGENTINA: Chaco; Entre Rios- Concordia 
“DE CARLO (1938b): 213-4 
BRASIL: Minas Gerais; São Paulo. — ARGENTINA: Buenos Aires- San Isi- 
dro; Chaco; Entre Ríos- Concordia, Gualeguay 


RUFFINELLI & PIRAN (1959): 45 
URUGUAI: Montevideo- Sayago; Rocha- S.Luis; Treinta y Tres- Arrozal 33. 


LAUCK (1962): 72 
BRASIL: Monte Organ; Nova Teutonia; São Begrado; São Paulo- São Pau- 
lo, Ypirango; Rio Grande do Sul- Pelotas. — ARGENTINA: Buenos Aires- Buenos Ai- 


kES. 


LANZER (1976): 4 | 
BRASIL: Rio Grande do Sul- Cotiporä, Curumin, Lagoa Vermelha, Porto 
Alegre (Ilha da Pintada), Torres, Uruguaiana, Viamão (Branquinha). 


Belostoma dallası DE CARLO, 1930. 


Localidade típica: Salta, Argentina. 
Distribuição: 


DE CARLO (1930): 114, citada como B. Dallası 
ARGENTINA: Salta- Tucumán 


DE CARLO (1960): 55, citada como B. bosci 
MEXICO — BRASIL — ARGENTINA 


MENKE & LAUCK (1962): 4 
BRASIL: Goiás- São João da Aliança (20 km N) 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980 


52 LANZER-de SOUZA, M.E. 
LAUCK (1962): 80 
BRASIL: Goiás- São João da Aliança 


Belostoma dentatum (MAYR, 1863). 
Localidade típica: São Leopoldo, Rio Grande do Sul, Brasil. 


Distribuição: a 
MAYR (1863): 356-7, citada como Zaitha dentata 
au BRASIL: São Leopoldo 
DUFOUR (1863): 387, citada como Z. eumorpha 
BRASIL 


MAYR (1871): 408 e 411, citada como Z. eumorpha 
BRASIL: Rio de Janeiro 


DE CARLO (1930): 109-10 
BRASIL — PARAGUAI — ARGENTINA: Buenos Aires; Chaco; Corrien- 
tes; Entre Ríos; Misiones. 


DE CARLO (1930): 110, citada como B. Mayri 
VENEZUELA — BRASIL — BOLIVIA — PARAGUAI — ARGENTINA: 
Buenos Aires; Chaco; Corrientes; Entre Ríos; Misiones. 


DE CARLO (1938a): 212 é 
BRASIL: Minas Gerais; Rio Grande do Sul- São Leopoldo. — PARAGUAI: 
Assunção. — ARGENTINA: Chaco- Fontana; Entre Ríos- Paraná; Salta- Piquete; “ anta 
Fé- Rosário. 


RUFFINELLI & PIRAN (1959): 45 
URUGUAI: Artigas- Barra de Yucutujá. 


LAUCK (1962): 51 
BRASIL: Rio Grande do Sul. — PERU: Loreto- Iquitos, Rio Ucayalı; San 
Martin- Rio Huallaga. 


NIESER (1975): 97 

BRASIL: Amazonas- Manacapuru (Lago Calado); Mato Grosso- Corumbá; 

Pará- Santarém (Rio Tapajós); Rio Grande do Sul- Santa Cruz; Rondonia- Porto Velho, 
Rio Madeira. — PARAGUAI 


LANZER (1976): 4 
BRASIL: Rio Grande do Sul- Albatroz, Br 116-tronco sul (km 10 e km 50). 
Canoas, Porto Alegre (Ilha da Pintada). 


Belostoma denticolle MONTANDON, 1903. 


Localidade tipica: Guiana Francesa. 
Distribuição: 


MONTANDON (1903): 362, citada em NIESER (1975 : 113) 
GUIANA FRANCESA À 


DE CARLO (1938a): 227 
GUIANA FRANCESA: Cayena. — BRASIL: Amazonas. 


DE CARLO (1957): 56 
GUIANA FRANCESA — BRASIL: Amazonas. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980 


Inventário da distribuição Las 53 


NIESER (1975): 113 
GUIANA: Georgetown, Vlissingen Road, Supuruni Creek. — SURINAME: 


Paramaribo; Zanderij; Saramacca; Suriname. — GUIANA FRANCESA — BRASIL: 
Amazonas- Manacapuru (Lago Calado), Região de Itacoatiara, Rio Solimões (Lago do 
Rei). 
ROBACK & NIESER (1974): 38 
COLOMBIA: Meta- Puerto Lopez (32 km ENE, 16km SW) 


Belostoma dilatatum (DUFOUR, 1863). 
Localidade típica: Villarrica, Paraguai. 
Distribuição: 


DUFOUR (1863): 387, citada como Zaitha dilatata 
América do Norte (não neotropical) 


MAYR (1871): 411, citada como Z. dilatata 
Rio Amazonas 


DE CARLO (19384): 229 
BRASIL — ARGENTINA: Buenos Aires; Corrientes- Esquina, Santo Tomé; 
Entre Rios- Paraná. 


RUFFINELLI & PIRAN (1959): 45 
URUGUAI: Artigas; Montevideo- Sayago; Treinta y Tres- Arrozal 33. 


LAUCK (1963): 98 
BRASIL — BOLÍVIA: Santa Cruz- Santa Cruz. — PARAGUAI: Guairá- 
Villarrica. — ARGENTINA: Buenos Aires- Alrededores de Quilmes, Buenos Aires; 
Córdoba- La Graja; Mendoza- Mendosa [sic]; Santa Fé- Rosário, Santa Fé; Tucumán- 
Tucumán. — URUGUAI: Paysandü- Paysandú. 


LANZER (1976): 4-5 
BRASIL: Rio Grande do Sul- Alegrete, Alvotada, Br 116-tronco sul (km 
10), Curumin, Gravataí, Niterói (Canoas) Porto Alegre, São Leopoldo, Tramandaí. 


Belostoma discretum MONTANDON, 1903. 
Localidade típica: não designada. 
Distribuição: 


MONTADON (1903): 22-3, em NIESER (1975 : 107) 
BRASIL — PARAGUAI — ARGENTINA: Corrientes. 


DE CARLO (1930): 116 
BRASIL: Mato Grosso. — PARAGUAI — ARGENTINA: Corrientes- Go- 
ya; Entre Rios- Paraná. 


DE CARLO (1938a): 222 
BRASIL: Amazonas; Mato Grosso; São Paulo. — ARGENTINA: Chaco- 
Fontana; Corrientes- Esquina. 


MENKE & LAUCK (1962): 4 pi“ 
BRASIL: Goiäs- Santa Isabel (Rio Araguaia [sic]). 


LAUCK (1963): 100-1 
BRASIL: Amazonas- Castanha, Lago Berury, Lago Tapaiuna, Manäos [sic], 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980 


54 


LANZER-de SOUZA, M.E. 


Manacapuru, Região de Itacoatiara, Rio Purus, Tefé; Goiás- Santa Isabel; São Paulo- 
Santos. — PERU: Amazonas- Rio Santiago; Junin- Satipo; Loreto- Iquitos; Pucallpa, 
Rio Tapiche, Rio Ucayali. — BOLIVIA: Beni -Ivön, Reyes. — ARGENTINA: Santa Fé- 
Santa Fé. 


NIESER (1975): 107 
BRASIL: Amazonas- Costa do Baixio, Manacapuru (Rio Solimões e Lago Ca- 
lado), Manaus (Ilha do Careiro), Lago do Catalão, Lago dos Passarinhos; Pará- Santa- 
rem, Zona Bragatina (Quatipuru). 


Belostoma doesburgi DE CARLO, 1966 
Localidade típica: Paramaribo, Suriname. 
Distribuição: 


DE CARLO 1966): 104 
SURINAME: Paramaribo. 


Belostoma drakeı DE CARLO, 1950. 
Localidade típica: Ilha de Trindade 
Distribuição: 


DE CARLO (1950): 531 
TRINIDAD 


DE CARLO (1960): 56 ; 
VENEZUELA: Barinitas, Lagoa Tacarigua. 


Belostoma elegans (MAYR, 1871). 
Localidade típica: não designada. 
Distribuição: 


MAYR (1871): 408 e 415, citada como Zaitha elegans 
ARGENTINA: Buenos Aires; La Plata; Mendoza. — URUGUAI. 


DE CARLO (1930): 117-8 
| PARAGUAI — ARGENTINA: Buenos Aires; Córdoba; Corrientes; Entre 
Ríos; La Rioja; Santiago del Estero: Tucumán. — URUGUAI. 


DE CARLO (1938a): 232 
BRASIL: Santa Catarina. — ARGENTINA: Buenos Aires- Cap. Federal; 
Chaco- Fontana; Entre Rios; La Pampa- Loventuel; La Rioja; Mendoza-Malargiié, Santia- 
go del Estero. — URUGUAI. 


DE CARLO (1939): 231 
ARGENTINA 


RUFFINELLI & PIRAN (1959): 46 
URUGUAI: Artigas- Barra de Yucutujá, Yucare; Canelones- Atlantida, La 
Paz, S.).Carrasco; Montevideo- Cidade de Montevideo, Pocitos, Prado, Sayago; 
Maldonado- C2 Animas; Paysandu; Rivera- Tranqueras; Salto- Paso az San José. 
LAUCK (1964): 129-30 
BRASIL: Rio Grande do Norte; Rio Grande do Sul. — PERU: Junin- Sati- 
po. — BOLIVIA: Santa Cruz- Chiquitos, Robore. — PARAGUAI: Guairä- Villarrica. 
— ARGENTINA: Buenos Aires- Alrededores de Quilmes, Buenos Aires, Campana, Lu- 
jan, Olivos, San Isidro, Tigre; Córdoba- Rejo; Corrientes- Esquina; El Chaco- Fontana, 
Resistencia; Entre Rios- Concórdia, La Paz; Mendoza- Mendoza; Santa Fé- Esperanza, 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980 


Inventário da distribuição ... 5 


Reconquista, Sancti Spiritus; Santiago del Estero- Icano (Rio Saldo [sic)): — URUGUAI: 
Artigas- Barra del Yucutujä, Catalán Chico, Cerro Largo- Sierra de Vaz; Colonia- Artil- 
leros: Florida- Casupä; Lavalleja- Aquas Blancas; Montevideo- Montevideo, Pocitos, 
Punta Carrera; Rivera- Tranqueras; Tacuarembö- Tacuarembó. 


SCHNACK (1973a): 67 
CHILE: Colchagua- Pichilemu; Nuble- Rio Perquilauquen; Santiago- La 


Rınconada, Talacante. 
LANZER (1976): 5 
BRASIL: Rio Grande do Sul- Bocoroca, Lagoa Vermelha, Lami, Marcelino 
Ramos, Porto Alegre, Santa Teresinha. 
Belostoma ellipticum LATREILLE, 1833. 


Localidade típica: não designada. 
Distribuição: 
MAYR (1871): 408, citada como Zaitha elliptica 
MEXICO 


KIRKALDY & BUENO (1909): 191 
MEXICO 


DE CARLO (19384): 216 
MÉXICO 


LAUCK (1959): 9 a 
MÉXICO (Costa Este) — BAHAMAS — CUBA — AMÉRICA CENTRAL 


DE CARLO (1960): 57 
COLOMBIA: Muzo 


LAUCK (1962): 62 
has Bahamas- Andros (Lago Straniard Creek). — MÉXICO: 
Campeche -Escárcega Campe; Vera Cruz-Cördoba; Yucatân-'Chichén Itzá, Chuminopo- 
lis, Colonia. — CUBA: La Habana- Cayamas, Rio Almendares; Las Villas- Palpite Cie- 
naga de Zapita, Santa Clara; Matanzas; Oriente- Guantanamo. — GUATEMALA: Con- 
chas River. — HONDURAS: Atlantida- La Ceiba. 


Belostoma elongatum MONTANDON, 1908. 
Localidade típica: Assunção, Paraguai. 
Distribuição: 
DE CARLO (1930): 112 
PARAGUAI: Assunção. — ARGENTINA: Corrientes- Goya. 


DE CARLO (1930): 113, citada como B. boscii 
MEXICO — CUBA — SANTO DOMINGO = República Dominicana) — 
GUATEMALA — COSTA RICA — PANAMÁ — COLOMBIA — GUIANAS — PA- 
RAGUAI — ARGENTINA: Buenos Aires; Catamarca; Chaco; Corrientes; Entre Ríos. 
— URUGUAI. 


RUFFINELLI & PIRAN (1959): 45, citada como B. boscir 
URUGUAI: Montevidéo 


RUFFINELLI & PIRAN (1959): 46 
URUGUAI: Artigas; Canelones- La Tuna; Montevidéo- Pocitos; Rivera- P. 
Tranqueras; Treinta y Tres- Arrozal 33. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980 


56 LANZER-de SOUZA, M.E.: 


LAUCK (1962): 78 
PERU: Junin- Satıpo. — BOLIVIA: Santa Cruz- Chiquitos, Robore. — PA- 


RAGUAI: Central- Asunción; Guairá- Villarrica; Paraguari- Supucay. — ARGENTI- 
NA: Buenos Aires- Buenos Aires; Chaco- Fonta [sic]; Corrientes- Corrientes; Mendoza- 
Mendoza: Misiones- Misiones; Santa Fé- Reconquista: Santiago del Estero- Icano (Rio 
Salado). — URUGUAI: Montevidéo- Montevidéo, Pocitos; San José- San José, Sierra de 
Mahoma. 
LANZER (1976): 5 
BRASIL: Rio Grande do Sul- Bocoroca. 


Belostoma fittkaur DE CARLO, 1966. 
Localidade típica: Cachoeira dos Indios, Igarapé Cachoeira, Brasil. 
“Distribuição: 


DE CARLO (1966): 100 Ä 
BRASIL: Igarapé Cachoeira (Cachoeira dos Indios, Rio Cuieiras). 


SCHNACK (1973): 6 
BRASIL: Igarapé Cachoeira (Cachoeira dos Índios). 


Belostoma foveolatum (MAYR, 1863). 
Localidade típica: não designada. 
Distribuição: 
MAYR (1863): 355, citada como Zaitha foveolata 
Borneo 


MAYR (1871): 408, citada como Z. foveolata 
Cayenne 


DE CARLO (19384): 213 
BRASIL: Minas Gerais; Rio de Janeiro; São Paulo. — PARAGUAI — AR- 


GENTINA. 


LAUCK (1962): 56 
BRASIL: Pará; São Paulo- São Paulo. 


SCHNACK (1973): 6 
BRASIL: Minas Gerais; Rio de o São Paulo. 


NIESER (1975): 98 
BRASIL: Pará- Lago Grande: São Paulo. 


Belostoma gestroi MONTANDON, 1900. 


Localidade tipica: (Balzan), Argentina e Paragirall 
Distribuição: 


MONTANDON (1900): 538-9, citada como B. Gestroi 
PARAGUAI: Coquelet. — ARGENTINA: Balzan (?). 


DE CARLO (1930) : 110-11 
$ BOLÍVIA — PARAGUAI — ARGENTINA: Buenos Aires; Estes Tu- 
cumán. 


DE CARLO (1938a): 219 


BOLÍVIA — PARAGUAI — ARGENTINA: Chaco- Fontana, Resistencia: 
Entre Ríos- Concordia. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980 


Inventário da distribuição ... 57 


BACHMANN (1961) : 25, em NIESER (1975): 106 
ARGENTINA 
LAUCK (1963): 95-6 
BRASIL: Amazonas- João Pessoa, Lago Berury, Rio Purus, Rio Juruá, Mato 
Grosso- Bodoquena. — PERU: Junin- Satipo; Loreto- Rio Ucayali. — BOLIVIA: 
Beni- Espiritu, Rio Yacuma; Cochabamba- Cochabamba; Santa Cruz- Buena Vista. — 
PARAGUAI: Guairá- Villarrica. — ARGENTINA: Buenos Aires- Campana; Mendoza- 
Mendoza; Tucumän- Tucumán. 


NIESER (1975): 106 
SURINAME: Brokopondo- Kassikreek. — BRASIL: Amazonas; Mato 
Grosso. — PERU: Junin; Loreto. — BOLIVIA: Beni- Reyes (Rio Beni). — PARAGUAI 
— ARGENTINA: Buenos Aires; Chaco; Corrientes; Entre Ríos; Tucumán. 


Belostoma grandicollum DE CARLO, 1934. 
Localidade típica: Mato Grosso, Brasil. 
Distribuição: 
DE CARLO (1934): 110 
BRASIL: Mato Grosso. 


DE CARLO (19384): 237 
BRASIL: Mato Grosso. 


LAUCK (1963): 94 
BRASIL: Santa Catarina- Nova Teutonia. 


Belostoma guianae LAUCK, 1962. 


Localidade típica: Guiana 
Distribuição: 
LAUCK (1962): 74-5 
GUIANA BRITÂNICA( = Guiana): Canal Polder; Demerara River (West 
Bank); East Bank Demerara (Plantation Ecceles e Ogle); Georgetown; Honey Camp 
Creek; Supuruni Creek; Vreeden Hopp. 


NIESER (1975): 95 | 
GUIANA: Georgetown: Guyana; Karanambo; Plantation Ecceles; Planta- 
tion Ogle; Vreeden Hopp (West Bank Demerara). — SURINAME: Suriname- Repu- 


bliek, Vierkinderen, Zanderij. 
Belostoma harrısi LAUCK, 1962. 


Localidade típica: Plantation Ogle, Guiana. 
Distribuição: 
LAUCK (1962): 54 ’ 
GUIANA HOLANDESA = Suriname): Paramaribo. — GUIANA BRITA- 
NICA( = Guiana): Georgetown. — BRASIL: Pará. 


DE CARLO (1966): 104 
SURINAME 


NIESER (1975): 99 
GUIANA: Demerara- Mon Repos; Georgetown; Guyana; Plantation Ogle. 
— SURINAME: Commewijne- Plantage Leliendaal; Dutch Guianas; Nickerie- Wage- 
ningen; Marowijne; Saramacca- Coppenamepunt; Suriname- Lelydorp, Paramaribo 
(| Hermitage, Santo Boma, Charlesburg, Cultuurtuin), Para River. 


JHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980 


58 


LANZER-de SOUZA, M.E. 
Belostoma hirsutum ROBACK & NIESER, 1974. 
Localidade típica: Colombia. 
Distribuição: 
ROBACK & NIESER (1974): 39 
COLOMBIA: Meta (Puerto Lopez- 32 km ENE). 
Belostoma horvathi MONTANDON, 1903. 


Localidade típica: Santa Catarina, Brasil. 
Distribuição: 


DE CARLO (19384): 224 
BRASIL: Minas Gerais; Santa Catarina; São Paulo; Rio Grande. — AR- 
GENTINA: Chaco- Fontana. 
- DE CARLO (1957): 56 
BRASIL: Santa Catarina. 
LAUCK (1959): 6 
AMERICA DO SUL. 
DE CARLO (1960): 58 
BRASIL: Santa Catarina. 
SCHNACK (1973): 6 


BRASIL: Minas Gerais; Santa Catarina; São Paulo; Rio Grande. 
Belostoma husseyi DE CARLO, 1960. 
Localidade típica: Caracas, Venezuela, 
Distribuição: 
DE CARLO (1960): 49 
VENEZUELA: Caracas. 
Belastoma lariversi DE CARLO, 1960. 
Localidade típica: Cucharas, Peru. 
Distribuigäo: 
DE CARLO (1960): 50 
PERU: Cucharas- Fuallago, Pucaya. 
Belostoma lundbladı DE CARLO, 1963. 


Localidade típica: Paracatu, Minas Gerais, Brasil. 
Distribuição: 
DE CARLO (1963b): 22 
BRASIL: Minas Gerais- Paracatu. 
Belostoma machrisi MENKE e LAUCK,, 1962. 


Localidade típica: São João da Aliança, Goiás, Brasil. 
Distribuição: 


MENKE & LAUCK (1962): 7 
BRASIL: Goiäs- São João da Aliança (20 km N). 
Belostoma malkini LAUCK, 1962. 


Localidade típica: Guanare, Portuguesa, Venezuela. 
Distribuição: 


LAUCK (1962): 52 


TRINIDAD: Fyzadad. — VENEZUELA: Bolivar- Tumeremo; Monagas- 
Caripito, Quirequire; Portuguesa- Guanare; Zulia- Rosano. — GUIANA BRITA- 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980 


Inventário da distribuicäo ... 59 
E eee eme O ee ee e e mei o e e, 


NICA( = Guiana): Georgetown. — BOLÍVIA: Santa Cruz- Roboré. 


NIESER (1975): 100 
VENEZUELA: Malkın; Portuguesa- Guanare. 


LANZER (1976): 5 | 
BRASIL: Rio Grande do Sul- Porto Alegre (Jardim Barão do Caí). 


Belostoma martinezi DE CARLO, 1957. 
Localidade típica: Nueva Moka, Santa Cruz, Bolívia. 
Distribuição: 
DE CARLO (1957): 54 
BOLIVIA: Santa Cruz- Nueva Moka. 
LAUCK (1964): 112 5 
BRASIL: Região Berry (Rio Purus). — BOLÍVIA: Distrito de Chaparé (Rio 
Chipırirı); Santa Cruz- Nueva Moka. 


SCHNACK (1973): 6 
BOLIVIA: Santa Cruz- Nueva Moka. 


Belostoma martini MONTANDON, 1899. 


Localidade típica: Patagonia”. 
Distribuição: 


MONTANDON (1899): 170, citada como Zaitha martini, em KIRKALDY & 
BUENO (1909: 191) 3 
Patagonıa 
KIRKALDY & BUENO (1909): 191 
Patagonia 
DE CARLO (1930): 111 
PARAGUAI — ARGENTINA: Buenos Aires- La Plata. — URUGUAI. 
DE CARLO (19384): 230-1 
ARGENTINA: Buenos Aires- Buenos Aires (Rosas), Mar del Plata. — URU- 
GUAI. 
RUFFINELLI & PIRAN (1959): 46 
URUGUAI: Canelones- Las Tocas; Colonia- Carmelo. 
LAUCK (1963): 99 
ARGENTINA: Buenos Aires; Patagonia. — URUGUAI. 
LANZER (1976): 5 
BRASIL: Rio Grande do Sul- Cassino. 


Belostoma menkei DE CARLO, 1960. 


Localidade típica: Satipo e Pucallpa, Peru. 
Distribuição: 
DE CARLO (1960): 53 
PERU: Pucallpa; Satipo. 


Belostoma micantulum (STAL, 1858). 
Localidade tipica: Rio de Janeiro, Brasil. 
Distribuição: 
STAL (1858): 84, citada como Zaitha micantula em NIESER (1975 : 115). 
BRASIL 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980 


60 LANZER-de SOUZA, M.E. 


WHITE (1879): 270, citada como Z. zelorypus. em NIESER (1975 : 115). 
BRASIL 


MAYR (1871): 410 e 420, citada como Z. micantula 
BRASIL: Rio de Janeiro. — La Plata 


DE CARLO (1930): 120 
BRASIL — PARAGUAI — ARGENTINA: Buenos Aires; Chaco; Corrien- 
tes: Entre Ríos; Misiones; Santa Fé; Santiago del Estero. 


DE CARLO (1938a): 228 
BRASIL: Rio de Janeiro — PARAGUAI: Puerto Guarani. — ARGENTI- 
NA: Chaco- Fontana: Corrientes- Itati; Entre Ríos- Concordia; Salta- Orán: Santa Fé- 
Rosário. 
RUFFINELLI & PIRAN (1959): 46 
URUGUAI: Artigas- Arr. Tres Cruces; Arr. de la Invernada; Barra de Yucu- 
tujá. 
MENKE & LAUCK (1962): 7 
BRASIL. Goiás- Amaro Leite (34 km S), Peixe (3 km S; 48 km S: 124 km 8), 
São Jcão da Aliança (20 km N). 


NIESER (1975): 115 

GUIANA: Alexander Village: West Bank Demerara (Canal Polder); Geor- 
getown; Karanambo. — SURINAME: Brokopondo- Afobakka, Brokopondo, Kabelsta- 
ton: Commewijne- Plantage Leliendaal; Coronie- Coronieweg: Marowijne; Saramacca; 
Suriname: Paramaribo (| Hermitage), Republiek, Zanderij. — BRASIL: Amapä- Porto 
Santana; Amazonas- Igarapé Incarnada (Rio Cuieiras), Manaus (Lago Calado e Lago Xi- 
borena), Paraná Terra Nova (Rio Solimões), Paraná dos Ramos (Rio Amazonas), Rio Cu- 
pari (Lago Silvestre): Pará- Fordlândia, Igarapé (Vila Nova), Igarapé Uaıba, Tumucuma- 
que: Rio de Janeiro. 


ROBACK & NIESER (1974): 39 = 
COLOMBIA Meta- Lagoa Mozambique (Puerto Lopez- 16 km SW). 
Belostoma minor (PASILOT DE BEAUVOIS, 1805). 


Localidade tipica: não designada 
Disimbuição 


PALISOT DE BEAUVOIS (1805): 236, citada como Nepa minor em KIR- 
KALDY & BUENO (1909 : 192) 
HAITI — SANTO DOMINGO( = República Dominicana) 
KIRKALDY & BUENO (1909): 190, citada como B. apache 
MENICO CUBA BNANSIE 
MAYR (1871): 409, citada como Zartha minor 
MEXICO 
LAUCK (1959): 2 
“Creater Antilles” 
DE CARLO (1960): 54, citada como B. apache 
BRASIL: São Paulo 
LAUCK (1964). 123 


CUBA: Havana- Havana: Pinar del Rio- Pinar del Rio. — REPUBLICA 
DOMINICANA: Boca Caia. JAMAICA: Montego Bay: Snug Harbor. — PORTO 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980 


Inventário da distribuição ... 


61 


RICO: Arecibo (Lago Tortuguero, Vega Baja); Mayagüez (Laja): Ponce (Villalba- Lago 


Guayabal): San Juan (San Juan). 
Belostoma noualhreri MONTANDON, 1903. 


Localidade tipıea: Rio Grande, Brasil. 
Disembuição 


DE CARLO (19384): 235 
BRASIL: Rio Grande 


DE CARLO (1950): 531 
BRASIL: São Paulo 


Belostoma oxyurum (DUFOUR, 1863). 
Localidade típica: Montevideo, Uruguai. 
Disernbuição 


DUFOUR (1863): 390, citada como Zaitha oxyura 
URUGUAI: Montevideo 


MAYR (1871): 409, citada como Z. oxyura 
Buenos Aires — Montevidéo 


KIRKALDY & BUENO (1909): 192 
BRASIL — ARGENTINA — URUGUAI 


DE CARLO (1930): 118 
BRASIL — ARGENTINA: Buenos Aires. — URUGUAI. 


DE CARLO (19384): 225 


BRASIL — ARGENTINA: Buenos Aires- Capital, Chascomús; Ilha Martin 


Garcia: Entre Ríos- Paramacito. — URUGUAI: Montevideo. 


SCHNACK (1971): 77 
ARGENTINA: Buenos Aires- Chascomüs. 


Belostoma planum LAUCK, 1963. 
Localidade típica: Shapajilla, Huanuco, Peru. 
Distribuição: 


LADER oo Be 5 
PERU: Huanuco- Shapajilla. 
Belostoma peruvianum DE CARLO, 1966. 
Localidade típica. Pucallpa, Tournavista, Peru 
Distribuição 


DE CARLO (1966): 102 
VENEZUELA — PERU: Tournavista- Pucallpa. 


Belostoma plebejum (STAL, 1858) 
Localidade vípica: Rio de Janeiro. Brasil 
Distribuição: 


DUFOUR (1863): 389-90, citada como Zaitha plebejum e Z. maculosa. 
BRASIL 

MAYR (1871): 410, citada como Z. plebeja 
VENEZUELA — BRASIL 


KIRKALDY & BUENO (1909): 192 
BRASIL — ARGENTINA 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev 


. 1980 


62 LANZER-de SOUZA, M.E. 


DE CARLO (1930): 118-9 E 
BRASIL — ARGENTINA: Buenos Aires; Corrientes; Entre Ríos; Misiones. 
RUFFINELLI & PIRAN (1959): 47 
URUGUAI: Lavalleja 


MENKE & LAUCK (1962): 6 
BRASIL: Goiás- São João da Aliança (20 km N) — PARAGUAI — ARGEN- 


TINA — URUGUAI. 
Belostoma porteri DE CARLO, 1942. 


Localidade típica: não designada. 
Distribuição: 
DE CARLO (1942): 213 
PANAMÁ: Zona do Canal de Panamá. — VENEZUELA: Mérida. — PE- 
RU: Las Guacas. 


LAUCK (1962): 54-5 
PANAMA: Panamá- Panamá City; Trinidad Rio. — VENEZUELA. 


NIESER (1975): 102 
PANAMA: Panamá City: Zona do Canal. 


Belostoma pseudoguianae ROBACK e NIESER, 1974. 
Localidade típica: Colombia. 
Distribuição: 


ROBACK & NIESER (1974): 40 
COLOMBIA: Meta - Lagoa Mozambique. 


Belostoma pygmeum (DUFOUR, 1863). 
Localidade típica: Pondicherry (2) 
Distribuição: 


DUFOUR (1863): 392, citada como Zaıtha pygmea 
Pondicherry (>) 
NIESER (1975): 118 a 
BRASIL: Amazonas- Paraná Terra Nova (Rio Solimões). — BOLIVIA: Santa 
Cruz. — PARAGUAI: Molinasque. 


Belostoma rıbeiroi DE CARLO, 1933. 
Localidade típica: Gruta de Tucum, Mato Grosso, Brasil 
Distribuição: 


DE CARLO (1933): 96, citada como B. Ribeiror 
BRASIL: Mato Grosso- Gruta de Tucum 


DE CARLO (1933): 97, citada como B. Dufouri 
BRASIL: Mato Grosso a 


DE CARLO (1935b): 205 
BRASIL: Mato Grosso 


DE CARLO (19384): 238 
BRASIL: Mato Grosso 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980 


Inventário da distribuição ... 63 


MENKE & LAUCK (1962): 6 
BRASIL: Goias- Amaro Leite (34 km S), Formoso (24 km E), Veadeiros. 


LAUCK (1963): 92 
BRASIL: Goiás- Amaro Leite (ao sul): Formoso, Veadeiros. 


Belostoma sanctulum MONTANDON, 1903. 


Localidade vípica: Espírito Santo, Brasil. 
Distribuição 


DE CARLO (19384): 226 

BRASIL: Espírito Santo, Santa Catarina. 
LAUCK (1959): 6 

“South American” 
SYNAVE (1967):5 

BRASIL 


SCHNACK (1973b): 6 
BRASIL: Espírito Santo; Santa Catarina. 


Belostoma sattlerı DE CARLO, 1966. 


Localidade típica: Amazonas, Brasil, 
Distribuição: 


DE CARLO (1966): 105 
BRASIL: Amazonas 


Belostoma sayagoı DE CARLO, 1966. 


Localidade tipica: Para. Brasil. 
Distribuição 


DE CARLO (1966): 101 
BRASIL: Pará 


Belostoma stollii (AMYOT e SERVILLE, 1843). 
Localidade típica: Rıvieri de Kouru, Pariacabo, Guiana Francesa. 
Distribuição 
DE CARLO (19384): 240 
GUIANAS — BRASIL 
LAUCK (1963): 88 j | 
GUIANA HOLANDESA ( = Suriname) — GUIANA FRANCESA: Pariaca- 
bo — VENEZUELA: Terr. Amazonas — Ilha de Esfurzo. — BRASIL: Amazonas- Re- 
gião do Lago Taparuna: Mato Grosso- Jacaré ( Rio Xingu ). 
NIESER (1975): 104 o | 
GUIANA: Supuruni Creek . — SURINAME: Brokopondo; Marowijne- Rio 
Litanı; Nickerie- Amazonas. Rio Kabalebo. GUIANA FRANCESA: Pariacabo (Janvier- 


Le Moult). 
Belostoma subspinosum subspinosum (PALISOT DE BEAUVOIS, 1805). 


Localidade tipica: Boca Cana. Republica Dominicana . 
Distribuição 


PALISOT DE BEAUVOIS (1805): 236, citada como Nepa subspinosum em 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980 


64 LANZER-de SOUZA, M.E. 


KIRKALDY & BUENO (1909 : 192). 
HAITI — SANTO DOMINGO (= República Dominicana) 


DUFOUR (1863): 387, citada como Zaıtha subspinosa 
"Saint Domingue- Cayenne” 


LAUCK (1959): 9 
ANTILHAS (excluíndo Cuba) 


LAUCK (1962): 68 
HAITI: Oeste. — Attelye; Port-au-Prince. — REPÚBLICA DOMINICA- 
NA: Espaillat- Moca; Puerto Plata- Puerto Plata; Samanä- Sanchez; San Pedro de 
Macoris- Boca Caica, San Pedro de Macorís. — PORTO RICO: Aquadilla (Aceituna): 
Arecibo (Arecibo); Guayana (Cayey, Guayaba); Mayagüez (Lajas, Mayagüez); Ponce 
(Coamo Springs, Villalba): San Juan (Corozal, Gurabo, Rio Piedros, San Juan). — GRE- 
NADA [sic]: Worburn. — St. CROIS. 


Belostoma subspinosum cupreomicans (STAL, 1854). 
Localidade típica: México 
Distribuição: 


LAUCK (1959):9 _ 
MEXICO — AMERICA CENTRAL 


LAUCK (1962): 65 
MEXICO: Campeche- Champotön Yaluı Aquada, Ciudad de Carmen; 

Chiapas- La Libertad, Lago Tepancuapan: San Vicente; Colima- Colima, Vulcano: 
Guerrero- Acapulco, Rio Agua; Jalısco- Chapala, Concha, Guadalajara, La Quemada: 
Michoacan- El Sabino Uruapán, Quiroga, Zamora: Nayarit- Puerta de la Lima, Tepic: 
Nuevo Leön- Monterrey, Rio Ramos: Oaxaca- La Ventosa, Tehuantepec, Zanatepec; San 
Luis Potosı- Tmazunchale, Valles; Sınaloa- Culiacan, Mazatlán, Verdura, Hermosillo, 
Obregon: Tamaulıpas- Tampıco, Victoria; Vera Cruz- Córdoba, Jesus Carranza, La Glo- 
ria. Minatıtlan, Napacayan, Pao de Ovejas, Vera Cruz; Yucatän- Chichen Itzá, Piste 
Chock Cenote. — GUATEMALA: Izabel- Cayuga; Jutiapa- Asunción, Jutiapa, Mono- 
gov. Progreso. — HONDURAS: Atlantida — Tela; Chiquimula: Copán: Tegucigalpa- 
Tegucigalpa. — EL SALVADOR: La Unión- San Antonio, San Miguel, Santa Rosa, Sı- 
rama. — COSTA RICA: Guanacaste- Bagaces, Liberia. — NICARÁGUA: Esteli- Con- 
gega: Manágua- San Benito: Madriz- Somoto; Rıvas- Belém, Rivas. — PANAMA: 
Chiriqui- El Volcán. 

Belostoma testaceopallidum LATREILLE, 1807: 

Localidade típica: Curitiba. Paraná, Brasil 

Distribuição 

LA TREILLE (1807): 145, citada como [B.] testaceo-pallidum 
AMÉRICA 


DUFOUR (1863): 387, citada como Zaitha margine-guttata 
BRASIL 


DUFOUR (1863): 388, citada como Z. carbonaria 
BRASIL: Bahia 


MAYR 1871): 407 e 410, citada como Z. margineguttata 
GUADALUPE — BRASIL 


DE CARLO (1930): 114, citada como B. restaceo-pallidum 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980 


Inventário da distribuição ... 65 


GUADALUPE — BRASIL — ARGENTINA: Misiones 


DE CARLO (1934): 111, citada como B. longirostrum 
BRASIL: Estado do Rio- Terezópolis 


DE CARLO (19384): 236-7 
BRASIL: (Mato Grosso) 


DE CARLO (19384): 238, citada como B. longirostrum 
M BRASIL: Minas Gerais, Rio de Janeiro; São Paulo. — ARGENTINA: 
Misiones 


LAUCK (1963): 91 
BRASIL: Paraná- Curitiba. 


Belostoma thomast LAUCK, 1959. 
Localidade típica: Cuernavaca, Morelos, México. 
Distribuição: 


LAUCK (1959): 2 
MEXICO: Campeche- Ciudad de Carmen, Palizada; Chiapas- Comitän, 
Hidalgo La Libertad, Lago Tepancuapan, Tuxtla Gutiérrez: Colima- Colima; Guerrero- 
Acapulco, Cajones, Iguala, Rincon, Rio Balsas: Hidalgo- El Chico; Jalisco- Autlän, Te- 
colotlán, Unión de Tula; Michoacán- Carapán, El Sabino Urupan; Nayarit- Ixtlán del 
Rio; Nuevo León- Montemorelos; Oaxaca - La Ventera, Oaxaca, Posita, Salina Cruz, Te- 
panatepec, Zanatepec, Tamaulipas- Hacienda La Clementina: Vera Crüz- Plantanas Mi- 
natitlán, Vera Cruz; Yucatän- Chichen Itzä, Mérida, Yunca. — GUATEMALA: 
Jutiapa- Jutiapa. — HONDURAS: Distrito de Guaimas - Tela; Morazän- Tegucigalpa. 
— EL SALVADOR: Cuscatlán- Cojutepeque; La Uniön- San Antonio, Santa Rosa. — 
COSTA RICA: Guanacaste- La Cruz. — NICARÁGUA: Belén: Pena Blanca; Rivas. 


LAUCK (1964): 120-1 
Cita as mesmas localidades de seu trabalho em 1959, acrescentando — 
COSTA RICA: Cartago- Turrialba; Guanacaste- La Cruz; San Jose- Rio Tiribr, San Jose. 


Belostoma triangulum LAUCK, 1964. 
Localidade típica: Leonpampa e Shapayılla, Huanuco, Peru. 
Distribuição: 
LAUCK (1964): 107 
BRASIL: Mato Grosso- Caceres. — PERU: Huanuco- Aucuyacu, Leonpam- 
pa, Shapayılla. 
Belostoma truxali DE CARLO, 1960. 


Localidade típica: Kabelstarion. Suriname 
Distribuição 


DE CARLO (1960): 48 
SURINAME: Kabelstation 
ROBACK & NIESER (1974): 39 
COLOMBIA 
NIESER (1975): 112 
SURINAME: Brokopondo; Marowijne- Langatabbetje. 
Belostoma venezuclae LAUCK, 1962. 


“Localidade típica: Monagas. Venezuela 
Distribuição 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980 


66 LANZER de SOUZA, M.E. 


LAUCK (1962): 77 
ILHA DE CURAÇÃO : St. Martha. — EQUADOR: Guayas- Guayaquil. — 


PERU: Lima- Callao. — VENEZUELA: Amazonas- Puerto Ayacucho: Araqua- Roca del 
Rio; Bolivar- Tumeremo; Distrito Federal; Monagas- Matarin; Portuguesa- Guanare. 


Gênero Lethocerus MAYR, 1853. 
Lethocerus angustipes (MAYR, 1871). 


Localidade típica: não designada. 
Distribuição: 
MAYR (1871): 427, citada como Belostoma angustipes 


MEXICO 


KIRKALDY & BUENO (1909): 188 
MEXICO 


CUMMINGS (1933): 203 
MEXICO: Colima; Durango 


DE CARLO (1933): 207 
MEXICO: Campeche- Lerma 
MENKE (1963): 267 
MEXICO 
DE CARLO (1964): 343 
MEXICO 
BRAILOVSKY & MAYAUDON (1974): 97 
MEXICO: Hidalgo- Actopan 
Lethocerus annulipes (HERRICH-SCHAFFER, 1846). 
Localidade típica: Sul da América (sem localidade definida). 
Distribuição: 
HERRICH-SCHAFFER (1848): 28, citada como Belostoma annulipes, em 
INTE SE ROO ADE 
Sul da América. 


DUFOUR (1863): 382, citada como B. ruficeps, B. distinctum e B. sıgnore- 


América Meridional — COLOMBIA — BRASIL 


MAYR (1871): 427, citada como B. annulıpes 
CUBA — VENEZUELA: La Guayra — SURINAME 


MONTADON (1896): 516, citada como B. mayri, em MENKE (1963 : 264). 
BRASIL 
KIRKALDY & BUENO (1909): 188 ' 
MEXICO — CUBA — JAMAICA — HONDURAS BRITÂNICAS ( = Beli- 
ze) — GUATEMALA — COSTA RICA — NICARÁGUA — PANAMÁ — VENEZUE- 
LA — GUIANA HOLANDESA ( = Suriname) — BRASIL — ARGENTINA. 


DE CARLO (1930): 107-8 E | 
MÉXICO — CUBA — JAMAICA — HONDURAS BRITÂNICAS (= Beli- 
ze) — GUATEMALA — HONDURAS — COSTA RICA — NICARÁGUA — PANA- 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980 


Inventário da distribuição ... 67 


MÁ — VENEZUELA — COLOMBIA — GUIANAS — BRASIL — PARAGUAI — AR- 
GENTINA: Buenos Aires; Chaco; Corrientes; Entre Ríos; Misiones; Santiago del Estero. 
— URUGUAI. 


CUMMINGS (1933): 204 
PORTO RICO: Porto Rico — VENEZUELA: Caracas — COLOMBIA: 


Colombia — GUIANA FRANCESA: St. Laurent- Guyana — GUIANA BRITÂNICA 
( = Guiana): Plantation Ecceles, E Bank Demerara River — BRASIL: Santa Catarina; São 
Paulo- Ypirango — PARAGUAI: Paraguai- Villarrica — ARGENTINA: Buenos Aires; 
Santa Fé- Fives Lille; Santiago del Estero- Icano (Rio Salado). 


DE CARLO (19384) : 202 x 
CUBA — GUATEMALA — HONDURAS — NICARÁGUA — VENE- 


ZUELA — BRASIL: Mato Grosso — ARGENTINA: Buenos Aires- Cap. Federal; Chaco- 
Fontana, Resistência; Entre Rios- Paraná; Formosa- Las Lomitas; Santiago del Estero- Ca- 
pital. 
MENKE & LAUCK (1962): 4 
BRASIL: Goiäs- São João da Aliança (20 km N) 


MENKE (1963): 264 
LA ESPANHOLA — PORTO RICO — “'Lesser Antilles 


DE CARLO (1964): 349 
ANTILHAS — VENEZUELA: Guarico- Represa de Calabozo — BRASIL: 
Rio de Janeiro; Rio Grande do Sul; Säo Paulo — PARAGUAI: Concepciön- Pto. Valle- 
| — ARGENTINA: Buenos Aires- Capital Federal; Chaco; Corrientes; Entre Ríos; For- 
mosa; Santa Fé; Santiago del Estero- URUGUAI. 


PASTOR ALAYO (1974): 30 
LA ESPANHOLA — PORTO RICO — ANTILHAS MENORES 


- ROBACK & NIESER (1974): 40 
COLOMBIA: Meta ( (Fazenda El Viento- 32 km ENE de Puerto Lopez). 


NIESER (1975): 121-2 
GUIANA BRITÂNICA ( = Guiana): Demerara — SURINAME: Suriname- 
Paramaribo (T' Hermitage), Republiek (Coropinakreek), Zanderij (Malasie Kreek). 


LANZER (1975b): 88 
BRASIL: Rio Grande do Sul- Canoas, Cidreira, Pantano Grande, Porto Ale- 


gre, Santa Maria, Santa Teresinha, Torres, Tramandaí, Uruguaiana. 


Lethocerus bruchi DE CARLO, 1931. 
Localidade típica: Estado do Paraná, Brasil. 
Distribuição: 

DE CARLO (1931): 218 
BRASIL: Paraná 


DE CARLO (19384): 203 
BRASIL: Minas Gerais, Paraná 
RUFFINELLI & PIRAN (1959): 47 
URUGUAI: Tacuarembö 
DE CARLO (1964): 339 e 347 
BRASIL: Minas Gerais; Paranä — ARGENTINA: Corrientes- Caseros — 
URUGUAI: Maldonado. 


1, 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980 


68 LANZER-de SOUZA, M.E. 
PO pd rn iso So srt Eu a 


Lethocerus camposi (MONTANDON, 1900). 
Localidade típica: Guayaquil, Equador. 
Distribuição: 
KIRKALDY & BUENO (1909): 188 
EQUADOR 


CUMMINGS (1933): 205 
EQUADOR: Guayaquil 


DE CARLO (1964): 341 
EQUADOR: Guayaquil 


Lethocerus colossicus (STAL, 1854). 
“Localização típica: Honduras 
Distribuição: 
STAL (1855): 240, citada como Belostoma collosıcum, em MENKE (1963 : 
265). 
HONDURAS 


MAYR (1871): 425, citada como B. colossicum 
MÉXICO — CUBA — HONDURAS 


KIRKALDY & BUENO (1909): 188 
MÉXICO — CUBA — JAMAICA — HONDURAS — COSTA RICA 


CUMMINGS (1933): 207 1 
MÉXICO: Campeche; Yucatän- Yucatán — CUBA: Central San Antonio; 
Cuba: Havana: Santiago (Madruga) — JAMAICA: Jamaica — PANAMA 


DE CARLO (19384): 205 
MEXICO: Oaxaca — CUBA: Havana — JAMAICA — HONDURAS — 
COSTA RICA — PANAMA 


MENKE (1963): 265-7 


MÉXICO: Istmo de Tehuantepec — CUBA — JAMAICA — PANAMÁ 
(ao sul) 


DE CARLO (1964): 339 e 341 
MEXICO: Oaxaca; Tabasco; Villahermosa — CUBA — JAMAICA — 
HONDURAS — COSTA RICA — PANAMÁ 


PASTOR ALAYO (1974): 31 
CUBA 


BRAILOVSKI & MAY AUDON (1974): 97 
MEXICO: Guerrero; Oaxaca- Puerto Escondido; San Luis Potosi- San Luis 
Potost; Vera Cruz- Cosoamaloapan, El Higo, Fortin; Yucatán. 


Lethocerus delponteiı DE CARLO, 1930. 


Localidade típica: Iguazu, Misiones, Argentina. 
Distribuição: 


DE CARLO (1930): 108, citada como L. Del Pontei 
ARGENTINA: Misiones- Iguazu 


DE CARLO (1931): 217 | 
BRASIL: Paraná. — PARAGUAI: Puerto Guarani — ARGENTINA: 
Misiones- Iguazu. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980 


Inventário da distribuição ... 69 


CUMMINGS (1933): 206-7, citada como L. del pontei 
MEXICO: Colima; Córdoba; Jalapa (ao sul); San Luis Potosi- Victorias (50 
m S); Vera Cruz- Encero; Yucatán. — CUBA: Guantanamo; Havana; Marinao (Rio Al- 
mendares). — JAMAICA: Claremont; Jamaica (Alligator Pond) — PORTO RICO: San 
Juan. — HONDURAS: Honduras. — SAN SALVADOR ( = El Salvador): San Salvador. 
— COSTA RICA: Costa Rica. — PANAMA: Panamá — EQUADOR: Guayaquıl — 
BRASIL: — Blumenau; São Paulo- Ypirango. — PARAGUAI: Villarrica. — ARGEN- 


TINA: Misiones- Iguazu. 


DE CARLO (19384): 201 

MEXICO — CUBA — PORTO RICO — EL SALVADOR — COSTA RICA 

— PANAMA — EQUADOR — BRASIL: Paraná. — PARAGUAI: Puerto Guarani. — 
ARGENTINA: Jujuy- Capital; Misiones- Iguazu. 


MENKE & LAUCK (1962): 4 
BRASIL: Goiás- São João da Aliança (20km N). 


MENKE (1963): 265 & 
COSTA RICA — NICARAGUA — PANAMÁ — América do Sul 


DE CARLO (1964): 349 
VENEZUELA — BRASIL: São Paulo- Pirassununga. — PARAGUAI: Puer- 
5 Guarani; Villarrica. — ARGENTINA: Jujuy- Capital; Misiones- Iguazu; Salta- Agua 
anca. 
NIESER (1975): 122-3 
SURINAME: Marowijne- Paloemeu; Saramacca; Suriname- Paramaribo 
(Cultuurtuin). 


Lethocerus dılatus CUMMINGS, 1933. 
Localidade tipica: Buena Vista, Santa Cruz, Bolivia. 
Distribuição: 
CUMMINGS (1933): 208 
BOLIVIA: Santa Cruz- Buena Vista. 


DE CARLO (1964): 347 p 
BRASIL: Santa Catarina. — BOLIVIA: Santa Cruz- Buena Vista. 


Lethocerus grandis (LINNEO, 1758). 
Localidade típica: não designada. 
Distribuição: 
KIRKALDY & BUENO (1909): 188 
GUIANA FRANCESA — COLOMBIA — BRASIL 


DE CARLO (1930): 105-7 | 
COLOMBIA — GUIANAS — BRASIL — PARAGUAI: Puerto Bertoni. — 


ARGENTINA: Misiones- Iguazu; Tucumän- Plaza Independencia. 


CUMMINGS (1933): 209 
COLOMBIA: Ost. Colombia — Villavicencio. — BRASIL: Igarapé Assu. — 
PARAGUAI: Villarica [sic]. 


DE CARLO (19384): 208 
América Meridional — BRASIL: Rio de Janeiro; São Paulo. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980 


70 LANZER de SOUZA, M.E. 


DE CARLO (1964): 341 
BRASIL: Minas Gerais; Rio de Janeiro, São Paulo. 


Lethocerus griseus (SAY, 1832). 
Localidade típica: não designada. 
Distribuição: 
GUERIN-MENEVILLE (1856): 176, citada como Belostoma angustatum, em 
MENKE (1963 : 267). 
CUBA 


DUFOUR (1863): 382, citada como B. distinctum 
COLOMBIA 


CUMMINGS (1933): 200 
CUBA: Havana- Marinao (Rio Almendares) 


DE CARLO (1938a): 196 
CUBA: Havana 


MENKE (19603): 64 
MEXICO (Costa Este) — ANTILHAS: Greater 


MENKE (1962): 64 
Antilhas maiores 


MENKE (1963): 267 
MÉXICO: Yucatán — CUBA — JAMAICA — PORTO RICO: Bayamon — 
GUATEMALA 


DE CARLO (1964): 338 
CUBA 


BRAILOVSKY & MAY AUDON (1974): 98 
MEXICO: Vera Cruz- Coatzcoalcos 


PASTOR ALAYO (1974): 31, citada como Benacus griseus 
CUBA 


Lethocerus jimenezasuai DE CARLO, 1957 
Localidade típica; Guayaquil, Equador. 
Distribuição: 
DE CARLO (1957): 51 
EQUADOR: Guayaquil 


DE CARLO (1964): 349 
EQUADOR: Guayaquil 


Lethocerus maximus DE CARLO, 1938. 
Localidade típica: Paraguai. 
Distribuição: 
DE CARLO (19384): 209 y 
VENEZUELA — BRASIL: Curumbá: Rio Grande. — BOLIVIA: Santa Cruz 
de la Sierra. — PARAGUAI: Puerto Bertoni. — ARGENTINA: Tucumán. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980 


Inventário da distribuição ... 71 


DE CARLO (1960): 20 » 

VENEZUELA — BRASIL: Corumbä; Rio Grande. — BOLIVIA: Santa Cruz 

de la Sierra. — PARAGUAI: Puerto Bertoni. — ARGENTINA: Rivadavia; Salta- Rio 
Pilcomayo; Tucumán- San Miguel (Plaza Independencia). 


BACHMANN (1961): 20 E 
VENEZUELA — BRASIL: Corumbá; Rio Grande. — BOLIVIA: Santa Cruz 
de la Sierra. — PARAGUAI: Puerto Bertoni. — ARGENTINA: Salta- Rio Pilcomayo (ä- 
guas abaixo de Hito Uno); Tucumán- San Miguel (Plaza Independencia) 


MENKE & LAUCK (1962): 3 | 
BRASIL: Distrito Federal ( = Rio de Janeiro) — Rio de Janeiro. 


MENKE (1963): 267 
“Lesser Antilles”' — TRINIDAD 


DE CARLO (1964): 341 
VENEZUELA: Guarico- Represa de Calabozo. — BRASIL: Corumbá; Rio 
Grande. — BOLÍVIA: Gutiérrez; Nueva Moka; Santa Cruz de la Sierra — PARAGUAI 
— ARGENTINA: Salta; Tucumän- Capital. 


Lethocerus mazzaı DE CARLO, 1961. 
Localidade tipica: San Javier, Tucumän, Argentina. 
Distribuição: 


DE CARLO (1961): 21-3 
BOLIVIA: Yungas del Palmar. — ARGENTINA: Tucumán- Monteros, San 
Pedro de Colalao, San Javier. 


DE CARLO (1962): 143 
ARGENTINA: Tucumán- San Javier 


DE CARLO (1964): 347 
ARGENTINA: Tucumán- San Javier 


DE CARLO (1966): 109 
ARGENTINA: Tucumán- San Javier 


Lethocerus medius (GUERIN-MENEVILLE, 1856) 


Localidade típica: não designada 
Distribuição: 
GUERIN-MENEVILLE (1856): 175, citada como Belostoma medium, MENKE 
(1963 : 264). 
CUBA 


KIRKALDY & BUENO (1909): 188, citada como L. curtus 
CUBA 


KIRKALDY & BUENO (1909): 189 
CUBA 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980 


72 LANZER de SOUZA, M.E. 


DE CARLO (19384): 210, citada como L. curtus 
CUBA 


DE CARLO (19384): 210 
CUBA 


MENKE (1962): 64 
América Central — Antilhas maiores 
MENKE (1963): 264-5 
MÉXICO — ILHAS BAHAMAS — América Central — ANTILHAS: Grea- 
ter— PANAMA (Norte) : 
DE CARLO (1964): 350 
MÉXICO: Valle Yaqui — CUBA: Havana — HONDURAS 
BRAILOVSKY & MAY AUDON (1974): 97 
MÉXICO: Guerrero- Rodecia; Michoacan; San Luis Potosi- Ciudad Valles; 
Tamaulipas- Reymosa, Tampico; Vera Cruz- Catemaco, San Andrés Tuxtla. 
CUMMINGS (1933): 211 
BRASIL: Rio de Janeiro; Santa Catarina. — PARAGUAI: Villarrica. 


PASTOR ALAYO (1974): 64 
CUBA 


Lethocerus melloleitaoi DE CARLO, 1933. 


Localidade típica: Blumenau, Santa Catarina, Brasil. 
Distribuição: 
DE CARLO (1933): 93-4 
BRASIL: Rio de Janeiro- Petrópolis (Independência) Santa Catarina- Blu- 
menau. 
CUMMINGS (1933): 211 
BRASIL: Rio de Janeiro; Santa Catarina. — PARAGUAI: 
DE CARLO (1964): 340 e 347 
BRASIL: Rio de Janeiro; Santa Catarina. — PARAGUAI 


DE CARLO (1966): 108 
BRASIL: Rio de Janeiro; Kali Catarina. — ARGENTINA: Paraná de las 
Palmas (Canal 6). 


Lethocerus truncatus CUMMINGS, 1933. 


Localidade típica: Fives Lille, Santa Fé, Argentina 
Distribuição: 


CUMMINGS (1933): 212 
ARGENTINA: Santa Fé — Fives Lille 


DE CARLO (1938b): 204 
ARGENTINA: Córdoba — Alta Gracia 


DE CARLO (1964): 347 
ARGENTINA: Córdoba-Achiras, Alta Gracia, Calamuchita, I Granja, Rio 
Caballos; Santa Fé-Fives Lille. 


Lethocerus truxali MENKE, 1959. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980 


Inventário da distribuição ... 73 


Localidade típica: México 
Distribuição: 
MENKE (1959): 2 
“MEXICO: Guerrero- Acapulco; Nayarit- Tepic, Tuxpan; Sinaloa- Mazatlán. 
— NICARAGUA: Matagalpa 


MENKE (1963): 267 f 
MÉXICO: Ístmo de Tehuantepec. — NICARÁGUA — EQUADOR 


DE CARLO (1964): 342 
MEXICO 


Lethocerus uhlerı MONTANDON , 1896). 
Localidade típica: Estados Unidos da América. 
Distribuição: 

CUMMINGS (1933): 213 
MÉXICO: Metamoros 


MENKE (1963): 263 
MEXICO: Temaulipas-Metamoros 


Gênero AbedusSTAL, 1862. 
Abedus breviceps STAL, 1862. 
Localidade típica: Salle, México. 
Distribuição: 
DUFOUR (1863): 396 
MEXICO 


MAYR (1871): 404 
MÉXICO 


KIRK ALDY & BUENO (1909): 189 
MEXICO — COSTA RICA 


MENKE (1960 b): 415-6 
MÉXICO: Coahuila- Saltillo; Durango- El Salto; Jalisco- Rio Mascota; 
Nuevo Leön- Monterrey (6 min S); Oaxaca; Macuilxochitl, Rio Mitla (3 min S), Tama- 
zulapan (10 min NW); San Luis Potosi- Ciudad del Maiz (15 min E). 


Abedus decarloı MENKE, 1960. 
Localidade típica: Compostela. Nayarit. México 
Distribuição 


MENKE (1960b): 426 
MEXICO: Nayarit- Compostela 


Abedus dilaratus (SAY, 1832). 


Localidade típica: Jalapa e Vera Cruz, México 
Distribuição 
DUFOUR (1863): 395, citada como Serphus dilatatus 
MEXICO 


MAYR (1871): 403, citada como S. dilatatus 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980 


zn LANZER de SOUZA, M.E. 


MEXICO: San Bartolo; Takubaya 


KIRKALDY & BUENO (1909): 189 
MEXICO 


HIDALGO (1935): 503 
MEXICO: Jalapa; Michoacán: Vera Cruz 


DE CARLO (1948): 23 
MEXICO: Michoacán; Vera Cruz 


Menke (1960 b) 418-9 
MÉXICO: Durango- El Salto (35 min SW); Jalapa; San Luis Potosi- Sem Luis 


Potosi (2 min S); Vera Cruz. 


Abedus ovatusSTAL, 1862. 
Localidade típica: México, 
Distribuição: 


STAL (1862): 461, citado em transcrição por DUFOUR (1863) 
MEXICO 


DUFOUR (1863): 396 
MEXICO 

MAYR (1863): 347, citada como Stenoscytus mexicanus 
MÉXICO 


MAYR (1871): 404 
MÉXICO 


ED AGO SDF 
MEXICO: Guerrero- Xauripa: Jalapa: San Cristobal; Temascaltepec- Real 
de Arriva. 


DE CARLO (1948): 10 
MEXICO: Jalapa; San Cristobal; Temascaltepec- Real de Arriva. 


MENKE (1960b): 412 
MEXICO: Chiapas- Comitän, Escuintla (Mt. Obando), San Cristobal de las 
Casas: Oaxaca- Macuilxochitl; Vera Cruz- Jalapa. — GUATEMALA: Chimaltenango- S. 


Pedro Yepo. 
Abedus signoret signoreu MAYR, 1871. 


Localidade típica: México e Guatemala 
Disimbuição 


MAYR (1871): 405, citada como A. signoret 
MEXICO — GUATEMALA 


KIRKALDY & BUENO (1909): 190 ; 
MEXICO — GUATEMALA — COSTA RICA — PANAMA 


HIDALGO (1935): 499, citada como A. sıgnoreti 
MEXICO: Guerrero- Rio das Balsas. — EL SALVADOR: San Salvador- Rio 
Acelhuate. — COSTA RICA: San José- Rio Virilla. — PANAMÁ: Chiriqua |sic |. 


IHERINGIA, Ser Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980 


Inventário da distribuição ... 75 


DE CARLO (19384): 242, citada como A. signoreti 
MEXICO: Colima- Rio das Balsas. — EL SALVADOR: San Salvador. — 
COSTA RICA: San José. — PANAMA: Chiriqui. 


DE CARLO (1948): 8, citada como A. (A) signoreti 
MEXICO: Colima- Rio das Balsas. — EL SALVADOR: San Salvador. — 
COSTA RICA: San José. — PANAMÁ: Chiriqui. 


MENKE (1960b): 406-7 
MEXICO: Chiapas- Guadalupe, La Libertad, Soyalo (7 min SE); Nuevo 
León- Linares (Arroio Lajıllas), Monterrey (6 min S); Oaxaca- Papaloapán (4 min E), 
Santa Catarina (Rio Santa Catarina), Tepanatepec (7 min NE e 3 min N); San Luis 
Potosi- Danubio (Rio Axtla), Tamazunchale (5 min N): Vera Cruz- Córdoba, Jalapa, 
Paso de Ovejas (3 min W), Rio Antigua, Tlapacoyan (8 min NE). — GUATEMALA: El 
Salto Escuintla; Sam Marcos- Malacatlán; Escuintla- Rio Guaca Lake; Santa Rosa 
(Salama- 20 km N). — HONDURAS: Morazán- Camayaguela. — SALVADOR( = El 
Salvador): San Salvador- Rio Acelhuate; Chalatenango- San José del Sacare. — COSTA 
RICA: Cache; Cartago- Moravia; San José- Palmares (Rio Maria Aguilar e Rio Tiribi); 
Rio Virilla; Vista del Mar. — NICARÁGUA: Esteli- Condega (8 min 5); PANAMA: 
Chiriqui; Potrerillos. 
Abedus sıgnoreti sonorensis MENKE, 1960. 
Localidade típica: Hermosillo e Alamos, Sonora, México. 
Distribuição: 
MENKE (1960b): 410 
MEXICO: Mazatlán- Rio Quelite (23 min N); Sınaloa- Los Mayos. 


Abedus sıgnoreti vicinusMAYR, 1871. 
Localidade típica: Salle, Oaxaca, México. 
“Distribuigäo: 


MAYR (1871): 405, citada como A. vicinus 
MEXICO: Oaxaca 


DE CARLO (1948): 8-9, citada como A. usingeri 
El Sabino: Michoacän. 
MENKE (1960b): 408 
MEXICO: Colima- Colima (7 min NE): Guerrero- Acapulco (Rio Balsas); 
Chilpancingo (Cajones e Rincon): Tierra Colorada (Rio Papagayo), Zumpanango; 
Jalisco- Barraquitas, La Huerta (Rio Apmica), La Quemada. Rio Grande de Santiago 
(Rio Verde), Santa Cruz Astllero. Tecolotlän; Michoacán- Uruapan (EI Sabino): 
Nayarit- Ahuacatlän. Compostela, Ixtlán del Rio, Tepıc; Oaxaca- Corriente, El Camaron 
(18 min NW), Macuilxochitl, Oaxaca (9 min N e 45 km SE), Rio Mitla (3 min S), Te- 
huantepec (is min W). Tequisitlän; Sinaloa- Los Mayos, Rio Quelite (Mazatlán- 23 min 
N). 


Abedus stangeı MENKE, 1960. 
Localidade típica: Vera Cruz e Jalapa. México 
Distribuição 


MENKE (196b): 427 
MÉXICO: Jalapa; Vera Cruz- La Joya. 


Género Horvathınıa MONTANDON, 1911. 
Horvarhınıa argemi SCHNACK, 1972. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980 


15 TREE N es LANZER-de SOUZA, M.E. 


Localidade típica: Loreto, Misiones, Argentina. 
Distribuição: 


SCHNACK (1972); 65-6 
ARGENTINA: Mistones-' Loreto 


Horvathinia bolleı DE CARLO, 1958. 
Localidade típica: Cua-guazú, Paraguai. 
Distribuição: 


DE CARLO (1958)152 
PARAGUAI: Cua-guazü. 


Horvathinia castılloı DE CARLO, 1938. 
>Localidade típica: Apóstoles Misiones, Argentinã 
Distribuição: 


DE CARLO (19384): 252: 
ARGENTINA: Misiones- Apöstoles 


DE CARLO (1957): 50 
ARGENTINA: Misiones- Apóstoles 


Horvathınıa doelloyuradoı DE CARLO, 1930. 
Localidade típica: Chubut, Argentina 
Distribuição: 


DE CARITO. 1930): 122 rad como LIDO ee 
ARGENTINA: (Chubut) 


DE CARLO (19384): 249, citada como H. doello-juradoi 
ARGENTINA: Chubut | 


DE CARLO (1958): 51 
ARGENTINA: Chaco; Chubut; Corrientes; istmo 


Horvathinia forsteriLAUCK; 1958. 
Localidade tipica: Rio Chiripi, Bolivia. 
Distribuição: 


LAUCK (1958): 239 
BOLÍVIA: ““Oberer”’ rio Chipiri — (Chaparé- Gebieni 


Horvathinia lentiDE CARLO, 1958. 


Localide típica: Rio Tamandus; São Paulo, Brasil. 
Distribuição: 


DE CARLO (1958): 49 
BRASIL: São Paulo- Rio Tamandus 


Horvathinia meyeriDE CARLO, 1938. 


Localidade típica: Fontana, Chaco, Argentina. 
Distribuição: 


DE CARLO: (19384): 251 
ARGENTINA: Chaco- Fontana 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980 


Inventário da distribuição E er E hoo Gn LE 


DE CARLO (1958): 49 
ARGENTINA: Chaco- Fontana 


Horvathinia pelleranoı DE CARLO, 1930 
Localidade típica: Santo Tomé, Corrientes, Argentina. 
Distribuição: 
DE CARLO (1930): 123, citada como H. Pelleranoı 
ARGENTINA: Corrientes- Santo Tomé 


DE CARLO (1958): 47 
ARGENTINA: Corrientes- Santo Tomé 


Horvathınıa pelocoroides MONTANDON 1911. 
Localidade típica: não designada. 
Distribuição: 
MONTADON (1911): 246 
BRASIL: Minas Gerais: Rio Grande, 


DE CARLO (1958): 46 
BRASIL: Minas Gerais; Rio Grande 


Horvathinia schubarti DE CARLO, 1958. 
Localidade típica: Pirassununga, São Paulo, Brasil. 
Distribuição: 

DE CARLO (1958): 51 
BRASIL: São Paulo- Pirassununga 


Gênero WeberiellaDE CARLO, 1966. 


Weberiella rhomboides (MENKE, 1965). 
Localidade típica: Guiana Francesa. 
Distribuição: 


MENKE (1965): 2, citada como Belostoma rhomboides 
GUIANA FRANCESA 


DE CARLO (1966): 98-100 
GUIANA FRANCESA — BRASIL: Amazonas- Rio Branquinho: Rio Ma- 


NIESER (1975): 119 
GUIANA FRANCESA — BRASIL: Amazonas- Rio Branquinho 


CONCLUSÃO 


A família Belostomatidae apresenta 5 gêneros com representantes na região neotropi- 
cal: Belostoma com 66 espécies, Lethocerus com 17 espécies, Abedus com 8 espécies, 
Horvathinia com 10 espécies e Weberiella com uma espécie. 

Considerando o número de citações de localidades, para os gêneros, na região neotro- 
pical constata-se a seguinte frequência: Belostoma 72,32%, Lethocerus 17,40%, 
Abedus. 8,95%, Horvathinia 1,05% e Weberiella 0,29%. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980 


78 LANZER-de SOUZA, M.E. 


Belostoma além de ser o mais frequente, é o mais uniformemente disperso (tabela 1). 
Lethocerus está citado em maior número para o México (tabela II) seguindo-se o Brasil e 
a Argentina. Abedus apresenta-se restrito à América Central, e sua maior distribuição 
está no México (tabela III), Horvathinia, limitado à América do Sul, e Weberiella são os 
gêneros menos freguentes (tabela IV). 

Conforme observa-se na tabela V, o gênero Belostoma está mais referenciado para o 
Brasil, seguindo-se a Argentina e o México. Lethocerus já bem menos frequente, apre- 
senta maior citação para o México e Argentina, seguindo-se o Brasil. Abedus está mais 
citado para o México, enquanto Horvathınıa e Weberiella têm frequência bastante infe- 
rior aos demais gêneros figurados na região neotropical. Entretanto, quanto à dispersão 
dos gêneros Horvathınıa e Weberiella é pouco o que se pode analisar e estabelecer; devi- 
do, principalmente ao fato de suas espécies terem sido pouco coletadas. GALILEO 
(1974) quando se refere a representantes do gênero Horvathinia coletados no Rio Gran- 
de do Sul (Brasil), especificando as localidades de Santa Maria e Porto Alegre, não enu- 
mera as espécies aí encontradas. 

Lethocerus annulipes é a espécie de maior distribuição, estando registrada para 20 paí- 
ses, seguindo-se Belostoma elongatum referenciada para 16 países. Isto contesta a citação 
de DE CARLO (19384) que dá Belostoma anurum como a espécie mais dispersa do gêne- 
ro para a região neotropical. 

Acrescenta-se à citação de MENKE (1958) que dá B. anurum como a única espécie do 
genero dispersa no México, América Central e América do Sul, as espécies B. ellipticum 
B. elongatum e B. minor. 

A espécie B. boscii referida para Montevideo, no Uruguai, por RUFFINELLI & PIRAN 
(1959) é sinonímia de B. elongatum e portanto, reduz-se para duas o número de espé- 
cies do gênero Belostoma citadas, por estes autores, para este país. 


As espécies B. amıcı, B. foveolatum, B. columbiae, B. doesburgı, B. firtkaur, B. hir- 
sutum, B. hussevi, B. lundbladi, B. machrisi, B. planum, B. pseudoquianae, B. sattlerı, 
B. sayagoı. L. camposi, L. uhleri, L. jimenezasuai, A. decarloı e as do gênero 
Horvathınıa, com excecäo de H. pelocoroides, estäo citadas apenas para um local referi- 
do como localidade típica, na maioria delas. 

À figura | demonstra a frequência de belostomatídeos nos países (e/ou ilhas indepen- 
dentes) da região neotropical. 


AGRADECIMENTOS 


Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico pela bolsa de Aperfeiçoa- 
mento dando-nos a oportunidade de financiar, em parte, o Curso de Especialização em Ecologia: População, Am- 
biente e Recursos (Pós-graduação) e realizar este trabalho; à Dra. Jocélia Grazia pelas orientações e estímulo; aos 
colegas Prof. Dr. Arno Antonio Lise, Prof! Mestre Maria Helena Mainieri Galileo e Prof: Mestre Hilda Alice de 
Oliveira Gastal, pelas colaborações prestadas e ao Prof. Dr. Thales de Lema, pelo empréstimo do material carto- 
gráfico, sem o qual parte do trabalho estaria prejudicada. 


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[e3rdonoau OgIg9I EU sSOAPNEUIOISOJ2G Ip (WOFEIUS9104 wa) EIUgNDAI ep OLÍnquasia — “| eındry 


Inventärio da distribuicäo ... 


MEXICO — 20,80% 
ANTILHAS — 0,40% 
CUBA — 1,14% 

HAITI — 0,30% 

REP. DOMINICANA — 0,70% 
LA ESPANOLA — 0,10% 
JAMAICA — 1,70% 
PORTO RICO — 1,89% 
ANTIGUA — 0,10 % 
GUADALUPE — 0,10% 
BELIZE — 0,10 % 
GUATEMALA — 1,70% 
HONDURAS — 1,04% 
EL SALVADOR — 1,22% 
GRANADA — 0,10% 
COSTA RICA — 1,70% 
NICARÁGUA — 1,13 % 
CURACAO — 0,10% 
TRINIDAD — 0,30% 
PANAMÁ — 1,14% 
VENEZUELA — 2,56% 
COLOMBIA — 1,23% 
GUIANA — 2,75% 
SURINAME — 4,18% 
GUIANA FRANCESA — 0,66% 
EQUADOR — 0,66% 
BRASIL — 20,18% 

PERU — 2,85% 

BOLÍVIA — 3,88% 
PARAGUAI — 2,94% 
CHILE — 3,04% 
ARGENTINA — 15,57% 
URUGUAI — 4,65% 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980 


81 


82 LANZER-de SOUZA, M.E. 


Tabela 1 . Número de citações de localidades para: 
Género Belostoma LATREILLE, 1807 


CURAÇÃO 
TRINIDAD 
PANAMÁ 


REPUBLICA DOMINICANA 


JAMAICA 
GUIANA FRANCESA 


BAHAMAS 
CUBA 

EL SALVADOR 
GRANADA 


HAM! 
VENEZUELA 


GUATEMALA 
COLÔMBIA 


PORTO RICO 
ANTÍGUA 
GUADALUPE 
HONDURAS 
COSTA RICA 
NICARÁGUA 
GUIANA 
SURINAME 
PARAGUAI 
CHILE 
ARGENTINA 
URUGUAI 


MÉXICO 


BOLÍVIA 


(é) mia 

B. augunstum 3 
B. anurum Il | | l a 
B. asiatiçum | Seil 

B. auriyillignum La I =) l 
B aztecum I2 2 

8. bachmani | 
B bergi | 73 
B. bicavum 2 
B. bifoveolatum | 
8 
8 
8 
B 
8 
B 
8 
B 
B 


| 26 12 
bordoni | 


bosgi | 2 (EM bol 5 
brasiliensis | 

condidulum l 

columbiag ! 

confusum 17 

costalimai 9 

cummingsi I4 | 6 
dallasi | ! 2 
dentatum | 4312 7 
denticole zz 3 
dilatatum a 


> 


. horvathi 4 


(2322 


5 5823 
minor | Gp ro) | 
2 
| 


pseudoquianae à 


8 

B. 

8 

8 

B 

B. 

8 

8 

B 

8 

8 

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B 

8 

8 

8 

8 

B 

8 

8 

B machrisi 
8 

8 

8 

8 

8 

8 

8 

8. 

8 

8 

8 

8. 

8 

B. pygmeum 
B. ribeiroi 
E ! 
B sattleri 
8. sayogoi 
8 


2 

4 

sanctulym 2 
I 

| 

2 


stollil | 1 41 
B. subspinosum 39 SERIES 25 | 
cupreomicans 

B. subspinosum 2 6 to ol É 
subspinosum 

testacsopallidum | 4 l 
thamasi 3 im23 3 3 

triangulum 13 

truxali ! 2 

venezueloe I 6 | | 


|D DID II 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980 


® 


Inventário da distribuição ... 83 


DT "ri ES TOA TT TT TT TT TR E nen em na 
Tabela II. Número de citações de localidades para: 


L. angustipes 
L. annulipes 


L. bruchi 


Gênero Lethocerus MAYR, 1853. 


L. camposi 

L. colossicus 
L. delpontei 
L. dilatus 

L. grandis 

L. griseus 

L. jimenezasuai 
L. maxımus 

L. mazzai 

L. melloleitaoi 
L. medius 

L. truncatus 
L. truxali 

L. uhlerr 


MEXICO 
ANTILHAS 
CUBA 

LA ESPANOLA 
JAMAICA 
PORTO RICO 
BELIZE 
GUATEMALA 
HONDURAS 
COSTA RICA 
EL SALVADOR 
NICARÁGUA 
TRINIDAD 
VENEZUELA 
PANAMÁ 
COLOMBIA 
GUIANA 
SURINAME 
G. FRANCESA 
EQUADOR 
BRASIL 
BOLÍVIA 
PAGAGUAI 
ARGENTINA 
URUGUAI 


ASS ES Du NS ee SVO A qe SS 
E o u co 


ja 
A ma ts O 
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toa 
O Sy 
| 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto’ Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980 


84 LANZER de SOUZA, M.E. 


Tabela III. Nümero de citagöes de localidades para: 
Genero AbedusSTAL, 1862. 


< ö < 
(dp) zZ 
SER boi 
O PR DR as Rs 
>> (&) EE m (O Le ur Zi A 
A. breviceps 7 
A. decarloi l 
A. dilatatus - 5 
A. ovatus 7 2 
A. signoretisignoreti 20 5 1 2 8 1 2 


A. sıgnoreti sonorensis 2 
A. sıgnoreti vicinus 29 


A. stangei 2 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86: 25 fev. 1980 : 


Inventário da distribuição ... 85 


Tabela IV. Número de citações de localidades para: 
“Gênero Horvathinia MONTANDON, 1911. 


< 
< A 
e) H 
E aa o Z 
a Z << m 
< = X &) 
pá Õ = = 
ma [ee] fal, << 
H. argemii l 
H. bolleı 1 
H. castilor 1 
H. doellojurador 1 
H. forsterı 1 
H. lenti 1 
H. meyeri 1 
H. pelleranoı 1 
H. pelocoroides 2 
H. schubartı \ 


Gênero Weberiella DE CARLO, 1966. 


GUIANA 
FRANCESA 
BRASIL 


W. rhomboides 


1587 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 43-86; 25 fev. 1980 


86 LANZER-de SOUZA, M.E. 


Tabela V. Frequência (em porcentagem) dos gêneros nos países da região neotropical. 


Belostoma Lethocerus Abedus  Horvathinia Weberiella 


MÉXICO 10,46% 3,80% 6,94% 
ANTILHAS 0,38% 

CUBA 0,76% 0,38% 

HAITI : 0,28% 

REP. DOMINICANA 0,76% 

LA ESPANOLA 0,09% 

JAMAICA 0,51% 

PORTO RICO 0,61% 

ANTIGUA 0,09% 

GUADALUPE 0,19% 

BELIZE 0,09% 

GUATEMALA 0,85% 0,19% 0,66% 
HONDURAS 0,57% 0,38% 0,09% 

EL SALVADOR 0,95% 0,09% 0,19% 

GRANADA 0,09% 

COSTA RICA 0,66% 0,28% 0,76% 
NICARÁGUA 0,76% 0,28% 0,09% 

CURAÇÃO 0,09% 

TRINIDAD 0,19% 0,09% 

PANAMÁ 0,57% 0,38% 0,19% 
VENEZUELA 2,18% 0,38% 

COLOMBIA 0,95% 0,28% 

GUIANA 2,47% 0,28% 

SURINAME Do O 0,66% 

GUIANA FRANCESA 0,38%. 0,19% 0,09% 
EQUADOR 0,33% 0,28% 

BRASIL 16,17% 2,94% 0,28% 1,09% 
PERU 2,85% 

BOLÍVIA 2,37% 0,47% 0,09% 
PARAGUAI 2,09% 0,76% 0,09% 
CHILE 3,04% 

ARGENTINA 12,17% 3,13% 0,57% 
URUGUAI 4,56% 0,09 % 0,57% 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 43- 86 


Incidência sazonal de Helicops carinicaudus infrataeniatus (JAN, 
1865) e Philodryas patagoniensis patagoniensis (GIRARD, 1857) 
no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Ophidia — Colubridae)” 


Moema Leitão de Araujo ** 
Leonor Alice Matschulat Ely * ** 


RESUMO 


No presente trabalho é descrita pela primeira vez para o Estado do Rio Grande a Sul, Brasil, a variação sazo- 
nal, numérica, sexual e esária de Helicops carinicaudus infrataeniatus (JAN, 1865) e Philodryas patagoniensis 
patagoniensis(GIRARD, 1857). São acrescentados também dados sobre a biologia e distribuição geográfica destas 
espécies. 


ABSTRACT 


The present paper describes, by the first time to the Rio Grande do Sul State, Brazil, the seasonal, numerical, 
sexual and age variations of Helicops carínicaudus infrataeniatus (JAN, 1865) and Philodryas patagoniensis 
patagoniensis (GIRARD, 1857). Are also given data about biology and geographical distribution of these species. 


INTRODUÇÃO 


No presente trabalho foram examinados 593 exemplares de Helicops carínicaudus 
infrataeniatus (JAN, 1865) e 230 de Philodryas patagoniensis patagoniensis (GIRARD, 
1857), com o fim de determinar a variação sazonal, a flutuação sexual durante o ano, a 
variação etária sazonal e a distribuição geográfica no Estado do Rio Grande do Sul. Além 
disto foram levados em consideração outros aspectos biológicos tais como a reprodução 
(número de ovos e embriões, épocas de acasalamento e postura) e a alimentação. 

AMARAL (1918-24) comentou sobre as épocas de cópula e a duração da gestação de 
Colubridae (2 a 3 meses), Viperidae (4 a 5 meses) e Boıdae (5 a 6 meses), além de acres- 
centar dados sobre o número médio de ovos por exemplar. 

OLIVER (1947) ressaltou a importância dos estudos sobre flutuações sazonais na ocor- 
rência de répteis, uma vez que os dados existentes são poucos e de grande valor na esti- 
mativa da importância dos fatores ecológicos que influenciam as atividades de animais 
pecilotérmicos. 

FOX (1954) declarou que o crescimento e a baixa da atividade espermatogênica, po- 
dem estar correlacionados com o aumento e decréscimo sazonal do número de horas em 
que a serpente pode manter sua temperatura corporal entre os limites de atividade nor- 
mal. 

AZEVEDO (1961) descreveu uma série de ovos encontrados em dissecação de cobras 
corais, dando o comprimento e a largura dos mesmos, estabelecendo o quociente entre 


* Contribuição FZB nº 131 Aceito para publicação em 12.11.1979 

* Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zooborânica do RioGrande do Sul, Caixa Postal 1188. 90000 Porto Alegre. RS 
Brasil, 

** Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimengo Científico e Tecnológico, CNPq (Processo nº TILL 10361/76) no Museu de Ciências Naturais da 
Fundação Zooborânica do Rio Grande do Sul 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 87-106; 25 fev. 1980. 


s8 LEITÃO DE ARAUJO, M. & ELY,L.A.M. 


estas duas medidas e o quociente entre o comprimento da mãe e o comprimento mé- 
dio dos ovos. 
NEILL (1962) comentou que a variação sazonal de temperatura parece ser a en 
vel pelos ciclos reprodutivos. 
MYERS (1965) estudou alimentação, reprodução, parasitas, comportamento e outros 
aspectos biológicos da serpente Diadophis puntactus (LINNAEUS, 1766). 
OREJAS-MIRANDA & GARCIA (1967) relataram as observações sobre uma postuta 
E Philodryas patagoniensis do Uruguai, fornecendo medidas, peso, forma e coloração 
OS OVOS. 
LEITÃO DE ARAUJO (1978) descreveu o número de ovos de várias espécies de Boi- 
dae, Colubridae, Elapidae e Viperidae, dando o número médio de ovos por espécie.- 


MATERIAL E METODOS 


Todos os exemplares de H. carinicaudus infrataeniatus e P. patagoniensis patagoniensis, quando examinados, 
já se encontravam depositados na Coleção de Répteis do Núcleo de Vertebrados do Museu de Ciências Naturais da 
Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. 

O estudo foi baseado nos dados contidos no catálogo de peças da referida coleção, durante o período de 1957- 
78. As observações sobre ovos, embriões e conteúdo estomacal foram tomadas através da dissecação da região ven- 
tral dos exemplares, As épocas de acasalamento foram determinadas a partir do trabalho de AMARAL (1918-24). 

As medidas foram tomadas em milímetros, exceto nas figuras 12 e 13 que estão em centímetros. 

Foram medidos e estabelecidos os quocientes entre o comprimento e a largura dos ovos e/ou embriões (Q-c/1) 
e entre o comprimento total da mãe e o comprimento médio dos ovos e/ou embriões (Q-C/c). 

As abreviaturas e símbolos utilizados nas tabelas 1-4 são os seguintes: 


O = ausência de data de coleta; 
A = adulto; ] = jovem; f = filhote; 
M = macho; F = fêmea; — = exemplar em que não foi possível determinar o sexo; 


+ exemplar com ovos e/ou embriões; 
MCN = Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul; 
NO = número de ovos; NEM = número de ovos embrionados. 


RESULTADOS 
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA 


O Estado do Rio Grande do Sul está dividido em 11 regiões fisiográficas. H. carini- 
caudus infrataeniatus foi encontrada em sete (28 municípios) e P. patagoniensis 
patagoniensis em nove (40 municípios) (Tabelas 1-2, Fig. 1). 


FREQUÊNCIA SAZONAL NUMÉRICA 


Dos 593 exemplares de H. carinıcaudus infrataeniatus, 104 não tinham data de cole- 
ta. Os restantes 489 estavam assim distribuídos: janeiro — 9,82% ; fevereiro — 5,32%: 
março — 4,70%; abril — 3,88% ; maio — 0,41% ; julho — 1,84%: agosto — 2,25%: 
ao — 28,02%; outubro — 22,49%; novembro — 10,43%; dezembro — 
10,84%. 

À distribuição sazonal de 206 exemplares de P. patagoniensis patagoniensis foi: janei- 
ro — 8,74%; fevereiro — 8,25%; março — 10,19%; abril — 5,34%; maio — 6,79%; 
junho — 2,43%: julho — 1,94% ; agosto — 2,43%: setembro — 9,71%: outubro — 
19,90% : novembro — 19,90%: dezembro — 4,38%. Foram ainda examinados 24 
exemplares dos quais não foi possível obter a data de coleta. 


FREQUÊNCIA SEXUAL E ETÁRIA 


Em H. carınıcaudus infrataeniatus foram encontrados 340 machos, 240 fêmeas e 13 
exemplares onde não foi possível verificar o sexo. Os machos estavam assim distribuídos: 
150 adultos, 118 jovens e 72 filhotes; as fêmeas eram: 144 adultas, 29 jovens e 67 filho- 
tes (Figs.2-5). 


IHERINGIA, Ser. Zool . Porto Alegre (55): 87-106: 25 fev. 1980. 


Incidência sazonal de... 89 
ES 


Foram examinados 120 machos e 104 fêmeas de P.patagoniensis patagoniensis. Em 
seis exemplares não foi possível determinar o sexo. A distribuição etária dos machos foi: 
98 adultos, 14 jovens e 8 filhotes; a das fêmeas foi: 79 adultas, 13 jovens e 12 filhotes 
(Figs. 6-9). 

REPRODUÇÃO 


Por ocasião do exame dos exemplares de H. carinicaudus infrataeniatus foram encon- 
tradas 70 fêmeas contendo ovos e/ou embriões nos ovidutos. Tais espécimens foram co- 
letados nos meses de janeiro a março, julho e setembro a dezembro (Fig. 10). O total de 
ovos foi 390 e de embriões 358, sendo o número mínimo um e o máximo 29. A média 
de ovos e/ou embriões por exemplar foi 10,68. Os ovos eram em geral ovóides ou cubói- 
des, com coloração amarela acinzentada ou alaranjada. Foram calculados o Q-c/1 de 65 
exemplares, fornecendo uma média de 1,36 e o Q-C/c sobre 64 exemplares, dando 
42,37 de média. O Q-c/1 mínimo foi 0,81 e o máximo 3,47: 0 Q-C/c variou entre 20,25 
e 74,20 (Tabela 3). 

Em P. patagoniensis patagoniensis 19 fêmeas continham ovos: foram coletadas nos 
meses de janeiro e setembro a dezembro (Fig. 11). Foram encontrados 219 ovos, sendo o 
mínimo cinco e o máximo 25 , e a média por exemplar foi 11,53. Estes ovos eram em 
geral de forma ovóide alongada e apresentavam coloração amarelada. O Q-c/1 médio de 
19 exemplares foi 1,93 eo Q-C/c 52,10 em 17 en ldies. O Q-c/1 variou entre 1,08 e 


3,25 eo Q-C/c entre 20,93 e 85,40. Três exemplares apresentaram o mesmo valor do Q- 
c/1 médio (Tabela 4). 
CONTEUDO ESTOMACAL dr ; > | 

Nos exemplares em estudo foi verificado tambem o conteüdo estomacal. Em H. cari- 
nicaudus infrataeniatus foi constatada a presenga dos seguintes peixes: Aequidens 
portoalegrensis (HENSEL, 1870), Rhamdia sp. 2 Pimelodella sp. e outros que, por se en- 
contrarem já em adiantado estado de decomposição, foi possível apenas identificar como 
pertencentes à família Characidae. Esses exemplares com alimento foram coletados nos 
meses de janeiro e julho. 35% 

Os exemplares de P. patagoniensis patagoniensis, com alimento, foram coletados nos 
meses de março e setembro. O alimento constava de: peixes (família Cichlidae); rãs 
(Leptodactylus sp.); lagartos ( Ophiodes striatus (SPIX, 1824)); serpentes (Dromicus 
poecilogyrus ssp.); aves e mamíferos , que não puderam ser identificados devido ao seu 
adiantado estado de decomposição. A maior parte do alimento encontrava-se no estôma- 
go, apenas em um exemplar foram observados restos de aves no intestino. 


COMENTARIOS 


No Estado do Rio Grande do Sul, P. patagoniensis patagoniensis e H.carinicaudus 
infrataeniatus são muito frequentes, sendo a primeira encontrada mais facilmente, tanto 
geográfica como mensalmente, ao passo que a outra é quantitativamente mais abundan- 
te. 

O pico de abundância de H. carinicaudus infrataeniatus ocorre no mês de setembro, 
onde foram encontrados 28,02% dos exemplares estudados; o de P. patagoniensis 
patagoniensis é em outubro e novembro, com 19,90% em ambos. Os meses onde foram 
encontrados com uma maior frequência (setembro a março) são os mesmos para as duas 
espécies e correspondem à primavera e verão. 

O maior número de exemplares aptos a se reproduzirem foi encontrado em setembro 
e outubro. Em H. carinıcaudus infrataeniatus o maior número de ovos foi encontrado 
em outubro e o de embriões em janeiro e novembro; em P. patagoniensis patagoniensis, 
o de ovos, em outubro. Logo, como a gestação dura em média de dois a três meses, o 
acasalamento deve ter ocorrido entre agosto e outubro para ambas as espécies. 

Pelo estudo das figuras 12 e 13 pode-se notar que quanto maior é o indivíduo, maior é 
o número de ovos (MYERS, 1965). Em P. patagoniensis patagoniensis a maior fêmea 
(143,03 cm) era a que continha o maior número de ovos (25). 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 87-106: 25 fev. 1980. 


90 LEITÃO DE ARAÚJO, M. & ELY, L.A.M. 


Os ovos de P. patagoniensis patagoniensis são maiores e em maior número do que os 
de H. carinicaudus infrataeniatus. 

A proporgäo sexual dos exemplares adultos foı a esperada, isto €, 1:1. Houve um des- 
vio na proporgäo sexual esperada nos jovens de H. carinicaudus infrataeniatus (4:1) e nos 
filhotes de P. patagoniensis patagoniensis (2:1), mas, segundo MYERS (1965), tal des- 
vio näo € significativo. 

A alimentagäo das duas serpentes difere: ade H. carinicaudus infrataeniatus consiste 
de peixes e a de P. patagoniensis patagoniensis € variada, sendo o alimento predileto 
constituído por pequenos mamíferos. 

Foram encontrados nematódeos, em pequeno número, nas paredes externas e internas 
do estômago e intestinos das duas espécies. 


AGRADECIMENTOS 


“Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pela Bolsa de Aper- 
feiçoamento concedida a um dos autores. Ao prof. Dr. Thales de Lema pelas sugestões dadas no decorrer do tra- 
balho e aos pesquisadores Karin Martha Grosser e Pedro Canísio Braun pela identificação, em parte, do conteúdo 
estomacal dos exemplares examinados. 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 


AMARAL, A do. 1918-1924. Contribuição à biologia dos ophidios brasileiros (reprodução). Collnea Trab. 
Inst. Butantan, São Paulo, 2:185-7. 2? Nota Prévia. 
AZEVEDO, A.C.P. 1961. .Novas séries de ovos em cobras corais. Iheringia Ser. Zool., Porto Alegre (18):13-6, 
jan. 
FOX, W. 1954. Genetic and environmental variation in the timing of the reproductive cycles of male garter sna- 
kes. J. Morph., Philadelphia,95 (3):415-50, 10 figs. 
LEITÃO DE ARAUJO, M. 1978. Notas sobre ovos de serpentes (Boidae, Colubridae, Elapidae e Viperidae). 
Iheringia, Ser. Zool., Porto Alegre (51):9-37, mar., 23 fig. 
MYERS, C.W. 1965. Biology ot the Ringneck Snake, Diadophis punctatus, in Florida. Bull. Fla St. Mus. biol. 
Scı., Gainesville, 10 (2):49-90, oct. 
NEILL, W.T. 1962. The reproductive cycle of snakes in a tropical region, British Honduras. Q. JI Fla Acad. Sci., 
Gainesville, Tallahassee, 25(3):234-53, Sep. 
OLIVER, J.A. 1947. The seasonal incidence of snakes. Bull. Am. Mus. nat. Hist., New York (1963):1-14, Nov. 
OREJAS-MIRANDA, B. & GARCIA, D. 1967. Observaciones sobre una puesta de Philodryas patagoniensis 
(GIRARD, 1857) = P. schotti (SCHLENGEL, 1837). Neotropica, Buenos Aires, 13(40):41-6, abr. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 87-106: 25 fev. 1980. 


Incidência sazonal de ... 91 
CO SE SS ONDAS a BE AERENN. 220 


Tabela 1 


Distribuição geográfica do número de exemplares estudados ae Helicops carinicaudus 
infrataeniatus 


a E we IEBBEBBHEBBBEE 
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DA SERRA 1[M 


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Rio Grande 1JM 1AF 3AM 
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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 87-106; 25 fev. 1980. 


92 LEITÃO DE ARAUJO, M. & ELY, L.A.M. 
MO ste EIER np a ça SA AAA En in 


Tabela 2 


Distribuição geográfica do número de exemplares estudados de Philodryas 
patagoniensis patagoniensis 


Lad dbeeianı Entao a (do pai [x [faule | 


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Rio Pardo 1AM 
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Ecs O | LAF +] Ic] | AF | = 


Guaíba nm mm nara am a 2AM 
SAF+| 1AF ed 
IJF 
Viamão 1AM | 1AM | 1AM | 1AM | 6AM | 1AF 1fF 1AM | 4AM SAM | 1JM — 
1AF+] 3AF | 1A- 1AF 1AF | 1AF+]| 7AF+| 3AF+| IJF 3AF 
NF | UF 2JM 1A- LfF 1JF 
2fM 1fF 
1fF 
Porto Alegre 1AM 2AM | 2AM nn 1AM 1AM | 3AM |3AM | 1AM 1AM 
2AF 1AF | 1fF 1A- 1AF [6AF+|3AF+ 1AF+ 
1fM N 1J- 1{M | 1JM 
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Rosário do Sul 


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Livramento 
CAMPANHA| 


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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 87-106: 25 fev. 1980 


null 
CENTRAL 


Incidência sazonal de ... 93 


TABELA 3 


Número de ovos e/ou embriões de Helicops carinıcaudus infrataeniatus e determina- 
ção do quociente entre o comprimento e a largura dos ovos e/ou embriões (Q-c/1) e do 
quociente entre o comprimento total da mãe e o comprimento médio dos ovos e/ou em- 


briões (Q-C/c). 
MCN NO NEM O-c/1 Q-C/c 


0118 ul - 1,24 42,19 
5181 7 - 2,30 

6899 14 - 0,85 61,32 
6900 8 - 1,59 39,42 
6901 9 1,48 30,40 
6902 = 1 3,47 20,28 
6903 4 - 1,36 30,69 
6904 1 8 32 DEZ 
6905 8 - 1,49 56,52 
6906 16 - 0,92 59,16 
6907 - 9 1,16 46,82 
6908 1 15 - - 
6909 1 3 2,89 25,76 
6910 - 7 - - 
6911 7 - 1,65 36,87 
6912 13 - 1,10 42,87 
6913 18 - 1,01 61,23 
6914 18 - 1,48 43,95 
6915 11 - 0,81 Tl 
6916 1 5 1,62 28,20 
6917 - - 12 - - 
6918 1 11 0,91 46,20 
6919 1 13 1,09 41,44 
6920 - 12 Id) 297 
6921 - 13 1,19 38,83 
6922 2 5 1622 AN 
6923 15 - 1,56 48,30 
6924 12 1,70 0 
6925 8 1,61 3390 
6926 3 3 1,61 21,65 
6927 4 1,19 59,26 
6928 2 - 1,19 40,77 
6929 - 8 tag 32038 
6930 E 14 0,84 46,38 
6931 4 - 1,28 46,28 
6932 3 = 1,90 25,84 
6933 6 - 1,28 41,44 
6934 16 - 0,94 56,95 
6935 = 9 1,20 35,16 
6936 11 - 1,00 56,55 
6937 14 - 0,93 59,95 
6938 1 12 1,06 37,43 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 87-106; 25 fev. 1980 


23 LEITÃO DE ARAÚJO, M. & ELY, L.A.M. 


MCN NO NEM Q-c/1 
6939 16 0,87 
6940 10 - 1,13 
6941 21 0.88 
6942 1 6 1,33 
6943 - 10 Hadid 
6944 9 1,19 
6945 18 - 1,66 
6946 l 7 1,44 
6947 - 29 0,87 
6948 13 1,04 
6949 1 16 - 
6950 1 22 - 
6951 13 1,37 
6952 4 1,69 
6955 14 1,07 
6954 9 1,23 
6955 - 7 1,45 
6956 - 24 1,01 
6957 6 1,91 
6958 3 2,31 
6959 5 1,28 
6960 8 - 1,39 
6961 - 8 1,34 
6962 AR - 1,46 
7000 1 7 1,59 
7001 9 - 1,32 
7002 1 6 0,91 
7003 24 - 1,94 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 87-106: 25 fev. 1980. 


Tabela 3 (cont..). 
Q-C/c 


48,28 
38,05 
71,86 
41,84 
. 32,42 
42,86 
43,65 
34,22 
52,47 
39,42 


42,20 
29,44 
42,79 
41,21 
32,43 
58,27 
31,50 
ZN 
69,29 
40,94 
33,03 
36,57 
27,98 
SI 
47,23 
74,20 


Incidência sazonal de ... 95 


Tabela 4 


Número de ovos de Philodryas patagoniensis patagoniensis e determinação do quo- 
ciente entre o comprimento e a largura dos ovos (Q-c/1) e do quociente entre o compri- 
mento total da mãe eo comprimento médio dos ovos (Q-C/c): 


MCN NO Q-c/1 Q-C/c 
5196 9 1,93 

5976 10 1,97 É 
6963 5) 1,63 83,31 
6964 14 1,70 38,16 
6965 14 172 56,34 
6966 6 2,86 20,93 
6967 10 1,92 45,84 
6968 11 1,93 38,90 
6969 15 1,35 57,63 
6970 6 u) 28,88 
6971 7 1,43 58,74 
6972 20 1,24 68,73 
6973 5 1,93 36,50 
6974 13 1,65 85,40 
6975 10 2,24 49,36 
6976 12 2 21 55,65 
6977 25 1,08 68,96 
6998 7 2,67 45,35 
6999 w 1,96 46,94 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 87-106: 25 fev. 1980 


96 LEITÃO DE ARAÚJO, M. & ELY, L.A.M. 


ALTO URUGUAI 

CAMPOS DE CIMA DA 

& SERRA 

MISSÖES 

PLANALTO MEDIO 

ENCOSTA SUPERIOR DO NORDESTE 
6 - ENCOSTA INFERIOR DO NORDESTE 
7 - LITORAL 


8 - DEPRESSÃO CENTRAL 
9 - CAMPANHA 

IO- SERRA DO SUDESTE 
II- ENCOSTA DO SUDESTE 


Fig. 1: Distmbuição geográfica de Helicops carinicaudus infrataeniatus & e Philodryas patagoniensis patagonı 
ensis D no Estado do Rio Grande do Sul 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (55): 87-106: 25 fev. 1980. 


Incidência sazonal de ... 97 


I I IL N Y zZ Yo MI R Re x XI 


Fig. 2 : Frequência sazonal etária de Helicops carinicaudus infrataeniatus NE. número de exemplares; M 
meses; ——— adultos; -——.-.-—- jovens: —. —filhotes. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 87-106; 25 fev. 1980. 


98 LEITÃO DE ARAÚJO, M. & ELY, L.A.M. 


Es 
- Da RUWO NND OO 


T I II IM SL u VI VI R x ZI XI M 


Fig 3: Frequência sexual de adultos de Helicops carinicaudus infrataeniatus NA. número de adultos; M. meses: 
macho; --———. fêmea. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (55): 87-106: 25 fev. 1980. 


Incidência sazonal de ... 99 


= Nn a2 N Do 


o TT HEM IE SUSI TE ER amam 


Fig. 4: Frequência sexual de jovens de Helicops carinicaudus infrataenuatus NJ. número de jovens; M. meses; 
machos; —— —— fêmeas. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 87-106; 25 fev. 1980 


100 LEITÃO DE ARAÚJO, M. & ELY, L.A.M. 


I I IL M X SE MI VI x x x x M 


Fig. 5: Frequência sexual de filhotes de Helicops carinicaudus infrataeniatus NF. número de filhotes: M. meses: 
machos; ——— — fêmeas 


IHERINGIA, Ser. Zool.. Porto Alegre (55): 87-106: 25 fev. 1980. 


Incidência sazonal de ... 101 


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I I m N Y u u VI RK x XI x M 


Fig. 6: Frequência sazonal etária de Philodryas patagoniensis patagoniensis NE. número de exemplares; M. me- 
ses; ——— adultos; --——— jovens;— .— filhotes. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 87-106: 25 fev. 1980. 


102 LEITÃO DE ARAÚJO, M. & ELY, L.A.M. 
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Fig. 7: Frequência sexual de adultos de Philodryas patagoniensis patagoniensis NA. número de adultos; M. 
meses ——— macho, ———— fêmea. 


Ls mi Mo XVI VI IR Ke RPI” M 


Fig. 8: Frequência sexual de jovens de Philodryas patagoniensis patagoniensis NJ. número de jovens; M. meses: 
macho: ——— — femea 


E yo TERES VE STO OVER EO ir o RD EXITO 


Fig. 9: Frequência sexual de filhotes de Philodryas patagoniensis patagoniensis NF. número de filhotes: M. me- 
ses, ———macho: ———— fêmea 


IHERINGIA, Ser. Zool.. Porto Alegre (55): 87-106: 25 fev. 1980. 


Incidência sazonal de ... 103 
OG CMS ADAM CA O ii 8803; 


I o I N Y u ur Ni IX E x XI M 


Fig. 10: Número de ovos e embriões de Helicops carinicaudus infrataeniatus NOE. número de ovos e em briões; 
M. meses;————— ovos:—-— —— embriões 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 87-106; 25 fev. 1980. 


104 LEITÃO DE ARAÚJO, M. & ELY, L.A.M. 
EEE nm m a a a a a EEE mn um 


I I I E o vM u u wm Ko X XI XI 


Fig. 11: Frequência sazonal de ovos de Philodryas patagoniensis patagoniensis NO. número de ovos; M. meses. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 87-106; 25 fev. 1980. 


Incidência sazonal de ..: 105 
E e ecoa meme marra RIO, 


“*NUsDaNoo oz 


CM 


47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 6061 62 63 64 65 66 67 6869 70 TI 72 73 74 75 76 77 78 79 8081 82 83 84 85 


Fig. 12: Relação do número de ovos com o comprimento da mãe Helicops carinicaudus infrataeniatus. NO. nü- 
mero de ovos; CM. comprimento da mäe. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 87-106: 25 fev. 1980. 


LEITÃO DE ARAÚJO, M. & ELY, L.A.M. 


106 


NO 
30 


25 


20 


15 


40 


t 
85 90 100 nO 120 130 140 145 CM 


Fig. 13: Relação do número de ovos com o comprimento da mãe Philodryas patagoniensis patagoniensis NO. 
número de ovos; CM. comprimento da mãe. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 87-106: 25 fev. 1980. 


Osteologia craniana de Amphisbaena darwini trachura COPE, 
1885. (Lacertilia — Amphisbaenidae)*. 


Marisa Ibarra Vieira“ * 
Maria Lúcia Machado Alves* * 
Marta E. Fabián — Beurmann*** 


RESUMO 


Descrição detalhada dos elementos ósseos constituintes do crânio e mandíbula de Amphisbaena darwin! 
trachura COPE, 1885, em espécimes do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. 


ABSTRACT 
The present research deals with the detailed description of the bones form the skull and the jaw 


ofthe Amphisbaena darwini trachura COPE, 1885, in specimens of the State of Rio Grande do Sul, 
Brazil. 


INTRODUÇÃO 


O presente trabalho, que visa contribuir para o melhor conhecimento osteológico dos 
anfisbenídeos sul-americanos, ocupa-se da descrição das partes ossificadas do crânio e da 
mandíbula de Amphisbaena darwini trachura COPE, 1885. Foi realizado, consideran- 
do, principalmente que os representantes da família Amphisbaenidae até o presente 
têm sua osteologia pouco conhecida e que os autores dedicados a esse estudo pouco se 
ativeram a espécies sul-americanas. 

A revisão da bibliografia permite destacar os trabalhos dos seguintes autores: GER- 
VAIS (1853) descreveu o crânio de Amphisbaena fuliginosa LINNAEUS, 1758, Blanus 
cinereus (VANDELLI, 1797), Leposternon microcephalum NWAGLER, 1824 e 
Trogonophis wiegmanı KAUP, 1830; BEDRIAGA (1884) estudou acuradamente o crä- 
nio de B. cinereuse COPE (1892) descreveu o de Rhineura florıdana (BAIRD, 1858). 

ZANGERL (1944), apesar de ter realizado um dos estudos mais completos sobre o as- 
sunto, foi insuficientemente detalhado em alguns aspectos de sua descrição. Esse autor 
descreveu o sincrânio de A. fuliginosa, Amphisbaena cubana GUNDLACH & PETERS, 
1878, Bipes biporus (COPE, 1894), Chirindia ewerbecki WERNER, 1910, Geocalamus 
acutus STERNFELD, 1912, L. microcephalum, Monopeltis capensis A. SMITH, 1848, 
R. florıdana e T. wiegmani. A nomenclatura ostelológica usada no presente trabalho é 
baseada em ZANGERL (1944). 

KRITZINGER (1946) estudou a anatomia cranial e o cinetismo de M. capensis, 
espécie sul-africana. Seu esquema descritivo é adotado, com algumas modificações, no 
presente trabalho. 

KESTEVEN (1957) descreveu o crânio e os músculos cefálicos de Amphisbaena caeca 
CUVIER, 1829, A. cubana e Chirindia rondoensis (LOVERIDGE, 1941). 


* Aceito para publicação em 28/111/1979» Contribuição FZB nº 132 


** Pesquisadores do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1188. 90.000 Porto 
Alegre, RS. 
""" Pesquisador do Museu de Ciências Naturais Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul e Bolsista do Conselho Na- 
cional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Proc. 1111.5364/76). 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 107-120; 25 fev. 1980. 


108 VIEIRA M.l. ALVES M.L.M.; FABIAN-BEURMANN M. E. 


MATERIALE MÉTODOS 


Os exemplares estudados pertencem à coleção de Répteis do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotä- 
nica do Rio Grande do Sul (MCN). Sua preparação foi pelo método de maceração das partes moles com peróxido 
de hidrogênio. j 

Material estudado: Brasil, Rio Grande do Sul, Município de Torres, 21.IX.75, T. de Lema e P. Carpeggiani 
leg., MCN 5804; Município de Passo Fundo, 18.1.59, O.M.B. Grau eH. O. Lippold leg, MCN 5784; Municipio 
de São Leopoldo, XII.62-11.63, A.Rossi leg., MCN 5785, Estudantes Faculdade Cristo Rei, MCN 5806: Município 
de Porto Alegre, VIII.61, A.C.P. Azevedo leg:, MCN 5805. 


DESCRIÇÃO OSTEOLÓGICA 


A caixa craniana de Amphisbaena darwini trachura é alongada, de altura média, atin- 
gindo sua maior largura na região entre as cápsulas óticas. Apresenta órbitas de tamanho 
-moderado, abertas posteriormente devido à ausência dos elementos pós-orbitais Gugais, 
pós-frontais e pós-orbitais, por exemplo). A ausência desses elementos ocasiona a falta 
de arco temporal. 
Faltam ainda no crânio de À. darwini trachurao septo interorbital, o forame parietal e 
a fenestra palatal. O assoalho do crânio apresenta grande redução no que concerne às va- 
cuídades . O palato não apresenta dentes. 

E’ um crânio bastante sólido e firme, perfeitamente adaptado ao modo de vida fos- 
sorial da espécie, podendo ser subdividido em dois segmentos: segmento facial e seg- 
mento occipital. O segmento facial é estreito e menor que o segmento occipital. O eixo 
longitudinal do crânio e o segmento facial não formam uma linha reta, no sentido hori- 
zontal. À porção facial é levemente curvada para baixo, formando, com o eixo longitudi- 
nal, um pequeno ângulo, o ângulo crânio-facial. O segmento facial compreende três re- 
g1ões: região nasal, região palatal e região órbito-temporal. 

À região nasal, juntamente com a região palatal, forma a cobertura óssea das cápsulas 
nasais e é constituída dos seguintes elementos: pré-maxila, maxilas, septomaxilas, nasais 


e frontais. 
A região palatal, que corresponde ao teto da cavidade oral, é formada pelo vômer, pa- 


latino, pterigöide e ectopterigóide, todos elementos pares. Os vômeres, que fazem parte 
da região palatal, participam também da região nasal, constituindo parte do assoalho da 
cavidade nasal. 

A região órbito-temporal é formada pelos orbitosfenóides e pré-frontais. Além desses 
ossos, participam também na formação da concavidade orbitária os pterigóides, os ec- 
topterigóides e os palatinos, que são elementos da região palatal, e os frontais, elemen- 
tos da região nasal. 

O segmento occipital do cränio de A. darwini trachura pode ser subdividido em duas 
regiões: região Ótico-occipital e região basicranial. 

A região Ötico-occipital € constituída dos seguintes elementos: parietais, supra- 
occipital, pleurosfenóides, quadrados, columelas, exo-occipitais, Proöticos e opistóticos; 
enquanto que na formação da região basicranial participam os seguintes elementos: pa- 
rabasisfenóide, basioccipital e elementos X. 

A interpretagäo dos elementos que formam o assoalho e as paredes laterais da cavida- 
de cranıana encontra sérios obstáculos. Os ossos das regiões ótica e occipital são quase 
completamente fusionados, não deixando traços de suturas entre eles. Esta situação difi- 
culta o reconhecimento de homologias entre os ossos componentes da caixa craniana e os 
poucos autores que estudaram crânios de anfisbenídeos, encontraram dificuldades em 
identificar alguns desses elementos. 

Dos osscs que formam a região ótico-occipital apenas os parietais, os quadrados e as 
columelas estão perfeitamente individualizados, enquanto o supra-occipital, os pleuros- 
fenóides, os proóticos, os opistóticos e os exo-occipitais não apresentam suas linhas de 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55):107-120: 25 fev, 1980. 


Osteologia craniana de... 


sutura, ou parte delas, bem definidas. 

Na região basicranial nenhum de seus elementos pode ser perfeitamente definido, em 
todos os exemplares examinados. Às vezes, parte de suas linhas de sutura podem ser di- 
visadas, outras vezes, nem isso acontece. 


SEGMENTO FACIAL 


PRE-MAXILA (Figs. 1,2 e 4) — A pré-maxila é um elemento ímpar, de simetria bila- 
teral, situado na porção mais anterior do crânio, entre as aberturas das narinas externas. 
Em vista dorsal a pré-maxila está reduzida a apenas uma estreita lâmina sagital, enquan- 
to que na face palatal tem forma aproximadamente semilunar. Apresenta três processos: 
um processo dorsal, o processo frontal, e dois processos ventrais, os processos maxilares. 

O processo frontal estende-se em direção à região posterior do crânio, separando os os- 
sos nasais e a porção sagital anterior dos ossos frontais. Apresenta, ventralmente: uma 
crista que se estende sobre o septo nasal. Na porção anterior do processo frontal, que se- 
para as aberturas nasais externas, aparecem dois forames laterais, um de cada E volta- 
dos para frente. 

Os processos maxilares se encaixam numa reentrância anterior das lâminas palatais da 
maxila. Estão aí implantados 7 dentes. Os processos maxilares delimitam a borda infe- 
rior das aberturas nasais externas e entram em contato com os vömeres, que, na linha sa- 
gital, estendem um curto processo sob a pré-maxila. 

MAXILA (Figs. 1,2 e 4) — A maxila é um osso par, que ocupa quase toda a porção la- 
teral do focinho. Apresenta dois processos: o processo palatal, ventral e o processo dor- 
sal. 

O processo palatal é uma placa de forma aproximadamente retangular que se estende 
ao longo da borda palatal. Sutura-se, anteriormente, coma pré-maxila e sua borda me- 
dial faz contato com o vômer, também anteriormente. Sua superfície dorsal forma o as- 
soalho da cavidade nasal. A superfície ventral contém 4 dentes de implantação acro- 
pleurodonte (os dois dentes anteriores são maiores). Posteriormente, o processo palatal 
limita-se com o palatino e o ectopterigöide que projeta sob a maxila longo e estreito pro- 
cesso. Este processo alcança até as proximidades do segundo dente maxilar e está alojado 
numa calha existente na superfície ventral do processo palatal. 

O processo dorsal é uma placa de formato aproximadamente triangular, levemente 
encurvada para a porção medial do crânio. Forma a parede lateral da cápsula nasal e delı- 
mita a borda posterior da fenestra exonarina. Dorsalmente o processo dorsal sutura-se 
com o nasal, frontal e pré-frontal, e projeta uma estreita lâmina entre o frontal e o pré- 
frontal. Posteriormente apresenta uma leve reentrância onde se aloja o processo anterior 
do pré-frontal. Próximo a sua borda inferior aparecem de dois a três forames labiais vol- 
tados para a frente. 

SEPTOMAXILA — A septomaxila é um osso par localizado dentro da cápsula nasal e 
ao longo do septo nasal. Tem formato irregular e é levemente encurvada. 

A face dorsal, convexa, da septomaxila, juntamente com o vômer e o processo palatal 
da maxila, constitui o assoalho da cavidade nasal. Sua face ventral, côncava, forma o teto 
da cavidade que aloja o órgão de Jacobson. Essa cavidade abre-se na região palatal ante- 
rior, sendo sua abertura marginada também pelo vômer e processo palatal da maxila. 

NASAL (Figs. 1e4) — O nasal é um osso par situado na porção anterior do crânio e 
que forma, juntamente com o frontal, o teto da cápsula nasal. Sua borda anterior é livre 
e delimita superiormente a fenestra exonarina. Sua borda lateral sutura-se com o proces- 
so dorsal da maxila. Limita-se posteriormente com o frontal, onde emite um estreito 
processo. Na linha sagital do crânio estende-se o processo frontal da pré-maxila que se- 
para os nasais entre si. Na linha de sutura entre o nasal e o frontal abre-se um forame 
voltado para frente. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 107-120; 25 fev. 1980. 


110 VIEIRA, M.1.; ALVES, M.L.M.: FABIÄN-BEURMANN, M.E. 


FRONTAL (Figs. 1 e 4) — O frontal é um elemento par, alongado, que forma o teto 
do crânio na porção anterior às cavidades orbitais. Apresenta, em vista dorsal, um apa- 
rente estreitamento, que resulta da superposição de um processo do pré-frontal sobre o 
frontal. Na linha mediana do crânio sutura-se com o outro frontal e com a porção látero- 
posterior do processo frontal da pré-maxila. Sutura-se anteriormente com o nasal e pos- 
teriormente com o parietal. Com o primeiro apresenta sutura simples, enquanto que a 
sutura com o parietal é profundamente lobada. Látero-anteriormente faz limite com o 
processo dorsal da maxila e o restante de sua porção lateral sutura-se com o pré-frontal. 
Emite forte processo ventral, que anteriormente limita a porção posterior da cavidade 
nasal: sua face lateral externa, côncava, forra a porção súpero-anterior da concavidade or- 
bitária. 

VÖMER (Fig. 2) — O vômer é um osso par, alongado, localizado na porção anterior 
de palato. Constitui parte do assoalho da cavidade nasal, assim como do assoalho da ca- 
vidade que aloja o órgão de Jacobson, delimitando, também, o forame que leva a esta 
estrutura. Ao lengo de seu eixo maior, paralelo à linha mediana do palato, o vômer 
apresenta-se espessado dorso-ventralmente. Este espessamento demarca uma fenda lon- 
gitudinal, o sulco palatal mediano. Em continuação ao sulco palatal mediano (no senti- 
do anterior do crânio), aparece um pequeno tubo, o ducto lacrimal, que se formou pela 
união das cristas dos vômeres nesta região. Provenientes da porção dorsal do vômer, os 
ramos ventrais do nervo palatino VII atingem a superfície ventral deste osso, através de 
um forame localizado na porção anterior e outro na porção posterior das cristas vomeria- 
nas. À porção anterior do vömer é afilada e estende-se sob a borda medial e posteior da 
pré-maxila. Lateralmente emite uma fina projeção óssea que se estende ate a borda me- 
dial do processo palatal da maxila. 

PALATINO (Figs. 2 e 4) — O palatino é um osso par, de fina espessura e com uma 
forte concavidade voltada para a face ventral do crânio. Esta concavidade constitui, jun- 
tamente com o vômer, a parte central do teto bucal. Está separado de outro palatino pe- 
los vômeres. Localiza-se ventralmente ao orbitosfenóide e forma o assoalho da concavi- 
dade orbital e da cápsula nasal (parte posterior). Anteriormente, delimita a fenestra na- 
sal interna e liga-se ao processo palatino do pré-frontal. Ventralmente, o palatino 
sobrepõe-se ao vômer. A borda posterior do palatino, que é aproximadamente arredon- 
dada, está estendida sobre o pterigóide. Lateralmente, sutura-se com a maxila e ectopte- 
rigóide. R 

ECTOPTERIGOIDE (Figs. 1, 2 e 4) — O ectopterigöide € um elemento par, de for- 
mato irregular, que une a borda posterior da maxila ao processo ectopterigöide do pteri- 
góide. Sutura-se, anteriormente, com a maxila e sob a expansão palatal da maxila (pro- 
cesso palatal) projeta um longo e estreito processo, o processo maxilar do ectopterigóide. 
Este processo se aloja numa reentrância existente na maxila € atinge até, aproximada- 
mente, o segundo dente maxilar. O ectopterigóide, pela sua borda medial, faz contato 
com o palatino. Posteriormente, sutura-se com o pterigóide, projetando sobre este um 
estreito segmento que se aloja na dobra lateral desse osso. A face dorsal do ectoptengói- 
de, juntamente com a porção posterior da maxila, marca o limite inferior da cavidade or- 
bital. 

PTERIGÖIDE (Figs. 1, 2 e 4) — O pterigóide € um elemento par, que constitui jun- 
tamente com o palatino, ectopterigóide, vômer, maxila e pré-maxila, o teto da cavidade 
oral. Tem a forma aproximadamente triangular, com o lado maior tborda livre) voltado 
para a face lateral do crânio e os lados menores convergindo para a linha sagital. Apre- 
senta três processos: o processo ectopterigóide, ântero-lateral, o processo palatino, me- 
dial, e o processo quadrado, posterior. O processo ectopterigóide sutura-se com o ectop- 
terigóide e o processo palatino sutura-se, anteriormente, com o palatino e, látero- 
posteriormente, com o processo anterior do parabasisfenóide. É nesta área que o pteri- 


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Osteologia craniana de ... a 


göide mais se aproxima da linha sagital do crânio. O ramo posterior do pterigóide, o 
processo quadrado, estende-se na direção do quadrado, divergindo do plano sagital do 
crânio. A borda externa deste processo sutura-se com a face medial do quadrado e sua 
borda medial está ligada ao parabasisfenóide por um tecido conetivo. A porção externa 
do processo quadrado está alojada sob o quadrado, que, af, se apresenta escavado. 

PRE-FRONTAL (Figs. 1 e 4) — O pré-frontal € um osso par localizado na porção ime- 
diatamente anterior à cavidade orbital, da qual participa. Tem formato triangular, forte- 
mente abaulado e com a concavidade voltada para o interior do crânio. Apresenta três 
processos: o processo maxilar, anterior; o processo frontal, súpero-posterior; e o processo 
palatino, descendente. Esses processos correspondem aos três vértices do triângulo. (0) 
processo maxilar estende-se para a região anterior do crânio por sobre o processo dorsal 
da maxila, com a qual se limita. O processo frontal limita-se anterior e posteriormente 
com o osso frontal, sobre o qual está alojado. O processo palatino, de posição ventral, 
tem sua borda interna suturada ao processo ventral do frontal e ao osso palatino; en- 
quanto a borda externa é limitada pela maxila. Entre a borda externa do processo palati- 
no e a maxila, abre-se o forame lacrimal. 

ORBITOSFENÖIDE (Fig. 4) — O orbitosfenóide € um osso par, alongado e de aspec- 
toirregular, localizado na região órbito-temporal. 

A face inferior do orbitosfenóide faz contato com a superfície superior convexa do pa- 
latino em sua maior extensão. Sutura-se, na porção ínfero-posterior, com uma crista la- 
teral do parabasisfenóide. Anteriormente, limita-se com o processo ventral do frontal, e, 
dorsalmente com este mesmo processo e com a lâmina descendente do parietal. Aproxi- 
madamente acima do início da sutura com o parabasisfenóide, o orbitosfenóide é perfu- 
rado por um forame que se abre no sentido anterior. Este orifício dá passagem para o 
nervo óptico. O orbitosfenóide juntamente com o pleurosfenóide e parte da crista do pa- 
rabasisfenóide delimita uma abertura longa e estreita. Essa abertura, semelhante a uma 
ferda, está sobre o gânglio de Gasser. Logo à frente dessa abertura os orbitosfenóides 
estendem-se por sobre a porção anterior do parabasisfenóide e encontram-se na linha 
média do crânio, formando dessa maneira, juntamente com o parietal, um anel ósseo. 


SEGMENTO OCCIPITAL 


PARIETAL (Figs. 1 e 4) — Os ossos parietais, fusionados na linha mediana do crânio, 
formam a maior placa do teto craniano. Esta placa apresenta em sua margem posterior 
uma profunda fenda, que é preenchida por uma apöfise do supra-occipital. A extremi- 
dade desta apófise permanece cartilaginosa, desaparecendo quando da preparação do. 
crânio, o que ocasiona o surgimento de uma pequena abertura entre a apófise do supra- 
occipital e a crista sagital do parietal. A placa parietal apresenta, ao longo da linha sagi- 
tal, uma forte crista que se continua pela apófise do supra-occipital. Suas porções laterais 
estão curvadas para baixo, de modo a encontrar os pleuro e orbitosfenóides. Posterior- 
mente, o parietal, subdividido em duas abas laterais, recobre parte do supra-occipital. 
Anteriormente, limita-se com os frontais por meio de uma sutura profundamente den- 
teada. 

SUPRA-OCCIPITAL (Figs. 1 e 4) — O supra-occipital é um osso ímpar, localizado na 
porção posterior do teto craniano e dorsalmente em relação aos demais componentes oc- 
cipitais. Forma a borda dorsal do forame magno e parte da cobertura dorsal do neurocrä- 
no Ósseo. 

O supra-occipital sutura-se com a borda posterior das abas laterais do parietal. Esta su- 
tura não marca O término anterior do supra-occipital, uma vez que esse osso se estende 
sobo parietal, na porção anterior à sutura, até alcançar os pleurosfenóides pela sua borda 
medial e posterior. As suturas do supra-occipital com os demais elementos do neurocrä- 


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nio não puderam ser detectadas. Ao longo da linha sagital do crânio, o supra-occipital 
apresenta forte crista, processo ascendente mediano, que se continua pela crista sagital 
do parietal. Esta crista está suturada ao parietal, exceto na sua borda anterior onde per 
siste uma pequena abertura. 

PLEUROSFENÓIDE (Figs. 1 e 4) — Osso par, alongado, localizado na face medial do 
quadrado e que se continua, em sua porção ventral e posterior, por uma barra vertical, o 
proótico, que alcança a face superior do elemento X. Sutura-se, dorsalmente com o pa- 
retal; anteriormente, com o orbitosfenóide (marca a margem superior e posterior da fe- 
nestra que se abre sobre o gânglio de Gasser). Posteriormente, o limite do pleurosfenói- 
de não foi observado pois está fusionado aos demais elementos dessa região. 

Segundo BEDRIAGA (1884) o proótico possui um processo anterior mais longo, o 
processo para-occipital, que forma parte da parede lateral da caixa craniana. ZANGERL 
(1944), porém, é de opinião que o processo para-occipital de BEDRIAGA não é uma 
mera projeção do proótico, mas sim um elemento separado, o pleurosfenóide, que se 
coossifica totalmente com o proótico. 

PROÓTICO + OPISTÓTICO (Fig. 3) — O proótico é um osso par em forma de bar- 
ra, que se estende da porção ventral e posterior do pleurosfenóide até a superfície supe- 
rior do elemento X. Delimita, anteriormente, a fenestra oval e é perfurado por um pe- 
queno canal que se abre no forame facial. Este elemento, juntamente com o opistótico, 
constitui a cápsula auditiva óssea. 

O opistótico tem a forma de uma lâmina côncava voltada para a face lateral do crânio. 
Está fusionado ao proótico lateralmente e, posteriormente, alcança os elementos occipi- 
tais. Seus limites não podem ser definidos exatamente. 

QUADRADO (Figs. 1,2 e 4) — O quadrado é um ossc par, alongado e provido de 
superfícies articulares nas duas extremidades. As porções articulares são mais alargadas 
que a porção mediana do osso. 

O quadrado está localizado na porção látero-posterior do crânio e obliquamente diri- 
gido para a frente e para baixo. Sua extremidade póstero-superior articula-se com o 
supra-occipital e sua face interna limita-se com o pleurosfenóide. Latero-internamente, 
o quadrado está em contato com o pterigóide, que se prolonga sob a porção mediana 
deste osso. Sua extremidade äntero-inferior articula-se com a mandíbula. Na face infe- 
rior do quadrado existe uma cavidade rasa, onde se aloja a extracolumela, que percorre a 
face externa do quadrado e se continua por um ligamento até a superfície lateral da 
mandíbula. Próximo à extremidade articular póstero-superior é visível, na superfície ex- 
terna, um forame levemente voltado para a frente. 

COLUMELA (Figs. 2,3 e 4) — A columela é um osso par situado na porção lateral in- 
ferior da região ótico-occipital. E constituída de uma parte colunar prolongada, numa 
das extremidades, por uma porção plana e alargada, a placa estapodial e, em outra, por 
um fino bastão cartilaginoso, a extracolumela. A placa estapodial, unida à cápsula óssea 
por ligamentos, está alojada na fenestra oval. A extracolumela estende-se ao longo da fa- 
ce externa do quadrado e prolonga-se por um ligamento, que alcança a superfície lateral 
da mandíbula. Segundo ZANGERL (1944) uma tal disposição sugere que esse elemento 
seja, acima de tudo, um agente de transmissão das vibrações do solo. 

EXO-OCCIPITAL (Fig. 3) — O exo-occipital, que posteriormente participa da forma- 
ção do côndilo occipital, está colocado dos dois lados do forame magno. Encontra dorsal- 
mente o supra-occipital, ventralmente o basioccipital e anteriormente o proótico. Suas 
suturas com o supra-occipital e com o basioccipital não são detectadas, nem mesmo no 
côndilo occipital (com o basioccipital). Segundo JOLLIE (1960) essas suturas são visíveis 
nos indivíduos jovens e a fusão se dá em função da idade. Lateralmente ao côndilo occi- 
pital, próximo a sua margem ventral, abre-se um grande forame, o forame jugular, den- 
tro do qual se abrem 3 forames menores, por onde passam os nervos X, XI e XII. O fora- 


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Osteologia craniana de ... E 


me por onde passa o nervo IX abre-se próximo à borda do forame jugular, mas pode es- 
tar fora dele. 


PARABASISFENÓIDE (Fig. 2) — O parabasisfenóide é uma placa ímpar, de simetria 
bilateral, que tem a forma aproximada de uma ponta de lança dirigida para a porção an- 
terior do crânio. Esta placa resulta da fusão do basisfenóide com o parasfenóide. Poste- 
riormente, limita-se com o basioccipital, e látero-posteriormente, com o elemento X. As 
linhas de sutura do parabasisfenóide com esses elementos são, geralmente, quase imper- 
ceptíveis. Anteriormente, a extremidade do parabasisfenóide alcança o palatino e látero- 
anteriormente limita-se com o processo palatino do pterigöide. Sua superfície ventral é 
levemente côncava. Nasuperfície dorsal aparecem duas cristas longitudinais situadas 
próximo à borda lateral da placa. Estas cristas divergem entre si na direção posterior do 
crânio e sua altura diminui gradativamente à medida que se orientam para a frente, até 
confundirem-se com as bordas laterais da placa parabasisfenoidal. Suas porções posterio- 
res são percorridas por um canal que se abre, de um lado, na região lateral posterior do 
crânio (abaixo da columela) e, de outro, na face interna das cristas. Esta última abertura, 
segundo ZANGERL (1944), pode indicar o limite entre o basisfenóide e o parasfenóide. 

BASIOCCIPITAL (Figs. 2, 3 e 4) — O basioccipital é o osso que forma o assoalho pos- 
terior do crânio, na região entre as cápsulas óticas. Ele participa, juntamente com exo- 
occipital, da formação do côndilo occipital. Anteriormente, sutura-se na porção media- 
na com o parabasisfenóide (região correspondente ao basisfenóide) e, nas porções late- 
rais, com os elementos X. Suas linhas de sutura nem sempre estão bem distintas. Lateral- 
mente, o basioccipitai emite um processo alongado, que participa na formação da borda 
ventral da fenestra oval. 

ELEMENTO X(Fig. 2) — O elemento X é um osso par, laminar e de formato aproxi- 
madamente arredondado. Localiza-se lateralmente à sutura parabasisfenöide- 
basiocciptal. Sua sutura com esses elementos geralmente é pouco visível. A face dorsal 
dessas placas continua-se por um elemento colunar, o proótico, que limita anteriormen- 
te a fenestra oval. Suas linhas de sutura com o proótico, se existem, não são visíveis. 

A interpretação do elemento X é muito discutida e ainda não existe uma definição no 
que diz respeito a sua identificação. O elemento X, que segundo ZANGERL (1944) não 
encontra homólogo entre os répteis, é considerado por KESTEVEN (1957) como sendo a 
porção ventral de um proótico reduzido. Esta parece ser a interpretação mais correta, 
mas a palavra final sobre isso e sobre outras dúvidas que aínda existem, quanto à homo- 
logia de outros elementos ósseos do crânio destes animais, só poderá ser dada depois de 
um estudo detalhado do desenvolvimento da caixa craniana dos anfisbenídeos. 


MANDÍBULA E DENTIÇÃO 


A mandíbula, moderadamente alongada, é formada por dois ramos mandibulares 
que se unem anteriormente em sínfise e articulam-se, posteriormente, com o crânio, 
através dos ossos quadrados. 

Cada ramo da mandíbula é composto, aparentemente, de quatro ossos que na verda- 
de são seis. Estes ossos são: o articular, o pré-articular, o angular, o supra-angular, o co- 
ronóide e o dentário. Todos eles de origem membranosa, com exceção do articular, de 
origem endocondral, resultante de ossificação da cartilagem de Meckel. 

Aproximadamente 2/3 da porção anterior da mandíbula são ocupados pelo dentário, 
onde se alojam os dentes, em número de sete. 

Os dentes, de tamanho variado, são cônicos, de secção transversal ligeiramente elípti- 
ca, com o ápice um pouco recurvado para trás. 

Considerando-se o ramo mandibular, da porção anterior para a posterior, observa-se. 


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que o primeiro e o segundo dentes são pequenos, o terceiro é consideravelmente maior e 
os demais são gradativamente menores que este, sendo o sétimo aproximadamente igual 
ao primeiro dente. Apresentam implantação do tipo pleurodonte. 

DENTÁRIO (Figs. 5 e 6) — O dentário, alongado, é o osso mais anterior do ramo 
mandibular e ocupa grande parte de sua extensão. Em vista lateral lembra a figura de 
um triângulo com o vértice voltado para a frente. As extremidades anteriores dos dentá- 
rios unem-se numa sínfise não muito rígida. O dentário apresenta três processos: o pro- 
cesso anterior; O processo coronóide, ascendente: e o processo angular, ventral posterior. 

O processo anterior é alongado e tem sua extremidade anterior suturada ao dentário 
do ramo mandibular oposto. Apresenta em sua face lateral três a quatro forames que dão 
passagem a ramos de nervos sensoriais-somäticos e sensoriais-viscerais. Em sua face me- 
dial é percorrido, longitudinalmente, por um sulco pouco profundo, o canal de Meckel, 
que expõe a cartilagem meckeliana. A borda dorsal medial do processo anterior 

apresenta-se fortemente escavada formando, assim, uma superfície côncava alongada 
que se prolonda até o processo coronóide. Os dentes estão aí implantados. 

O processo coronóide, ascendente, é curto, em relação ao processo anterior, e situa-se 
na porção posterior do dentário. Sutura-se, posteriormente, tanto pela face medial como 
pela lateral, com o coronóide. Pela face lateral a borda látero-inferior do processo coro- 
nóide faz contato com o processo anterior lateral do supra-angular. 

O processo angular, ventral, estende-se para a região posterior da mandíbula. Sua 
borda superior sutura-se com a borda inferior do processo anterior lateral do supra- 
angular. Em vista medial este processo está recoberto pelo osso angular. A borda anterior 
do osso angular, pela face lateral, limita a extremidade póstero-inferior do processo an- 
gular do dentário. 

CORONOIDE (Figs. 5 e 6) — O coronóide situa-se em posição dorsal e mediana no 
ramo mandibular e tem a extremidade apical arredondada. Apresenta três processos des- 
cendentes que promovem sua sutura com os demais elementos mandibulares. Dois pro- 
cessos são anteriores (um lateral e outro medial) e um é posterior medial. 

O processo anterior lateral é curto e mais ou menos largo. Sutura-se, ântero- 
posteriormente, com o processo coronóide do dentário, e, póstero-inferiormente, com o 
processo anterior do supra-angular. 

O processo anterior medial é longo e estreito. Estende-se sobre a porção posterior do 
processo anterior do dentário; sua borda inferior delimita parte do canal de Meckel. Jun- 
tamente com a extremidade anterior do processo angular do supra-angular, demilita a 
borda posterior do forame mandibular. 

O processo posterior medial é amplo e limita-se, ventral e posteriormente, com o osso 
supra- -angular. Sua borda anterior é marcada pela presença de uma crista sinuosa que se 
estende até o ápice do coronóide. A borda posterior do processo posterior medial, junta- 
mente com o supra-angular, marca a abertura medial de uma fossa que atravessa o ramo 
mandibular. 


ANGULAR (Figs. 5 e 6) — O angular é um osso ventral, bem desenvolvido, localiza- 
do na face medial da mandíbula, principalmente. Em vista medial apresenta-se alonga- 
do, suturando-se posteriormente com o supra-angular e inferiormente com o dentário. 
Sua borda dorsal delimita o canal de Meckel anteriormente e, posteriormente, sutura-se 
com o supra-angular. Em vista lateral tem forma aproximadamente quadrangular. Sua 
borda äntero-superior sutura-se com o dentário, enquanto os lados póstero-superior e 
pöstero-inferior suturam-se com o supra-angular. O lado Antero-inferior é livre. 

SUPRA-ANGULAR (Figs. 5 e 6) — O supra-angular, elemento posterior da 
mandíbula, é constituído da fusão do pré-articular e do supra-angular propriamente 
dito, ambos de origem dermal, com o articular, que é uma ossificação da cartilagem de 
Meckel. Articula-se posteriormente ao osso quadrado. A superfície articular, que lembra 


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Osteologia craniana de ... 115 


a forma de uma sela, está colocada em direção aproximadamente perpendicular ao eixo 
maior do ramo mandibular. O supra-angular apresenta quatro processos: o processo an- 
terior medial; o processo angular; o processo retroarticular, e o processo anterior lateral. 

O processo anterior medial é estreito e alongado. Sutura-se com a borda inferior do 
coronóide e com a borda superior do angular. Sua extremidade anterior delimita parcial- 
mente o forame mandibular. O processo angular, visível também na face lateral, situa-se 
na porção infero-posterior do ramo madibular. Corresponde ao osso pré-articular. O 
processo retroarticular situa-se acima da superfície de articulação da mandíbula, sendo 
um pouco menor que o processo angular e também visível pela face lateral da mandíbu- 
la. A superfície articular, juntamente com o processo retroarticular, corresponde ao osso 
articular. O processo anterior lateral é largo e está perfurado por um forame voltado para 
a frente. Sutura-se com o dentário e com a borda inferior do processo anterior. Corres- 
ponde ao osso supra-angular propriamente dito. 

O supra-angular é perfurado por uma fossa marginada ventralmente pelo pré- 
articular, anteriormente pelo coronóide e posteriormente pelo angular e supra-angular 
propriamente dito. Por esta fossa passam vasos e nervos mandibulares que alcançam a 
superfície lateral através de um forame na porção central do supra-angular propriamente: 
dito, e a superfície medial através do forame mandibular. 


CONSIDERAÇÕES FINAIS 


A comparação do crânio de Amphisbaena darwini trachura com descrições de várias 
outras espécies da mesma família, permitiu que se constatasse a presença de uma série de 
características diferenciais entre elas. Essa comparação está baseada, principalmente, nos 
estudos realizados por ZANGERL (1944). 

De uma maneira geral, A. darwini trachura apresenta características comuns a 
Amphisbaena cubana e Amphisbaena fuliginosa. O aspecto geral de seu crânio é morfo- 
logicamente intermediário entre essas duas espécies. Seu focinho é menos pontiagudo 
que o de A. cubana e bem mais afilado que o de A. fuliginosa; as abas laterais do parıe- 
tal são bastante semelhantes as de A. fuliginosa, enquanto A. cubana apresenta essas 
estruturas bastante reduzidas, e o processo frontal da pré-maxila, como em A. cubana, 
alcança a porção anterior mediana dos frontais. 

No que se refere à forma e extensão do processo ascendente do supra-occipital, A. dar- 
wini trachura difere de A. cubana e A. fuliginosa, uma vez que nessas duas espécies esse 
processo é curto e proporcionalmente mais largo. 

O côndilo occipital, que em A. fuliginosa estã parcialmente protegido pelo supra- 
occipital, em A. darwini trachura é bem saliente. O quadrado, como em A. cubana, 
apresenta em sua face lateral um forame que não está presente em A. fuliginosa. 

As diferenças intragenéricas mencionadas não são as únicas existentes, são apenas as 
mais evidentes e que puderam ser detectadas através de desenhos e descrições examina- 
dos. Só o exame de exemplares de A. cubana e A .fuliginosa permitirá uma comparação 
de elemento por elemento do crânio dessas duas espécies com os vários elementos de A 
darwini trachura, do que poderá resultar então uma definição bem mais rigosora e mi- 
nuciosa das diferenças osteológicas existentes entre essas espécies. 

Os anfisbenídeos, animais tipicamente subterrâneos, têm a cabeça, mais particular- 
mente o focinho, funcionando como sua estrutura escavadora primária. Essa estrutura é 
mais ou menos modificada, conforme o grau de especialização da espécie, envolvendo, 
principalmente, o segmento facial e, secundariamente, também a parte posterior do crä- 
nio. 

Nas formas mais especializadas o focinho está modificado para agir como uma pá esca- 
vadora. Essa condição é encontrada em Geocalamus GUNTHER, 1880 e, mais marcada- 
mente , em Rhineura COPE, 1861 e Monopeltis A. SMITH, 1848. Nestas duas os ossos, 


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que formam o teto do segmento facial do crânio são extremamente largos e a extremida- 
de rostral estende-se para além do dente pré-maxilar. Em A. darwini trachura, como em 
outras formas do mesmo gênero, não se evidenciam essas características. 

A redução do número de dentes pré-maxilares é também uma condição diretamente 
relacionada às modificações estruturais ocorridas no segmento facial. Isso pode ser obser- 
vado na tabela 1. 

A angularidade crânio-facial parece, também, estar em relação direta com as maiores 
ou menores modificações ocorridas na estrutura do focinho. Em Amphisbaena LIN- 
NAEUS, 1758 e formas afins o ângulo crânio-Facial é pequeno, enquanto que em Rhi- 
neura, Monopeltis e Leposternon W AGLER, 1824, ZANGERL (1944) encontrou os va- 
lores maisaltos e em BipesLATREIELE, 1802, Trogonophis KAUP, 1830 e Geocalamus 
encontrou valores intermediários. 

Constatou-se que o ângulo crânio-facial em A. darwini trachura apresenta valor apro- 
ximadamente igual ao de A. cubana e A. fuliginosa. Este valor só supera o que aparece 
em Chirindia ewerbecki. Nessa espécie o ângulo crânio-facial é praticamente nulo. 

A característica acima mencionada se reflete também na posição dos quadrados, uma 
vez que esses elementos apresentam sempre seu eixo maior aproximadamente paralelo 
ao eixo facial. Logo a variação na posição do eixo facial é acompanhada pela maior ou 
menor inclinação dos quadrados nas diversas espécies. 

Levando em conta todas as características anteriormente mencionadas somos levados a 
concluir que A. darwini trachura é estruturalmente menos especializada que Rhineura, 
Monopeltis, Trogonophis, Geocalamus e Bipes; semelhante a A. cubana e A. fuliginosa 
e mais especializada que C. ewerbecki. 

ABREVIATURAS UTILIZADAS NAS FIGURAS 


Nas figuras foram usadas as seguintes abreviaturas: A- angular: BO- basioccipital; C- coronóide; CL- columela. 
C.OC-côndilo occipital; D- dentário; DT- dente; EC- ectopterigöide; EN- exonarina; EO- exo-occipital; F- frontal: 
F.J- forame jugular; F.LB- forame labial; F.MD- forame mandibular; F.MG- forame magno; FS.MD- fossa man- 
dibular; Jac. - abertura do órgão de Texoloeame M- maxila; N- nasal; OS- orbistosfenöide; P- parietal; PBS- paraba- 
sistenóide: PF- pre-frontal; PL- palatino: PLS- Dent o sie mentes PM- pré-maxila; PR + OP proótico + opistótico; 
o -pterigöide; Q- quadrado; SA- supra-angular; S. ART- superfície articular; SOC- supra-occipital; V- vômer; X- 
elemento x. 


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 


BARBERENA, M.C.; GOMES, N.M.B.: SANCHOTENE, L.M.P. 1970. Osteologia craniana de Tupinambis 
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118 VIEIRA, M.L.: ALVES, M.L.M; FABIAN-BEURMANN, M.E. 
e. [LLTITTTJOD . 


FIG.1 
imm 
FIG. 2 Zn 
ö imm 
FIG. 3 


Figs. 1-3: Amphisbaena darwini trachura COPE, 1885 (MCN 5805) : Crânio: 1.vista dorsal: 2.vista ventral; 
3 vista occipital. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 107-120; 25 fev. 1980. 


Osteelogia craniana de ... 19 


PLS p 


FIG. 4 


FIG.5 A 


Figs. 4-6: Amphisbaena darwini trachura COPE, 1885 (MCN 5805) : 4.Crânio, vista lateral; 5-6. Mandíbula, 
ramo direito: 5.vista mediana; 6.vista lateral. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 107-120; 25 fev. 1980. 


120 VIEIRA, M.I.; ALVES, M.L.M.; FABIAN-BEURMANN, M.E. 


TABELA I 


NÚMERO DE DENTES EM 10 ESPÉCIES DE ANFISBENÍDEOS 


Amphisbaena cubana 7 5 7 


| À. darwini trachura 


A. fulíginosa 


Chirindia ewerbecki 


Bipes biporus 


Blanus cinereus 


Geocalamus acutus 


Leposternon microcephalum 


Monopeltis capensis 


Rhineura floridana 


Trogonophis wiegmanni 


* Considerando apenas um dos ramos mandibulares. 
Abreviaturas usadas: 


pmx: dentes pré-maxilares 
mx : dentes maxilares 
md : dentes mandibulares 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 107-120: 25 fev. 1980. 


Contribuição ao conhecimento da osteologia craniana de Ophiodes 
striatus (SPIX, 1824). (Lacertilia- Anguidae) * 


Maria Lúcia Machado Alves* * 
Marisa Ibarra Vieira * * 
Marta Elena Fabián-Beurmann* ** 


RESUMO 


As autoras descrevem, em detalhe, o crânio de Ophiodes striatus (SPIX, 1824), espécie comum no Estado do 
Rio Grande do Sul, objetivando contribuir para o maior conhecimento da anatomia destes lagartos. 


ABSTRACT 


The authors describe the Ophiodes striatus (SPIX, 1824) skull a commom lizard in the State of Rio Grande do 
Sul, Brazil wich had been studied by other authors but never described giving data to futures comparative stu- 
dies. 


INTRODUCAO 


O presente trabalho visa contribuir para o melhor conhecimento da anatomia do gê- 
nero Ophiodes WAGLER, 1828, com a descrição detalhada do crânio de Ophiodes 
striatus (SPIX, 1824) considerando, ainda, o inegável valor da osteologia de lagartos mo- 
dernos para a Paleontologia. 

Poucos são os trabalhos que se referem à osteologia do gênero Ophiodes. MCDOWELL 
Jr. & BOGERT (1954), JOLLIE (1960) e GALLARDO (1966) citam características osteo- 
lógicas isoladamente, em geral uma comparação de determinado elemento ósseo com 
outro gênero, ou entre diferentes espécies de Ophiodes. 

Este trabalho representa o primeiro estudo descritivo detalhado da osteologia do gêne- 
ro Ophiodes. { 


MATERIAL E MÉTODOS 


Os crânios examinados foram retirados de exemplares pertencentes à coleção de répteis do Museu de Ciências 
Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN). . . 

A preparação das peças constou de várias etapas iniciando-se com a retirada cuidadosa do crânio, de maneira a 
não danificá-lo, nem à pele. Porém, devido à grande associação dos osteodermas com os elementos ósseos do teto 
craniano, na maioria dos exemplares houve rompimento da pele em determinados locais. A segunda etapa cons- 
tou da retirada dos tecidos moles, através da imersão da peça em peróxido de hidrogênio, em tempo que variou de 
1a 5 minutos, e posterior lavagem com água corrente. Após seguiu-se a retirada cuidadosa das partes moles. 

Os desenhos das diversas vistas do crânio e da mandíbula foram efetuados a partir de ampliações fotográficas de 
onde foram delineados os contornos gerais do crânio e os traços e contornos gerais e específicos de cada osso. Os 
detalhes foram desenhados após observação microscópica. 


Material examinado: Cachoeirinha, RS, 29.VII1.66, P.C. Braun leg. (MCN 5815); Passo do Vigário, Viamão, RS, 
II .56, O.M.B. Grau leg. (MCN 5817); Porto Alegre, RS, X. 63, M. Bombim leg. (MCN 5818); Ipanema, Porto 
Alegre, RS, 12.X1.71, P.C. Braun leg. (MCN 5814); Jardim Botânico, Porto Alegre, RS, 13. 11.75, S.R.C. Olivei- 
ra leg. (MCN 5813 e 5816). 


* Aceito para publicação em 30/11/1979. Contribuição FZB nº 135. 
** Pesquisadores do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1188. 90.000 Por- 


to Alegre, RS. 
*** Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Bolsista do Conselho Nacional de 
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Proc. 1111.5364/76). 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 121-135; 25 fev. 1980 


122 ALVES, M.L.M.; VIEIRA, M.I.; FABIAN-BEURMANN, M.E. 


DESCRIÇÃO DO CRÂNIO 
A. SEGMENTO MAXILAR 


1. PALATO à 

1.1. PRE-MAXILA (Figs. 1-3) — E um osso ímpar, fusão de um par, de posição me- 
diana, considerando-se a abertura das narinas externas. Constitui-se no elemento mais 
anterior do crânio. Seu formato, em vista dorsal do crânio, lembra a figura de uma ânco- 
ra. Liga-se com o vômer, septomaxila, maxila e nasal. Porta uma fileira de nove dentes- 
pequenos, subpleurodontes, anquilosados à borda anteroventral. 

Dorsalmente, o processo nasal, convexo e alongado, projeta-se posteriormente entre 
as narinas externas, alargando-se repentinamente e afilando-se posteriormente para ter- 
minar em ponta, entre a região anterior dos nasais. Constitui as bordas anterodorsais das 
narinas externas. De sua superfície mediana ventral projeta-se uma crista vertical que 
termina dorsalmente de encontro à saliência longitudinal, formada sob a sutura dos na- 
sais. 

Ventralmente, as plataformas palatais medianas, não fusionadas na linha média, 
projetam-se posteriormente e suturam-se à maxila e ao vômer. De sua porção mediana 
projeta-se uma estrutura em forma de placa bipartida que termina abruptamente. 

Anterior às plataformas palatais medianas, acham-se os forames pré-maxilares, que 
dão passagem aos nervos etmoidais medianos. As bandas alveolares destes processos es- 
tão separadas parcialmente da maxila por uma pequena abertura de cada lado da linha 
média. 

A pré-maxila estende-se desde sua superfície rostral em dois processos látero- 
posteriores os processos maxilares, que se suturam com a maxila, sendo a porção termi- 
nal encoberta pela borda anterior da maxila. 


1.2.MAXILA (Figs. 1-3) — É um osso par, em forma de lâmina, levemente convexa 
dorsalmente. Liga-se à pré-maxila, vômer, nasal, frontal, pré-frontal, lacrimal, jugal, 
septomaxila, ectopterigóide e palatino. Pelo seu tamanho grande e formato aproximado 
de um triângulo, constitui, quase que sozinho, a superfície lateral anterior do crânio. 

Porta de 14a 15 dentes, subpleurodontes, anquilosados à à borda medial. 

Externamente, podemos distinguir três processos: o processo pré-maxilar, anterior- 
mente; o processo nasal, dorsalmente e o processo posterior, estendendo-se sob a órbita. 
Internamente, verifica-se a presença de um só processo, a plataforma palatal. 

O processo nasal da maxila, de posição média entre o anterior e o posterior, forma a 
parede lateral da cápsula nasal e a borda posterior da fenestra exonarina. Dorsalmente 
está em contato com o nasal, pré-frontal e frontal. Sua borda posterior é encoberta pelo 
lacrimal que, juntamente com o pré-frontal, exclui a maxila da borda anterior da órbita. 
Sua linha de contato com o frontal é curtíssima, correspondendo a um processo póstero- 
dorsal do osso, que se projeta em cunha entre o pré-frontal e o nasal e frontal. 

Em sua porção apical, o processo nasal é perfurado por pequenos forames para a passa- 
gem dos ramos cutâneos do nervo etmoidal lateral. Ao longo de sua borda inferior, o 
processo nasal apresenta forames labiais, em número de oito normalmente, dispostos em 
fileira, sendo o posterior o único voltado para trás. Estes forames dão passagem aos ra- 
mos cutâneos do nervo alveolar superior e da artéria maxilar. 

O processo anterior, pré-maxilar, estende-se anteriormente, desde a base do processo 
nasal e se curva para cima, até sua borda anterior que encobre o processo maxilar da pré- 
maxila. 

O processo posterior estende-se sob a órbita, suturando-se ao jugal, lacrimal e palati- 
no. k 

A plataforma palatal é uma lâmina relativamente larga, que se estende perpendicular- 
mente à parede medial, desde a extremidade anterior, onde se sutura à pré-maxila e ao 
vômer, até sua borda mais posterior. Ainda na porção anterior une-se dorsalmente à sep- 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 121-135: 25 fev. 1980. 


Contribuição ao conhecimento... 123 


tomaxila. Na porção média € mais alongado, suturando-se ao palatino e decrescendo em 
largura até encontrar o ectopterigóide, em sua extremidade posterior. 

Dorsalmente, esta lâmina constitui o apoio do órgão vomeronasal e, ventralmente, 
porta dentes que estão localizados ao longo de toda a margem lateral. Estes dentes, sub- 
pleurodontes, são em geral em número de 15. O maior número de dentes de substitui- 
ção é encontrado na região posterior onde, provavelmente, o desgaste é maior e onde a 
tendência é de se tornarem mais grossos que os da região anterior. 


1.3. VÔOMER (Fig. 2) — O vômer é um osso par, de aspecto alongado, formando o li- 
mite ventral da cápsula nasal e a porção anterior do palato, entre as narinas internas. À 
sutura entre seus componentes está situada numa depressão ao longo do eixo longitudi- 
nal do crânio, até a região média. 

Anteriormente sutura-se com a pré-maxila, ântero-lateralmente com a maxila, dorsal- 
mente com a septomaxila e posteriormente com o palatino. 

A superfície anterior, afılada, sutura-se com a borda posterior da pré-maxila, encai- 
xando em uma reentrância desta. Desde a extremidade anterior da superfície ventral, cu- 
jas bordas laterais formam a borda da fenestra vomeronasal externa, verifica-se uma de- 
pressão, o sulco lacrimal, que corre látero-posteriormente, terminando na região anterior 
da fenestra exocoanal, a qual continua posteriormente até encontrar os palatinos. O sul- 
co lacrımal é ocupado pela extremidade anterior do ducto lacrimal. 

Anterior à fenestra exocoanal está a abertura para o órgão de Jacobson, a fenestra vo- 
meronasal externa. 

As bordas medianas dos sulcos lacrimais formam cristas perpendiculares, que media- 
namente constituem uma calha — o sinus’ palatino fmpar. Nestas cristas são observa- 
dos dois pares de forames, um anterior e um posterior, que dão passagem aos ramos ven- 
trais do nervo palatino VII. 

Da porção média para a posterior, os elementos não se contatam, afilando-se e for- 
mando duas colunas perpendiculares que recobrem a superfície ventral do processo vo- 
meriano do palatino. 


4. PALATINO (Figs. 1 e 2) — E um elemento par, que mantém contato com o vô- 
mer, maxila, pré-frontal, pterigöide e lacrimal. Os dois elementos são separados em toda 
sua extensão pela vacuidade piriforme. O par forma a maior parte do palato, bem como 
o assoalho da órbita e a parede póstero-superior das cápsulas nasais. 

Possui dois processos anteriores que se estendem desde a superfície ântero-ventral alar- 
gada. O mais ventral e lateral, o processo maxilar, é mais curto e mais largo que o outro, 
aruculando-se com a maxila através de uma extensa superfície que se afila medialmente. 
Faz contato, ainda, com o lacrimal e pré-frontal, ântero-dorsalmente. O outro processo, 
mais fino e mais alongado, o processo vomeriano, estende-se mais dorsalmente até en- 
contrar a borda posterior do vômer, que o encobre. Entre estes dois processos há uma su- 
perfície lisa, côncava, que termina na fenestra exocoanal, anteriormente. Esta superfície, 
juntamente com a região ventral posterior, dá ao conjunto o formato de um “Y”. 

A região póstero-ventral torna-se posteriormente mais afilada, constituindo o processo 
pterigöide, que encobre ventralmente a extremidade anterior do pterigöide. 

A superfície dorsal é plana, afilando para formar a margem posterior em forma de for- 
quilha, formando o encobrimento anteriormente mencionado. 

Anteriormente, a superfície dorsal porta um processo mediano em direção dorsal, en- 
coberto pela superfície ventral mediana do processo palatino do pré-frontal. 

A margem lateral do palatino forma a borda mediana da fossa orbital inferior. 

Dorsalmente, próximo ao contato com o lacrimal e pré-frontal, verifica-se a abertura 
do canal infra-orbital, o forame maxilo-palatino ou forame infra-orbital. 

Ao longo da borda média, pela superfície dorsal, corre um sulco, o sulco palatino, que 
aloja o ramo principal (medial) do “'plexus”” palatino VII. Neste sulco estão localizados 
vários forames, através dos quais pequenos ramos do “'plexus”” atingem a mucosa oral. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (55): 121-135; 25 fev. 1980. 


124 ALVES M.L.M.; VIEIRA M.1.: FABIAN-BEURMANN M.E. 


1.5. ECTOPTERIGÓIDE (Figs. 1-3) — E um osso pequeno, par, de formato curvo e 
alongado. Estende-se ântero-lateralmente desde o encontro jugal-maxila, até a borda la- 
teral do processo transverso do pterigóide (= processo ectopterigóide). Forma a borda 
látero-posterior da fossa orbital. Dorsalmente, forma o assoalho póstero-ventral da órbi- 
ta e a face ventral serve de ponto de origem a fibras do músculo “'pterigo- 

mandibularis” 

Liga-se à maxila, jugal e pterigóide. Apresenta dois processos: um processo ântero- 
lateral, que se articula anteriormente à borda mediana do processo posterior da maxila e, 
lateralmente, ao lado médio do ângulo ventral do jugal; um processo posterior, o proces- 
so pterigóide, que se sutura em plano oblíquo à borda lateral do processo ectopterigóide 
do pterigóide, numa conjunção em que os dois ossos formam a borda látero-posterior da 
fenestra orbital inferior, sendo o ectopterigóide externo e o pterigóide interno. 

A superfície posterior é côncava e acomoda o processo coronóide da mandíbula, quan- 
do esta se encontra fechada. 


1.6. PTERIGÖIDE (Figs. 2e 3) — É um osso par, de posição ventral, formando a 
maior parte da superfície ventral do crânio. Sua porção mais anterior forma a metade 
posterior do palato. O formato alongado lembra grosseiramente a forma de uma letra 

“Y". Une-se ao palatino, ectopterigóide, epipterigöide, basisfenóide e quadrado. 

A região ântero-lateral externa forma a borda posterior da fenestra orbital inferior. A 
porção anterior tem dois processos: um processo transverso lateral, o processo ectopteri- 
góide, que se articula com o osso do mesmo nome; e um processo anterior mediano, o 
processo palatino, suturando-se dorsalmente ao palatino, por superposição. 

O processo ectopterigóide é pequeno, estendendo-se até aproximadamente dois terços 
da superfície do processo posterior do ectopterigóide, com o qual se sutura em plano 
oblíquo, contribuindo no processo palatino que se liga com o processo coronóide da 
mandíbula. Serve, também, de ponto de origem a fibras do músculo “'pseudotempora- 
lis superficialis’' e ao músculo “'pterigomandibularis"”, em sua borda ventral. 

O processo palatino, anterior, forma a porção posterior do teto da cavidade oral. À su- 
perfície dorsal deste processo forma o assoalho da órbita e articula-se anteriormente ao 
processo pterigöide do palatino. 

Posteriormente, estende-se o processo quadrado, que é látero-medialmente compri- 
mido, divergindo até encontrar o quadrado com o qual se articula em sua superfície ven- 
tromedial, num ponto imediatamente superior ao côndilo. 

Na superfície ventral verifica-se uma escavação alongada que recebe a inserção de 
grande parte do músculo ““protractor pterigoideus’'. Imediatamente anterior a ele, 
acha-se o entalhe pterigóide onde o processo basipterigöide do basisfenóide encaixa, for- 
mando uma articulação sinuvial móvel. 

Na superfície dorsal, o processo quadrado apresenta profunda fossa, a fossa columelar, 
na qual se encaixa a extremidade ventral do epipterigóide. Posteriormente a esta fossa, 
segue-se uma crista que serve de ponto de inserção final ao músculo ““levator pterigoi- 
deus” 

Lateralmente, a superfície do processo quadrado apresenta-se lisa e ligeiramente con- 
vexa. Sua extremidade distal apresenta um entalhe pouco profundo para a articulação 
com a superfície ventro-medial do quadrado. 


bo 


REGIÃO TEMPORAL 

2.1. PARIETAL (Figs. 1, 3 e 4) — E um osso ímpar, localizado dorsalmente no terço 
posterior do crânio. Liga-se ao frontal, postorbital + pós-frontal, supratemporal, epip- 
terigóide e otoccipital. Sua forma geral é quadrangular, anteriormente, com bordas cön- 
cavas e dois longos processos póstero- laterais. Delimita, lateralmente, os contornos inter- 
nos da fenestra temporal superior. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 121-135: 25 fev. 1980. 


Contribuição ao conhecimento... 125 


Articula-se com o frontal anteriormente, ao longo de uma sutura transversal e com o 
postorbital + pós-frontal, desde o ângulo lateral anterior, em direção posterior. 

A superfície dorsal, convexa, é coberta por osteodermas coossificados que lhe dão as- 
pecto poroso. O forame pineal está localizado na linha do eixo longitudinal do crânio, 
mais próximo da extremidade anterior. 

Os processos posteriores ou supratemporais, alongados, divergem do eixo longitudinal 
do crânio em direção posterior e curvam-se ventralmente. Suturam-se lateralmente ao 
supratemporal e ao otoccipital em sua porção distal. 

A superfície ventral, côncava e lisa, porta, ao longo das bordas laterais, dois processos 
descendentes pequenos que se dirigem ventralmente, apresentando maior largura na 
porção mediana, onde sua extremidade distal possuí um pequeno entalhe para o encaixe 
do epipterigóide. 

No centro da superfície ventral existe uma cova mais ou menos funda, a fossa parietal, 
que se abre na borda distal. Esta fossa recebe o supra-occipital, através do processo ascen- 
dente cartilaginoso do teto sinótico. 


2.2. POSTORBITAL + PÓS-FRONTAL (Figs. 1-3) — É um osso par, de formato le- 
vemente triangular, alongado, apresentando-se laminar na porção média. Liga-se ao ju- 
gal, frontal, parietal e escamoso. Anteriormente, forma a borda póstero-dorsal da órbita 
e, posterior e lateralmente, o limite anterior e lateral da fenestra temporal superior, res- 
pectivamente. “ 

Topograficamente podem-se distinguir três processos: o processo jugal, que se estende 
látero-ventralmente, suturando-se à face medial do jugal; o processo frontal-parietal, 
que se estende ântero-dorsalmente, suturando-se lateralmente ao parietal e ântero- 
lateralmente ao frontal; e o processo escamoso, dirigido posteriormente, afilando-se e 
suturando-se ao escamoso lateralmente e com este formando o limite externo da fenestra 
temporal superior. 

Em alguns exemplares o osso é mais estendido, afilando-se abruptamente, o que pro- 
voca um maior fechamento da fenestra temporal superior. 


2.3. ESCAMOSO (Figs. 1-4) — E um osso par, alongado, verticalmente achatado, 
que se une ao postorbital + pós-frontal, supratemporal e quadrado. Forma a metade 
posterior da borda da fenestra temporal superior e o limite póstero-lateral do crânio. 

Sua forma geral lembra um arco alongado, cuja extremidade posterior se inclina ven- 
tralmente ao longo da superfície lateral do supratemporal, o qual o separa do processo 
supratemporal do parietal 

A superfície póstero-ventral, curva e arredondada, fica sobre o cöndilo cefálico do 
quadrado. A porção anterior, comprimida lateralmente, estende-se até encontrar o pos- 
torbital + pós-frontal, com o qual se sutura até a porção média, formando com este o li- 
mite lateral da fenestra temporal superior. 


2.4. SUPRATEMPORAL (Figs. 1, 3 e 4) — E um osso par, de formato alongado e 
achatado lateralmente. Estende-se posteriormente entre a superfície posterior do esca- 
moso e a superfície posterior do processo supratemporal do parietal, separando estes dois 
Ossos. 

Sua extremidade posterior articula-se com o quadrado, sobre seu côndilo cefálico. A 
borda anterior forma o ângulo posterior da fenestra temporal superior. 


2.5. QUADRADO (Figs. 1-4) — E um osso par, que forma o ângulo póstero-laterai 
do crânio. Faz contato com o supratemporal, escamoso, pterigóide e otoccipital. Ven- 
tralmente articula-se com a mandíbula. 

É alongado dorso-ventralmente, sendo comprimido lateralmente. Ântero- posterior- 
mente, nota-se pequeno arqueamento, com a borda anterior convexa e a posterior côn- 
cava, em vista ventral. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 121-135; 25 fev. 1980. 


126 ALVES, M.L.M.; VIEIRA, M.1.; FABIAN-BEURMANN, M.E. 


A superfície dorsal porta um côndilo, o côndilo cefálico, que se articula com o proces- 
so para-occipital medialmente, com o supratemporal dorsalmente e escamoso, lateral- 
mente. 

A superfície ventral é constituída por um côndilo mediano e lateral dividido por pe- 
quena constrição. À situação deste côndilo, em posição normal, é sobre a faceta condilar 
do osso articular da mandíbula. 

A superfície lateral externa é lisa, mais larga em sua porção dorsal, próxima ao côndilo 
cefálico. Afila-se na direção ventral até encontrar os côndilos da superfície ventral. Esta 
superfície serve de ponto de inserção ao músculo “'adductor mandibularis’’ posterior. 

A articulação com o processo quadrado do ptrerigóide dá-se em uma zona logo acima 
da superfície ventral, através de uma reentrância. Na borda anterior localiza-se o.forame 
do quadrado. 


2.6. EPIPTERIGÓIDE (Fig. 3) — É um osso par, em forma de vareta alongada, verti- 
cal, situada entre o parietal e o pterigóide. Sua superfície superior mediana fica junto ao 
processo alar do proótico, em sua porção ântero-lateral. 

A extremidade ventral é mais expandida ântero-posteriormente e encaixa numa pe- 
quena depressão, a fossa columelar, na porção média da superfície dorsal do pterigóide. 
A extremidade dorsal encaixa em um entalhe do processo descendente do parietal. 

À porção superior do epipterigóide serve como origem para o músculo “'pseudotem- 
poralis”, cujos ligamentos fixam a superfície dorso-lateral junto ao proótico. 

O músculo ''pseudotemporalis profundus”” origina-se ao longo da sua metade infe- 
rior. 


3. CAPSULA NASAL 


3.1. NASAL (Fig. 1) — É um osso par, relativamente fino, localizado na porção ante- 
rior do crânio posterior ao processo nasal da pré-maxila e anterior aos frontais. À su- 
perfície dorsal é coberta por osteodermas coossificados. Sutura-se com a pré-maxila, ma- 
xila, frontal e pré-frontal. 

Seus elementos suturam-se ao longo da linha média do crânio, formando uma porção 
da cobertura para a cápsula olfativa, sendo que na região anterior são separadas pela ex- 
tremidade distal do processo nasal da pré-maxila. 

Antero-lateralmente, sutura-se ao processo nasal da «maxila. A borda anterior é livre e 
forma a borda dorsal da fenestra exonarina. 

Posteriormente, estende-se o processo frontal que se afila e se sutura lateralmente com 
o pré-frontal e com o processo nasal do frontal, internamente. 


2. PRE-FRONTAL (Figs. 1 e 3) — E um osso par, de formato triangular, que forma 
o limite ântero-dorsal da órbita. Relaciona-se com a maxila, nasal, frontal, lacrimal e pa- 
latino. 

Em vista lateral, apresenta superfície levemente convexa, que é encoberta em sua bor- 
da proximal pelo processo nasal da maxila e, ventralmente, pela borda dorsal do lacri- 
mal. Lateralmente verifica-se uma crista vertical que serve de ponto de inserção a múscu- 
los. Esta área forma a borda anterior da órbita. 

Dorso-posteriormente, estende-se um processo alongado que se sutura medianamente 
ao frontal por uma grande extensão, formando a borda ântero-superior da órbita. 

Ventralmente, dirige-se um processo verticalizado, o processo palatino, cuja borda la- 
teral externa forma a borda interna do forame lacrimal. Sua borda medial sutura-se em 
toda sua extensão com o palatino, através do processo maxilar e, externamente, com a 
borda ventral do lacrimal. 


3.3. SEPTOMAXILA (Figs. 1 e 3) — E um osso par, laminar, que se estende dentro 
da cápsula nasal, diretamente lateral ao septo nasal. Pode ser visualizada em vista dorsal, 
no assoalho da porção mediana da narina externa. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 121-135; 25 fev. 1980. 


Contribuição ao conhecimento... 127 


ES O SEE nn mn nn 


Forma o teto do órgão de Jacobson e o assoalho da porção anterior da câmara nasal. À 
superfície ântero-lateral articula-se com o processo vomerino da maxila. A borda da su- 
perfície ventral une-se à superfície ântero-dorsal do vômer. 


4. ÓRBITA 


4.1. FRONTAL (Figs. 1 e 3) — É um osso par, alongado, que forma a superfície dorsal 
da órbita e cobre anteriormente o neurocrânio. Seus elementos suturam-se ao longo da 
linha sagital do crânio. 

O conjunto, anteriormente, sutura-se à borda posterior dos nasais, que são formadas 
pelos processos frontais em forma de “'V”", com o ápice voltado anteriormente e em cuja 
reentrância há o contato. 

Látero-anteriormente, sutura-se a uma ponta do processo nasal da maxila e, látero- 
posteriormente ao postorbital + pós-frontal. Posteriormente, sutura-se ao parietal, local 
onde se observa um alargamento lateral da borda posterior. 

As bordas laterais são arredondadas.e espessas, formando cristas suborbitais. Estas cris- 
tas estendem-se longitudinalmente ao longo da margem externa da superfície ventral. 
Entre elas, na superfície ventral do osso, forma-se uma calha, o canal olfativo, onde se 
alojam os pedúnculos olfativos. As cristas ventrais acham-se ainda associadas à inserção 
de cartilagens da região órbito-temporal. 

4.2. LACRIMAL (Fig. 3) — E um osso par, de pequeno tamanho e formato alongado, 
em vista lateral. Está situado na margem anterior da órbita entre o jugal e o pré-frontal. 
Sua borda anterior sutura-se com a porção anterior do processo posterior da maxila. For- 
ma a borda lateral do forame lacrimal e dorsalmente junta-se ao pré-frontal, que forma a 
borda mediana do forame. 

Posteriormente, relaciona-se com a borda anterior do jugal, com a borda ventral do 
processo ventral (= palatino) do pré-frontal e, ainda, com o ápice do processo maxilar 
do palatino. 

O forame lacrimal conduz ao canal lacrimal, o qual conduz à câmara nasal. A su- 
perfície lateral do lacrimal é recoberta por osteodermas. 

4.3. JUGAL (Figs. 1-3) — É um osso par, fino, de forma curva. Forma a borda inferior 
e póstero-inferior da órbita. Relaciona-se com o lacrimal, maxila, ectopterigóide e pos- 
torbital + pós-frontal. 

Apresenta dois processos: o processo maxilar, dorsoventralmente comprimido, que se 
sutura anteriormente à borda ventral do lacrimal, ventralmente à borda medial da maxi- 
la e pöstero-medialmente com o ectopterigöide, apresentando a superfície dorsal com 
uma crista lateral, formando a borda lateral da órbita; o processo temporal, de posição 
vertical, estendendo-se pöstero-dorsalmente, articula-se com a borda ventral do postor- 
bital + pós-frontal, apresentando a superfície lateral lisa e plana, comprimida lateral- 
mente. 

Na porção intermediária entre os dois processos estende-se, posteriormente, um pro- 
longamento no mesmo plano do processo maxilar, ficando imediatamente lateral ao 
processo coronóide da mandíbula. 

A superfície pöstero-medial é côncava, formando parte do recesso maxilar e ficando 
imediatamente lateral ao processo coronóide da mandíbula. 

A superfície lateral é perfurada, em sua região angular, por uma série de forames su- 
borbitais para a passagem dos nervos cutâneos do ramo maxilar do trigêmio. 


B. SEGMENTO OCCIPITAL 


te PARABASISFENÓIDE (Fig. 2) — É um osso ímpar, de situação média em relação 
ao conjunto. Está localizado entre o basioccipital e os pterigóides e forma a região ante- 


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rior do assoalho da cavidade craniana. É constituído da fusão dos ossos parasfenóide e 
basisfenóide. Está relacionado ao processo anterior do proótico, póstero-dorsalmente e. 
posteriormente, ao basioccipital. Ventralmente, artıcula-se ao pterigöide, através dos 
processos basipterigöides, que se inserem em entalhes do processo pöstero-lateral do pte- 
rigóide. Esta articulação € de grande importância, pois promove a ligação entre o neuro- 
crânio ossificado e o resto do crânio. 

A porção anterior do parabasisfenóide € constituída por uma placa côncava e transver- 
sa, a ““dorsum sella’’. Nesta concavidade, em sua superfície dorsal, verifica-se uma pe- 
quena concavidade, a “crista sellarıs’’, na qual se prende, ventralmente, a membrana 
metóptica. 

Lateralmente à ““dorsum sella’’ estendem-se duas superfícies salientes, os processos 
alares. 

Anteriormente, observa-se um grande afilamento da superfície, o processo parasfenöi- 
de, que serve como assoalho da cartilagem trabecular e do septo interorbital. 

" Dorsalmente ao processo parasfenóide acham-se duas trabéculas cartilaginosas, ossifi- 
cadas em formato de barras cilíndricas. Estas barras contatam entre si em suas extremida- 
des anterior e posterior, promovendo a formação de um recesso côncavo, a “'sella turci- 
ca”, que aloja o saco pituitário . 

A “dorsum sella’’ possui quatro pares de forames: imediatamente lateral às cartila- 
gens trabeculares, na superfície dorsal da base do processo basipterigöide, fica a abertura 
anterior para o canal vidiano e a artéria palatina; lateralmente à abertura para o canal vi- 

‚„diano fica o forame para a veia jugular interna, de maior tamanho que o primeiro; posi- 
cionado lateralmente e um pouco acima da “'sella turcica’’ nota-se a abertura para a arté- 
ria carótida: próximo à “crista sellarıs’’, de cada lado da superfície do parabasisfenóide, 
abre-se um forame, o canal abducente, para a passagem do nervo VI (abducente). 

Imediatamente anterior à sutura com o proótico e o basioccipital verifica-se a abertura 
posterior do canal vidiano. k 

2. SUPRA-OCCIPITAL (Figs. 1 e 4) — E um osso ímpar, laminar, que está localizado 
dorsalmente em relação aos demais elementos do segmento occipital. Forma a borda 
dorsal do forame magno e o recobrimento dorsal do neurocrânio ósseo. Participa da for- 
mação do labirinto ósseo e incluí as porções anterior e posterior dos canais semicirculares. 
Apresenta suas superfícies relativamente lisas sendo a dorsal convexa e a ventral côncava. 

Antero-lateralmente sutura-se ao processo alar do proótico, através de uma sutura dia- 
gonal e, posteriormente, ao processo para-occipital do otoccipital. 

Próximo à área de sutura com o proótico existe uma pequena expansão, o processo 
marginal, que serve como ponto de fixação da ““taenia marginalis””. 

A borda anterior, horizontal, porta, na porção média, uma ponta para a articulação 
do processo ascendente, constituído por uma vareta cartilaginosa, longa e fina, que se es- 
tende para dentro da fossa parietal, na superfície ventral do parietal. 

A superficie dorsal porta uma pequena crista, a crista supra-occipital, que é ponto 
de inserção do ligamento ''nuchae””. Dois pequenos canais tubuiares, que se estendem 
lateralmente desde esta crista, incluem a porção posterior do canal semicircular anterior e 
a porção anterior do canal semicircular posterior. 

Na superfície ventral observam-se, lateralmente, duas protuberâncias que formam 
parte da bula timpänica e a porção dorsal do labirinto ósseo. Nesta área acham-se os fora- 
ne endolinfáticos. Uma estreita escavação forma-se. medianamente, no sentido longi 
tudinal. 


3. OTOCCIPITAL (Figs. 1 e 4) — Os ossos opistótico e exo-occipital encontram-se fu- 
stonados, formando, no conjunto, um osso só, aqui denominado otoccipital. 

O otoccipital é um osso par, que forma a parede lateral do forame magno e as partes 
laterais do côndilo occipital, participando na articulação do crânio à coluna. Comporta 
também, a região posterior do labirinto membranoso. 


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Contribuição ao conhecimento... 129 


O osso articula-se anteriormente ao supra-occipital, através de uma sutura diagonal. A 
superfície dorsal é achatada e plana, observando-se uma saliência tubular que aloja a 
porção posterior do canal semicircular posterior. Posteriormente acha-se a ampula do 
canal semicircular posterior, encerrada numa pequena elevação. 

Em vista posterior observa-se o processo para-occipital, de formato retangular, 
estendendo-se póstero-lateralmente. Este processo promove a articulação do segmento 
occipital com o resto do crânio, através de sua extremidade distal que comporta três face- 
tas articulares: uma dorsal, para a articulação à superfície ventro-medial do processo pos- 
terior do parietal; uma intermediária, para a articulação com a superfície póstero-medial 
do supratemporal e o escamoso; e uma terceira faceta para a articulação à extremidade 
do côndilo cefálico do quadrado. 

Na base do processo para-occipital, observa-se o canal vago, medialmente dirigido. 
Ventralmente a este forame ficam pequenos forames hipoglossos. 

Lateralmente à base do forame magno estende-se uma elevação tubular. A superfície 
superior a esta crista é de aspecto rugoso, próprio para a inserção do músculo ““obliquus 
capitis”. Abaixo da crista está uma superfície côncava, formando a borda posterior do 
recesso occipital, sendo ponto de inserção do músculo ““longinguum cervicis” 

A superfície mediana, através de sua borda ântero-ventral, forma a porção dorsal do 
forame perilinfático, cuja borda restante é formada pelo basioccipital. Esta superfície 
porta também a porção posterior da medula oblongata. Na região central podem ser ob- 
servados pequenos forames para os ramos do nervo hipoglosso. 

Em vista lateral, podem ser distinguidas três zonas. Uma mais dorsal, que é formada 
pela superfície ântero-lateral do processo para-occipital, em cuja base é observado o ca- 
nal horizontal para o canal semicircular externo. À região central porta a borda da gran- 
de fenestra ‘‘ovalis’’, cuja borda anterior é formada pelo proötico. Inferiormente, 
verifica-se a terceira zona, formada por uma escavação, o recesso occipital, e uma sa- 
liência laminar, a crista “nterfenestralis’ "a qual margeia o recesso. Na borda interna 
do recesso acha-se o forame rotundo. 

Dorsalmente, a superfície anterior é formada por uma cavidade que vem a ser a porção 
posterior da câmara vestibular e que contém o “'utriículus”” e o “'sacculus””. Na margem 
dorsal está localizado o canal semicircular posterior. 

Há um afilamento em ponta da superfície anterior, abaixo da câmara vestibular, para 
dentro da ranhura rasa, o recesso lagenar, disposto ântero-posteriormente. A borda late- 
ral deste recesso é formada por uma crista, a crista ““interfenestralis”” 

Localizada entre o recesso lagenar e a cavidade vestibular está a fenestra “'cochlear” 
Toda a borda da superfície anterior é uma linha de sutura contínua com o supra- 
dueibital, dorsalmente e o proótico, ventralmente. 

SBASIOCGCIEITATLICEI ES e 4) — E um osso ímpar, de posição mediana. Forma a 
aa posterior da cavidade craniana e a região mediana do côndilo occipital. 

Anteriormente sutura-se ao parabasisfenóide, ântero-lateralmente ao proótico e 
póstero-lateralmente ao otoccipital. 

Na área central da superfície ventral situa-se uma cavidade profunda, logo após a su- 
tura como parabasisfenóide. Esta área é ponto de inserção da musculatura axial ventral. 

Póstero-lateralmente estendem-se dois processos em direção ventro- posterior, Os pro- 
cessos basıoccipitais (= tubérculos esfenoccipitais), que formam a borda posterior do re- 
cesso occipital, constituído por uma concavidade funda. 

Dorsalmente, este elemento apresenta-se côncavo, com a superfície lisa formando o 
assoalho posterior da cavidade craniana. A superfície posterior, estreitada, forma a por- 
ção central do côndilo occipital e serve como ponto de inserção do ligamento atlanto- 


occipital. 

5. PROÓTICO (Fig. 3) — É um osso par, de situação lateral, formando a cobertura 
antero-lateral da caixa cranıana. Está associado ao ouvido interno, juntamente com o 
supra-occipital e o otoccipital. Abriga, ainda, a porção anterior do labirinto membrano- 
so. 


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130 ALVES, M.L.M.; VIEIRA, M.1.; FABIAN-BEURMANN, M.E. 


Articula-se com o supra-occipital posteriormente ao longo de sua margem dorsal in- 
terna; lateralmente, ao otoccipital e ventralmente ao basioccipital. 

Ântero- dorsalmente estende-se um processo verticalizado, em forma de lâmina óssea 
com a borda anterior afilada, o processo alar. É através deste processo que o proótico 
articula-se dorsalmente ao epipterigóide, em sua superfície medial superior. Ainda ante- 
riormente, o proótico articula-se ventralmente ao parabasisfenóide. 

Próximo à base do processo alar, pode-se observar a continuação da canaleta que aloja 
o canal semicircular anterior. A extremidade ventral desta canaleta termina em uma ex- 
pansão ou bulbo, que abriga a ampula. Posterior a esta feição é observada, em vista late- 
ral, a saliência tubular que aloja o canal semicircular horizontal. 

Posteriormente à base do processo alar, verifica-se um espessamento bastante notório, 
onde está incluída a porção anterior do labirinto membranoso. 

De posição ventral ao processo alar, acha-se um processo inferior, que se estende 
äntero-ventralmente. A extremidade anterior deste processo articula-se à borda posterior 
do processo alar do parabasisfenóide, através de uma sutura irregular. 

Lateralmente observa-se, na porção ventral, a crista proótica, constituída por uma for- 
mação laminar que se estende ao longo de aproximadamente 3/4 do comprimento do 
osso. Esta constituição incluí, anteriormente , parte da superfície póstero-ventral do pro- 
cesso alar do parabasisfenöide. Forma, ainda, a parede lateral do “'recessus vena jugula- 
ris” que aloja a veia jugular interna, ao longo de sua extensão e onde observa-se o fora- 
me gal para o nervo facial, posteriormente dirigido. 

. COLUMELA (Figs. 2 e 4) — E um osso par, localizado na parede lateral da caixa 
BE estando associado ao otoccipital e proótico. 

Está constituído por uma peça basal achatada e de formato ovalado que se encontra 
encaixada na fenestra ““ovalis””, chamada “'stapes” e por uma peça fina, cilíndrica e 
alongada, a extracolumela, que se estende lateralmente até a região média da superfície 
posterior do quadrado, terminando por uma pequena expansão. 


C. MANDÍBULA 


1. ARTICULAR (Figs. 5 e 6) — É o elemento mais posterior da mandíbula. Apresenta 
formato irregular. De origem endocondral, é formado pela ossificação da cartilagem de 
Meckel. 

Forma a borda ventral da região posterior e aí possuí uma superfície condilar para a ar- 
ticulação com o crânio, através do côndilo ventral do quadrado. Este processo condilar é 
formado por uma depressão, na qual se verificam duas superfícies: uma lateral e hori- 
zontal; outra medial, dirigida póstero-medialmente, sendo separadas medianamente 
por uma crista. Esta disposição favorece a articulação com o crânio, pois é justamente 
oposta âquela encontrada na superfície ventral do quadrado. 

Em posição ântero-medial em relação a estas facetas articulares verifica-se uma grande 
tuberosidade, que serve como ponto de inserção do ligamento colateral. Segundo CRI- 
LEY (1968) esta tuberosidade corresponderia ao osso pré-articular, que se encontra fusio- 
nado ao articular, nos ““gerrhonotiform lizards” 

Os dois terços PER do articular são constituídos por um processo alongado, enco- 
berto, porém, pela superfície posterior do supra-angular. 

Posterior à faceta articular, estende-se um processo de formato triangular e dorsoven- 
tralmente achatado, o processo retroarticular. A superfície dorsal deste processo é cônca- 
va, apresentando-se rugosa para inserção muscular. 

A partir da borda medial do processo retroarticular, anteriormente dirigido, projeta-se 
uma pequena tuberosidade, 5 processo angular. 

Anteriormente, na superfície dorsal do processo articular, acha-se o forame para a ar- 
téria condilar posterior e o nervo corda timpânica. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 121-135: 25 fev. 1980. 


Contribuição ao conhecimento... 131 


Medialmente, em direção anterior, estende-se um processo anterior, longo e estreito, 
recoberto lateralmente pelo supra-angular e, em parte, pelo angular. 

A metade posterior da superfície medial forma a borda e o assoalho do forame mandi- 
bular e a porção anterior, verticalmente achatada, forma o assoalho do recesso coro- 
nóide, sendo que se sutura à extremidade posterior do esplenial. 

2. SUPRA-ANGULAR (Figs. 5 e 6) — E um osso grande, de formato alongado, que 
forma a metade posterior da parede lateral e o terço posterior da parede medial da 
mandíbula. 

A superfície lateral é lisa e convexa, unindo-se anteriormente ao dentário, através de 
uma projeção que se insere em uma reentrância do mesmo, e cuja linha de contato toma 
a forma de um ‘‘V’’, voltado anteriormente. A superfície dorsal é arredondada e rugosa 
para inserção muscular e apresenta um pequeno forame localizado anterior ao contato 
com o articular. A superfície medial é lisa e arredondada, formando o teto do forame 
mequeliano; dorsalmente localiza-se o forame mandibular. 

Anteriormente o supra-angular sutura-se ao dentário: ântero-dorsalmente encontra o 
coronóide: posteriormente, o articular; ventralmente, o angular; encontra o articular 
também pelo lado medial da mandíbula. 

Na superfície lateral são observados dois forames: um localizado abaixo da sutura com 
o coronóide, o forame supra-angular anterior, e outro, próximo à sutura com o articular, 
o forame supra-angular posterior, ambos voltados anteriormente e relacionados com a 
passagem de ramos cutâneos do nervo alveolar inferior. 

3. CORONOIDE (Figs. 5 e 6) — E um osso de tamanho pequeno, em forma de “'V””, 
cuja figura é formada por três projeções: duas anteriores, uma medial e uma lateral e ou- 
tra posterior, medial. Forma a superfície dorsal da porção mediana da mandíbula, 
relacionando-se com os demais ossos, à exceção do angular. 

A projeção lateral anterior é mais delgada e se insere num encaixe da superfície poste- 
rıor do dentário, a qual dirige um processo que encontra a superfície anterior do coronói- 
de. 

O ramo anterior medial encobre o supra-angular e a borda anterior une-se à borda 
posterior do dentário. Ventralmente este processo encaixa num ponto formado pela bor- 
da anterior do supra-angular, a superfície medial do esplenıal e a borda posterior do 
dentário. 

O ramo posterior encobre a superfície medial do supra-angular e o braço anterior do 
articular, formando a região anterior da borda medial do forame mandibular. 

Os ramos anterior, medial e posterior culminam dorsalmente numa projeção triangu- 
lar que recebe a inserção dos músculos ““adductor mandibularis externus’’', “'medius 
profundus’’ e “'bodenaponeirose””. 


4. DENTÁRIO (Figs. 5 e 6) — E um osso de tamanho grande e formato semi-tubular. 
Forma a metade anterior da mandíbula e porta de 17 a 19 dentes subpleurodontes na 
margem médio-dorsal. Ao longo de seu comprimento atinge uma maior altura em sua 
borda posterior. radio rd BR: 

A superfície medial, côncava, apresenta, longitudinalmente, uma saliência, a “crista 
dentalis””, acima da qual crescem os dentes. Estes dentes, subpleurodontes, estão anqui- 
losados à parede medial. Na superfície ventral, observa-se uma escavação profunda, diri- 
gida ântero-posteriormente e que recebe o processo anterior do esplenial. A superfície 
lateral é lisa e convexa, sendo perfurada, anteriormente, por 5 a 8 forames ventrais, para 
a transmissão de ramos terminais do nervo alveolar inferior, que vão enervar a pele que 
recobre esta porção. A borda posterior da superfície lateral estende-se diagonalmente 
para cima, ficando o aspecto dorsal com maior comprimento do que a porção ventral. 


5. ESPLENIAL (Fig. 6) — É um osso longo, comprimido lateralmente, localizado na 
porção ventral da região anterior da superfície mediana da mandíbula, 


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Sutura-se dorsal e ventralmente ao dentário, dorso-posteriormente ao coronóide, 
póstero-ventralmente ao angular e posteriormente ao articular. 

Possui dois processos: um anterior e outro posterior. O processo anterior está situado 
na escavação ventral do dentário, formando a parede ínfero-medial do canal de Meckel. 
O processo posterior recobre a borda anterior do articular, supra-angular e coronóide. 

Anteriormente, próximo à sutura dorsal com a borda ventral do dentário, abre-se o fo- 
rame alveolar inferior, que dá passagem ao ramo lingual do nervo alveolar anterior. Pos- 
terior a este forame, próximo à metade da margem ventral, fica o forame milo-hióide 
anterior, que transmite o nervo milo-hióide anterior. Serve como origem ao músculo 
“intermandibularis anterior profundus’’ 

6. ANGUIAR (Fig. 5) — E um osso de formato alongado e redativamente fino. Forma 
a porção ventral da região mediana da mandíbula. 

Sutura-se anteriormente ao dentário e esplenial e dorsalmente ao supra-angular. À 
porção posterior, mais expandida, fica entre o supra-angular e a superfície dorsal do arti- 
cular. 

Não é observado o forame milo-hiöide posterior. 


COMENTÁRIOS FINAIS 


Segundo MCDOWELL Jr. & BOGERT (1954), dentre os anguídeos, a subfamília Diplo- 
glossinae, na qual se classificam os gêneros Ophiodes e Diploglossus, entre outros, parece 
sera subfamília que maior número de estruturas primitivas apresenta. 

Dentre estas características estão os dentes subpleurodontes, sem fossa basal de substi- 
tuição dentária observados neste trabalho em Ophiodes striatus. Outra característica pri- 
mitiva levantada por MCDOWELL Jr. & BOGERT (1954) é que somente nesta subfamília 
o postorbital faz parte dos ossos que margeiam a órbita, não sendo esta porém uma feição 
constante. Em O. striatus constata-se que o postorbital encontra-se fusionado ao pós- 
frontal, formando um elemento único que forma a margem póstero-superior da órbita. 

Comparando os caracteres osteológicos de O. striatus com os de espécies da mesma 
família, através da bibliografia consultada, pode-se constatar as seguintes divergências: 

SS emo: striatus os elementos vomerianos não são fusionados, enquanto podem ser 
fusionados em várias espécies do gênero Gerrhonotus, segundo JOLLIE (1960); 

2 — o vômer não apresenta dentes em O. striatus, apresentando-os, supostamente, 
em Ophisaurus, segundo JOLLIE (1960): 

3 — o palatino não apresenta dentes em O. striatus, apresentando-os em Ophisaurus, 
segundo JOLLIE (1960): 

4 — o pterigöide não apresenta dentes em o. striatus apresentando-os em algumas 
espécies de Gerrhonotus, segundo CRILEY (1968) e em Ophisaurus, segundo JOLLIE 
(1960): 

5 — os elementos nasais estão unidos na linha média em O. striatus, estando separa- 
dos em algumas espécies da subfamília Gerrhonotinae, segundo CRILEY (1968): 


6 — o frontal é par em O. striatus, sendo ímpar nas espécies da subfamília Gerrhono- 
tinae, segundo CRILEY (1968): 


7 — não há contato do frontal com a pré-maxila em O. striatus, existindo em 
Gerrhonotus imbricatuse G. kingi, segundo JOLLIE (1960). 

Devido à carência de descrições osteológicas detalhadas sobre espécies da família An- 
guidae e, principalmente, da subfamília Diploglossinae, não se pode realizar uma com- 


paração mais aprofundada, restando a comparação apenas de características isoladas en- 
tre algumas espécies. 


ABREVIATURAS UTILIZADAS NAS | FIGURAS 


Foram utilizadas as seguintes abreviaturas nas figuras que ilustram o presente trabalho: A — angular; ART — 
articular; BO — basioccipital; C — coronóide; CL — columela; C.OC — côndilo occipital: CR.DT — crista 


HERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 121-135; 25 fev. 1980. 


Contribuição ao conhecimento ... a" 


““ dentalis’’; CR.SOC — crista supra-occipital; D — dentário; E — escamoso; EC — ectopterigöide: EPT — epip- 
terigöide; ES — esplenial: F — frontal; F.AI — forame alveolar inferior; F.-HG — forame hipoglosso; FIO — fo- 
rame infra-orbital; F.] — forame jugular; F.LB — forame labial; FMA — forame milo-hióide anterior; F.MD — 
forame mandibular; F.MG — forame magno; F.MT — forame mental; F.PN — forame pineal; FSAA — forame 
supra-angular anterior; F.SAP — forame supra-angular posterior: F.VG — forame vago: FN.E — fenestra exocoa- 
nal: FN.O — fenestra orbital; FN.OI — fenestra orbital inferior; FN.TS — fenestra temporal superior; EN. VE — 
fenestra vomeronasal externa: FS.P — fossa parietal: J — jugal; L — lacrımal; M — maxila; N — nasal; NE — na- 
rina externa; ORB — órbita; OT — otoccipital; P — parietal; PBS — parabasisfenóide; PF — pré-frontal; PL — 
palatino; PM — pre-maxilar; PO — proötico; PR.BT — processo basıpterigöide; PR.DP — processo descendente 
do parietal; PR.PLM — processo palatal da maxila; PR.PO — processo para-occipital: PR.PTP — processo preri- 
góide posterior; PR.RART — processo retroarticular; PSO + PSF — postorbital + pös-frontal; PT — pterigöide: 
Q — quadrado; SA — supra-angular; S.ART — superfície articular; SM — septomaxila; SOC — supra-occipital: 
ST — supratemporal; TB.EO — tubérculo esfeno-occipital; V — vômer. 


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 


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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 121-135: 25 tev. 1980. 


134 ALVES, M.L.M.: VIEIRA, M.1.; FABIAN-BEURMANN, M.E. 


FIG. 


FIG.3 


Figs. 1-3: Ophiodes striatus (SPIX) (MCN 5814) crânio: 1. vista dorsal: 2. vista ventral; 3. vista lateral. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 121-135; 25 fev. 1980. 


Contribuição ao conhecimento ... 


135 


FIG. 4 


mm FIG.5 


Fm FIG.6 


imm 


Figs. 4-6: Ophiodes striatus (SPIX) (MCN 5814): 4. crânio, vista occipital: 5-6. mandíbula, ramo direito: 5. 
vista lateral; 6. vista medial. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 121-135: 25 fev. 1980. 


Variação interpopulacional dos receptáculos seminais em aranhas 
do grupo spadicea do gênero Loxosceles HEINECKEN & LOWE, 


1832 (Araneae - Scytodidae ).* 


Erica Helena Buckup ** 


RESUMO 


No presente trabalho foi realizado um estudo sobre a variação dos receptäculos seminais numa sé- 
rie de 60 fêmeas do grupo spadicea do gênero Loxosceles HEINECKEN & LOWE, 1832, coletadas 
em diversas localidades das regiões da Depressão Central e da Serra do Nordeste do Rio Grande do 


Sul. 
A variação do número, forma e tamanho dos receptáculos seminais, é apresentada com 30 ilustra- 


ções, e é analisada e correlacionada com as fórmulas e proporções das pernas. 


ABSTRACT 


In this paper on spiders of the spadicea group of the genus Loxosceles HEINECKEN & LOWE, 
1832. was made a close study of the variation of seminal receptacles of 60 females, collected at dif- 
ferent counties at the regions of Depressão Central and Serra do Nordeste of Rio Grande do Sul, 
Brazil. that are illustrated with 30 drawings. Also are giving leg formulas, ratios and measurements. 


INTRODUÇÃO 


O primeiro estudo comparativo dos receptáculos seminais da genitália interna de fe- 
meas do gênero Loxosceles HEINECKEN & LOWE, foi realizado por GERTSCH (1958) 
nas espécies da América do Norte, Central e Indias Ocidentais. Este autor concluiu que 
os receptáculos seminais constituem um importante caráter na identificação das espécies. 
Neste trabalho, registrou pela primeira vez as variações individuais que ocorrem nos re- 
ceptáculos seminais das espécies norte-americanas (Loxosceles reclusa GERTSCH & MU- 
LAIK, 1940, Loxosceles arızonıca GERTSCH & MULAIK, 1940, Loxosceles unicolor 
KEYSERLING, 1887 e Loxosceles boneti GERTSCH, 1958) concluindo que algumas pa- 
recem ter mais estabilidade que outras na forma dos receptáculos seminais, e que são ne- 
cessárias investigações em séries de fêmeas para se avaliar estas variações e se saber qual a 
forma padrão. 

BÜCHERL. (1964) descreveu e ilustrou a genitália de loxoscelideos identificados como 
Loxosceles spadicea SIMON, 1907. Caracterizou a genitália como sendo constituida por 
dois receptáculos seminais, cujos canais nunca são simétricos, ambos terminando num 
alargamento vesicular. | 

Para o Rio Grande do Sul GERTSCH (1967) citou a ocorrência de quatro espécies: 
Loxosceles gaucho GERTSCH, 1967, do grupo gaucho; Loxosceles laeta (NICOLET, 


* Aceito para publicação em 27 IV. 1979 Contribuição FZB nº be 
-* Pesquisadora do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1188. 90.000 Porto Alegre, RS, Brasil 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (55): 137-147; 25 fev. 1980. 


BUCKUP/EEL: 


1849) do grupo laeta; Loxosceles hirsuta MELLO-LEITÃO, 1931 e Loxosceles 


intermedia MELLO-LEITÃO, 1934, do grupo spadicea. 8 

Na coleção araneológica do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do 
Rio Grande do Sul, encontram-se depositados cerca de 400 espécimes do gênero 
Loxosceles, procedentes, essencialmente de localidades situadas nas regiões da Depressão 
Central e da Serra do Nordeste do Rio Grande do Sul. Destes, apenas 24 pertencem à es- 
pécie L. laeta, o que demonstra sua escassa ocorrência. Todos os demais pertencem ao 
grupo spadicea, evidenciando ser este o grupo predominante no Estado. Até o presente 
momento não foi identificado na coleção do Museu de Ciências Naturais, nenhum espé- 
cime de L. hirsuta e L. gaucho segundo os caracteres estabelecidos por GERTSCH (op. 
cit). Neste trabalho, a citação desta última espécie para o Estado foi feita através de da- 
dos bibliográficos de MELLO-LEITÃO (1918), onde a localidade referenciada é Rio 
Grande. São Paulo e não Rio Grande do Sul como registrou GERTSCH (op. cit.). 


Tendo em vista a importância dos receptáculos seminais, fórmulas e proporções das 
pernas para a identificação específica, foi examinada uma série de fêmeas do grupo 
spadicea onde foram constatadas variações da forma e do número de receptáculos semi- 
nais, dando origem a este trabalho. 


MATERIAL E MÉTODOS 


O material examinado procede do Estado do Rio Grande do Sul (RS) (fig. 34) e encontra-se depositado na cole- 
ção araneolögica do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN). 

As medidas estão expressas em milímetros, e foram efetuadas com microscópio estereoscöpico Olympus SIII com 
ocular micrométrica. O comprimento total do espécime (compr. total) corresponde à medida aferida a partir da 
borda anterior do clípeo até a porção distal do abdômen. As medidas de comprimento do cefalotórax (compr. ce- 
falot.) foram efetuadas em seu comprimento máximo. O comprimento total das pernas corresponde à soma das 
medidas de cada artículo aferidas pela face dorsal. 

Fórmula das pernas — Os algarismos 1, 2, 3, e 4 utilizados na enumeração das pernas, correspondem respecti- 
vamente à primeira, segunda, terceira e quarta perna. A fórmula das pernas é representada pela enumeração de- 
crescente de acordo com o comprimento das mesmas. A presença de um traço unindo dois algarismos , correspon- 
de a um igual comprimento destas duas pernas. 

pl/c — corresponde a proporção entre o comprimento da primeira perna e o comprimento do cefalotörax. 

fl/c — a proporção entre o comprimento do primeiro fêmur e o comprimento do cefalotörax. 

Para a exposição dos receptáculos seminais, foi destacada, com o auxílio de um fino estilete, toda a região geni- 
tal, com prévia retirada dos pélos locais. A remoção dos tecidos e clarificação dos receptáculos seminais, foi feita 
através da imersão da peça destacada numa solução de KOH 10%, a frio, durante uma ou duas horas no máximo, 
pois os ductos mostram-se, via de regra, pouco pigmentados. 

As medidas da distância entre os receptáculos seminais foram efetuadas em vista dorsal, da base de um a base 
do outro, não incluindo os mesmos. 

Os desenhos foram executados com câmara clara, todos com o mesmo grau de ampliação. 

Para a discussão sistemática e realização do presente estudo foram utilizados os caracteres morfológicos diferen- 
ciais segundo GERTSCH (1967). 


Material examinado: 


BRASIL. RS: Vila Oliva (Caxias do Sul), MCN 2526, 3361-3366, 3606-3608, 04.1V.1975, A. A. Lise leg.; 
4361-4365, 19.11.1976, P. A. Buckup leg.; 4601-4603, 14.IX.1976, H. Bischoff leg.; 4604, 14.IX.1976, E. H. 
Buckup leg.; 4605, 14.IX.1976, C. ]. Becker leg.; Canela, MCN 106, 3402-3403, 3609-3610, 19.11.1966, A. A. 
Lise leg.; 81, 4354, 02.VIII, 1966, A. A. Lise leg.; Lajeado , MCN 220, 3443, 20.1V.1974, A.A. Lise leg.; Ivon, 
MCN 4606-4609, 14.IX.1976, E. H. Buckup leg.: Sapiranga, MEN 2858, 29.1V.1975, T. Arigony leg.; Esteio, 
MCN 1496, 08.1X.1973,]. Lima leg.; Rio Pardo, MEN 75, 10.11.1966, A. A. Lise leg.; Porto Alegre, MCN 1429, 
05.11.1955, G. Hofmann leg.; 1421, 4421, 28.VIII.1955, E. H. Buckup leg.; 1080, 3371, 22.V11.1963, C. Har- 
tlieb leg.: 3367-3370, 05.1V.1965, A. A. Lise leg.; 55, 03.X11.1965, A. A. Lise leg.; 3616, 09.X.1973, ]. Orlan- 
dini leg.: 4381-4382, 28.VII1.1976, P. A. Buckup leg.; Viamão, MCN 1439, 20.1X.1956, M Palová. leg.; 1221, 
14.X.1962, C. Hartlieb leg.; 1074, 4352, 19.V.1963, C. Hartlieb leg.; 1063, 26.V.1963, J. Pacini leg.; 1151, 
3441, 10.V.1964, C. Hartlieb leg.; Sertão de Santana (Guaíba), MCN 4610-4612, 19.1X.1976, H. Bischoff leg.; 
4701, 16.X.1976, H. Bischoff leg.; 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 137-147: 25 fev. 1980. 


Variação interpopulacional... 139 


RESULTADOS 


Todas as genitálias das fêmeas examinadas apresentaram uma mesma estrutura funda- 
mental, muito simples. A abertura genital consiste apenas numa fissura transversal, sem 
maiores modificações externas. Em fêmeas maduras, as bordas desta fenda mostram-se 
mais escuras, mais quitinizadas e mais densamente cobertas de cerdas do que em espéci- 
mes mais jovens. Da borda anterior parte uma delicada membrana transparente que pe- 
netra para O interior, projetando-se em seguida para a porção anterior do abdômen, pa- 
ralelamente à superfície ventral. E nesta posição que a membrana dá origem aos receptä- 
culos seminais, formando duas invaginações de super rfície irregular, ocas, uma de cada 
lado, donde partem os ductos que terminam apicalmente num alargamento vesicular. 
Estes ductos normalmente são assimétricos, apresentando coloração mais escura € su- 
perfície granulosa, sendo mais consistentes do que a membrana que os sustenta, Os alar- 
gamentos vesiculares são mais delicados, mais claros e lisos, normalmente arredondados. 
Da borda posterior da fenda genital parte uma segunda membrana transparente, mais 
resistente, que apresenta um espessamento quitinoso triangular de cor levemente amare- 
lada em sua porção mediana, facilmente visível quando se pressiona a fenda genital, ou 
quando esta é aberta com o auxílio de agulha histológica. Neste espessamento quitinoso 
que serve para dar maior sustentação e resistência ao conjunto, faz-se a mudança de dire- 
ção da membrana que acompanha o trajeto da membrana superior. A partir daí a mem- 
brana torna-se cada vez mais delicada, não nos tendo sido possível verificar como e onde 
terminam estas duas membranas, devido a sua fragilidade, pois sempre são rompidas ao 
se retirar a genitália. 

Os dados referentes a cada fêmea encontram-se na tabela I. 

Das 60 genitälias examinadas, 33 apresentam a estrutura fundamental com dois re- 
ceptáculos seminais, cujos ductos dificilmente são simétricos (figs. 1-10). Nas outras 27 
genitálias, os receptáculos seminais apresentam receptáculos secundários, que consistem 
em ductos bem mais estreitos e delicados, que terminam apicalmente num alargamento 
vesicular, geralmente menor que o dos receptáculos principais. Os ductos secundários 
são muito rudimentares em relação aos ductos principais e, normalmente , se iniciam na 
base e, raramente, na porção mediana ou quase apical dos receptáculos principais, acom- 
panhando o percurso destes, podendo se apresentar mais ou menos sinuosos ou voltea- 
dos e terminam, praticamente, na mesma altura dos principais. Não há uma uniformi- 
dade no aparecimento destes ductos secundários, que eventualmente se apresentam em 
ambos os receptáculos principais ou então, somente em um ou outro, ocasionando a for- 
mação de genitálias com 4 e 3 receptäculos em 16 e 11 fêmeas, respectivamente (figs. 20- 
30). 

Em alguns lotes de femeas de mesma procedência e data de coleta, verificou-se a ocor- _ 
rência de genitálias com 2, 3 e 4 receptáculos seminais. 

Quanto à forma dos ductos dos receptáculos seminais, praticamente, não há duas ge- 
nitálias idênticas. O percurso descrito pelos ductos principais e secundários, tanto nas ge- 
nitálias de 2 receptáculos como nas de 3 e 4, não só diferem de espécime para espécime, 
como também, numa mesma genitália não apresentam uma simetria de forma. 

A medida da distância entre os ductos dos receptáculos seminais nas genitálias com 2 
receptäculos variou entre a mínima de 0,750mm e a máxima de 1,175mm: a maior fre- 
qüencıa registrou-se em Imm. Nas genitálias com 3 receptäculos variou de 0,750mm a 
Imm e nas de 4 receptáculos, entre 0,700mm e 1,050mm, ocorrendo maior frequência 
em 0,950mm e Imm (figs. 31-33). 

Em fêmeas de um mesmo lote as medidas da distância entre os receptáculos seminais e 
consequentemente o tamanho, apresentaram flutuações consideráveis. 

A fórmula de pernas registrada para 52 femeas (86, 66%), foi de 2413; 0 comprimen- 
to da perna IV excedeu o comprimento da perna 1 de Imm até 9mm. As maiores fre- 
quências ocorreram com uma diferença de 4 mm, mm e 6mm. Em 6 fêmeas (10%) 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 137-147; 25 fev. 1980. 


140 BUCKUP, E.H. 


É nen, 


ocorreu a fórmula 2143, com o comprimento da perna I excedendo o comprimento da 
perna IV por Imm, 2mm e 3 mm. À fórmula 2143 (3,33%) ocorreu em apenas duas fê- 
meas. 

Relacionando-se a fórmula de pernas com o número de recepráculos seminais, ocor- 
rem fêmeas com fórmula 2413 com genitálias que apresentaram 2, 3 e 4 receptäculos se- 
minais: fêmeas com fórmula 2143 com 2 e 3 receptäculos; e nas fêmeas com 2143 houve 
a ocorrência de 2 receptáculos seminais. 

As proporções de pl/c flutuaram entre o mínimo de 3,8 e o máximo de 4,8, enquanto 
que as de fl /c variaram entre o mínimo de 1,1 eo máximo de 1,3. 


DISCUSSÃO E CONCLUSÃO 


O grupo spadicea , tão pouco estudado até o presente momento, é representado, se- 
gundo GERTSCH (1967), por apenas 3 espécies. A diferenciação específica nas fêmeas, 
baseia-se essencialmente na forma da genitália, fórmula de pernas e tamanho do espéci- 
me. L. intermedia caracteriza-se pela genitália com 2 receptáculos seminais, muito sepa- 
rados um do outro sem formação acessória na base, e fórmula de pernas 2413. L. 
spadicea, fórmula 2413, e L. hırsuta, 2413, segundo GERTSCH (op. cit.), apresentam a 
genitália constituída por uma pequena bursa cega, perto do fim da qual se originam os 
receptáculos seminais. As genitálias destas 2 últimas espécies são muito semelhantes, 
diferenciando- se apenas, pela maior ou menor proximidade dos receptáculos, estes em 
L. spadicea estão separados por seis ou mais vezes a sua largura basal, enquanto que em 
L. hirsuta estão mais próximos. Segundo GERTSCH (op. cit.) L. spadicea é típica das re- 
giões elevadas da Bolívia, sendo substituída na Argentina e Brasil (Rio Grande do Sul se- 
gundo MELLO-LEITÃO (1931-1934) por L. hirsuta. 

Excluindo-se os lotes de Vila Oliva, das 40 fêmeas examinadas, 23 delas apresentaram 
fórmula de pernas 2413, 2 receptáculos seminais, pl/c variando de 3,8a 4,4 efl/cdel a 
1,2, características de L. intermedia. 

Dezesseis fêmeas 2413, com proporções na mesma gama de flutuações de I. 
intermedia, apresentaram genitália com 3 e 4 receptáculos seminais. As genitálias de 3 
receptáculos foram cuidadosamente examinadas no intuito de se observar a presença de 
rupturas dos ductos secundários. Não foi constatada qualquer danificação na base, ou no 
próprio ducto do receptáculo, que evidenciasse uma perda destas estruturas. As genitá- 
lias de 3 e 4 receptáculos mostraram variações individuais na presença de ductos secundá- 
rios que podem ou não ocorrer, bem como variações individuais no ponto de origem dos 
mesmos, bem definidas na fêmea MCN 3610. É evidente que, se essas ramificações ocor- 
rem em apenas num dos lados, aleatoriamente, no direito ou no esquerdo, elas pode- 
riam também não se verificar e se teria uma genitália típica de L. intermedia. 

As proporções de pl/c e de fl/c não se mostraram suficientemente elucidativas ao se- 
rem correlacionadas com o número de receptáculos seminais. 

O afastamento dos receptáculos seminais e, consequentemente, o tamanho e a forma 
dos mesmos apresentaram variações individuais dentro de uma mesma população, como 
ficou claramente evidenciado nos lotes de Vila Oliva coletados em 04.1V.1975 (figs. 21- 
26). 

Os lotes de Vila Oliva distinguem-se dos demais por apresentarem pl/c.e fl/c mais al- 
tas. As diferenças entre o comprimento das pernas IV e I tornam-se menores, dando ori- 
gem a fórmula 2143 ou a fórmula 2143. Estes lotes também apresentaram, no entanto, 
variações no número dos receptäculos, isto €, genitálias com 2, 3 e 4 receptáculos semi- 
nais. ; 

Considerando-se o material examinado, os resultados obtidos parecem indicar que as 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 137-147; 25 fev. 1US0. 


Variação interpopulacional ... e 


variações encontradas na forma e número de receptáculos seminais nada mais são do que 
variações intra-específicas de L. intermedia. No entanto, os espécimes de Vila Oliva ten- 
dem a negar esta hipótese ao apresentarem como características constantes, maiores valo- 
res de pl/c e fl/c evidenciando um maior comprimento de pernas é divergências quanto 
à fórmula das mesmas. Um fator a ser considerado e ainda não bem esclarecido pelos da- 
dos existentes é a influência do crescimento no comprimento das pernas e consequente 
fórmula nos diversos estágios de desenvolvimento. 

Considerando-se as dificuldades próprias deste homogêneo gênero de aranhas, os da- 
dos obtidos indicam que o grupo spadicea é bem mais complexo, tornando-se difícil a 
diferenciação em nível específico, principalmente nas fêmeas de espécies afins. Pequenas 
diferenças no tamanho e forma da genitália constituiriam fatores decisivos, aliados às di- 
ferenças de tamanho e fórmula de pernas dos espécimes, como é o caso de L. spadicea e 
L. hirsuta. Portanto, faz-se necessário que este caráter seja avaliado e relacionado com 
outros caracteres morfológicos, já citados em trabalhos de McCRONE & LEVI (1964), 
LUCAS & BUCHERL (1965) além de relacioná-lo com um estudo detalhado dos pedi- 
palpos e mais amplos dados biológicos para a interpretação da fórmula de pernas, pois 
encontram-se dificuldades para uma delimitação específica tendo em vista a grande ga- 
ma de variações indivíduais dos receptáculos seminais. 


AGRADECIMENTOS 


Expressamos o nosso agradecimento especial ao Prof. Dr. José Willibaldo Thomé, Diretor Superintendente da 
Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, pelo apoio recebido ; ao Prof. Dr. Arno À. Lise pelo estímulo e 
orientação na realização deste trabalho: ao Dr. Wolfgang Bücher! pelas sugestões recebidas. 


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142 BUCKUP, E.H. 


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IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 137-147; 25 fev. 1980. 


Variação interpopulacional ... 143 


TABELA I 
Dados biométricos de fêmeas do grupo spadicea do gênero Loxosceles 


HEINECKEN & LOWE. 
MCN Compr: Compr. Compr. Fórmula pl/c fl/c Nº de Medida 
total cefalót. pernal pernas recept. entreos 
ductos 
2526 9,3 4,0 19,6 2413 4,9 LS 4 0,925 
3361 10,0 4,1 18,3 2413 4,4 1.2 4 1,000 
3362 10,4 4,4 19,6 2143 4,4 1,2 4 1,050 
3363 10,2 3,9 17,9 2413 4,5 122 4 0,900 
3364 8,3 3,8 16,8 2413 4,4 1,2 4 0,775 
3365 9,8 4,3 20,0 2413 4,6 3 4 1,000 
3366 9,3 3,9 1725 2413 4,4 102, 4 0,850 
3606 7,9 3,5 15,9 2413 4,5 2 4 0,750 
3607 9,3 4,3 19,4 2413 4,5 102 4 0,875 
3608 9,3 3 16,0 2413 4,5 1,2 4 0,700 
4361 9,5 4,5 20,9 2143 4,6 153 2 0,925 
4362 9,8 4,5 19,8 2413 4,4 11922 2 0,900 
4363 95 4,4 21,4 2143 4,8 73 2 1,000 
4364 10,4 4,4 20,5 2413 4,6 1,3 2 1,100 
4365 10,0 4,4 19,7 2143 4,4 1.2 2 0,950 
4601 23 4,1 18,4 2413 4,4 12 2 0,875 
4602 8,8 3,9 18,3 2143 4,6 153 2 1,125 
4603 9,5 4,0 19,5 2143 4,8 1,3 3 1,000 
4604 9,8 3,6 16,1 2413 4,4 RP) 2 1,000 
4605 9,8 4,1 19,2 2143 4,6 LS 2 0,975 
106 10,2 3,9 16,6 2413 4,2 2 2 1,000 
3402 9,1 4,0 16,2 2413 4,1 il 2 1,000 
3403 10,2 4,5 19,1 2413 4,2 142 4 0,950 
3609 8,3 3,8 16,1 2413 4,2 Ti 3 0,750 
3610 10,0 3,9 16,8 2413 4,3 152 4 0,975 
81 8,9 4,4 18,3 2413 4,4 [72 2 0,975 
4354 7,6 3,8 9 2413 3,9 ent 2 0,775 
220 9,4 3,8 15,6 2413 4,1 al 3 0,950 
3443 10,4 4,3 17,8 2413 4,1 I 3 0,925 
4606 11,0 4,0 172 2413 4,3 12 2 0,950 
4607 11,3 4,0 16,9 2413 4,2 1,2 2 1,025 
4608 10,2 4,0 17,6 2413 4,4 12 2 0,925 
4609 af Sl 123 2413 3,9 151 2 0,825 
2858 11,4 4,5 19,0 2413 4,2 12 2 1,150 
1496 8,9 4,0 19,3 2413 4,8 1.3 4 1,050 
75 10,3 3,9 16,1 2413 4,1 Lil 2 1,175 
1429 8,2 3,6 16,0 2413 4,4 14,2 2 0,950 
1421 6,8 2,9 122 2413 4,2 dl 2 0,750 
4421 9,5 4,0 16,3 2413 4,0 hal 2 0,900 
1080 9,2 HEN a2 Mc 124; 3,9 KI 2 0,825 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 137-147; 25 fev. 1980. 


144 BUCKUP, E.H. 


TABELA I 
(continuação) 

MCN Compr. Compr. Comp. Fórmula pl/c fl/c Nº de Medida 

total cefalót. perna l pernas recept. entre os 
cr RE erlernen 
3371 10,0 4,0 16,4 2413 4,1 1,1 2 0,950 
3367 10,3 4,1 7/57 2413 4,4 1,2 2 0,925 
3368 8,9 3,8 15,3 2413 4,0 1,0 37 0,875 
3369 11,4 4,4 19,3 2413 4,3 1,2 2 1.100 
3370 8,1 3,4 14,4 2413 4,2 1,1 4 1,000 
55 8,8 3,6 15,7 2413 4,3 12 3 0,900 
3616 10,0 4,5 18,9 2413 4,2 12 3 1,000 
4381 8,9 3,8 16,0 2413 4,2 1,1 2 0,900 
4382 8,3 3,5 15,0 2413 4,3 152 3 0,925 
1439 9,8 4,3 17,3 2413 4,0 1,1 2 1,000 
1221 10,7 4,7 21,0 2413 4,4 1,2 2 1,150 
1074 9,3 4,4 18,4 2413 4,2 1,1 2 0,925 
4352 8,2 309 14,8 2413 4,2 1,1 3 0,875 
1063 9,1 “4,5 17,9 312413 4,1 1,1 3 0,975 
1151 9,2 3,8 14,6 2413 3,8 1,0 2 0,975 
3441 8,1 3,6 14,5 2413 4,0 à 1,1 4 0,950 
4610 10,3 4,0 17,6 2413 4,4 1,2 3 1,000 
4611 9,8 33 14,1 2413 4,2 1,2 4 0,950 
4612 8,8 So) 1555 2413 4,4 1,2 2 1,000 
4701 Da 4,0 17,6 2413 4,4 12 2 1,025 - 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 137-147; 25 fev. 1980. 


Variação interpopulacional .... 


en a FS 
mm yo AN 
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ses A Er & Vi É de 
een Im 
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Figs. 1-30: Desenhos em câmara clara, em vista dorsal, das variações dos receptáculos seminais da genitália de fe- 
meas do grupo spadicea do gênero Loxoscéles HEINECKEN & LOWE. 1-10: Variações no tamanho e forma: 1. 
(MCN 1421) ; 2. (MCN 4609); 3. (MCN 1074); 4. (MCN 4381); 5. (MCN 4606); 6. (MCN 81); 7. (MCN 1439); 
8. (MCN 4607); 9. (MCN 1221); 10. (MCN 75); 11-20. Variações dos receptäculos seminais com a presença de re- 
ceptáculos secundários: 11. (MCN 1063); 12. (MCN 3609); 13. (MCN 3443); 14. (MCN 4382); 15. (MCN 4352); 
16. (MCN 220); 17. (MCN 4610); 18. (MCN 3616); 19. (MCN3610); 20. (MCN 4611); 21-30. Variações nos re- 
ceptäculos seminais nas amostras de Vila Oliva:21. (MCN 3608); 22. (MCN 3606); 23. (MCN 3364); 24. (MCN 
3366); 25. (MCN 3363); 26. (MCN 3362); 27. (MCN 4365); 28. (MCN 4364); 29. (MCN 4602); 30. (MCN 4603), 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 137-14 7,25 tev. 1980 


146 BUCKUP, E.H. 


6 Fig. 31 

A o 
E 
[©] 
“o 4 
o 
o 3 
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u 

0,70 0,75 0,80 0,85 0,90 .0,95 1,00 1,05 1,10 115° 1,20mn 

Distäncia entre os receptáculos 
n 
o Fig.32 
E SE 
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23 
(1) 
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8 
1 

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2z 

V/A 

0,70 075 0,80 0,85 0,90 0,95 100 mm 

Distäncia entre os receptáculos 


Nº de espécimes 
m 


// 
070 0,75 080 0,85 0,90 0,95 1,00 1,05 mm 


Distância entre os receptáculos' 


Figs. 31-33: Flutuações das medidas de distância entre os ductos dos receptáculos seminais nas genitálias de fê- 
meas do grupo spadicea do gênero Loxosceles HEINECKEN & LOWE: 31. Com 2 receptäculos. 32. Com 3 recep- 


táculos. 33. Com 4 receptäculos. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 137-147; 25 fev. 1980. 


Variação interpopulacional ... 147 


Serra do Nordeste 
Vila Oliva 

Canela 

Lageado 

Ivoti 

Sapiranga 
Depressão Central 
Esteio 


Rio Pardo 
Porto Alegre 
Viamão 


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28 
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Sertão de Santana 


Fig. 34: Distribuição das fêmeas examinadas do grupo spadicea do gênero Loxosceles HEINECKEN & LOWE no 
Rio Grande do Sul, Brasil, 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 137-147: 25 fev. 1980 


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Tomisideos Neotropicais II: Onocolus eloaeus sp.n. (Araneae- 
-Thomisidae — Stephanopsinae).* 


Arno Antonio Lise* * 


RESUMO 


É descrita uma nova espécie de Thomisidae, Onocolus eloacus, para a América do Sul, com base no exame de 
um macho coletado por F .O. Pickard-Cambridge no baixo Amazonas e depositado na coleção do British Museum, 
(Natural History). A espécie ora descrita é próxima a Onocolus infelix MELLO-LEITÄO, 1940. 


ABSTRACT 


A new South American species of Thomasidae, Orocolus eloacus, is described upon a male colected by F. O. 
Pickard-Cambridge on the Lower Amazon belonging to the collection of the British Museum (Natural History). 
The species now described is close related to Onocolus infelix MELLO-LEITÃO, 1940. 


INTRODUÇÃO 


Ao efetuar-se a revisão do gênero Onocolus SIMON, 1895, teve-se a oportunidade de 
examinar todo o material da coleção do British Museum pertencente ao gênero em ques- 
tão. 

O exemplar ora descrito é sem dúvida o coletado por F. O. Pickard-Cambridge e men- 
cionado por ele em Biologia Centrali Americana, p. 160, quando diz: “Four or five spe- 
cies only, wich fall into this genus, have been recorded, and all from the Neotropical re- 
gion: — O. echinatus (Tacz.), O. pentagonus (Keys.), O. compactilis E.Sım. -sic-, O 
stolzmanni (Keys.), and another, undescribed, taken by the author on the Lower Ama- 
zons.” 

Acompanha o exemplar uma etiqueta com o nome Onocolus cuspidata. Segundo F.R. 
Wanless do British Museum (comunicação pessoal), o nome em questão é um “MS. na- 
me’’, com o que o consideramos um nomem nudum. Como o espécime não se identifica 
com nenhuma das espécies já conhecidas foi considerada como uma nova espécie. 


MATERIALE MÉTODOS 


Da presente espécie examinou-se apenas o exemplar macho 1897-9-11-861 da coleção do British Museum (Na- 
tural History) (BMNH). 

As medidas são expressas em milímetros e foram aferidas com ocular micrométrica, tendo sido utilizado um mi- 
croscópio estereoscöpico Olympus SZ Ill. 

As ilustrações foram elaboradas pelo autor utilizando um microscópio estereoscópico Wild M-5 com câmara 
clara. 


* Aceito para publicação em 03/V/1979. Contribuição FZB nº 139. Parte da tese defendida c aprovada em Concurso à Livre-Docência em Zoologia, realizado 
de 18a 20 de abril de 1977 na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) 
** Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN-FZB), Caixa Postal 1188, 90.000 Porto 
Alegre, RS, Brasil. 
Professor Titular das Disciplinas de Carcinologia e Aracnologia do Curso de Pós-Graduação em Biociências, Área de Zoologia da PUC-RS/FZB. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 149-153: 25 fev. 1980. 


150 LISE, A.A. 


Onocolus eloaeus sp.n. 
. (Figs. 1-9) 


MATERIAL TIPO: holötipo macho 1897-9-11-861 (BMNH) Baixo Amazonas, F. O. 
Pickard-Cambridge col. 

LOCALIDADE TIPO: Baixo Amazonas. 

DESCRIÇÃO. 

Comprimento total: 3,300: 

Cefalotórax, esterno, lâminas maxilares, lábio, quelíceras, palpos e pernas fulvos cla- 
ros. 

Abdômen de dorso amarelo com leve sombreado fusco, mais evidente na base de tu- 
bérculos. Centralmente há duas manchas circulares de cor fulva e inúmeras outras muito 
pequenas, igualmente fulvas. Laterais e ventre amarelos, este com duas filas longitudi- 
nais curvas de manchas elípticas. Região epigástrica amarela, nitidamente mais escura do 
que o resto do ventre. Fiandeiras amarelas, rodeadas por um anel quitinoso conspícuo. 

Cefalotórax mais longo do que largo (1,575 x 1,450) de espessura mais ou menos uni- 
forme em toda sua extensão (0,750), levemente mais convexo no centro, delimitando a 
região cefálica. Tegumento muito quinitizado e fortemente granuloso, mútico. Região 
cefálica larga e muito projetada para a frente, sendo sua largura superior à metade da lar- 
gura máxima do cefalotórax. 

Olhos anteriores em fila levemente recurva, os médios menores do que os laterais 
(0,075 x 0,100). Olhos médios afastados um outro por um diâmetro e dois terços (0,125) 
e por dois terços de diâmetro (0,050) dos laterais. 
riores. Olhos médios afastados um do outro por dois diâmetros e dois terços (0,200) e 
por um diâmetro e dois terços (0,125) dos laterais. 

Area ocular média mais larga do que longa (0,325 x 0,275), mais estreita na região an- 
terior (0,250), de tegumento granuloso e mútico. 

Clípeo levemente proclive, transversalmente convexo, apresentando quatro grossos 
tubérculos centrais em sua borda inferior, todos eles encimados por forte cerda espinifor- 
me. Lateralmente a estes existem outros, pouco conspícuos, em toda a borda. Altura do 
clípeo menor do que a fila dos olhos médios anteriores (0,200 x 0,250), levemente mais 
alto do que o trapézio formado pelos olhos anteriores (0,150), equivalendo à distância 
que separa os olhos médios posteriores entre si e aínda a dois diâmetros e dois terços dos 
olhos médios anteriores. 

Esterno tão longo quanto largo (0,625) levemente entalhado na região anterior, late- 
rais fortemente recortados, apresentando uma chanfradura lateral muito nítida e ápice 
transversalmente reto. 

Lâminas maxilares de comprimento igual a duas vezes a largura (0,350 x 0,175), leve- 
mente convergentes, de ápice arredondado, com pêlos apicais na promargem. 

Lábio mais largo do que longo (0,225 x 0,175) de ápice arredondado, não ultrapas- 
sando o meio das lâminas maxilares. 

Quelíceras um pouco mais longas do que largas (0,275 x 0,225) de face anterior fraca- 
mente granulosa, mútica. 

Abdômen mais largo do que longo (1,850 x 1,750) de espessura uniforme em quase 
toda a sua extensão (1,125). Bordas anterior e laterais ornadas de potentes tubérculos 
encimados por curta e grossa cerda espiniforme. Dorso quase chato, muito quitinizado e 
salpicado por pequenos grânulos. Laterais múticas e ventre levemente piloso. Declive 
posterior com pequenos tubérculos dispostos em filas longitudinais. Tubérculos laterais 
curtos e setíferos. Tubérculo posterior mais eminente do que os laterais com alguns tu- 
bérculos munidos de pequenas cerdas. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 149-153: 25 fev. 1980. 


Tomisideos Neotropicais II: Onocolus eloaeus sp.n. (Araneae- 
-Thomisidae — Stephanopsinae).* 


Arno Antonio Lise* * 


RESUMO 


E descrita uma nova espécie de Thomisidae, Onocolus eloaeus, para a América do Sul, com base no exame de 
um macho coletado por F O. Pickard-Cambridge no baixo Amazonas e depositado na coleção do British Museum, 
(Natural History). A espécie ora descrita é próxima a Onocolus infelix MELLO-LEITÃO, 1940. 


ABSTRACT 


A new South American species of Thomasidae, Orocolus eloaeus, is described upon a male colected by F. O. 
Pickard-Cambridge on the Lower Amazon belonging to the collection of the British Museum (Natural History). 
The species now described is close related to Onocolus infelix MELLO-LEITÃO, 1940. 


INTRODUÇÃO 


Ao efetuar-se a revisão do gênero Onocolus SIMON, 1895, teve-se a oportunidade de 
examinar todo o material da coleção do British Museum pertencente ao gênero em ques- 
tão. 

O exemplar ora descrito é sem dúvida o coletado por F. O. Pickard-Cambridge e men- 
cionado por ele em Biologia Centrali Americana, p. 160, quando diz: “Four or five spe- 
cies only, wich fall into this genus, have been recorded, and all from the Neotropical re- 
gion: — O. echinatus (Tacz.), O. pentagonus (Keys.), O. compactilis E.Sim. -sic-, O 
stolzmanni (Keys.), and another, undescribed, taken by the author on the Lower Ama- 
zons. 

Acompanha o exemplar uma etiqueta com o nome Onocolus cuspidata. Segundo F.R. 
Wanless do British Museum (comunicação pessoal), o nome em questão é um ''MS. na- 
me’’, com o que o consideramos um nomem nudum. Como o espécime não se identifica 
com nenhuma das espécies já conhecidas foi considerada como uma nova espécie. 


MATERIALE MÉTODOS 


Da presente espécie examinou-se apenas o exemplar macho 1897-9-11-861 da coleção do British Museum (Na- 
tural History) (BMNH). 

As medidas são expressas em milímetros e foram aferidas com ocular micrométrica, tendo sido utilizado um mi- 
croscópio estereoscópico Olympus SZ III. 

As ilustrações foram elaboradas pelo autor utilizando um microscópio estereoscópico Wild M-5 com câmara 
clara. 


* Aceito para publicação em 03/V/1979. Contribuição FZB nº 139. Parte da tese defendida c aprovada em Concurso à Livre-Docência em Zoologia, realizado 
de 18 a 20 de abril de 1977 na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) 
** Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN-FZB), Caixa Postal 1188, 90.000 Porto 
Alegre, RS, Brasil. 
Prcácioê Titular das Disciplinas de Carcinologia e Aracnologia do Curso de Pós-Graduação em Biociências, Área de Zoologia da PUC-RS/FZB. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 149-153: 25 fev. 1980. 


150 LISE, A.A. 


Onocolus eloaeus sp.n. 
(Figs. 1-9) 


MATERIAL TIPO: holótipo macho 1897-9-11-861 (BMNH) Baixo Amazonas, F. O. 
Pickard-Cambridge col. 

LOCALIDADE TIPO: Baixo Amazonas. 

DESCRIÇÃO. 

Comprimento total: 3,300: 

Cefalotórax, esterno, lâminas maxilares, lábio, quelíceras, palpos e pernas fulvos cla- 
ros. 

Abdômen de dorso amarelo com leve sombreado fusco, mais evidente na base des tu- 
bérculos. Centralmente há duas manchas circulares de cor fulva e inúmeras outras muito 
pequenas, igualmente fulvas. Laterais e ventre amarelos, este com duas filas longitudi- 
nais curvas de manchas elípticas. Região epigástrica amarela, nitidamente mais escura do 
que o resto do ventre. Fiandeiras amarelas, rodeadas por um anel quitinoso conspícuo. 

Cefalotórax mais longo do que largo (1,575 x 1,450) de espessura mais ou menos uni- 
forme em toda sua extensão (0,750), levemente mais convexo no centro, delimitando a 
região cefálica. Tegumento muito quinitizado e fortemente granuloso, mütico. Região 
cefálica larga e muito projetada para a frente, sendo sua largura superior à metade da lar- 
gura máxima do cefalotórax. 

Olhos anteriores em fila levemente recurva, os médios menores do que os laterais 
(0,075 x 0,100). Olhos médios afastados um outro por um diâmetro e dois terços (0,125) 
e por dois terços de diâmetro (0,050) dos laterais. 
riores. Olhos médios afastados um do outro por dois diâmetros e dois terços (0,200) e 
por um diâmetro e dois terços (0,125) dos laterais. 

Area ocular média mais larga do que longa (0,325 x 0,275), mais estreita na região an- 
terior (0,250), de tegumento granuloso e mútico. 

Clípeo levemente proclive, transversalmente convexo, pestana quatro grossos 
tubérculos centrais em sua borda inferior, todos eles encimados por forte cerda espinifor- 
me. Lateralmente a estes existem outros, pouco conspícuos, em toda a borda. Altura do 
clípeo menor do que a fila dos olhos médios anteriores (0,200 x 0,250), levemente mais 
alto do que o trapézio formado pelos olhos anteriores (0,150), equivalendo à distância 
que separa os olhos médios posteriores entre si e ainda a dois diâmetros e dois terços dos 
olhos médios anteriores. ; 

Esterno tão longo quanto largo (0,625) levemente entalhado na região anterior, late- 
rais fortemente recortados, apresentando uma chanfradura lateral muito nítida e ápice 
transversalmente reto. 

Lâminas maxilares de comprimento igual a duas vezes a largura (0,350 x 0,175), leve- 
mente convergentes, de ápice arredondado, com pêlos apicais na promargem. 

Lábio mais largo do que longo (0,225 x 0,175) de ápice arredondado, não ultrapas- 
sando o meio das lâminas maxilares. 

Quelíceras um pouco mais longas do que largas (0,275 x 0,225) de face anterior fraca- 
mente granulosa, mútica. 

Abdômen mais largo do que longo (1,850 x 1,750) de espessura uniforme em quase 
toda a sua extensão (1,125). Bordas anterior e laterais ornadas de potentes tubérculos 
encimados por curta e grossa cerda espiniforme. Dorso quase chato, muito quitinizado e 
salpicado por pequenos grânulos. Laterais múticas e ventre levemente piloso. Declive 
posterior com pequenos tubérculos dispostos em filas longitudinais. Tubérculos laterais 
curtos e setíferos. Tubérculo posterior mais eminente do que os laterais com alguns tu- 
bérculos munidos de pequenas cerdas. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 149-153; 25 fev. 1980. 


Tomisídeos neotropicais II:... 151 


Pernas I e II: femures com quatro tubérculos na face anterior, os medianos 
grossíssimos, o basal e o apical menores, todos armados de curta cerda espiniforme. Face 
posterior com tubérculos mais numerosos porém menores do que os anteriores. Patelas 
com pequenas cerdas na face posterior. Tíbias levemente arqueadas, a do primeiro par 
mais espessa, com 2-2-2 espinhos anteriores e mais um par de tubérculos apicais, enci- 
mados por curta e grossa cerda espiniforme. Face posterior levemente escavada em seu 
terço basal, apresentando um pequeno tubérculo abaixo e acima da escavadura, esta com 
tricobótrias. Basitarsos muitíssimo menos espessos do que as tíbias, armados com 2-2-2 
potentes e longos espinhos anteriores, maiores do que os das tíbias. Face posterior com 
tricobótrias medianamente dispostas. Tarsos mais espessos no ápice, pilosos, com 
fascículo subunguenal bem evidente e unhas grandes pectinadas. 

Pernas III e IV: fêmures, patelas e tíbias com pequenas cerdas na face posterior, mais 
evidentes na IV. Basitarsos e tarsos com grossos pêlos curvos na face anterior e longas tri- 
cobótrias medianas na face posterior. Tegumento de todos os artículos das pernas, exceto 


o dos tarsos, microgranuloso. 
E 
[Cm | osso [osso | os | oz | ozos | amo” 


Pedipalpo: fêmur levemente granuloso; de comprimento quase três vezes superior ao 
diâmetro (0,425 x 0,150). Patela levemente mais longa do que larga (0,250 x 0,225), 
com um tubérculo prolateral e três de tamanhos diferentes, o apical muito eminente, re- 
trolaterais. Tíbia de comprimento menor do que a largura (0,150 x 0,225), ambos toma- 
dos na base do tarso, apresentando na face retrolateral, uma longa apófise retorcida, de 
comprimento duas vezes maior do que o comprimento da tíbia. A apófise tibial é per- 
corrida longitudinalmente por um profundo sulco. Na face dorsal, basalmente apresenta 
um dente curto, grosso e curvo. Tarso mais longo do que largo (0,550 x 0,450), muito 
espesso (0,325). Cymbium muito convexo, piloso, principalmente nas bordas ventrais 
na pro e retromargem. Embolus muito longo descrevendo um giro de aproximadamente 
560º, sob a borda do tegulum. 


DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA: Brasil (Baixo Amazonas). 

DISCUSSÃO TAXONÔMICA. O macho da presente espécie é próximo ao de O. 
infelix MELLO-LEITÃO, 1940. Pode ser diferenciado dele por apresentar a apófise tibial 
do palpo maior. Em O. infelix os olhos anteriores são iguais entre si e muito maiores do 
que os posteriores ao passo que em O. eloaeus os médios anteriores são menores do que 
os laterais anteriores e do mesmo diâmetro dos posteriores. O. infelix apresenta fronte al- 
ta e estreita com dois tubérculos setíferos no centro da área ocular atrás dos olhos médios 
anteriores e mais dois entre os laterais anteriores e laterais posteriores. Em O. eloaeus a 
fronte é muitissímo mais larga do que alta, totalmente mútica e granulosa. 


AGRADECIMENTOS 


AF. R. Wanless do British Museum (Natural History) pelo empréstimo do material. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 149-153: 25 fev. 1980. 


152 LISE, A.A. 


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IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (55): 149-153; 25 fev. 1980. 


Tomisideos neotropicais II: ... 153 


Figs. 1-9: Onocolus eloacussp.n. Holótipo 1897-9-11-861 (BMNH): 1. vista dorsal; 2. vista ventral; 3. vista de 
perfil, 4. fronte e queliceras; 5-9. Palpo esquerdo; 5. vista dorsal; 6. vista ventral; 7. vista prolateral; 8. vista retro- 
lateral; 9. vista retrolateral, expandido. 


IHERINGIA. Ser. Zool.. Porto Alegre (55): 149-153: 25 fev. 1980. 


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Novas ocorrências de opiliöes no Rio Grande do Sul e descrição da 
fêmea de Melloleitaniana riodariensis SOARES & SOARES, 
1945. (ARACHNIDA-OPILIONES-GONYLEPTIDAE).* 


Maria Lúcia R. Tavares ** 


RESUMO 


Neste trabalho registram-se quatro ocorrências novas de espécies de Gonyleptidae para o Rio Grande do Sul, 
descreve-se a fêmea de Melloleitaniana riodareiensis SOARES & SOARES, 1945 bem como apresentam-se ilustra- 
ções da genitália do macho. 


ABSTRACT 


This paper reports four new occurrences of species of Gonyleptidae in Rio Grande do Sul State ( Brazil ) and fe- 
male of Melloleitaniana riodareiensis SOARES & SOARES, 1945 is described for the first time, as well as it is pre- 
sented drawings concerning to the male genitalia. 


INTRODUÇÃO 


A ordem Opiliones SUNDEVALL, 1833 está representada no Brasil por centenas de 
espécies em sua maioria pertencentes à família Gonyleptidae. A fauna dos Estados do 
Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná é a mais estudada, sendo a do Rio Grande do Sul (RS) 
pouco conhecida. 

MELLO-LEITAO (1932) descreve 328 espécies da família Gonyleptidae, das quais so- 
mente 16 estão citadas para o RS. Algumas destas, posteriormente, foram colocadas em 
sinonímia, permanecendo como válidas 13 delas. 

SOARES & SOARES (1948 , 1949, 1954) ampliam para 25 o número de espécies co- 
nhecidas para o RS. Destas, 22 ainda são válidas. 

H. SOARES (1966) estudando um lote de opiliöes da coleção Eugênio Grumann em 
Porto Alegre, RS, descreve uma espécie nova e acrescenta mais uma nova ocorrência. 

Atualmente, são conhecidas 24 espécies de gonyleptídeos sul-rio-grandenses. 

Examinando a coleção do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do 
Rio Grande do Sul encontramos as seguintes espécies — Geraecormobius silvarum 
HOLMBERG, 1888; Melloleitaniana riodareiensis SOARES & SOARES, 1945; 
Neopachylus serrinha SOARES & SOARES, 1947 e Oglobinia loretoensis CANALS, 
1933, que não estavam registradas para o RS, as quais são objetos do presente trabalho. 


* Aceito para publicação em 03 V 1979 Contribuição FZB nº 140 
** Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Rio de Janeiro (Proc. nº 1111.0153/76) no Museu de Ciências Naturais da 
Fundação Zoobotänıca do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre RS, Brasil 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 155-159: 25 fev. 1980. 


156 TAVARES, M.L.R. 


MATERIAL E METODOS 


Os exemplares examinados estão conservados em álcool 70% e depositados na coleção do Museu de Ciências 
Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN). : j ; 
Todas as medidas são expressas em milímetros e foram aferidas usando-se um microscópio estereoscópico Olym- 


pus SII com ocular micrométrica. 
As medidas do corpo e dos apêndices foram tomadas sempre em vista dorsal. O comprimento do corpo é ex- 
presso a partir da porção mediana da borda anterior do cefalotórax até a porção distal do abdômen. As medidas de 


largura sempre expressam a largura máxima. 

A genitália do macho foi destacada com auxílio de pinças, após os cortes laterais no opérculo genital. A genitá- 
lia sofreu um tratamento com KOH 10% a frio durante 20 minutos, para remoção dos tecidos e clarificação das 
estruturas. Os desenhos foram feitos em câmara clara com microscópio estereoscöpico Wild M-5 m vistas dorsal, 


lateral e ventral, 


Ordem OPILIONES 
Subordem LANIATORES 
3 Família GONYLEPTIDAE 


Subfamília PACHYLINAE 
Neopachylus ROEWER, 1913 


Neopachylus serrinha SOARES & SOARES, 1947 
Neopachylus serrinha SOARES & SOARES, 1947:222. 

H.SOARES (1966) identificou esta espécie em material coletado em Monte Alegre, 
Estado do Paraná e Santa Cecília, Estado de Santa Catarina. 


Material examinado , 

Cazuza Ferreira, São Francisco de Paula, RS, 23.IV.1974, A. Lise leg, 2 (0335 MCN); Vila Oliva, Caxias do Sul, 
RS, 14.1X.1976, M.L.Tavares leg. 75 (0193 MCN); Serrão de Santana, Guaíba, RS, H. Bischoff leg, 2 o (0422 
MCN). 


Oglobinia CANALS, 1933 


Oglobinia loretoensis CANALS, 1933 
Oglobinia loretoensis CANALS, 1933:4. 

RINGUELET (1959) registrou esta espécie para a Argentina (Misiones: Iguazú, Lore- 
to, Puerto Bemberg, Puerto Rico, Puerto Victoria, San Javier). Registramos esta espécie 
pela primeira vez para o Brasil. 


Material examinado: 

Iraí, RS, 20.X1.1975, A.Lise leg, 10º (0023 MCN): Iraí, RS, 20.11.1976, A Lise leg, 1° 
(0444 MCN); Montenegro, RS, 07.VII.1977, H. Bischoff leg, 19'(0332 MCN); São Leo- 
poldo, RS, 26.1X.1976, C.J.Becker leg, 10'(0445 MCN). 


Subfamília GONYLEPTINAE 
Geraecormobius HOLMBERG, 1888 

Geraecormobius silvarum HOLMBERG, 1888 
Geraecormohius silvarum HOLMBERG, 1888:211. 

RINGUELET (1959) registra a presente espécie para a Argentina (Misiones: Aguarai- 
Guazü, Campamento Yacu-Poi perto de Puerto Bemberg, Cataratas Iguazú, Loreto, Pa- 
sarela Rio Uruguai, Pindapoy, Puerto Bemberg, Puerto Iguazü; Corrientes: Itaizaingó, 
Laguna Iporá, Santa Ana) e Paraguai. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55) : 155-159 ; 25 fev. 1980. 


Novas ocorrências de... 157 
TT 


Material examinado”. 

Iraí, RS, 20.X1.1975, A.Lise leg, 59 (0001 MCN), 4 S(0003 MCN), 5 (0004 MCN), 5 (0005 MCN), 1 Se I 
(0018 MCN); Porto Garcia, Tenente Portela, RS, 08.1X.1976, S.Scherer leg, 2 Se 1 9:(0285 MCN); São Valen- 
tim, RS, 16.X.1976, S. Scherer leg, 25° (0286 MCN); Garruchos, São Borja, RS, 10.X11.1975, A.Lise leg, 5 Je 3 
2(0020 MCN), 1%e5 P (0021 MCN), 15e 59 (0025 MCN), 24e 1 9 (0030 MCN), 4 (0040 MCN). 


MelloteitanianaSOARES, 1943 
Figs. (1-4): 
Melloleitaniana riodareiensis SOARES & SOARES, 1945 
Melloleitaniana riodareiensis SOARES & SOARES, 1945:370. 
SOARES & SOARES (1945) descreveram o holótipo coligido em Rio D'Areia, Estado 
do Paraná. Este espécime se encontra depositado na coleção do Museu Paranaense. 


Material examinado: 
Iraí, RS, 20.X1.1975, A.Lise leg, Le 29(0336 MCN), 1% (0449 MCN); Torres, RS, 28.X.1954, L.Buckup leg, 5 
Se 2 P(0168 MCN). 


DESCRIÇÃO — Fêmea 


0449 MCN- 9 . Comprimento total do corpo 7,25, comprimento do cefalotórax 2,33, 
largura do cefalotórax 3,56 e largura do abdômen 7,01. Artículos tarsais 5/8/6/7. 
Escudo dorsal. O escudo dorsal é densamente granuloso. Borda anterior do cefalotórax 
com uma pequena elevação mediana provida de dois espinhos. Nos angulos laterais há 
dois espinhos sendo os medianos dirigidos para frente. Cefalotórax granuloso com qua- 
tro tubérculos atrás do cômoro ocular. Area I dividida por um sulco longitudinal media- 
no. Áreas 1 e II com dois tubérculos e uma fila de grânulos que se sobressaem das demais 
granulações. Area III com uma alta elevação mediana granulosa provida de dois tubercu- 
los geminados. Esta área é bem mais granulosa que as áreas Ie II. Area IV e tergito livre I 
inermes com uma fila de grossos grânulos, alternados por granulações esparsas. Tergitos 
livres II e III com alto espinho mediano e com uma fila de grossos grânulos. Areas late- 
rais irregularmente granulosas, com grânulos maiores na borda mais dilatada. Opérculo 
anal muito granuloso. Esternitos livres com uma fila de grânulos pilíferos. 

Pernas. As ancas Ia IV com grânulos pilíferos. Femures retos. Fêmur IV com grânulos 
pilíferos dispostos em filas longitudinais bem como nas patelas e tíbias. 

Palpos. Trocanter com dois grânulos piliferos ventrais, apicais. Fêmur sem espinho api- 
cal interno, com uma fila ventral basal de três pequenos grânulos setíferos. Tíbia e tarso 
com 2-2 espinhos inferiores. a 

Colorido. Castanho, sombreado de fusco. Tubérculos e grânulos escuros. Areas III, por 
ser densamente granulosa, apresenta uma faixa transversal escura, bem como nas por- 
ções laterais das áreas le II. 


DIMENSÕES DOS APÊNDICES 


Perna Perna Perna Perna Palpos 
I 1 II IV 

Trocanter 0,36 0,61 0,86 0,98 0,49 
Femur 2,58 7,87 6,02 7,38 1,84 
Patela 1,10 1,47 1,59 157/72 0,61 
Tíbia 1,96 5,65 2,70 4,92 1,10 
Metatarso 2,95 10229) 6,02 9,7 — 
Tarso 139 3,69 1,72 2,0 1,10 
Total 10,30 26,54 24,91 26,80 5,14 


Queliceras: 1° segmento 0,98, 2° segmento 1,10, Total 2,08. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 155-159: 25 fev. 1980 


158 TAVARES, M.L.R. 


GENITALIA DO MACHO 


Pênis: comprimento total 2,50, comprimento total da glande 0,25, comprimento da 
porção apical da glande 0,10. As medidas de comprimento e largura da placa ventral es- 
tão expressas nos desenhos. 

AGRADECIMENTOS 


Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico que possibilitou a realização 
deste trabalho; ao Prof. Dr. José Wilibaldo Thomé, Diretor Superintendente da Fundação Zoobotânica do RS e 
ao Prof. João Pedro R. Papaléo, Diretor Executivo do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do 
RS, pelas condições de trabalho que nos proporcionaram sem o que seria impossível a execução de nossa investiga- 
ção; ao Prof. Arno Antonio Lise, pelo apoio e orientação prestados no desenvolvimento desta pesquisa; à Dra. Hé- 
lia Soares e Dr. Benedicto Soares, do Departamento de Zoologia do Instituto Básico de Biologia Médica e Agrícola 
da Universidade Estadual Paulista “Julio Mesquita Filho”' Campus de Botucatu, São Paulo, pelo apoio e ensina- 
mentos a nós ministrados no estágio que realizamos naquela instituição; à pesquisadora Erica Helena Buckup, pe- 
las sugestões fornecidas na elaboração do trabalho. 


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 


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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 155-159; 25 fev. 1980. 


Novas ocorrências de... 159 


1 


Figs. 1-4: Melloleitaniana riodareiensis SOARES & SOARES, 1945: 1. fêmea (449 MCN); 2-4. Genitälia do 
macho (336 MCN): 2. vista dorsal; 3. vista ventral; 4. vista lateral. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (55): 155-159. 25 fev. 1980. 


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IHERINGIA é o periódico de divulgação de trabalhos cientificos inéditos do Museu de Ciências Naturais, Jardim Botânico e Par- 
que Zoológico da FZB. É publicado em quatro séries: BOTÂNICA, ZOOLOGIA, ANTROPOLOGIA e GEOLOGIA. 

Cadasérie é editada em fascículos com numeração corrida independente, podendo conterum ou maisartigos. 

O periódico em seu todo ou cada uma das séries individualmente é distribuído a Instituições congêneres em regime de permuta. 
Mediante entendimento prévio pode também ser enviado a cientistas e demais interessados. 


IHERINGIA is the official scientific periodical of the ''Museu de Ciências Naturais”. Its aim is the publishing of reports elabora- 
ted by the scientific staff of the three joining Instituts of “Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul”, the Museum of Natural 
Sciences, the Botanical Garden and the Zoological Park. 

Articles from other national and foreign Institutions rescarchers may le accepted. Emphasis is given to articles dealing with the tlo- 
ra, the fauna and the natural resourses of Rio Grande do Sul State. 

IHERINGIA is issued in four series, Botany, Zoology, Anthropology and Geology. Each series is issued in fascicles consecutively 
numbered and may contain one or more articles. 

IHERINGIA as a whole oras a separate series, is distributed to similar scientific Institutions on an exchanging basis and may also 
be available to scientists and other interested parties on previous arrangements. 

| 


RECOMENDAÇÕES AOS AUTORES: 


1. Os manuscritos devem ser encaminhados ao Editor, atravês de ofício, podendo ser aceitos a critério da Comissão Radatorial, 
ficando sua publicação condicionada a autorização do Direror-Superintendente da FZB. 

2. Terão prioridade os artigos dos pesquisadores do Museu de Ciências Naturais, Jardim Botânico e Parque Zoológico da FZB. A 
juízo, podem ser aceitos artigos de pesquisadores de Instituições nacionais ou estrangeiras cujas investigações versem preferen- 
cialmente sobre assuntos relacionados à flora, à fauna eos recursos naturais do Rio Grande do Sul. 

3. Osartigos em língua portuguesa devem ter um resumo em língua estrangeira e os em língua estrangeira (alemão, inglês, espa- 
nhol, italiano e latim) devem ter, obrigatoriamente um resumo em português. 

4. Os originais devem ser apresentados em 2 vias darilografadas em espaço dois, com margens mínimas de 2 cm, sem emendas, em 
papel branco (tamanho oficial A-4:21x29,7 cm), utilizando-se um só lado dafolha. 

5. Todas as folhas devem ser numeradas na margem superior direita, com numeração corrida e rubricadas pelo autor ou ao menos 
por um dos autores. 

6. Os nomescientificos de gênero e dos ''taxa"' infragenéricos deverão ser sublinhados com um traço ondulado. 

7. O título geral do trabalho, o nome do autor, oseventuais subtítulos bem como as palavras latinas ou gregas usadas no texto devem 
ser sublinhados com um traço reto. 

8. Os nomes de autores citados no trabalho, inclusive os constantes das referências bibliográficas (bibliografia consultada) devem ser 
escritos em letras MAIÚSCULAS. 

9. As referências bibliográficas deverão estar dispostas em ordem alfabética e cronológica, dentro das normas da NB-66 da ABNT, 
salvo a indicação do ano de publicação que deverá seguir o nome do autor, obedecendo à seguinte ordem de elementos: 

a) Para artigos de períodicos: sobrenome do autor seguido das iniciais do(s) prenome(s), ano de trabalho, título do trabalho, nome 
do períodico (sublinhado com umtraço feto € abreviado deacordo com o “World List of Scientific Periodicals’’ ou por ex- 
tenso), local, volume (em algarismos arábicos e sublinhados), número ou fascículo (entre parênteses) seguido de dois pontos, 
página inicial e final. 

Ex: FRENGUELLI, J. 1925. Diatomeas de los arroyos del Durazno y en las brusquitas en los arredores de Miramar. Physis, Buenos 
Aires, 8(29):19-79, set. 2 est. 

b) Para livros: sobrenome do autor seguido das iniciais do(s) prenome(s), ano da edição, título dolivro (sublinhado com um traço 
reto ), edição (em números arábicos, seguido de ponto e de abreviatura no idioma da edição), local, editora, número de pági- 
nas (seguidas de p.), número de volumes (seguido dev.) ou então, páginas consultadas ou número do volume consultado (pre- 
cedidos de p.e v. respectivamente). 

Ex: SANTOS, E. 1952. Da ema ao beija-flor. 2] ED: RL: AUM: Rio de Janeiro, F. Briguiet. 335p. (zoologia Brasílica, 4). 

10. Desenhos, fotos, mapas e gráficos devem ser citados como fig., com numeração corrida, em algarismos arábicos. O editor 
distribuirá as figuras do modo mais econômico, sem prejudicar sua apresentação, respeitando tanto quanto possível as indica- 
ções do autor. 

11. Todas as tabelas e figuras devem ter título claro, conciso e, se necessário, com explicações breves que possibilitem seu entendi- 
mento sem consultas ao texto. Este título, bem como as legendas, se houver, devem virem folhas a parte. 

12. Os desenhos gráficos e mapas devem ser feitos a nanquim preto, preferencialmente em papel vegetal e as fotografias nos tama- 
nhos que permitam a redução para o máximo de 15cmxllcm. As ilustrações a cores devem ser combinadas previamente c seu 
custo fica a cargo do autor. 

13. Os artigos, sempre que possível, devem compreender os seguintes tópicos: Título; Nome de autor(es); Referências doartigo (data 
de aceitação para publicação, etc) e do autor (local de trabalho e endereço): Resumo (conforme item 3); Introdução; Material e 
Métodos; Resultados e ou Discussão: Conclusões; Agradecimentos; Bibliografia Consultada ou Referências Bibliográficas. 

14. A correção das provas tipográficas sera, sempre que possível, de responsabilidade do autor. 

15. Serão fornecidas gratuitamente 100-separatas de cada artigo, independentemente do número de autores, Maior número de sepa- 
ratas poderáser fornecido mediante prévio ajuste, devendo o pedido ser feito na ocasião da entrega dos originais 


ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA Prof. Dr. Arno Antonio Lise 
(Mailing Address) EDITOR 
Museu de Ciências Naturais 
Caixa Postal 1188 
90.000 Porto Alegre, RS 


Brasil. 
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(Address for exchange) COMISSÃO REDATORIAL 
Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul Thales de Lema 
Biblioteca Hilda Alice de O. Gastal 
Caixa Postal 1188 Moema Leirão de Araujo 


90.000 Porto Alegre, RS 
Brasil 


BL ISSN 0073-4721 


Tadarıda latcaudata GEOFFROY, 1805, nova ocorrência para o Estado do Rio Grande do 
“Sul, Brasil (Chiroptera, Mammalia). 

FLÁVIO SILVA & MARIA FATIMA BARBOSA SOUZA 

Ocorrência de Typhlops reticulatus (L., 1766) no Estado do Rio Grande do Sul (Brasil) e 
comentários sobre a especie (Ophidia: Typhlopidae). 

THALES DE LEMA 

Argulus spinulosus sp. n. (Branchiura, Argulidae), em peixes de agua doce do Rio Grande do 
Sul, Brasil. 

NICE MARIA MICELI DA SILVA 


Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes do extremo sul do Brasil ao Rio de La 
Plata (Actinopterygii: Teleostei). 

THALES DE LEMA; MARCOS FÁBIO T. DE OLIVEIRA; CARLOS ALBERTO S. DE 
LUCENA : 

Parasite Copepods of Southern Brazilian Fishes I. Ergasilus eurpedest  n.sp 
(Copepoda, Cyclopidea). 5 

MÔNICA MONTU 

Sobre Bothrops jararacussu LACERDA, 1884 do extremo sul do Brasil e sua ocorrência no 
Estado do Rio Grande do Sul (Ophidia, Viperidae). 

THALES DE LEMA & MOEMA LEITÃO DE ARAUJO 

Sobre a ocorrência do tubarão espinhoso Echinorhinus brucus (BONNATERRE, 1788) para 
a costa sul brasileira (Squaliformes: Squalidae). 

LAURO P. BARCELLOS & MARIA CRISTINA PINEDO 

Esponjas de São Sebastião, litoral de São Paulo, Brasil (Porifera, Demospongiae). 

BEATRIZ MOTHES DE MORAES ! 

Redescrição do material tipo de Drulia crıstata (WELTNER, 1895) e identificação do conteu- 
do espicular associado (Porifera-Spongilidae. 

ROSÁRIA DE ROSA BARBOSA 

Sobre a osteologia craniana de Lio/aemus occipitalis BOULENGER, 1885, L. /utzae MER- 
TENS, 1938 e L. multiformis simonsit BOULENGER, 1902 (Lacertilia, Iguanidae). 

MARTA ELENA FABIAN-BEURMANN & MARISA IBARRA VIEIRA 

- Novas adendas à ictiofauna marinha do extremo sul do Brasil (Actinopterygii: Teleostei). 

THALES DE LEMA; CARLOS ALBERTO S. DE LUCENA; ZILDA MARGARETE 5. DE 
LUCENA 

Lista prévia dos anfíbios do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, 

PEDRO CANISIO BRAUN & CRISTINA ASSUNÇÃO SIRANGELO BRAUN 


Museu de Ciências Naturais da 
Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul 


eringia 


série Zoologia 


pP 


53 


63 


95 


AM» 


FUNDAÇÃO ZOOBOTÂNICA DO RIO GRANDE DO SUL 


Entidade de direito privado, instituída pela Lei Estadual nº 6497 de 20/12/72. (Supervisionada pela 
Secretaria de Estado de Cultura; Desporto e Turismo. 


Governador do Estado 
JOSE AUGUSTO AMARAL DE SOUZA 


Secretário de Estado de Cultura, Desporto e Turismo 
LAURO PEREIRA GUIMARÃES 


Presidente da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul 
JOSE WILLIBALDO THOME 


Diretoria da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul 


Diretor-Superintendente 
JOÃO PEDRO RANQUETAT PAPELÊO 


Diretores-Executivos 


do Jardim Botânico - GILBERTO C. MATTES 
do Museu de Ciências Naturais - HERACLIDES SANTA HELENA 
do Parque Zoológico - HELIO FERNANDO SARAIVA 


Impresso com autorização e sob a responsabilidade do 
Diretor Superintendente da FZB (alínea d), 
- art. 14, dos Estatutos - Decreto RS 
nº 22.683/73). 


Selo Postal 


Stamp 


A 

FUNDACAO ZOOBOTÄNICA DO RIO GRANDE DO SUL 
BIBLIOTECA 

Caixa Postal, 1188’ 

90.000 PORTO ALEGRE, RS 

BRASIL 


Remetente: 
Sender: 


(nome) - (name) 


(País) - (Coutry) 


Senhores: 
Dear Sırs: 


Queiram ter a gentileza de preencher o presente, devolvendo-o ao Museu, 
a fim de que não haja interrupção na remessa do número seguinte de IHERIN- 
GIA. 


Please complete the requested below and return it to us, so that we can 
send you the next number of IHERINGIA. 


1. Recebemos e agredecemos: IHERINGIA, Série Zoologia nº 56 
We have received: 


2º, Faltamsnose não 28108: Pos SS aa AS CAR an E AO RAD 
We are in want of: 


de. Enviamos em permita?” 7 tes E E O e 
We sent you in exchange: 


Nosso campo de interesse: 
Our field of activities: 


Ex 


Local e data: 
City and date: 


Assinatura: 
Signature: 


MCN 4035 
MCN 4036 
MCN 4013 
MCN 4017 
MCN 4574 
MCN 4575 
MCN 6620 
MCN 6624 
MCN 6697 
MCN 4196 
MCN 6630 


TABELA - Dados dos espécimes de Boshrops jararacussu LACERDA, procedentes de Santa Catarina: Brasil. 


SL IL IL/MA GU ESC 


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SE NA SA NA SI NA NA NA dA dA 


c DO 


VE SC 


25-25-19 
27-25-19 
27-25-19 
25-24-19 
25-25-19 
25-25-19 
26-25-19 
25-25-19 
27-26-21 
27-27-19 
28-26-21 


1+ 174 58/58 
2+173 56/56 
1+170 5/5 +28 + 27/27 
2+172 60/60 
3 +178 50/50 
2+172 57157 
2+54+1/1+116 9/9+4+43/ 43 
1+174 51/51 
2+170 50/50 
2+174+1/1 50/50 
2+177 50/50 


VU 


154-59 
154-59 
153-56 
155-59 
158-62 
155-58 


00 000, 9,9,9,9,08, 


Tadarida laticaudata GEOFFROY, 1805, nova ocorrência para o 
Estado do Rio Grande do Sul, Brasil (Chiroptera, Mammalia). * 


Flávio Silva ** 
Maria Fatima Barbosa Souza *** 


RESUMO 


Nesta comunicação, registra-se pela primeira vez a ocorrência de Tadarida laticaudata GEOF- 
FROY, 1805, para o Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, através do exame de dois exemplares pro- 
cedentes do município de Torres. 


ABSTRACT 


The present paper reports a new occurence of Tadarıda laticaudata GEOFFROY, 1805, and 
enlarges the distribution of this species to Southern Brazil. 


INTRODUÇÃO 


Segundo a bibliografia consultada, a ocorrência da espécie Tadarida latı- 
caudata GEOFFROY, 1805 é Brasil Meridional, incluindo os Estados de Mato 
Grosso, São Paulo e Santa Catarina. 

Em uma excursão a Torres, Rio Grande do Sul, foram coletados nas Furnas 
da Guarita (29º21'S e 49°44’W), presos às rochas basálticas, dois exemplares 
machos de T. /aticaudata. Foi estimado-que havia um grupo de cinco indiví- 
duos que estavam com a cabeça aparecendo na parte externa das fendas rocho- 
sas a aproximadamente 3,5m do solo. A coluna de rochas basálticas situa-se à 
beira do Oceano Atlântico e, com maré alta, a água deve atingir o pé da coluna 
rochosa onde estão situadas as fendas. Em condições semelhantes, também foi 
observada uma colônia de cinco a oito indivíduos na Ponta da Guarda, Palhoça, 
Santa Catarina (27º52'S e 48°34’W) em fevereiro de 1973 e fevereiro de 1978. 
Os animais foram localizados em ambos os locais devido aos gritos agudos, cur- 
tos e repetidos que emitiam. 

Este é o primeiro registro de 7. /aticaudata para o Rio Grande do Sul que, 
de acordo com a distribuição mencionada por SILVA-TABOADA & KOOP- 
MAN (1964), pertenceria à subespécie T. /atıcaudata laticaudata (GEOFFROY, 
1805), entretanto o material em mãos não nos permitiu um posicionamento de- 
finitivo em relação à subespécie. 


Contribuição FZB nº 142. Aceito para publicação em 18.V1.1979 


* Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188. 90000 Porto 
Alegre, RS. Professor de Zoologia da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo. RS. Bolsista do Conselho Nacional 
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. CNPq (Proc. 1111-2050/76) 

** Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq (Proc. 1111-0041/76). no Museu de Cien- 


cias Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):3-5, 30 mar. 1980 


mx 


SILVA, F. & SOUZA, M.F.B. 


MATERIAL E MÉTODOS 


As siglas utilizadas no presente trabalho são as seguintes: MCN — Museu de Ciências Naturais 
da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul; UNISINOS — Universidade do Vale do Rio dos 
Sinos; RS — Estado do Rio Grande do Sul, Brasil; SC — Estado de Santa Catarina, Brasil. 

As medidas cranianas foram tomadas segundo VIZOTTO & TADDEI (1973), exceto as da lar- 
gura do palatal e a distância dos dentes maxilares superiores e inferiores. As medidas externas foram 
tomadas do animal já fixado, e apenas algumas do crânio devido às más condições dos mesmos. To- 
das as medidas foram expressas em milímetros. 


Material examinado: 


2 (oz Parque da Guarita, Torres, RS, 24.X.1976, F. Silva leg. (MCN 0465 - 0466); 20 - Ponta da 
Guarda, Palhoça, SC, 10.11.1973, F. Silva leg. (UNISINOS 324 - 325). 


CARACTERES MORFOLÓGICOS 


UNISINOS 325] MCN 0465 | MCN 0466 


a) Cranıometria 


Comprimento total 

Altura da caixa cranıana 

Largura do zigomätico 

Largura da caixa craniana 

Largura do interorbital 

Distância dos dentes maxilares 
superiores 

Largura externa dos dentes 
molares 

Comprimento do pós-palatal 

Distância dos dentes maxilares 
inferiores 

Comprimento da mandíbula 


b) Medidas externas 


Cabeça e corpo 

Cauda 

Tíbia 

Pe 

Antebraco 

Orelha 

12 falange do 3º dedo 
22 falange do 3º dedo 
Trago 

Polegar 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):3-5, 30 mar. 1980 


Tadarıda laticaudata GEOFFROY, 1805 5 


c) Coloração 
Os exemplares de T. /aticaudata coletados, possuem o pêlo do dorso de cor 
pardo escuro, com tons claros na parte basal dos mesmos. 


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 


ALVAREZ, T. & AVINA, C.E. 1964. Nuevos registros en Mexico de la família Molossidae. Revta 
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IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):3-5, 30 mar. 1980 


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Ocorrência de Typhlops reticulatus (L., 1766) no Estado do Rio 
Grande do Sul (Brasil) e comentários sobre a espécie (Ophidia: 
Typhlopidae). * 


Thales de Lema ** 


RESUMO 


É registrada a ocorrência de Typh/ops reticulatus (L., 1766) no Estado do Rio Grande do Sul, 
Brasil, com base em seis espécimens encontrados na planície costeira oriental. Dois espécimens são 
descritos, comparando-se seus dados com os registrados na bibliografia e com os dados de um espé- 
cimen de São Paulo. Conclui que T. reticulatus é uma espécie muito variável e que sua dispersão 
para o sul, processou-se em duas direções: pelo lado oriental do Brasil, atingindo a planície do lito- 
ral do Rio Grande do Sul e, pelo sudoeste do Brasil, atingindo a Mesopotâmia na Argentina e en- 
trando no Uruguai por seu extremo noroeste. 


ABSTRACT 


Occurrence of the blind snake, Typh/ops reticulatus (L., 1766) in the Brazilian State Rio 
Grande do Sul, based on six specimens from the eastern coastal plain of this State. Two specimens 
are described and compared the data with the bibliography. Previous results permit to affirm that 
this species is very variable, and it ranged the Rio Grande do Sul accross eastern Brazil, by the litro- 
ral, and Uruguay accross Mesopotamia, in Argentine. 


INTRODUÇÃO 


Typhlops reticulatus (L., 1766) é a espécie de cobra-cega (Typhlopidae) 
de mais ampla distribuição na América do Sul, bem como parece ser a mais co- 
mum. 

AMARAL (1929a, 1935-36) indicou a distribuição dessa espécie para as 
zonas setentrional (vale do Amazonas) e nordestina, no Brasil. Posteriormente 
foram feitos diversos outros registros da espécie dentro do Brasil, exceto para os 
três Estados situados ao sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). 

Na Argentina foi encontrada nas Províncias de Tucumán, Santa Fé, Cha- 
co » Misiones, Corrientes e Entre Ríos (BERG, 1898; KOSLOWSKY, 1898a; SE- 
RIE, 1921, 1936; ABALOS & MISCHIS, 1975). 

No Paraguai foi registrada por BOETTGER (1885). 

No Uruguai foi encontrada por KOSLOWSKY (1898a). 

O território ocupado pela espécie foi dado, primeiramente, por AMA- 
RAL (1929b), que citou, além do Brasil, Trinidad, Guianas, Colômbia, Peru e 
Argentina setentrional. Ultimamente, PETERS & OREJAS-MIRANDA (1970) 
indicaram-na para a América do Sul tropical a leste dos Andes. 


* Aceito para publicação em 5/VII/ 1979. Contribuição FZB nº 143. 
** Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1188, 90000 Porto 
Alegre, RS. Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Brasilia (Proc. 1111-6090/76) 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):7:14, 30 mar. 1980. 


8 LEMA, T. de 


Este artigo relata o encontro de espécimens de T. reticulatus a nordeste 
do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, sendo apresentadas descrições de dois 
deles, cujos dados são comparados com os registrados pelos diferentes autores 
que descreveram a espécie. Algumas divergências foram encontradas, as quais 
são comentadas. 


MATERIAL E MÉTODOS 


O material examinado pertence às seguintes coleções: Departamento de Zoologia do Instituto 
de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (DZURS); Instituto de Ciências Na- 
turais (ICNRS), atual Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Mu- 
seu de ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul (MCN), todos em Porto 
Alegre, Estado do Rio Grande do Sul (RS), Brasil. 

Siglas utilizadas: D, escamas dorsais; N, escudete nasal; Oc, ocular (olho); PrO, escudete pré- 
ocular; R, escudete rostral; SL, escudetes supralabiais. 

Exemplares: examinados: 

1a 4 — ICNRS 1802 a 1850: Emboabas, município de Tramandaí, RS, 19.XL. 1963, C.Gans. 
C.P. Jaeger, A. S. Ditadie S.M. Corrêa leg. Doados a C. Gans em novembro de 1963, que os depo- 
sitou na coleção da State University of New York at Buffalo, Estados Unidos da América. Não sabe- 
mos qual a númeração que recebeu naquela instituição. 

5 — DZURS 0170: Emboabas (Fazenda do Romário), município de Tramandaí, RS, 
23.X.1964, S.M. Corrêa e C.C. Neto leg. 

6 — DZURS 0171: São Paulo, Estado de São Paulo, sem data, P.E. Vanzolini leg 

7 — MCN 1491: Três Cachoeiras, município de Torres, RS, 14.X1.1960, G.R. Hotimann e 
T. de Lema leg. 

Métodos de coleta: os espécimens de Emboabas foram capturados durante lavra de campo 
com trator, juntamente com diversos espécimens de Amphisbaenidae; o de Torres foi capturado às 
17h35min, sob pequena lasca de basalto à margem da rodovia (BR'101) e foi mantido vivo em labo- 
ratório para observação de seus hábitos. 


DESCRIÇÃO DE ESPÉCIMENS 


1) DZURS 0170 - Adulto. LEPIDOSE: D em 20 filas longitudinais, de 
forma cicloidal cada uma, com estriação saliente curva e paralela à margem li- 
vre; 218 centro ventrais, transversais, contadas desde o mento até a margem da 
fenda anal; 12 centro subventrais; 4/4 SL, os do primeiro par muito menores 
que os demais e os do último par muito maiores que os demais; o quarto SL 
insinua-se supracefalicamente em cada lado, cada um possuindo margem curva 
como se fosse resultante de fusão de duas D e que fica acentuado pela sua posi- 
ção em uma linha longitudinal de D (provavelmente primeiras D fusionadas 
com últimos SL); R não atinge a linha vertical que passa no meio das órbitas; 
PrO maior que os demais escudos, cicloidal e entalhado pöstero-superiormente. 
Oc grande, cicloidal. MORFOLOGIA: tubércuios em grande número nos escu- 
dos supra e infracefálicos anteriormente: sulco nasal extenso, ultrapassando 
além da metade da altura do escudo de mesmo nome: o sulco coincide com a 
sutura entre os dois primeiros SL; cauda globóide, com ápice acuminado for- 
mando espinho pontiagudo; cabeça algo achatada dorso-ventralmente e o foci- 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):7:14,.30 mar. 1980. 


Ocorrência de Typhlops reticulatus... 9 


nho baixo. COLORAÇÃO: castanha dorsalmente, pardo-amarelada ventral- 
mente; cabeça castanha mais escura dorsalmente que ventralmente, com escu- 
dos marginados de amarelo; os escudos R, N e PrO são manchados de castanho 
escuro centralmente e na base de cada um; no tronco a cor castanha vai escure- 
cendo gradativamente para trás até ficar enegrecida na cauda; o tronco é casta- 
nho nas nove filas dorsais, castanho claro em cada fila periférica àquelas; todas 
as D são escurecidas centralmente, tornando-se mais conspícuo a partir do se- 
gundo terço do tronco, conferindo o aspecto de estrias longitudinais; cerca de 
nove filas longitudinais látero-ventrais são imaculadas, possuindo cor primária 
pardo-amarelada. MEDIDAS: comprimento da cabeça, 10 mm; comprimento 
do tronco, 161 mm; comprimento da cauda, 5,5 mm; total, 176,5 mm; diâme- 
tro maior do tronco, 6,5 mm; razão entre o comprimento total e o diâmetro 
maior, 27; razão entre o comprimento total e o caudal, 32. 

2) MCN 1491 - Adulto. LEPIDOSE: D em 20 filas longitudinais, com re- 
levo estriado curvo, como no espécimen anterior; centro-ventrais em 226 no 
tronco e 12 na cauda, contadas como no espécimen anterior; presença de alguns 
ázigos, principalmente no primeiro terço, ao longo dessa linha mediano ven- 
tral; SL 4/4, de proporções semelhantes às do espécimen anterior; o mesmo a 
dizer do R; N com linha divisória coincidente com a sutura entre os Ie II SL e 
cuja divisão ultrapassa à metade de sua altura. MORFOLOGIA: igual à do espé- 
cimen anterior, inclusive quanto à presença de tubérculos nos escudos ântero- 
cefálicos; cauda globóide, muito curta, acuminada e com espinho terminal. 
COLORAÇÃO: semelhante à do espécimen anterior, com o dorso castanho es- 
curecendo para a cauda, onde se torna quase preto; ventre imaculado, pardo- 
amarelado, sendo a face subcaudal mais escura do que no espécimen anterior; 
estrias escuras em nove filas dorsais vertebrais, que se tornam mais conspícuas a 
partir do segundo terço do tronco; quando vivo, a coloração dorsal possuía uma 
tonalidade metálica acobreada. MEDIDAS: comprimento da cabeça, 8 mm; 
comprimento do tronco, 165 mm; comprimento da cauda, 6 mm; comprimen- 
to total, 183 mm; diâmetro maior do trenco, 6,5 mm; razão entre o compri- 
mento total e o diâmetro maior, 28; razão entre o comprimento total e o cau- 
dal, 30,5. 


OBSERVAÇÕES BIOLÓGICAS 


O espécimen MCN 1491 foi mantido vivo de 4.X1.1960 a 31.1.1961, em 
cristalizador de 20cmx12cm vedado superiormente com tela fina e com 30 mm 
de areia fina no fundo, onde foi embutida uma placa de Petri com água. A ser- 
pente estava sempre enterrada e, sempre que retirada, voltava a enterrar-se, 
agindo com rapidez. Fazia galerias em todos os sentidos, irregularmente, pro- 
curando penetrar no fundo do cristalizador. Tomada na mão, procurava sempre 
enterrar o espinho caudal no captor, demonstrando forte agressividade. Coloca- 
da em cima de superfície dura, movia-se com extrema lentidão, procurando 
enterrar-se no chão. Apresentava grande mobilidade caudal em contraste com a 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):7:14, 30 mar. 1980. 


10 LEMA, FT. de 


imobilidade da cabeça, demonstrando nítida intenção de confundir as extremi- 
dades. A forma globóide da cauda e a forma achatada da cabeça, o tamanho 
mais volumoso da cauda em relação à cabeça e a cor mais escura da cauda, acen- 
tuam e garantem a confusão entre as extremidades. 


LOCAIS DE COLETA 

Emboabas situa-se numa planície à direita da rodovia Palmares- 
Tramandaí, com campos cobertos de vegetação baixa e heterogênea, havendo 
muitos banhados. Na porção mais ao norte de Emboabas há uma mancha de 
mata nativa, com grandes árvores cobertas por T7//andsia sp (barba-de-pau) e 
servindo de apoio a pés de Philodendron selloum C.KOCH (banana-imbé). A 
planície é limitada a leste pelo litoral e a noroeste é confinada pela proximidade 
do Planalto Meridional Brasileiro. A herpetofauna da região é a mesma da De- 
pressão Central do Rio Grande do Sul, conforme vimos constatando através de 
inúmeras coletas há diversos anos. 

Três Cachoeiras situa-se mais ao norte de Emboabas, na planície que se 
estende da Depressão Central ao Litoral, em estreita faixa confinada pela costa 
marinha e o Planalto Meridional Brasileiro. Há poucos espécimens de répteis 
colecionados dessa área, mas estes pertencem a espécies e subespécies próprias 
de uma região faunística situada mais ao norte do Rio Grande do Sul e que se 
estende de Torres ao Rio de Janeiro (LEMA, 1961). T. reticulatus parece ser 
bem conhecida na vila de Três Cachoeiras porque a maioria dos moradores en- 
trevistados conheceram-na, diferenciando-a dos exemplares de Amphisbaeni- 
dae que lhes foram mostrados. O espécimen MCN 1491 foi denominado regio- 
nalmente de cobra-cega ou cobra-cega verdadeira, enquanto que os Amphis- 
baenidade fora denominados cobras-de-duas-cabeças ou de falsas-cobras-cegas. 


COMENTÁRIOS E CONCLUSÕES 


Os exemplares descritos apresentam o sulco nasal muito longo em relação 
ao desenho apresentado por JAN & SORDELLI (1860-66), no qual o sulco não 
atinge a metade da altura do nasal. Isto foi constatado também no exemplar 
DZURS 0171. O contato do sulco nasal com o segundo supralabial, citado pela 
maioria dos autores, que geralmente se baseiam na descrição de BOULENGER 
(1893), não ocorre nos dois exemplares do Rio Grande do Sul, mas ocorre no 
DZURS 0171. Discordâncias maiores notamos comparando nossos exemplares 
com os desenhos de JAN & SORDELLI (1860-66: Livr. 4, est. 6, fig. 1; Livr. 5, 
est. 5, fig. 7 e est. 6, fig. 7) no que se refere aos escudos cefálicos laterais, 
destacando-se: os exemplares examinados apresentam ocular grande, cicloidal, 
imbricado, com olho muito grande, cerca de 1/4 de seu diâmetro, da altura do 
escudo e situado na parte superior do mesmo, próximo à linha mediana; pré- 
ocular enorme, é o maior escudo cefálico, de forma cicloidal, com um entalhe 
pöstero-superior, como uma concavidade para o olho; o sulco nasal atingindo 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):7:14, 30 mar. 1980. 


Ocorrência de Typhlops reticulatus... 11 


acima da metade da altura do nasal; a cabeça € mais achatada, com o rostral em 
forma de V lateralmente. Nos desenhos de JAN & SORDELLI (1860-66), inclu- 
sive das chamadas por eles de “'variedades””, tanto de sua autoria como de ou- 
tros autores, e que atualmente estão invalidadas, notamos que: o olho é muito 
pequeno, colocado ântero-superiormente no ocular, ocular alto e de lados retos, 
pré-ocular menor que os demais escudos cefálicos e de lados retos, cabeça mais 
alta, focinho alto e reto, rostral um pouco curvo, sulco nasal muito baixo, não 
chegando a atingir a metade da altura do nasal. 

Na bibliografia não há referências às estrias escuras vertebrais e nenhuma 
descrição ou figura da espécie denota a presença de melanina na face látero- 
ventral, como vimos no exemplar DZURS 0171. 

BOULENGER (1893) escreveu que os espécimens de T. reticulatus apre- 
sentam a face dorsal de cor castanha escura ou preta uniforme ou, ainda, as es- 
camas marginadas de claro, enquanto que o focinho, a cauda e a face ventral 
são amarelados. No entanto, os exemplares examinados por nós possuem cauda 
escura, tendendo ao preto, e no espécimen MCN 1491 a cauda está escurecida 
ventralmente; o mesmo ocorre no DZURS 0171. 

Na razão entre o comprimento total e o maior diâmetro há uma discor- 
dância: diversos autores registram que essa razão varia de 22 a 30, 
enquadrando-se aí os espécimens do Rio Grande do Sul; todavia, no exemplar. 
DZURS 0171 apresenta-se igual a 33,6. A propósito um caso extremo foi nota- 
do por ROZE (1955), que descreveu um espécimen do Alto Orenoco em que a 
razão é igual a 35, apresentando qutras diferenças da normalidade da espécie 
como, por exemplo, redução do número de dorsais (18). ROZE (1955) não emi- 
tiu uma opinião conclusiva, mas aproximou seu exemplar de T. /umbricalis (L., 
1766), que é uma espécie afim à T. reticulatus. 

Consideramos digno de nota a posição perfeitamente transversal das esca- 
mas centro ventrais nos Typhlopidade, enquanto que as espécies das famílias 
afins, Anomalepidae e Leptotyphlopidae, possuem-nas um pouco inclinadas 
para trás, no alinhamento da escamação dorsal. Este aspecto aproximaria 
Typhlopidae de Boidae. 

A ocorrência de T. reticulatus no Rio Grande do Sul era esperada, tendo 
em vista sua presença na Argentina e no Uruguai, em áreas adjacentes ao Rio 
Grande do Sul. É provável que ocorra nos Estados de Paraná e Santa Catarina, 
no Brasil, caso sua distribuição seja no sentido norte-sul. Entretanto, não se de- 
ve deixar de lado a possibilidade de T. reticulatus ter se distribuido para sudoes- 
te, penetrando em Misiones, Argentina e região do Alto Uruguai no Rio Gran- 
de do Sule daí atingir a Depressão Central desse Estado através do Planalto Mé- 
dio, que fica entre aquelas e apresenta fisionomia transicional, como o autor 
constatou em outras espécies de Squamata. 

A revisão de toda a bibliografia sobre T. reticulatus mostrou uma grande 
variação nessa espécie, bem como muitas discordâncias entre os autores; infeliz- 
mente muitos trabalhos não apresentam dados, ou os dados são poucos e não 
permitem inferências da possível existência de variação geográfica. Ou se está 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):7:14, 30 mar. 1980. 


12 LEMA, T. de 


diante de uma espécie muito variável ou de um complexo taxonômico. Neste 
último caso, seria necessário um trabalho revisivo de triagem para o correto esta- 
belecimento do status da espécie. 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 


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Ocorrência de Typhlops reticulatus... 13 


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Universidad Nacional de La Plata]. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):7:14, 30 mar. 1980. 


LEMA, T. de 


14 
im e E ACS 


Figs. 1-5: Typhlops reticulatus (DZURS 0171): 1. vista dorsal da cabeça; 2. vista ventral da ca- 
beça; 3. vista lateral da cabeça, vendo-se nitidamente a forma dos escudos e o sulco divisor do nasal: 


4. vista frontal da cabeça, mostrando o limite da mancha escura supra-cefálica e a largura dos nasais 
e rostral; 5. aspecto de um trecho do tronco visto dorsalmente, mostrando as estrias escuras longitu- 


dinais. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):7:14, 30 mar. 1980. 


Argulus spinulosus sp.n. (Branchiura, Argulidae), em peixes de 
água doce do Rio Grande do Sul, Brasil. * 


Nice Maria Miceli da Silva** 


ABSTRACT 


In this paper the author describes a new species of the genus Argu/us MULLER, 1785, ectopa- 
rasite of freshwater fishes, in Rio Grande do Sul state, Brazil. Illustrations of several structures and a 
table with measurements of the holotype and allotype is also given. 


RESUMO 


Em continuação ao estudo dos crustáceos ectoparasitos de peixes de água doce do Rio Grande 
do Sul, Brasil, descreve-se uma nova espécie para o gênero Argulus MÜLLER, 1785. Foram analisa- 
dos espécimes deste parasito procedentes de várias localidades do sul do País e parasitando hospe- 
deiros diversos. Ilustra-se diversas estruturas e apresenta-se uma tabela com as medidas do holótipo 
e do alótipo. 


INTRODUÇÃO 


Em diversas coletas realizadas pelo Núcleo de Invertebrados Superiores 
do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul 
(MCN), foram recolhidos inúmeros exemplares de argulídeos aderidos ao corpo 
de algumas espécies de peixes de água doce. 

Entre o material coletado encontrou-se exemplares que, ao serem estuda- 
dos, não se enquadravam nas chaves específicas de WILSON (1902), MEE- 
HEAN (1940) e RINGUELET (1943, 1948). Estudos e comparações com a bi- 
bliografia existente sobre o grupo levaram-nos a encontrar características de 
duas espécies: Argulus ichesi BOUVIER, 1910 e Argu/us violaceus THOMSEN, 
1925. 

Para comparação do material foi recebido do Muséum National d’Histoi- 
re Naturelle de Paris, um exemplar síntipo fêmea de A. ichesz, coletado em 
Buenos Aires, Argentina. | 

Utilizou-se ainda a bibliografia sobre A.vzo/aceus por não havermos tido 
oportunidade de examinar o tipo desta espécie. 


MATERIAL E MÉTODOS 


Examinou-se 44 exemplares de Argulidae: 37 coletados em açudes do Rio Grande do Sul; um 


Aceito para publicação em 9/VII/1979. Contribuição FZB nº 144. 


Pesquisadora do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 90.000 Porto 
Alegre, RS, Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Rio de Janeiro (CNPq Proc. nº 
267/76) 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):15:23, 30 mar. 1980. 


16 SILVA, N.M.M. da 


exemplar coletado no Rio Jacuí, parasitando jundiá (Rhamdia sp.) e três parasitando traíras (Ho- 
plias malabaricus BLOCH, 1794) também do Rio Jacuí, já no estuário do Guaíba; três exemplares 
vieram de Sombrio, Santa Catarina, para serem determinados, todos parasitando um jundiá. Todos 
estes exemplares estão depositados na coleção carcinológica do MCN. 

Um exemplar foi montado em lâmina permanente (MCN 0580) e três exemplares foram clari- 
ficados pela fervura em hidróxido de potássio a 10% durante 2 minutos. Para a observação destes 
três exemplares ao microscópio, montou-se o material em glicerina, retornando os espécimes após o 
exame, ao álcool 70% (MCN 0579, 0311 De BUT). 

O material recebido de A. ichesi BOUVIER, 1910 tem a seguinte procedência: 

ARGENTINA: Buenos Aires, ID, 1910, L. Iches leg. (Museum National d’Histoire Naturel- 
le, Paris-sintipo). 

Os desenhos e medidas foram feitos com o auxílio de um microscópio estereoscópico Wild e 
um biológico Leitz com dispositivo de câmara clara. 

As medidas foram calculadas em milímetros. As características morfológicas consideradas pa- 
ra classificação das espécies são as mesmas consideradas por MEEHEAN (1940), sendo acrescentadas 
algumas outras como caracteres secundários. 

As medidas do holótipo e alótipo estão na Tabela I. Para as medidas usaram-se as seguintes 
abreviaturas: 


C | — Comprimento total 

Cc | — Comprimento da carapaça 

Le | — Iargura da carapaça 

Cspc — Comprimento do seio posterior da carapaça 
Ct -—- Comprimento do tórax 

Ca | — Comprimento do abdômen 

La — Largura do abdômen 

Csa — Comprimento do seio posterior do abdômen 
V — Ventosas (diâmetro). 


DESCRIÇÃO 
Argulus spinulosus sp.n. 


Carapaça elíptica, mais longa do que larga, com uma depressão ântero- 
lateral bem acentuada, mais suave nas fêmeas e mais profunda nos machos 
(Figs. 1 e 9). Lobos posteriores da carapaça cobrindo bem a base do 1° par de 
patas e a parte superior do 2º par. Nas fêmeas grávidas chegam a cobrir bem a 
base do 2º par. Seio posterior menor do que 1/3 da carapaça. Face ventral ar- 
mada com pequenos espinhos dispostos em duas regiões: os anteriores em 
maior número, na zona superior, entre as antenas e lateralmente até o nível das 
antênulas; os laterais iniciando abaixo da ventosa, em menor número e conti- 
nuando até a borda inferior da carapaça, em uma fila única de espinhos (Fig. 
I): 

Olhos grandes e situados mais próximos da linha mediana da carapaça. 
Olho náuplio entre as costelas interoculares. Costelas interoculares compridas, 
bem separadas anteriormente, acercando-se na zona mediana e afastando-se na 
sua porção final nas fêmeas; a pouco mais de 2/3 do seu comprimento 
encontra-se um pequeno prolongamento lateral, em ambos os lados. O compri- 
mento da costela abaixo deste prolongamento lateral é mais curto na fêmea. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):15:23, 30 mar. 1980. 


Argulus spinulosus sp.n. (Branchiura, Argulidae)... 17 


Tanto no macho como na fêmea as costelas não alcançam a borda do seio poste- 
rior da carapaça. 

Duas áreas respiratórias (Fig. 6). A anterior pequena, triangular, quase 
unida à parte superior da área maior; a posterior grande, grossa, com uma reen- 
trância interna e uma saliência arredondada na face interna superior. 

Tórax de quatro segmentos, apresentando na face dorsal numerosas man- 
-chas escuras de disposição e tamanhos irregulares e na parte ventral espinhos e 
placas com estrias no seu interior. O tórax do macho apresenta poucas manchas 
na superfície dorsal. 

Abdômen mais comprido do que largo, de forma retangular com lóbulos 
arredondados e com pequenos espinhos na face dorsal (Fig. 10). 

Abdômen da fêmea é mais curto, menor do que 1/4 do comprimento da 
carapaça; seio estreito, não alcançando a metade do abdômen (Fig. 8). O ma- 
cho tem o abdômen com 1/4 do comprimento da carapaça e com um seio pos- 
terior de aproximadamente mais de 1/3 do seu comprimento (Fig. 10). 

Não há papilas tácteis; as papilas anais são arredondadas, com duas cerdas 
apicais e situadas na base do seio abdominal. 

Antênulas e antenas bem armadas (Fig. 3). Antênulas com segmento ba- 
sal grande e apresentando um forte espinho posterior externo, grande e curvo 
(Fig. 3g); espinhos póstero-interno grande e cônico (Fig. 31); gancho lateral 
grande e agudo (Fig. 3); gancho anterior bem elevado, agudo e de pouca cur- 
vatura (Fig. 3h). Palpo antenular com dois artículos e apresentando duas cerdas 
longas na extremidade distal (Fig. 3 p.a.); na face ventral, na junção dos artícu- 
los, existem três cerdas longas, sendo a maior colocada na extremidade de uma 
saliência cilíndrica (Fig. 2). 


“Antenas com quatro segmentos. O basal grande, grosso, com um grande 
e forte espinho cônico (Fig. 3a); na junção com o segundo segmento aparecem 
dois agrupamentos de cerdas: o primeiro com três cerdas longas na zona mediana 
anterior e o segundo com duas cerdas médias na zona anterior e superior (Fig. 
4a). O segundo segmento comprido, mais ou menos 2,5 vezes o comprimento 
do 3º segmento, apresentando no extremo distal um agrupamento de quatro 
cerdas longas e uma curta e, na zona mediana e na borda inferior, uma cerda 
longa (Fig. 3b). O terceiro segmento, maior que o 4°, apresenta no extremo 
distal um grupo de quatro cerdas médias (Fig. 4c). O último segmento termina 
com três cerdas curtas (Fig. 3d). A antena é longa, alcançando a borda da cara- 
paça e, às vezes, ultrapassando-a nas fêmeas. Espinho mediano grande de for- 
ma espatular. 

Ventosas grandes medindo 0,03 mm (menos de 1/4 de largura da carapa- 
ça). Raios quitinosos em forma de dois ‘‘J’’ superpostos, sendo o basal mais 
grosso que o superior (Fig. 7). 

Segunda maxila com cinco segmentos (Fig. 17). O basal de forma trian- 
gular com vértice superior afilado, um pouco curvo para o interior da carapaça; 
área central com cerdas curtas, dentes maxilares em número de três de forma es- 


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18 SILVA, N.M.M. da 


‚patular, mais largos do que longos. Os demais segmentos de forma retangular, 
medindo respectivamente: o 2º aproximadamente 1/3 maior do que o terceiro, 
este é 2 1/3 vezes maior do que o 4º, que é do mesmo tamanho que o 5º seg- 
mento. Do 2º ao 5º segmento a face dorsal apresenta-se recoberta por papilas 
arredondadas. O 3º artículo apresenta oito espinhos ao longo da borda inferior, 
seguidos de duas saliências arredondadas. O 4º segmento apresenta dois espi- 
nhos na porção basal e três papilas cônicas terminadas por um forte espinho na 
borda inferior da região apical (Figs. 18 e 19). O 2º segmento apresenta na re- 
gião apical dois espinhos curtos. O último segmento termina por uma saliência 
reniforme, aparecendo por baixo dois ganchos fortes e curvos, sendo um deles 
menor e bem mais curvo. Abaixo dos ganchos aparecem duas elevações arre- 
dondadas (Fig. 18). Dois pares de dentes pös-maxilares de forma espatular, es- 
tando o primeiro par ao nível das m axilas voltados para a linha mediana e bem 
aproximados; os do segundo par divergem voltando-se para fora da linha me- 
diana, com a borda inferior tocando a linha superior do 1º segmento torácico. 


Patas torácicas em número de quatro. Flagelos nos dois primeiros pares 
(Figs. 13 e 14). Superfície dorsal das patas com espinhos pequenos e algumas 
placas semelhantes às que se encontram sobre o tórax (Fig. 16). Na borda infe- 
rior e dorsal da 22 pata do macho aparecem algumas papilas salientes e de base 
circular (Fig. 16). Coxas do último par de patas com uma expansão aliforme e 
triangular apresentando, como as patas, cerdas longas e espinhos. O 3º par de 
patas do macho (Fig. 13a) apresenta na face dorsal e anterior da base, uma ele- 
vação arredondada e de bordas lisas; da metade da mesma borda saí uma outra 
elevação arredondada e coberta por pequenos espinhos. Pela face ventral e ante- 
rior da base aparece uma terceira elevação de bordas lisas, mais alta e mais larga 
do que a que aparece pela face dorsal (Fig. 13c). Na borda posterior e ventral- 
mente aparece uma expansão aliforme e arredondada com três grupos de cerdas 
médias (Fig. 13a). À coxa tem na face dorsal e anterior uma outra elevação apre- 
sentando 10 espinhos curtos na borda (Fig. 13b). 


O 4º par de patas do macho tem, na face superior do exopodito na sua 
junção com a base, uma placa saliente triangular com alguns espinhos nas duas 
faces. Na borda anterior da base se encontra o ‘‘Peg’’ (WILSON, 1902) de for- 
ma mamilonar ovóide e de ponta alongada e curva. Pela face dorsal do “Peg” e 
medianamente parece haver uma saliência triangular, quase aguda (Figs. 11 © 
12). 

O abdômen do macho apresenta dorsalmente manchas escuras, grandes e 
irregulares. Testículos grandes, um de cada lado do abdômen, chegando quase 
à borda posterior da carapaça. 


A cor é âmbar com manchas marrom escuras. As fêmeas apresentam 
maior número de manchas sobre o tórax. 


Dimensões — fêmeas maiores do que os machos, variando as medidas de: 
Q 2,26 à 6,65 mm; S'2,39 à 4,92 mm. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):15:23, 30 mar. 1980. 


Argulus spinulosus sb.n. (Branchiura, Argulidae)... 19 


Material Tipo: Holótipo: MCN 0386 - 2; Rio Grande do Sul: Rio Grande; 15-16. X11.1976, 
H. Bischoff e S. Scherer leg.; parátipos MCN 0757 -Q” Rio Grande do Sul: Rio Grande; 15-16 
XI1.1976, H. Bischoff e S. Scherer leg. MCN 0538 - Q e 2 O Santa Catarina: Sombrio; 
15.V1.1975, C.R. Poli leg.. MCN 0578 - Q' Rio Grande do Sul: Porto Alegre; 30.V1.1973, J.F. 
Amato leg.. MCN 0579 - O; 30.V1.1973, J.F. Amato leg.. MCN 0580 -Q; 30.V1.1973, J.F. Amato 
leg.. MCN 0456 - OD; São Jerônimo; 14 V.1976, N. Silva leg.. MCN 0559 -9; Sertäo Santana; 
26.11.1977, H. Bischoff leg. MCN 0512 - 30 ec" Tapes; 17-18.11.1977, H. Bischoff e S. Scherer 
leg.. MCN 0311; 5 Q e 30; Rio Grande; 15-16.X11.1976; H. Bischoff e S. Scherer leg.. MCN 
0476; 4 o: 15-16.XI1.1976, H Bischoff e S. Scherer leg.. MCN 0307; o; 15-16.X11.1976, H. Bis- 
choff leg.. MCN 0581; JO) e O; 15-16.XII.1976, H. Bischoff e S. Scherer leg.. MCN 0399; 3 Qe 4 
07 15-16.XI1.1976, H. Bischoff e S. Scherer leg.. MEN 0223; Q e 207 15-16.XI1.1976; H. Bis- 
choff e S. Scherer leg.. 


DISCUSSÃO 


As características diferenciais entre A. violaceus, A. ichesi e A. spinulo- 
sus, encontradas quando do seu estudo comparativo, são as seguintes: 

a) As áreas respiratórias (caráter altamente específico) de A. spinulosus, 
diferem dos desenhos apresentados para A. vzo/aceus por RINGUELET (1943) e 
MEEHEAN (1940) por apresentar na área maior uma saliência arredondada na 
face interna superior e medianamente uma reentrância de fundo arredondado 
mas convexo (Fig. 6), enquanto que A. zchesi apresenta três áreas respiratórias. 

b) Os raios de sustentação das ventosas de A. spinulosus diferem dos de- 
senhos apresentados em suas redescrições por RINGUELET (1943) e MEE- 
HEAN (1940), no entanto concordam com os desenhos apresentados por 
THOMSEN (1925). RINGUELET (1943) apresenta os raios em forma de “J” 
com duas estruturas pequenas de forma ovalada acima deste; MEEHEAN apre- 
senta os raios também com a parte superior em forma de ‘‘J’’, porém tendo aci- 
ma deste uma outra estrutura grande em forma de 'J”". 

“c) A segunda maxila de A. spinulosus apresenta a região basal em forma 
de um triângulo de ápice acuminado e levemente voltado para o interior do cor- 
po, enquanto que A. violaceus e A. ichesi apresentam a região basal com a bor- 
da superior acompanhando a curvatura da borda superior do 2º segmento. O 
3º segmento de A. spinulosus apresenta além dos oito espinhos (também pre- 
sentes em A. violaceus), duas saliências arredondadas, não aparentes em A. vzo- 
Jaceus. O espinho maior mencionado por RINGUELET (1943), nos 2/3 distais 
deste segmento, não aparece em A. spinulosus (Fig. 19). 

O 4º segmento de A. spinulosus não apresenta uma pua na metade da 
borda posterior e outra no ângulo póstero-distal, conforme RINGUELET 
(1943), mas sim dois espinhos na porção basal e três papilas cônicas terminadas 
por um forte espinho (Fig. 17). 

O último segmento de A. spinulosus termina por uma saliência renifor- 
me com dois ganchos fortes e curvos e duas elevações arredondadas. A. vzo/a- 
ceus, entretanto, apresenta 2-3 espinhos na borda posterior e termina por um 
mamilo cilíndrico e bissegmentado com um espinho pequeno e apical, tendo 
abaixo um gancho curto; abaixo destas estruturas vêem-se pequenas saliências 
em forma de papilas (RINGUELET, 1943). 


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20 “SILVA, N.M.M. da 


d) A. spinulosus apresenta espinhos na face ventral da carapaça e sobre a 
superfície ventral do tórax e abdômen, que não são mencionados para A. vzo/a- 
ceus por THOMSEN (1925) e por MEEHEAN (1940), sendo citados por RIN- 
GUELET (1943) somente sobre a superfície ventral da carapaça (Fig. 10). BOU- 
VIER (1910) também não cita estes espinhos para A. ichesz. 

e) THOMSEN (1925) não descreve as características dos 3º e 4º pares de 
patas do macho; apenas cita dois apêndices que aparecem sobre o tórax na base 
do 3° par de patas do macho, um de cada lado, assim descritos: ‘‘... triangula- 
res y achatados, con inclinación para adelante y afuera, rematado cada uno em 
dos espifias encorvadas desiguales, la mayor formando 3/4 de vuelta abierta, 
llevando además varias espifias pequefias sobre los costados’’. Esta estrutura não 
é observada em A. spinulosus. 


TABELA I 
HOSPEDEIRO: Hoplias malabarıcus BLOCH, 1794 


LOCALIDADE: Rio Grande, RS. 


HOLÓTIPO ALÓTIPO 
MEDIDAS MCN 0386 Q MCN 0757 & 

mm mm 
C 4,25 3,32 
Cc 2,92 2412 
Le 2,39 1,46 
Cspc 0,93 0,39 
Ct 1,46 0,79 
Ca 0,79. 0,79 
La 0,66 0,26 
Csa 0,26 0,39 
V 0,39 0,39 

AGRADECIMENTOS 


Agradecemos ao Prof. Carlos R. Poli pelos exemplares enviados de Santa Catarina, a Henri- 
que Bischoff e Scherezino Scherer, que nos auxiliaram na coleta do maior número de exemplares, e 
aos colegas pelo incentivo e ajuda prestados. Agradecemos também ao Prof. Dr. José W. Thomé, 
nosso orientador, junto ao CNPq, e à Direção do Museu de Ciências Naturais pelo uso de suas de- 
pendências. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):15:23, 30 mar. 1980. 


Argulus spinulosus sb.n. (Branchiura, Argulidae)... 21 


BIBLIOGRAFIAS 


BOUVIER, M.E.L. 1910. Un Argulide nouveau de L' Argentine. Bu//. Mus. natn. Hist. nat., Paris, 
016:9955; 

MEEHEAN, L.O. 1940. A review of the parasitic Crustacea of the genus Argz/us in the collection 
of the United State National Museum. Proc. U.S. nat. Mus. Washington, 88(3087):459- 
522. 

SILVA, N.M.M. da. 1978. Uma nova espécie de crustáceos argulideo no Rio Grande do Sul, Brasil 
(Branchiura, Argulidae). Iheringia. Ser. Zool., Porto Alegre (52):3-29, jun. 

RINGUELET, R. 1943. Revisión de los Argúlidos Argentinos (Crustacea - Branchiura) con el catá- 
logo de las especies neotropicalés. Revta Mus. de La Plata (Nueva serie), Ser. Zool. 19(3):43- 
99, est. XIII. 

. 1948. Argúlidos del Museo de La Plata. Revra Mus. de La Plata (Nueva serie), Ser. 

Zool., 5:281-296, est. IV. 

THOMSEN, R. 1925. Argulus violaceus n.sp., cangrejo parasito del Bagre. Physis, Buenos Aires, 
8(28):185-198, fig. 15. 

WILSON, C.B. 1902. North american parasitic copepods of the family Argulidae, with a biblio- 
graphy of the group and a systematic review of all known species. Proc. U.S. natn. Mus., Was- 
hington, 25(1302):635-742, fig. 23. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):15:23, 30 mar. 1980 


22 SILVA, N.M.M. da 


Figs. 1-8: Argulus spinulosus sp.n. holótipo ©) (MCN 0386) — 1. vista dorsal; 2. detalhes do 
palpo antenular em vista ventral: a. artículo basal, b. artículo apical; 3. antena (ant.) e antênula 
(an.); antênula: g. espinho posterior; h. gancho anterior; i. espinho póstero-interno; j. gancho late- 
ral; p.a. palpo antenular: a. artículo basal, b. artículo apical; antena: a. segmento basal; b,c,d,. 2°, 
3º e 4º segmentos; e. espinho basal; 4. detalhes da antena em vista ventral; 5. espinhos ventrais da 
carapaça: zona anterior; 6. áreas respiratórias; 7. raios de sustentação das ventosas; 8. abdômen em 
vista dorsal. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):15:23, 30 mar. 1980. 


Argulus spinulosus sb.n. (Branchiura, Argulidae)... 23 


Figs. 9-19: Argulus spinulosus sp.n. alótipo O (MCN 0757) — 9. vista dorsal; 10. abdômen e 
4º par de patas em vista ventral; 11. 4º par de patas em vista ventral; 12. 4º par de patas em vista 
dorsal; 13. 3º par de patas do macho: a. vista dorsal, b. vista dorsal e superior com detalhe da eleva- 
ção da coxa, c. vista ventral; 14. flagelo do 1º par de patas; 15. 1º par de patas mostrando o flagelo; 
16. 2° par de patas com papilas e espinhos; 17. 22 maxila: a-e. segmentos da maxila; 18. detalhes 
das zonas apicais dos segmentos d e e da maxila; 19. detalhe da borda inferior do segmento c da 
maxila. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):15:23,:30 mar. 1980 


— 


ee poemas E 


SR ca dE \ 
3 ee 
N a g o yr 


ode Ad 
FRA 


Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes do extremo sul 
do Brasil ao Rio de La Plata (Actinopterygii: Teleostei) * 


Thales de Lema** 
Marcos Fábio T. de Oliveira *** 
Carlos Alberto S. de Lucena **** 


RESUMO 


Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes ocorrentes na região marinha e continental 
desde o Estado de Santa Catarina, Brasil, ao Río de La Plata, Argentina. São listadas quatro famí- 
lias, 14 gêneros, 48 espécies e duas subespécies. Dezessete espécies são novos registros para a área, 
ampliando a distribuição geográfica das mesmas. Citharichtys stampflii (STEINDACHNER, 1894) 
é citada pela primeira vez para o Brasile Atlântico ocidental. Syr2phurus meridionalis LEMA & 
OLIVEIRA, 1977 é registrada para Santa Catarina. A fauna das costas uruguaio-argentinas foi le- 
vantada com base na bibliografia. O trabalho mostrou duas ictiofaunas, uma tropical que atinge o 
norte dó Rio Grande do Sul e outra fria que atinge o sul de Santa Catarina, havendo, portanto, 
uma área comum entre esses dois Estados brasileiros. 


ABSTRACT 


A preliminary survey of the Pleuronectiformes fishes that occur since Santa Catarina State, 
southern Brazil, as far as Rio de La Plata. Were founded four families, 14 genera, 48 species, and 
two subspecies. Crtharichthys stampflii (STEINDACHNER, 1894) is a new record to the brazilian 
fauna, and to western Atlantic. Syrzphurus meridionalis LEMA & OLIVEIRA, 1977 is registered to 
Santa Catarina. Seventeen species are new records for the study area. Some species registered on the 
bibliography were not collect, or due their rarity or because they occur in off shore. The fauna of 
this marine region is constituted by two faunistics components: one tropical, and another platine, 
both influenced by Brazil and Malvinas currents, respectivelly. All the specimens examined are 
from the continental shelf of southern Brazil. The status of several species is doubtful, and it seems 
reasonable to conclude that the number of species of flatfishes and tonguefishes which remains 
unknown, and the present knowledge of the ichthyofauna of South western Atlantic ocean is frag- 
mentary too. The argentine and uruguayan faunas are compiled by bibliography. 


INTRODUÇÃO 


O presente trabalho é um levantamento preliminar da fauna de lingua- 
dos (Pleuronectiformes) do extremo sul do Brasil e águas adjacentes, desde o 
norte do Estado de Santa Catarina no Brasil, até o paralelo 38º S, que atinge, 
aproximadamente, a cidade de Mar del Plata na Argentina. 


Acerto para publicação em 9/VII/ 1979. Contribuição FZB nº 145 

Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 90000 Porto 
Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, Brasília 
D.F. (CNPq. Proc. 1111.6090/76). 

Professor da Fundação Universidade de Rio Grande, Rua Barão de Cotegipe. 363. 96200, Rio Grande, RS 

Pesquisador do Museu de Ciências da Ponufícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal, 1429, 90000 Por- 
to Alegre, RS. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):25-52, 30 mar 1980. 


26 LEMA, T. de et alii 


A técnica de coleta mais empregada foi a pesca artesanal por ser de baixo 
custo e que oferece mais facilidade; algum material foi capturado por meio de 
caça submarina em locais de costa rochosa no litoral de Santa Catarina. Tam- 
bém foram examinadas muitas descargas de navios pesqueiros no porto da cida- 
de de Rio Grande, ao sul da costa do Rio Grande do Sul. 

O material examinado foi depositado nas seguintes coleções: Museu de 
Ciências da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (MCP) em 
Porto Alegre e que financiou grande parte das despesas; Museu de Ciências Na- 
turais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul (MCN) em Porto Ale- 
gre; Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da Universidade Fe- 
deral do Rio Grande do Sul (DZURS) em Porto Alegre; Museu Nacional da 
Universidade Federal do Rio de Janeiro (MNR]J) no Rio de Janeiro; Museu Ocea- 
nográfico da Fundação Universidade de Rio Grande (MORG) em Rio Grande. 

Algumas localidades são indicadas pelas siglas: AR, Argentina; BR, Bra- 
sil; RLP, Río de La Plata: RS, Rio Grande do Sul; SC, Santa Catarina; UR, Uru- 
guai. 

Foram anotados também, os registros da bibliografia a fim de que a lista 
ficasse mais completa. As espécies ocorrentes nas costas do Uruguai e Argentina 
foram examinadas através da bibliografia, objetivando conhecer os limites ex- 
tremos de distribuição sul dos Pleuronectiformes do Rio Grande do Sul, bem 
como verificar a fauna da área natural em estudo. 

Não foi possível solucionar os muitos problemas encontrados quanto ao 
status de muitas espécies e subespécies envolvidas, porque o material examina- 
do foi insuficiente em número para avaliação da variação. 


LISTA DAS ESPÉCIES E SUBESPÉCIES 


Ordem PLEURONECTITTFORM/ES 
Subordem PLEURONECTOIDEI 
Família BOTHIDAE 
Subfamília PARALICHTHINAE 
I. Citharichtys BLEEKER 
— Citharichtys BLEEKER, 1862c:427. Espécie-tipo: Citharichthys cayen- 


nensis BLEEKER, 1862. 


1. Citharichthys arenaceus EVERMANN & MARSH 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980. 


Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes... 27 


— Citharichthys arenaceus EVERMANN & MARSH, 1902:326, fig. 106. 
Localidade-tipo: Puerto Rico. 


Material examinado: 
SC - Porto Belo: Porto Belo (DZURS 0144; MCP 7998, 7999, 8004, 8006), Perequ& (MCP 
3894, 3895, 8186, 8188). 


2. Citharichthys cornutus (GÜNTHER) 


— Rhomboidichthys cornutus GÜNTHER, 1880a:7, est. 2, fig. B. 
Localidade-tipo: costa do Brasil. 

— Citharichthys cornutus — BENVEGNU, 1973:499 (Torres, RS a Mal- 
donado, UR). 


Material examinado: não coletado. 


3. Citharichthys dinoceros GOODE & BEAN 


— Citharıchthys dinoceros GOODE & BEAN, 1886:157. Localidade- 
tipo: ““Guadaloupe”’ (deve ser Guadalupe, pequena ilha nas Antilhas). — 
BENVEGNU, 1973:499 (Torres a Chuí, RS). 


Material examinado: não coletado. 


4. Citharichthys spilopterus GÜNTHER 


— Citharichthys spilopterus GÜNTHER, 1862:421. Localidade-tipo: não 
indicada (descrição feita com base em espécimens de New Orleans, San Domin- 
go, Jamaica, Bahia). — RIBEIRO, 1959:5- (Rio de Janeiro e RS, BR). 


Material Examinado: 

SC - Porto Belo: Porto Belo (MCP 5649, 5650, 7200, 7309, 7324, 7393, 7648, 7649, 7650, 
7651, 7652), Perequê (MCP 3893, 8189); Florianópolis (MCP 1919, 1920, 1921, 1922, 6575, 6576, 
6577); Garopaba (MCP 3522). 

RS - Torres (MCP 0496, 3004, 5589, 5590, 5591, 5592, 5593,5594, 5595, 5597, 9598; MNR]J 
1604a, 1604b); Tramandaí (MCP 1363, 2308). 


5. Citharichthys stampflii (STEIND ACHNER) 


— Hemirhombus stampflii STEINDACHNER, 1894:52, est. 3, fig. 3. 
Localidade-tipo: Angola, costa da Africa. 


Material examinado: 
SC - Porto Belo: Porto Belo (MCP 7995), Perequê (MCP 2248, 2253, 2254, 7995, 8176). 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980. 


28 LEMA, T. de et alii 


Observação. Trata-se de uma espécie anfiatlântica, como ocorre com ou- 
tras espécies desse gênero e com Syacium micrurum RANZANI, 1840 (NIEL- 


SEN, 1961). 


6. Citharichthys sp. 


Material examinado: 


SC - Porto Belo: Porto Belo (MCP 3434). 


Observações. O presente espécimen destoa das espécies conhecidas princi- 
palmente por apresentar o perfil dorsal e o ventral suavemente inclinados, além 
de possuir mandíbula prognata, conjunto esse que lhe dá aspecto acuminado à 
cabeça. Além disso, o olho é pequeno, cabendo 5,2 vezes na cabeça; a margem 
posterior da mandíbula atinge o meio da órbita; o maxilar cabe 2,6 vezes na ca- 
beça; a cabeça cabe 3,4 vezes no comprimento ''standard"”: a altura do corpo 
cabe 2,3 vezes no comprimento “'standard'”; ausência de acúleos rostrais; crista 
ocular estreita, elevada e acuminada em aresta mediana; dentição unisseriada 
em cima e em baixo e isodôntica; escamas zenitais ctenóides e nadirais ciclóides; 
12 rastros branquiais no ramo inferior do primeiro arco; linha lateral com 48 es- 
camas entremeadas de numerosas escamas suplementares e sem arco anterior; 
escamas transversais em 14 filas superiores e 18 inferiores; aletas D 79, A 61, P 
zenital 9/nadiral 8, C 18, Pel zenital 5/nadiral 6; coloração pardo escura olivá- 
cea com algumas manchas irregulares pouco distintas devido, em parte, ao des- 
coramento; aletas ímpares claras com pontilhado preto falhado. 

Aproxima-se de C. gilberti JORDAN & EVERMANN, 1889, mas esta 
apresenta 40 a 43 escamas na linha lateral e o maxilar é maior. Aproxima-se de 
C. stampflii, porém esta possue 14 a 17 rastros branquiais, contorno cefálico 
mais inclinado, maxilar cabendo 2 1/3 a 2 3/5 na cabeça. Aproxima-se, tam- 
bém, de C. spilobterus, que € a mais comum na área analisada, entretanto esta 
possue o maxilar estendido até a margem posterior da órbita. DAWSON 
(1969) descreveu C. abbotti que se afasta de nosso espécimen por possuir espaço 
interorbital mais largo e achatado, corpo mais alto e perfil cefálico mais curvo; 
além disso esta possue maior número de escamas transversais (17 + 23), 13 a 16 
rastros branquiais e a dorsal inicia sobre a narina. 

Deixamos de nomear o presente espécimen como nova espécie porque as 
espécies do gênero Citharichthys são de difícil caracterização. Será necessário 
maior número de exemplares para apresentação da nova espécie. 


Il. Etropus JORDAN & GILBERT 


— Etropus JORDAN & GILBERT, 1882:364. Espécie-tipo: Etropus cros- 
sotus JORDAN & GILBERT, 1882. 


IHERINGIA. Sér. Zool.. Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980. 


Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes... 29 
aaa ren di dente desaguar end O ol DE 


7. Efropus crossotus JORDAN & GILBERT 


— Etropus crossotus JORDAN & GILBERT, 1882:364. Localidade-tipo: 
Mazatlán, México. 


Material examinado: 


SC - Porto Belo: Porto Belo (DZURS 0143). 


8. Etropus intermedius NORMAN 


— Etropus intermedius NORMAN, 1933:203. Localidade-tipo: Vitória e 
Rio de Janeiro, BR. 


Material examinado: 

SC - Porto Belo: Porto Belo (MCP 3433, 3471, 4630, 4631, 4632, 5662, 7202, 7310, 7311, 
7312, 7313, 7325, 7326, 7362, 7363, 7885), Perequê (MCP 7504, 8182); Ilha de SC: Ponta das Ca- 
nas (MCP 4972, 7700), Florianópolis (MCP 1185, 1186, 1908, 1909, 1910, 1911, 1912); Garopaba 
(M(GP3513 552003521): 


9. Etrobus longimanus NORMAN 


— Etropus longimanus NORMAN, 1933:202. Localidade-tipo: Cabo 
Frio, Rio de Janeiro, BR. — CARVALHO et alii, 1968:11 (costas do BR e AR); 
— BENVEGNU, 1973:499 (Torres, RS a Maldonado. UR); — CANELLA, 
1977:25 (RS: Tramandaí). — ROUX, 1973:169 (SE do UR). 

— Citharichthys microstomus — LAHILLE, 1939:188 (New Jersey a New 
York; Montevideo, desembocadura do RLP). B 
(AR) — E. [tropus] longimanus — RINGUELET & ARAMBURU, 1960:89 


Material examinado: 
RS - Tramandaí: Imbé (MCN 2659). 
UR - Punta Brava (MCP 8030, 8031 - NOc. Saldanha da Gama). 
HI. Mono/ene GOODE 
— Monolene GOODE, +881:339. Espécie-tipo: Mono/ene sessilicauda 
GOODE, 1881. 
10. Monolene antıllarum NORMAN 
— Monolene antıllarum NORMAN, 1933:204. Localidade-tipo: Tortu- 


gas e Barbados (Antilhas). — BENVEGNU, 1973:499 (Torres, RS a Maldona- 
do, UR). 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980. 


30 LEMA, T. de et alií 


— Monolene megalebis — MENEZES, 1971:60 (RS). 


Material examinado: não coletado. 


IV. Paralichthys GIRARD 


Paralichthys GIRARD, 1858:146. Espécie-tipo: Pleuronectes maculosus 
GIRARD, 1858 (= P.maculatus). 


11. Paralichthys bicyclophorus RIBEIRO 


— Paralichthys bicyclophorus RIBEIRO, 1915:14, fig. Localidade-tipo: 
Vitöria, Espirito Santo, BR (exemplares adquiridos no mercado püblico do Rio 
de Janeiro, BR). — McDONAGH, 1934:56 (Mar del Plata, AR); — NOR- 
MAN, 1934:78 (Rio de Janeiro); — LAHILLE, 1939:190, est. 5 (Mar del Plata, 
AR). — ROUX, 1973:166 (Zimbros, SC; 32° S — 51º W no RS). 

— P. [aralichthys] bicyclophorus — RINGUELET & ARAMBURU, 
1960:90 (AR). 


Material examinado: 

SC - Porto Belo: Porto Belo (MCP 7314); Florianöpolis (MCP 0990); Garopaba (MCP 1474, 
3514,75515,.35.18,75519): 

RS - (MCP 2199): Torres (MCP 7230 - NOc. Saldanha da Gama); Albardão ao Chuí (MCP 
6677); Rio Grande: Cassino (MCP 7616). 


12. Paralichthys brasiliensis (RANZANI) 


— Hıppoglossus brashensis RANZANI, 1840:10, est. 3. Localidade- 
tipo: Itacuruçá, Rio de Janeiro, BR. 

— Paralichthys brasiliensis — JORDAN & GOSS, 1889:246 (Rio de Ja- 
neiro, BR a Maldonado, UR); — BERG, 1895a:77 (UR: Montevideo; AR: Ba- 
hia Blanca, Mar del Plata); — IHERING, 1897b:45, 52 (costa atlântica da 
América tropical; foz do rio Camaquã, RS; foz do RLP, UR e AR); — RIBEI- 
RO, 1915:13 (Bahia, BR a Mar del Plata, AR) (partim); — THOMPSON, 
1916:404, 411 (Montevideo, UR); — DEVINCENZI, 1924-26:278 (UR); — 
GLIESCH, 1925:42, 67 (Torres, RS); — McDONAGH, 1934:53 (AR); — 
NORMAN, 1934:77-8 (sul do BR); — DEVINCENZI & LEGRAND, 
1926-40:est. 44 (UR); — CHIESA, 1945:94, fig. (AR: 35° a 45º S); — RIBEI- 
RO, 1961:7 (BR: São Paulo, Paraná, RS); — BARCELLOS, 1962a:10 (RS); — 
BARCELLOS, 1962b:12 (RS); — LEMA, 1963:35 (Rio Grande, RS a Cabo Po- 
lonio, UR); — CARVALHO et alii, 1968:5, fig. 3 (Bahia, BR a Patagonia, 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980. 


Levantamento prelirhinar dos Pleuronectiformes... 31 


AR); — MENEZES, 1971:59 (RS); — BENVEGNÜ, 1973:449 (Torres, RS a 
Maldonado, UR). — ROUX, 1973:166 (Zimbros, SC). 

— Pseudorhombus vorax — IHERING, 1897a:30 (RS). 

— Paralichthys patagonicus — EVERMANN & KENDALL, 1906:107 
(mercado püblico de Buenos Aires, AR). 

— P. [aralichthys] brasiliensis — RINGUELET & ARAMBURU, 1960:90 
(BR, AR). 


Material examinado: 


Rio Grande, RS a Cabo Polonio, UR (MCN 0526). 


Nomes vulgares: aramaçá (BR); catraio (RS); ““lenguado grande’’ roda- 
balho, rodovalho (RS); ‘‘'rodaballo’’ (AR). 


13. Paralichthys isosceles JORDAN 


— Paralichthys isosceles JORDAN, 1891:330. Localidade-tipo: Bahia, 
BR; — BENVEGNU, 1973:499 (Torres, RS a Maldonado, UR). 

— P. [aralichthys] isosceles — RINGUELET & ARAMBURU, 1960:90 
(AR). 

— Paralichthys triocellatus — MENEZES, 1971:60 (RS). 


Material Examinado: 


SC - Ilha de São Francisco do Sul: Praia de Ubatuba (MCN 1366). 


14. Paralichthys oblongus (MITCHILL) 


— Pleuronectes oblongus MITCHILL, 1815:391. Localidade-tipo: New 
York, Estados Unidos da América. 


Material examinado: 


RS - Torres: Praia da Cal (MCP 5596, 7135, 7136). 


15. Paralichthys orbignyanus (V ALENCIENNES) 


— Platessa orbignyana VALENCIENNES, 1842:137. Localidade-tipo: 
América meridional. 

— Pesudorhombus dentatus PERUGIA, 1891:629. Localidade-tipo: 
Montevideo, UR. 

— Paralichthys brasiliensis — RIBEIRO, 1915:13 (Bahia, BR a Mar del 
Plata, AR) (partim). 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980. 


32 LEMA, T. de et alii 


— Paralichthys orbignyana — NORMAN, 1934:26, 71 (costas do BR, UR 
e AR; BR: Rio de Janeiro, RS); — McDONAGH, 1936:423 (Mar Chiquita, 
Prov. de Buenos Aires, AR); — BUEN, 1950:95 (RLP, UR); — BARCELLOS; 
1962a:12 (RS); — CARVALHO et alii, 1968:5 (costa do BR: Rio de Janeiro, 
São Paulo (Santos), RS; UR e AR): — SILVA, 1975;84 (RS: Tramandaí). 

— Paralichthys orbignyanus — LAHILLE, 1939:189, est. 4, fig. 1 (AR); 
— CHIESA, 1945:95, fig. (mercado püblico de Buenos Aires, AR). 

— P. [aralichthys] orbignyana — RINGUELET & ARAMBURU, 1960:90 
(UR, AR). 


Material examinado: 

SC - Ilha de SC: Ponta das Canas (MCP 4934); Garopaba (MCP 1487). 

RS - (MCP 2186); Torres (MCP 0556, 2127, 2128, 2129); Tramandaí (MCP 2309, 2946, 
3393, 4857, 4858, 4859); Mostardas: Lagoa do Peixe (MCP 4440, 4441); Rio Grande (MCP 5506). 


16. Paralichthys patagonıcus JORDAN & GOSS 


— Paralichthys patagonicus JORDAN & GOSS, 1889:248. Localidade- 
tipo: costa leste da Patagonia, AR; — BERG, 1895a:77 (Montevideo, UR); — 
DEVINCENZI, 1924-26b:278 (UR); — NORMAN, 1937:133 (BR meridional, 
UR); — LAHILLE, 1939:190 (Mar del Plata, AR); — CHIESA, 1945:96 (Mer- 
cado de Concentración, Mar del Plata, AR); — BARCELLOS, 1962b:12 (RS): 
— BENVEGNU, 1973:499 (Torres, RS a Maldonado, UR). R 

— P. [aralichthys] patagonicus — -RINGUELET & ARAMBURU, 
1960:90 (AR). 


Material examinado: näo coletado. 


17. Paralichthys simulans LAHILLE 


— Paralichthys simulans LAHILLE, 1939:191, est. 6-7. Localidade-tipo: 
Mar del Plata, AR. 

—P. faralichthys] simulans — RINGUELET & ARAMBURU, 1960:90 
(AR). 


Material examinado: não coletado. 


Nome vulgar: “'lenguado manchado’’ (AR). 


18. Paralichthys triocellatus RIBEIRO 


— Paratichthys triocellatus RIBEIRO, 1904:192. Localidade-tipo: Ilha 
Rasa, Rio de Janeiro, BR; — RIBEIRO, 1959:10 (Rio de Janeiro, RS); — RI- 
BEIRO, 1961:7 (Rio de Janeiro, RS); — BENVEGNU, 1973:499 (Torres, RS a 
Maldonado, UR). 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980. 


Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes... 33 


— Paralichthys sp. — MENEZES, 1971:59 (RS, identificado por BEN- 
VEGNU, 1973). 


Material examinado: 
Rio Grande, RS a Cabo Polonio, UR (MCN 1782). 
V. Syacium RANZANI 
— Syacium RANZANI, 1840:18. Espécie-tipo: Syacium micrurum RAN- 
ZANI, 1840. 
“19. Syacium micrurum RANZANI 
— Syacium micrurum RANZANI, 1840:18, est. 5. Localidade-tipo: 
América; — NIELSEN, 1961:107 (da Mauritânia à Angola, na costa da Africa, 


e da Florida à SC nas Américas). 


Material examinado: 


SC - Porto Belo: Porto Belo (DZURS 0142). 


20. Syacıum papillosum (LINNAEUS) 
— Pleuronectes papillosus LINNAEUS, 1758:271. Localidade-tipo: 
América. o 
— Syacium papillosum — BENVEGNU, 1973:499 (Torres a Chuí, RS). 
— ROUX, 1973:168 (Zimbros, SC). 


Material examinado: 
SC - Porto Belo: Porto Belo (MCP 5013); Ilha de SC: Ponta das Canas (MCP 4907, 4913, 
4986), Florianópolis (MCP 1588). 


Nome vulgar: linguado-de-areia. 


VI. Verecundum JORDAN 
— Verecundum JORDAN, 1891:330. Espécie-tipo: Verecundum rasile 
JORDAN, 1891. 


21. Verecundum rasile JORDAN 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980. 


34 LEMA, T. de et alii 


— Verecundum rasile JORDAN, 1891:330. Localidade-tipo: Bahia, BR; 
— BUEN, 1950:96 (RLP, UR); — BARCELLOS, 1962b:12 (RS); — MENEZES, 
1971:60 (RS); — BENVEGNU, 1973:499 (Torres, RS a Maldonado, UR). — 
ROUX, 1973:167 (frente ao RLP e a Mar del Plata na AR). 

— Hıppoglossina notata BERG, 1895a:75. Localidade-tipo: Rio de La 
Plata; — BERG, 1897:275 (RLP); — IHERING, 1897b:52 (RLP). 

— Xystreurys notatus — RIBEIRO, 1915:11 (BR, UR, AR). 

— Xystreurys rasle — NORMAN, 1934:121, fig. 77 (costas do BR, UR, 
AR); — NORMAN, 1937:135 (UR); — BARCELLOS, 1962a:10 (RS); — LE- 
MA, 1963:36 (Rio Grande, RS a Cabo Polonio, UR); — CARVALHO et alii, 


1968:7, fig. 6 (Bahia, BR à AR). 
“ — XÄystreurys rasilis — LAHILLE, 1939:184, fig. 2, est. 2-3 (costas do 


BR, UR, AR). 
— Xystreuris rasle — CHIESA, 1945:98, 2 fig. (AR: 35º a 44º S; mar de 


Quequén, Buenos Aires, AR). 
— V. [erecundum] rasile — RINGUELET & ARAMBURU, 1960:91 
(AR). 


Material examinado: näo coletado. 


Nomes vulgares: linguado-macho (RS), linguado-garoupa (BR); “len- 
guado marcado;’ ‘‘lenguado bicarmado’’ (AR). 


Subfamília BOTHINAE 


VII. Bothus RAFINESQUE 


— Bothus RAFINESQUE, 1810:23: Espécie-tipo: Bothus rumulo RAFI- 
NESQUE, 1810. 


22. Bothus lunatus (LINNAEUS) 


— Pleuronectes lunatus LINNAEUS, 1758:169. Localidade-tipo: Améri- 
ca setentrional. 


Material examinado: 
RS - Rio Grande: Saco da Mangueira (MORG, 2 espécimens). 


23. Bothus ocellatus (AGASSIZ) 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980. 


Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes... 35 
DEMAIS MAE Ste 


— Rhombus ocellatus AGASSIZ, 1829-31:85, est. 46. Localidade-tipo: 
Brasil. 

— Platophrys guttatus LAHILLE, 1939:189. Localidade-tipo: Mar Chi- 
quita, Provincia de Buenos Aires, AR. 

— Bothus ocellatus — FOWLER, 1941:145 (BR). 

— B. [othus] ocellatus — RINGUELET & ARAMBURU, 1960:89 (AR). 


Material examinado: näo coletado. 


Observação: BENVEGNÜ (1973:499) indicou uma espécie, que apare- 
ceu nas prospecções do NOc. Wladimir Besnard, desde Torres ao Chuí, RS, 
apenas como Bozhus sp. 


Família PLEURONECTIDAE 


Subfamília ONCOPTERINAE 


VII. Orcopterus STEINDACHNER 


— Oncopterus STEINDACHNER, 1875:363. Espécie-tipo: Oncopterus 
darwinu STEINDACHNER, 1875. 


24. Oncopterus darwinii STEIND ACHNER 


— Oncopterus darwin STEINDACHNER, 1875:363, est. I, fig.2-3. 
Localidade-tipo: Bahía de San Mathias, Patagonia, AR. — JORDAN & GOSS, 
1889:281 (RS, BR e San Mathias, AR); — PERUGIA, 1891:629 (RLP, Montevi- 
deo, UR); — BERG, 18952:78 (Montevideo, UR e costa patagônica, Bahía 
Blanca, Mar del Plata, AR); — RIBEIRO, 1915:16 (Bahía de San Mathias, AR; 
RS); — NORMAN, 1934:414-5 (sudeste da costa da América do Sul: do RS à 
Bahía de San Mathias, AR); — BENVEGNÚ, 1973:499 (Torres, RS a Maldona- 
do, UR). — ROUX, 1973:172 (SE do UR). 

— Oncopterus darwini — IHERING, 1897b:52 (RLP); — LAHILLE, 
1939:183, est. I (costas do sul do BR, UR e AR); — BUEN, 1950:95 (UR); — 
RIBEIRO, 1959:11 (RS); — RIBEIRO, 1961:8 (RS); — LEMA, 1963:36-7 (Rio 
‚Grande, RS a Cabo Polonio, UR); — CARVALHO est alii, 1968:15-6, fig. (RS, 
BR a San Mathias, AR); — MENEZES, 1971:60 (RS); — SILVA, 1975:84 (RS: 
Tramandaí). 

— O. [ncopterus] darwinii — RINGUELET & ARÂMBURU, 1960:91 
(UR, AR). 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980. 


36 LEMA, T. de et alii 


Material examinado: 

SC - Garopaba (MCP 3517). 

RS - (MCN 0527, 0529: MCP 2200); Osório: Capão da Canoa (MCP 4590, 4591, 4592, 4593, 
4594, 4595, 4596, 5896, 5897, 5898, 5899, 5900, 5901, 5902, 5903, 5904, 5905, 5906, 5907, 
5908, 5909); Tramandaí: praia de Tramandaí (DZURS 0024, 0034, 0035, 0037, 0038, 0039); praia 
de Cidreira (MCN 1699), praia de Pinhal (MCP 2203, 2204, 2205, 2206, 2207, 2347, 4874, 6070, 
6071), praia de Quintão (MCP 0202, 0203, 0204, 0205, 0206, 0207, 0208, 0209, 0210, 0211, 
0212, 0213, 0214, 0215, 0216, 0217, 0218, 0219, 0220, 0221, 0222, 0223, 0224, 0225, 0226, 
0227, 0228, 0229, 0230, 0231, 1407, 4245, 4246, 4247, 4248, 4249, 4250, 4251, 4252, 6084, 
6105, 6106, 6107, 6108, 6109, 6110, 6111, 6521, 6542, 6547); Rio Grande (MCN 0396, 0415; 
MCP 2202), praia do Cassino (MCP 7617, 7618), costa de Cassino ao Chuí (MCP 7503). 


Nomes vulgares: “remo” (UR, AR), “lenguado ganchoso’’ (AR). 


- Observação: o espécimen MCP 2347 é albino; a coloração é branca em 
ambos os lados do corpo mas a coloração do olho está indistinta. 


SubordemSOLEOIDEI 
Família SOLEIDAE 


Subfamília ACHIRINAE 


IX. Achirus LACEPEDE 


— Achirus LACEPEDE, 1803:658. Espécie-tipo: P/euronectes achirus 
LINNAEUS, 1758. 


25. Achirus achirus achirus (LINNAEUS) 


— Pleuronectes achirus LINNAEUS, 1758:268. Localidade-tipo: Surina- 
me. 

— Achirus connifer — JORDAN & GOSS, 1889:311 (BR: Pará, Pernam- 
buco, Bahia, São Paulo, Porto Alegre no RS). 

— Achirus lineatus — RIBEIRO, 1915:24 (oceano Atlântico: de Key 
West à foz do RLP) (partim). 

— Achirus achirus — CERVIGÖN, 1966:811-2, fig. 346 (desde o nor- 
deste e leste do Golfo do México até o RS, BR). 

— Achirus achirus achirus — CARVALHO, et alii, 1968:17, fig. (do 
Amazonas ao RS, BR). 


Material examinado: 


SC - Porto Belo: Porto Belo (MCP 5551). 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar.. 1980. 


Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes... 37 


26. Achirus declivis CHABANAUD 


— Achirus achirus declivis CHABANAUD, 1940:89 (Trinidad: Golfo de 
Pavia; Santos em São Paulo, BR). 


Material examinado: 
SC - Porto Belo: Porto Belo (MCP 5659, 5660, 5661). 


27. Achirus guntheri CHABANAUD 


— Achirus maculipinnis guntheri CHABANAUD, 1940:90. Localidade- 
tipo: ilha de Matagorda, costa do Texas, Estados Unidos da América. 


Material examinado: 


SC - Florianópolis-(MCP 3135, 3137). 


28. Achirus lineatus (LINNAEUS) 


— Pleuronectes lineatus LINNAEUS, 1758:268. Localidade-tipo: Jamai- 
gt. 

— Achirus lineatus lineatus — JORDAN & GOSS, 1889:312 (BR: Coajar 
e Manacapuru no Amazonas, Rio de Janeiro, RS). 

— Achirus lineatus — IHERING, 1897b:45 (América do Norte ao RS); 
— RIBEIRO, 1915:24 (Atlântico: de Key West à foz do RLP) (partim); — 
MEEK & HILDEBRAND, 1923-28:998 (baías da Florida; Índias Ocidentais; 
Panamá; UR); — BEEBE & TEE-VAN, 1928:76 (baías da Florida; baía de Port- 
au-Prince; Índias Ocidentais ao UR); — CARVALHO, 1941:46 ( das Índias 
Ocidentais ao UR); — FOWLER, 1943:325 (rio Uruguai e Paisandu, UR); — 
BUEN, 1950:96 (UR); — CERVIGÖN, 1966:809-10 (desde Florida ao UR e to- 
do o Golfo do México). 

— Achirus achirus achirus — CARVALHO et alii, 1968:17, fig. (do 
Amazonas ao RS, BR) (partim). 


Material examinado: não coletado. 


29. Achirus maculipinnis (AGASSIZ) 


— Monochir maculipinnis AGASSIZ, 1831a:88; 1831b:est.49: 
Localidade-tipo: Brasil. 

— Achirus lineatus maculipinnis — JORDAN & GOSS, 1889:312 (BR: 
Coajar e Manacapuru no Amazonas, Rio de Janeiro, RS). 

— Achirus maculipinnis — LAHILLE, 1939:197 (Punta del Indio no 
RLP, Buenos Aires e Canal de San Fernando, AR) 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980. 


38 LEMA, T. de et alii 


Material examinado: 
SC - Ilha de SC: Ponta das Canas (MCP 7698); Garopaba (MCP 3516); Imbituba (MCP 4872, 
4873). 


30. Achirus punctifer (CASTELNAU) 


— Monochir punctifer CASTELNAU, 1855:80, est.41, fig.3. Localidade- 
tipo: Angra dos Reis e Sepetiba, Rio de Janeiro, BR (citado também espécimen 
de Alagoas, BR). 


Material examinado: 
SC - Porto Belo: Perequê (MCP 2261); Florianópolis (MCP 1125, 1811, 3136). 


31. Achırus trichospilus BERG 


— Achirus trichospilus BERG, 1895b:130, est. 3. Localidade-tipo: Rio 
Negro, UR; — DEVINCENZI, 1924-26b:279 (Rio Negro, UR); — DEVIN- 
CENZI & LEGRAND, 1926-40: est.44 (UR); — DEVINCENZI & TEAGUE, 
1942:93, fig. (rio Uruguai médio); — CHIESA, 1945:99, fig. (Mercedes, AR; 
Rio Negro, UR); — BUEN, 1950:96 (RLP, UR); — YANIZ, 1974:176, fig. 
(AR). — Achirus jenynsi — LAHILLE, 1939:56, fig. 8 (UR, AR) (partim). 


Material examinado: não coletado. 
Nomes vulgares: “lenguado de agua dulce”, “pira kigua’’ (AR). 


X. Catathyridium CHABANAUD 


— Catathyridium CHABANAUD, 1928:30. Espécie-tipo: Achirus gar- 
mani JORDAN & GOSS, 1889. 


32. Catathyridium garmani (JORDAN & GOSS) 


— Achirus garmanı JORDAN & GOSS, 1889:314. Localidade-tipo: Rio 
Grande do Sul, BR; — IHERING, 1897b:29, 46, 50 (RS, BR). 

— Achirus vagans — CHIESA, 1945:99, fig. (AR). 

— Catathyridium garmani — CARVALHO et alii, 1968:20 (RS, BR; 
Mar Pequefia, AR). 


Material examinado: \ 

SC - Tubaräo: Lagoa do Mirim (MCP 5754); Araranguä: barra do rio Araranguä (MCN 0242). 

RS - Torres (MCP 2131, 2187, 2188. 2189, 2201, 5599); Tramandaí: praia de Cidreira (MCN 
2015), praia de Quintäo (MCP 6543); Rio Grande (MCN 3012, 3013, 3014; MCP 7552, 7553), 
praia do Cassino (MCP 7470; MCN 2460, 2461). 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980. 


Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes... 39 
Se En Er are apena tdos bro é 


Observação. Espécie muito variável na coloração. Notou-se que as faixas 
verticais pretas variam conforme a idade, sendo muito numerosas e irregulares 
nos jovens; à medida que crescem, as faixas vão se tornando inteiras e reduzin- 
do em número. O espécimen de JORDAN & GOSS (1889) deve ser jovem por- 
que possuí 40 faixas nítidas. O espécimen MCP 5754, filhote, difere do obser- 
vado em geral porque possui linhas regulares em pequeno número (padrão dos 
jovens); o MCP 2131, jovem, é o contrário, possuí numerosas linhas irregulares 
(padrão de filhote). Os espécimens adultos examinados possuem poucas faixas 
verticais, de 4 a 6, nítidas e inteiras, sendo as demais falhadas, vestigiais ou in- 
distintas. O espécimen MCP 7470 possuí manchas em forma de pontos por to- 
do o corpo, diferindo de todos os demais exemplares examinados e registrados 


na bibliografia. 


33. Catathyrıdium grandirivi (CHABANAUD) 


— Bacostoma (Catathyridium) grandirivi CHABANAUD, 1928:28 (Rio 
Grande do Sul, BR; Mar Pequefia, AR). 


Material examinado: 
RS - Tramandaí: Quintão (MCP 0232). 
Observação. Apesar desta espécie ter sido sinonimizada com C. garmanı, 
o presente exemplar difere daquela e identifica-se com a descrição de CHABA- 
NAUD (1928), razão porque é mantido aqui o nome. 


34. Catathyridium jenynsi (GÜNTHER) 


— Solea jenynsi GÜNTHER, 1862:476. Localidade-tipo: Rio de La Plata, 
AR; — PERUGIA, 1891:629 (RLP, Montevideo, UR). 

— Catathyridium jenynsi — IHERING, 1897b:45-6, 52 (da América do 
Norte ao RS, BR; RS: Rio dos Sinos); — CARVALHO et alii, 1968:20 (Rio de 


Janeiro, BR; Asunción, rio Paraguay, Paraguai; La Plata, AR). 
— Baeostoma (Catathyridium) fenynsi — CHABANAUD, 1928:30 (cos- 
ta oriental da América; Rio de Janeiro, BR; rio Paraguai, Asunción, Paraguai). 


Material examinado: 
SC - Porto Belo: Zimbros (MCP 8138); Perequê (MCP 2264). 


Nome vulgar: Linguado-de-rio. 


XI. Gymnachirus KAUP 


— Gymnachirus KAUP, 1858:101. Especie-upo: Gymnachirus nudus 
KAUP, 1858. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980. 


40 LEMA, T. de et alii 


35. Gymnachirus nudus zebrinus RIBEIRO 


— Gymnachirus zebrinus RIBEIRO, 1904:50-2. Localidade-tipo: Ilha 
Rasa e Ponta de Guaratiba, Rio de Janeiro, BR; — BARCELLOS, 1962b:12 
(RS). 

— Gymnachirus nudus — CARVALHO et alii, 1968:16, fig. (México: 
Antilhas; da Guiana Inglesa ao sul do BR) (partim); — MENEZES, 1971:60 
(RS). 

— Gymnachirus nudus zebrinus — LEMA, 1976:46, fig. 10 (Garopaba, 
SC; do Rio de Janeiro ao RS, BR). 


>. Material examinado: 
SC - Garopaba (MCN 2266). 
RS - (MORG, sem nº). 


Observação. LEMA (1976) deu a distribuição dessa subespécie como pro- 
vável até o RS, sem ter visto espécimens deste Estado. Agora é confirmada essa 
ocorrência pelo exame de um espécimen citado acima, com procedência prová- 
vel de Rio Grande. 

Nomes vulgares: linguado-zebra, zebra. 


XII. Trinectes RAFINESQUE 
— Trinectes RAFINESQUE, 1832:20. Espécie-tipo: Trinectes scabra RA- 
FINESQUE, 1832. | 
36. Trinectes paulistanus (RIBEIRO) 


— Achirus baulistanus RIBEIRO, 1915:25. Localidade-tipo: Santos, São 
Paulo, BR; — BARCELLOS, 1962b:12 (RS). 


Material examinado: 
SC - Porto Belo: Porto Belo (MCP 5652, 5653, 5654, 5655, 5657, 5658); Garopaba (MCP 
0388). 


Nomes vulgares: linguado-lixa, tapa. 
Subfamília SOLEIN AE 
XII. $0/ea RAFINESQUE 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980. 


Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes... 41 


— Solea RAFINESQUE, 1810:52. Espécie-tipo:. So/ea rbomboide RAFI- 
NESQUE, 1810. 


37. Solea brasiliensis CUVIER 


— Solea brasiliensis CUVIER, 1829:87. Localidade-tipo: Brasil; — JOR- 
DAN & GOSS, 1889:304 (costa do BR). : 
S. [olea] brasiliensis — RINGUELET & ARAMBURU, 1960:91 (AR). 


Material examinado: não coletado. 


Observação. As citações de ocorrência da bibliografia são vagas, isto é BR 
e AR, justificando-se sua inclusão nesta lista. 


38. Solea kaupi BERG 


— Solea brasiliensis — KAUP, 1858:95 (Montevideo, UR). 

— Solea kaupi BERG, 1895a:79. Localidade-tipo: Rio de La Plata, Mon- 
tevideo, UR (espécimen de KAUP, 1858); — IHERING, 1897b:53 (RLP); — 
LAHILLE, 1939:201 (UR); — BUEN, 1950:201 (UR). 

— S. [olea] kaupi — RINGUELET & ARAMBURU, 1960:91 (AR: spe- 


cies inquirenda). 


Material examinado: näo coletado. 


39. Solea variolosa KNER 


— Solea variolosa KNER, 1865:289, est. 14, fig. 1. Localidade-tipo: Rio 
de Janeiro, BR; — JORDAN & GOSS, 1889:305 (costa do BR); — LAHILLE, 
1939:201 (BR; provavelmente AR). 


Material examinado: não coletado. 


Observações. Achamos digno de nota o fato dessas três espécies de So/ea, 
conhecidas desde o século passado, não terem sido reencontradas. Os dados das 
três se superpõem, parecendo serem apenas variações de uma única espécie. As 
prospecções do NOc. Prof. Wladimir Besnard, do Instituto Oceanográfico de 
São Paulo, não capturaram nenhum espécimen desse gênero, apesar de terem 
operado desde Torres, RS a Maldonado, UR, conforme as listas publicadas (ME- 
NEZES, 1971; BENVEGNÚ, 1973). 


Família CYNOGLOSSIDAE 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980. 


42 LEMA, T. de et alii 


XIV. $y72phurus RAFINESQUE 


— Symphurus RAFINESQUE, 1810:52. Especie-tipo: $y72bhurus nigres- 
cens RAFINESQUE, 1810. 


’, ‘cs 


Nomes vulgares: línguas, linguas-de-mulata (BR); “'tapaculos””, ‘'tapa- 
conas’’, “'tapas””, “'soleas”” (UR, AR); tapacüs (RS). 


40. Symphurus civitatum GINSBURG 


— — Symphurus civitatum GINSBURG, 1951:198, 1fig. Localidade-tipo: 
28º06'30"" N - 89º40' W no delta do Mississipi; — LAZZARO, 1977:69 (UR). 


Material examinado: não coletado. 


41. Symphurus ginsburgi MENEZES & BENVEGNÜ 


— Symphurus ginsburgi MENEZES & BENVEGNU, 1976:146, fig. 5, 
gräf. 9-17, tab. I. Localidade-tipo: 31°31’ S - 49°52’ W no RS, BR (próximo a 
Mostardas) (são descritos outros especimens de Cabo Frio, Rio de Janeiro até 
Maldonado, UR). 


Material examinado: não coletado. 


42. Symphurus jenynsi EVERMANN & KENDAIL 


— Symphurus jenynsi EVERMANN & KENDALL, 1906:108, fig.4. 
Localidade-tipo não indicada. — DEVINCENZI, 1920:135 (UR); — DEVIN: 
CENZI, 1924-26a:136 (RLP); — DEVINCENZI, 1924-26b:281 (RLP, UR); — 
LAHILLE, 1939:203, est.10, fig.2 (Mar del Plata?, Bahía Blanca, San Blás, 
AR); — CHIESA, 1945:101, fig. (AR: 35º a 39º S); — GINSBURG, 1951:200 
(Buenos Aires, AR; Montevideo, Isla de Flores, costa uruguaia, UR); — CAR- 
VALHO et alii, 1968:21-3, fig. (do sul do BR à AR); — ROUX, 1973:176 (sul 
do RS a RIP, na AR); — LAZZARO, 1973:247 (AR); — BENVEGNU, 
1973:499 (Torres, RS a Maldonado, UR); — MENEZES & BENVEGNU, 
1976:139, fig. 1, gráf.2-4 (norte de SC à AR); — LEMA & OLIVEIRA, 1977:6 
(SC e RS, BR; norte do UR). 

— Symphurus bergi THOMPSON, 1916:414, est.2, fig.2. Localidade- 
tipo: Montevideo, UR; — DEVINCENZI, 1920:136 (RLP, UR); — DEMIN- 
CENZI, 1924-26a:136 (RLP); — DEVINCENZI, 1924-26b:282 (RLP, UR); — 
LAHILLE, 1939:203, fig.15, est. 11 (Quequén, AR); — CHIESA, 1945:102, 
fig. (AR: 35° a 38° S); — BARCELLOS, 1962b:12 (RS). 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980. 


Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes... 43 
SGA iii tia a nO 


— S. [ymphurus] jenynsi — RINGUELET & ARAMBURU, 1960:91 
(UR, AR). 

— Symphurus jenynsii — BARCELLOS, 1962a:12 (RS); — MENEZES, 
1971:61 (SC e RS, BR). 


Material examinado: 

SC - Florianöpolis (MCP 1201, 2195, 2196, 2197, 2198). 

RS - Säo Jose do Norte: Farol da Conceicäo (MCP 6858, 6859, 6860); Rio Grande (MCN 
0397; MCP 3836, 6572). 

RS-UR: Chuf a Cabo Polonio (MCP 7517). 


43. Symphurus kyaropterygium MENEZES & BENVEGNU 


— Symphurus parvus — ROUX, 1973:175 (São Paulo, RS, BR). 

— Symphurus kyaropterygium MENEZES & BENVEGNÜ, 1976:140, 
fig.2, gräf.9-17, tab.5. Localidade-tipo: 26º34' S - 48º10' W, em SC, BR (cos- 
ta norte) (outros exemplares descritos do Rio de Janeiro ao RS). 


Material examinado: não coletado. 


44. Symphurus meridionalis LEMA & OLIVEIRA 


— Symphurus meridionalis LEMA & OLIVEIRA, 1977:8, fig.1:3. 
Localidade-tipo: praia do Cassino, Rio Grande, RS (outros espécimens de Tor- 
res e São José do Norte, RS). 


Material examinado: 

SC - Porto Belo: Porto Belo (MCP 8009). 

RS - Torres: praia norte (MCN 2400 - parätipo); São José do Norte: Farol da Conceição (MCN 
2399 - parätipo); Rio Grande: praia do Cassino (MCN 2401 - holótipo). 


45. Symphurus plagiusa (LINNAEUS) 


— Pleuronectes plagiusa LINNAEUS, 1766:455. Localidade-tipo: Char- 
leston, Estados Unidos da América (apud GINSBURG, 1951). 

— Symphurus plagiusa — LÄZZARO, 1971:6 (norte da AR); — LAZ- 
ZARO, 1973:246, fig. (Puerto Quequén, Buenos Aires, AR); — ROUX, 
1973:176 (norte de SC, BR); — LEMA & OLIVEIRA, 1977:10 (citação). 


Material examinado: não coletado. 


Observações. Esta espécie tem sido encontrada no Atlântico norte ociden- 
tal, principalmente nos Estados Unidos da América. Para o Atlântico sul oci- 
dental há os registros de ROUX (1973) e de LAZZARO (1971, 1973). Em prin- 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980. 


44 LEMA, T. de et alii 


cípio não duvidamos de sua ocorrência no Atlântico sul, mas causa estranheza o 
fato do NOc. Prof. Wladimir Besnard não a ter encontrado em suas prospecções 
ao longo da plataforma continental do sul do Brasil e Uruguar. Segundo ME- 
NEZES & BENVEGNU (1976), esses dois registros seriam referentes à S. Zrewa- 
vasae; de fato. os dados merísticos aproximam-nas, mas a coloração diferencia- 
as. Por outro lado, os peixes do gênero $y72phurus apresentam diferentes prefe- 
rências batimétricas (TOPP & HOFF Jr., 1972) e $. p/agiusa tem seu nicho eco- 
lógico na costa do Brasil ocupado por $. p/agusia (MENEZES & BENVEGNU, 
1976). Outrossim, LÄZZARO (1973) afirma que é rara na AR. Tais fatos 
permitem-nos pensar que S. p/agiusa pode ocorrer no Atlântico sul mas, tendo : 
perdido a competição para $. p/agusia, distribuiu-se ecologicamente fora do al- 
cance das prospecções citadas. 


46. Symphurus plagusia (BLOCH & SCHNEIDER) 


— Pleuronectes plagusia BLOCH & SCHNEIDER, 1801:162. 
Localidade-tipo: costa atlântica da América (?). 

— Aphoristia ornata LACEPEDE, 1847:629. Localidade-tipo: Montevi- 
deo, Rio de La Plata, UR; — PERUGIA, 1891:628 (Montevideo, UR). 

— Symphurus plagusia — BERG, 1895a:79 (Montevideo, UR); — IHE- 
RING, 1897b:53 (RLP); — DEVINCENZI, 1920:136 (UR); — DEVINCENZI, 
1924-26a:135 (RLP); — DEVINCENZI, 1924-26b:281, 286 (UR): — BEEBE & 
TEE-VAN, 1928:77 (Indias Ocidentais aa BR; bafa de Port-au-Prince) 
(partim); — DEVINCENZI & LEGRAND, 1926-40: est.44 (UR); — LAHILLE, 
1939:203 (Antilhas ao Rio de Janeiro e daí a Montevideo, UR; Mar del Plata, 
AR); — CARVALHO, 1941:46-7 (Índias Ocidentais ao UR); — CHIESA, 
1945:101, fig. (AR:35°-40° S); — BUEN, 1950:97 (UR); — GINSBURG, 
1951:199-200 (América Central; BR: Pernambuco, rio São Francisco, Santos; 
UR) (partim); — RIBEIRO, 1961:7 (RS); — BARCELLOS, 1962a:10 (RS); — 
BARCELLOS, 1962b;12 (RS); — LEMA, 1963;37 (Rio Grande, RS a Cabo Po- 
lonio, UR); — MENEZES & BENVEGNÜ, 1976:142, fig.3, gráf.9-17, est.2 
(BR: 4º-26º S). 

— Symphurus plagusia tessellata — GINSBURG, 1951:201 (Pernambu- 
co, rio São Francisco, Rio de Janeiro, Santos, BR; UR); — CARVALHO, et alii, 
1968:21, fig.(Pernambuco, BR ao UR); — YANIZ, 1974:242, fig. (AR: 35º - 
48º S); — LEMA & OLIVEIRA, 1977:7 (SC). 

— S. [ymphurus] plagusia tessellata — RINGUELET & ARAMBURU, 
ED: D, 72 ER, RE ARO: 


Material examinado: 
SC - Porto Belo: Porto Belo (MCP 7329, 8003, 8007, 8008), Perequê (MCP 8173, 8174, 
8175); Florianópolis: Estreito (MCP 1197, 3138); Ilha de SC: Ponta das Canas (MCP 7699). 


Observação. Não consideramos a subespécie S. p/agusia tessellata 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980. 


Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes... 45 


(QUOY & GAIMARD, 1824), caracterizada por GINSBURG (1951), seguindo 
MENEZES & BENVEGNÜ (1976). 


47. Symphurus pterospilotus GINSBURG 


— Symphurus pterospilotus GINSBURG, 1951:194, est.2, fig.E. 
Localidade-tipo: Isla de Flores, RLP, UR; — CARVALHO et alii. 1968:21-2 
(UR: Isla de Flores; provavelmente sul do BR); — LEMA & OLIVEIRA, 1977:7 
(SC, RS, BR). 


Material examinado: 
SC - Porto Belo: Porto Belo (MCP 7270, 7327, 7345); Florianöpolis (MCP 2193, 2194, 3139, 
5663), Estreito (MCP 1198, 1199, 1200, 1202). z 


48. Symphurus trewavasae CHABANAUD 


— Symphurus trewavasae CHABANAUD, 1948:508. Localidade-tipo: 
Brasil; — BENVEGNÚ, 1973:499 (Torres, RS a Maldonado, UR); — MENE- 
ZES & BENVEGNU, 1976;144, fig. 4, gráf.9-17, tab.4 (de Cabo Frio, Rio de 
Janeiro, BR a AR); — LEMA & OLIVEIRA, 1977:10 (citação). 


Material examinado: 


UR - Punta Brava (MCP 8034 - NOc. Saldanha da Gama). 


COMENTÁRIOS E CONCLUSÕES 


As espécies encontradas são próprias de duas massas de águas diferentes, 
a corrente do Brasil e a corrente das Malviras, as quais condicionam duas ictio- 
faunas diferentes que se mesclam na altura do Rio Grande do Sul. A corrente 
das Malvinas, de águas frias, que corre de sul para norte, atinge nitidamente até 
a altura de Tramandaí, no RS; a corrente do Brasil, de águas menos frias, que 
corre de norte para sul, atinge nitidamente até a altura de Torres, no RS. Nas 
costas do Estado de Santa Catarina predominam espécies tropicais, principal- 
mente nas inúmeras baías que existem e no grande número de ilhas continen- 
tais, em que ocorrem paredöes de rocha quase abrupta cuja profundidade varia 
de 3a 20 m e nos quais há muitas grutas que servem de abrigo aos peixes (LE- 
MA, 1976). Na costa do Estado do Rio Grande do Sul, que é do tipo aberta, 
predominam espécies de peixes que também ocorrem nas costas do Uruguai e 
norte da Argentina. 

Algumas espécies registradas por diversos autores para a área de estudo 
deste trabalho não foram coletadas. Isso talvez se deva ao fato de termos feito 
coleta na costa e por meio de pesca artesanal. As descargas de navios pesqueiros 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980. 


46 “TEM Acidental 


examinadas foram poucas e, mesmo assim, geralmente de barcos que operaram 
ao longo da costa sul do Rio Grande do Sul. 

Não coletamos em água doce, nem na Lagoa dos Patos, .cujas águas são 
mixo-halinas. Acreditamos porém que essa lagoa apresenta diversas espécies de 
Pleuronectiformes. É sabido que esses peixes costumam entrar em rios (IHE- 
RING, 1897a,b). Há espécies que dão preferência à água doce, como Achirus 
trichospilus e as do gênero Catathyridium. 


Achirus trichospilus deve ocorrer no rio Uruguat, no. percurso entre o Bra- 
silea Argentina, porque nada impede sua distribuição mais ao norte do trecho 
em que tem sido encontrada. Não foi possível fazer arrasto nesse rio devido à 
correnteza e à sujeira de restos de matas que descem a corrente, inclusive tron- 
cos de árvores. Usando-se tarrafas e espinhel, não se conseguiu linguados. 

Os Pleuronectiformes vão diminuindo em número de espécies sensivel- 
mente de norte a sul, ocorrendo o maior número de espécies na Região Antilhas 
na. 

Paralichthys brasiliensis tem sido indicada pela maioria dos autores como 
a mais frequente no sul do Brasil. No entanto, através da pesca artesanal, 
mostrou-se rara, sendo mais comum P. orbignyana. É provável que aquela seja 
própria de alto mar, pois os autores, em geral, trabalharam com material de na- 
vios pesqueiros. TOPP & HOFF Jr. (1972) citam que os linguados apresentam 
distribuição batımetrica diferente conforme a espécie e que o mesmo pode 
ocorrer com outros peixes bentônicos. 


Após a publicação dos resultados da coleta de Cynoglossidae (LEMA & 
OLIVEIRA, 1977), recebemos o trabalho de MENEZES & BENVEGNÜ (1976), 
pelo qual fica comprovada a validade de $y72phrus trewavasae bem como são 
descritas duas novas espécies (S. kyaropterygium e S. ginsburgi). Comparamos 
" os dados dessas três espécies com a que descrevemos (S. gmeridionalis) e consta- 
tamos que esta última se diferencia fortemente daquelas, principalmente pelo 
número de raios das aletas, que é muito mais alto nesta, e pela ausência com- 
pleta de mancha preta caudal, a não ser vestígios da última faixa transversal sob 
a forma de manchas levemente denegridas. 


Em Santa Catarina mostraram-se mais frequentes Trinecies paulistanus e 
Etropus intermedius, enquanto que no Rio Grande do Sul foram Oncopterus 
darwinii e Citharichthys spilopterus. Nas descargas de navios pesqueiros predo- 
minou Paralichthys orbignyana. Os Cynoglossidae foram mais frequentes nas 
praias abertas dos dois Estados, surgindo mais nas redes de espera do que nas de 
arrasto. 

Foram registradas 48 espécies e duas subespécies pertencentes a 14 gêne- 
ros, sendo 17 novos registros para a área. Na tabeia a seguir são comparadas as 
ocorrências conhecidas e as apresentadas neste trabalho, convencionando-se: 
AA, registros publicados pelos autores e citados na bibliografia, LOL; registros 
deste trabalho; *, ocorrência sugerida pela bibliografia; X, ocorrência constata- 
da; —, falta de registro. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980. 


Levantamento preliminar dos Pleuronectiformes... 47 


TABELA COMPARATIVA DE OCORRÊNCIAS 


Espécies e subespécies 


Achirus achirus achirus ...... 
ANITA ECLINES nen! — 
AVATAR Rn. een: — 
AIChmUS HRERIUSE o oc o copemp vol 
Achirus maculipinms ........ — 
EANES ULTRA PENS o. (cade tá 088}: — 
Achnasmchospilus EN — 
Ovi A N. 2. — — 
Bobs OEClbALUS o =... ».122.«.: — 
Catathyridium garmanı ...... — 
Catathyridium grandirivi ..... — 
Catathyridium jenynsi ....... 
Citharichthys arenaceus ...... — 
Citharichthys cornutus ....... — 
Citharichthys dinoceros ...... — 
Catharichthys sbilopterus ..... — 
Citharichthys stampflüu ...... — 
(Ci Piana VSAS Pe o 2.20 a ace — 
Biropasscrossoluse.». areia ne —. 
Etropus intermedius ......... — 
Etropus longimanus ......... — 
Gymnachirus nuduszebrinus . X 
Monolene antillarum ........ — 
Opncopkerasdarwinn. ss 20% É 

Paralichthys bicyclophorus .... X 
Paralichthys brasiliensis ...... X 
Paralichthys isosceles ........ — 
Paralichthys oblongus ....... — 
Paralichthys obignyanus ..... 
Paralichthys patagonicus ..... 
Paralichthys simulans ........ — 
Paralichthys triocellatus ...... _— — 
Soleabiassliensis hun DT — 
Sopa EA — - - — 
Soler ro va EEE, —  — 
Syacium micrurum cc — X — 
Syacium papıllosum ......... 5, AN SAD, ANE 6 — 

Symphurus civitatum ........ E) ng da grs ine Ve 
Symphurus ginsburgi ........ RN da X 


| | Pepe | Pads 


I em | | 


| xxx | | x] 
| 
Dia is po] 
| 
| 
| 


| 
| 
| 


E Da cer io pa pec] aba | a baba | 


= De be: | beba Deo] baba | 


| bb | Dé bebe be be de da ] 


| | 
| 
pe pao] Tora bed) RT Gai 


Ill Berl 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):25:52, 30 mar. 1980. 


48 a LEMA, T. de et alii 


gie b bs se RS UR AR 

Espécies MPE AA TOT 
Symphurus jenynsi .......... DE ap Sn — 
Symphurus kyaropterygium . X — X —-— - - —- — 
Symphurus meridionalis ..... bio ARE a IRD EE Sr re — 
Symphurus blagiusa ......... Res ND = 
Symphurus blagusta ........: Xe KK Re Fe De 
Symphurus bterospilotus ..... De GE Ge RE DES 
Symphurus trewavasae ....... x Re RER RR Pe 
Trinectes paulistanus ........ —_— X X oo [en — man 
Verecundum rasile .......... en Rn ER ARES DR 

AGRADECIMENTOS 


Agradecemos aos dirigentes e técnicos da Associação de Crédito Cooperativo dos Pescadores 
de Santa Catarina (ACARPESC) pela colaboração prestada na coleta de material, principalmente ao 
Dr. Nalcyr Salomé Silva, seu Diretor Executivo. À firma Eduardo Ballester, de Rio Grande, por co- 
locar a nossa disposição as descargas de navios em sua firma e suas instalações frigoríficas para esto- 
cagem provisória de espécimens. Aos professores Lênio Jones Borsato, Dr. Luiz Carlos C. Faleiro, 
Ângelo Fortini Maffissoni, Lídio Aníbal L. Nunes, Fernando D'Incao e Carlos R. Poli, que traba- 
lharam no Laboratório de Ciências do Mar da'Museu de Ciências da PUCRGS, por sua dedicação no 
trabalho de laboratório e de coleta. Agradecemos de forma especial ao Prof. Dr. Jeter J. Bertoletti, 
Diretor do MCP, por seu integral apoio. 


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esses acta te dano contrata io Diria ini aà BE Lu 00 0 


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Parasite Copepods of Southern Brazilian Fishes 
I. Ergasılus euripedesi n.sp (Copepoda, Cyclopidea) * 


Mónica Montu ** 


SUMMARY 


This paper describes a new species of parasitic copedod of the family Ergasilidae found on the 
larvae of Brevoortia pectinata (JENYNS, 1842), Micropogonias furnieri (DESMAREST, 1823), 
Lycengraulis grossidens (AGASSIZ, 1829) and Gobiesox sp. Both sexes are described and ilustred. 


RESUMO 


Descreve-se uma nova espécie de copépode parasito, pertencente à família Ergasilidae encon- 
trado sobre larvas de Brevoortia plectinata (JENYNS, 1842), Micropogonias furnieri (DESMA- 
REST, 1823), Lycengraulis grossidens (AGASSIZ, 1829) e Gobiesox sp. Os dois sexos são descritos e 
ilustrados. 


MATERIAL AND METHODS 


This paper is based on zooplankton and ichthyoplankton samples collected in the Lagoa dos 
Patos estuary, Rio Grande do Sul (RS), Brazil) during the course of the “'Projeto Lagoa” in summer 
(December, January, February), 1977. 

Some 250 specimens (200 females, 50 males) of what proves to be a new species of Ergasılus 
were examined. These included ovigerous and non-ovigerous females and adult males. The ovige- 
rous females were found attached to the pectoral, dorsal and caudal fins of larvae of Brevoortia pec- 
tinata (JENYNS, 1842), with 3.8 and 4cm in length, and larvae of Micropogonias furnieri (DES- 
MAREST, 1823), Lycengraulis grossidens (AGASSIZ, 1829) and Gobiesox sp. with 1.5 to 1.8em 
length. Some ovigerous females, all the non-ovigerous ones and the males examined came from the 
lagoon plankton where they were found in the free state. 

The females and the males studied are in the collection of the Museu Oceanográfico of the 
Fundação Universidade do Rio Grande, RS, Brazil (MOFURG) under the following denomination: 
holotype (female) MOFURG - CP 100; allotype (male) MOFURG - CP 101, one lot of females MO- 
FURG - CP 100 A and another lot of males, MOFURG - CP 101 B. Two paratypes are in the collec- 
tion of the Base Oceanográfica Atlântica, RS, (BOA): one female, BOA -CP 100; one male, BOA - 
CP 101; and two further lots, one of females, BOA - CP 100 A and one of males, BOA - CP 101 B. 
This new species is dedicated to Prof. Eurípedes Falcão Vieira, ex-General Coordinator of the ““Pro- 
jeto Atlântico” 


DESCRIPTION 


Ergasilus euripedesi n.sp. (Figs. 1-20) 


“Contribuição nº” 13 - Base Oceanogräfica Atlântica (FURG) - Rio Grande, RS, Brasil. Aceito para publicação em 17/VI1/ 1979 
* Base Oceanogräfica Atlântica, Fundação Universidade do Rio Grande, Caixa Postal 474, 96200 Rio Grande, RS, Brasil 


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FEMALE 


The measurements correspond to the averages of 100 adult specimens. 
Total length (from the frontal part to the caudal segment extremity): 

785.4 um. 

Cephalotorax segment length: 292.4 am, width: 120.4 um. 

Second thoracic segment length: 77.4 pm, width: 197.8 um. 

Third thoracic segment length: 60.2 um, width: 154.8 um. 

Fourth thoracic segment length: 51.6 am, width: 111.8 um. 

Fifth thoracic segment length: 94.6 nm, width: 103.2 um. 

Genital complex-length: 94.6 pm, width: 103.2 um. 

First abdominal segment length: 17.2 um, width: 94.6 um. 

Second abdominal segment length: 9 um, width: 94.6 um. 

Third abdominal segment length: 17.2 um, width: 94.6 um. 

Caudal segment length: 44.2 um, width: 17.2 um. 

Ovisac; length: 232.2 um, width: 94.6 pm. 


The elongated body is approximately three time as long as wide. The ce- 
phalothorax is almost triangular. The first thoracic segment is separated from 
the head. The cephalothoracic anterior extremity protrudes forwards between 
the first and the second pair of antenae.k The eyes are situated adjacent to the 
anterior border and are not easily seen. On each side of the head, postero- 
laterally has a pair of short setae. The thoracıc segments decrease gradually in si- 
ze towards the posterior extremity (Figs. 5,6). The genital segment is almost as 
wide as long and appers rounded when seen from above. The abdomen is com- 
posed of three approximately equal segments and the third apparently shows a 
longitudinal division which cuts it in two parts. The caudal rami are provided 
with three setae, the length of the internal or median one being four times that 
of the last segment. The antennules (Fig. 2), somewhat recurved downwards 
and forwards, are composed of six segments provided with setae whose total 
number ranges between 20 and 23. The antennae (Fig. 1) are composed of four 
segments. The basal segment is short and wide, having a median spine. The se- 
cond segment is longer and wider and its diameter reduces abruptly near the ar- 
ticulation with the third segment. This is the longest, a little thinner than the 
second and recurved. The fourth or distal segment is the shortest and has a 
pointed extremity provided with a subterminal spine on its inner face wich ma- 
kes it hook like. The mandibles (Fig. 4) are semicircular with toothed margins. 
The mandibular palps are shorter and have short setae. The first maxillae are re- 
duced to two thick spines, the interior being shorter than the exterior. The se- 
cond maxillae have on their border and anterior extremity strong setae. The la- 
brum is semicircular and U - shaped, originating near the mandibles. 

The first four pairs of legs are biramous, the fifth pair are uniramous and 
has two long setae. The legs present the following setal and spinal formula (the 
setae are in Arabic and the spines in Roman numerals): 


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Parasite Copepods of Southern... 35 


EXOPODITE ENDOPODITE 
Leg 1 ORE a DA a = À 17430” ATE 
Leg 2 O+T.1+0.6+1 1.790972 SPA 3] 
Leg 3 [a di ER DP | FIAT 
Leg 4 010.197 1 VP 0024073501 


The first pair of legs (Fig. 7) presents a basipodite levelled dorso-ventrally 
and has a long seta on the inferior exterior border. The exopodite is three- 
segmented. Its exterior border has a row of short spines. The first segment has a 
spine with thin teeth on the exterior distal extremity, and a group of thin and 
long setae on its exterior border. The second segment bears a long plumose se- 
ta, the third a denticulate spine, a smooth spine and five long plumose setae. 
The two segmented endopodite has a very short spines on the internal border. 
The first segment bears a plumose seta and the second (resulting from the fu- 
sion of the second and the third) two small denticulate spines and five plumose 
setae. 

In the second pair of legs (Fig. 8) there is a row of samall teeth on the in- 
ternal basal border of the basipodite and a plumose seta on the external border. 
The exopodite is similar to that of leg. 1. The external borders of the three seg- 
ments are spiny and the internal border of the first segment is setose. Segment 
1 has a spine on the distal extremity, segment 2 a plumose seta on the internal 
border and segment 3 a spine and six terminal plumose setae. The endopodite 
is three segmented and has a setose internal edge. 

The third pair of legs (Fig. 9) has a row of spinules on the external border 
of the three segments of the endopodite. The 3-segmented endopodite is simi- 
lar to that of the second paır. 

The fourth pair of legs (Fig. 10) have on the internal inferior edge of the 
basıpodite a row of spines and near the external border a plumose seta. The 
exopodite has two segments whose external edge is setose. The endopodite is 3- 
segmented and the first.segment is setose on the outer edge. 

The fifth legs (Fig. 11) are reduced to a very short segment provided with 
two long terminal setae. 


MALE 


The measurements corresponde to the averages of 50 adult specimes. To- 
tal length (from the frontal part to the caudal segmented extremity): 765.4 um. 
Cephalothorax segment length: 275.2 um, width: 292.4 um. 

First thoracic segment length: 129 um, width: 223.6 um. 
Second thoracic segment length: 77.4 um, width: 189.2 um. 
Third thoracic segment length: 86 um, width: 146.2 um. 
Fourth thoracic segment length: 60.2 pm, width: 103.2 um. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):53:62, 30 mar. 1980. 


56 MONTÚ,M. 


Fifth thoracic segment: 17.2 pm, width: 68.8 um. 

Genital segment, length: 94.6 um, width: 103.2 um. 

First abdominal segment length: 34.4 pm, width: 60.2 um. 
‚Second abdominal segment length: 25.8 um, width: 51.6 um. 
Third abdominal segment length: 20.2 um, width: 43 um. 
Caudal segment length: 25.8 um, width: 17.2 um. 

Median setae length: 258 pm. 


Body elongate and three time as long as wide. The head is separate from 
the first thoracic segment and has a sub-square shape, the posterior part being 
wider than the anterior. On each side postero-laterally a pair of short setae simi- 
lar those of the female (Fig. 12). The thoracic segments diminish gradually in 
Size and width towards the posterior part. 

The genital segment is ovoid and wider than long. 

The abdomen is formed of three short and wide segments. The third has 
a division in the middle similar that of the female. 

The caudal ramı are as long as wide and bear three setae. The internal se- 
ta is the longest. 

The antennules (Fig. 14) are short and six-segmented. They have various 
sensitive setae their number being higher than in the females: between 22 and 
24. The second segment is wider than the others. The antenna (Fig. 15) is four- 
segmented. The first segment is short and wide, the second is the longest and 
widest and has a spine in the inner edge. The third segment has two internal 
spines proximally and another distally. The distal segment takes the form of a 
tick curved spine. 

The buccal parts are similar those of the female, though they are a little 
smaller and the labrum has a straighter margin (Fig. 13). 

Legs 1 to 4 have the following setal and spinal formula (the setae are in 
Arabic and the spines in Roman numerals): 


EXOPODITE ENDOPODITE 
Leg 1 Be e 1+0.4 + 
Leg 2 u ca La TOO 140.12. + 044000 
Leg 3 OH 15% 025. 80 RA O PAS O 92220 
Leg 4 0+1.5+0 0.+.0.2+ 0.3: 


All legs are characterized by having the coxa and the basipodite flattened 
dorso-ventrally. The first pair of legs (Fig. 16) has a seta on the basipodite near 
the external border. The exopodite has three segments, and the second one 
with a short row of spinules. the two endopodite segments have a setose inter- 
nal border. 

The second pair of legs (Fig. 17) also has a seta on the sel part of the 
basipodite and a row of setules on the inner border. On the basis between the 


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Parasite Copepods of Southern... 57 


exopodite and the endopodite there is a triangular prominence. The exopodite 
is 3-segmented. The first has the internal border provided with setules. Seg- 
ment one of the endopodite is setose internally. 

The third pair of legs is provided with a seta on the external border of the 
basipodite (Fig. 18) and has a row of spinules on the internal border. The exo- 
podite is three segmented. The first has a setose inner margin. Endopodite si- 
milar to that of leg 2 but distal segment bearing 5 plumose setae and no spine. 

The fourth pair of legs (Fig. 19) has a row of little denticles on the exter- 
nal border of the basipodite. The exopodite is two-segmented. The first has a 
setose internal border. The endopodite is three-segmented, each segment ha- 
ving a setose inner border. 

The fifth legs (Fig. 20) are reduced to only one segment with a short seta 
on the external proximal part and two longer setae in the terminal part. 


DIAGNOSIS AND DISCUSSION 


Ergasılus euripedesi can be diagnosed by the female characteristics, as fol- 
lows: cephalothorax almost triangular; presence of two fine setae at both sides 
of the cephalothorax; presence of a subterminal hooklike spine on the fourth 
antennal segment; endopodite of first pair of legs bi-segmented and ornamen- 
tation characteristic of the exopodal and endopodal segments of the first four 
pairs of legs. 

The two segmented first endopod characteristic ıs shared with E. versico- 
Jor (WILSON, 1911), E. megaceros (WILSON, 1916), E. elongatus (WILSON, 
1916), E. mugılis (VOGT, 1877), E. tenax (ROBERTS, 1965), E. cerastes (RO- 
BERTS, 1969) and E. chautauquaensis (FELLOWS, 1887). But Ergasılus eurı- 
pedesi is more similar to Ergasılus megaceros (WILSON, 1916) in body shape 
and in the general structure of the first and second pairs of legs, but differs in 
the ornamentation of the segments and in the shape, proportion, and number 
of spines of the antennal segments. 

Concerning the males, we did not have bibliographic material to esta- 
blish comparisons because males of the related species are undescribed. Diag- 
nostic features of the male include: presence of a pair of fine setae at both sides 
of the head, the form of the mouth parts, leg 1 with bi-segmented endopodite, 
and the proportions of the caudal setae. 


ACKNOWLEDGEMENTS 


We want to express our thanks to Dr. Geoffrey Fryer (Freshwater Biological Association Am- 
bleside, England) for his critical review of the manuscript, suggestions and also the english correc- 
tion; and to Mrs. Lucia Pacheco Pereira and Paulo Nei M. Guimarães for the collaboration given in 
the present study. 


REFERENCES 


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ships. Fishery Bull. Fish Wildl. Serv. U.S., Washington, 68(3):347-432. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):53:62, 30 mar. 1980. 


58 MONTU,M. 


FERNANDO, C.H. & HANEK, G. 1973. Two new species of the genus Ergasz/us Nordmann, 1932 
(Copepoda, Ergasilidae) from Ceylon. Crustaceana, Leiden, 25(1):13-20. 

FRYER, G. 1960. Studies on some parasitic crustaceans on African freshwater fishes, with descrip- 
tion of a new copepod of the genus Ergasz/us and a new branchiuran of the genus Chonopel- 
tis. Proc. zool. Soc. Lond., London, 133:629-47. 

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rica. Trans. Am. microsc. Soc., Lancaster, 80:134-61. 

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Proc. U.S. natn. Mus., Washington, 39:263-400, läm. 41-60. 

YAMAGUTI, S. 1963. Parasitic cobepoda and branchiura of fishes. New York, Interscience. 
1104p. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):53:62, 30 mar. 1980. 


Parasite Copepods of Southern... 59 


Figs. 1-6: Ergasılus euripedesi sp.n. Holotype O (MOFURG CP 100): 1 antenna; 2. antennu- 
le; 3. antenna, basal segment; 4. mouth parts; 5. body, dorsal view; 6. body, lateral view. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):53:62, 30 mar. 1980. 


60 MONTÚU,M. 


À 
| 
(\ 
\ 


ZZ 


> 
os 


== 
SE 


Figs. 7-11: Ergasılus euripedesi sp.n. Holotype O (MOFURG CP 100): 7. first leg; 8. se- 
cond leg; 9. third leg; 10. fourth leg; 11. fifth leg. 


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Parasite Copepods of Southern... 61 


Figs. 12-15: Ergasilus euripedesi sp.n. Holotype O (MOFURG CP 101): 12. body, dorsal 
view; 13. mouthparts; 14. antennule; 15. antenna. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):53:62, 30 mar. 1980. 


62 MONTÚ, M. 


AEE 


ZZ 


= 


5 
= 


N 
N) 


2 
> 


Figs. 16-20: Ergasılus euripedesi sp.n. Holotype O (MOFURG CP 101): 16. first leg; 17. 
second leg; 18. third leg; 19. fourth leg; 20. fifth leg. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):53:62, 30 mar. 1980. 


Sobre Bozhrops jararacussu LACERDA, 1884 do extremo sul do 

Brasil e sua ocorrência no Estado do Rio Grande do Sul (Ophi- 
dia, Viperidae). * 

Thales de Lema x x 

Moema Leitão de Araujo + x * 


RESUMO 


O encontro de Bothrops jararacussu LACERDA, 1884 no Estado do Rio Grande do Sul, Bra- 
sil, na região do Alto Uruguai e a comparação com espécimens do Estado de Santa Catarina, confir- 
ma a existência de uma continuidade faunística entre as duas margens do rio Uruguai como, tam- 
bém, do Planalto Médio em sua extremidade meridional. 


ABSTRACT 


Bothrops jararacussu LACERDA, 1884 occurs in Eastern Brazil, from Bahia to Santa Catarina 
States, and to southward throught Southern Bolivia and Paraguay, reaching Northeastern Argenti- 
ne, in Misiones Province. Three specimens were collected+in the ‘Parque Estadual Florestal do Tur- 
vo”, in Tenente Portella County, northwestern Rio Grande do Sul State, Brazil. This occurrence is 
the continuity of the distribution area of this species across the Uruguay river. B. jararacussu inha- 
bits forested areas with swamps, either lowlands and highlands, since Atlantic littoral as far as Para- 
guay basin. 


INTRODUÇÃO 


Bothrops jararacussu LACERDA, 1884 é uma espécie própria do Brasil 
oriental e meridional, desde o sul do Estado da Bahia até o de Santa Catarina, 
com dispersão para sudoeste, atingindo o extremo sul da Bolivia, leste do Para- 
guai e a Província de Misiones, a nordeste da Argentina (SCHMIDT, 1945; 
HOGE, 1965; FREIBERG, 1970; PETERS & OREJAS-MIRANDA, 1970; HO- 
GE & ROMANO, 1972; ABALOS & MISCHIS, 1975). 

A área de distribuição geográfica da espécie apresenta-se acidentada, des- 
de as terras baixas do litoral Atlântico até as terras altas do Planalto Meridional 
Brasileiro. Deste distribui-se para o oeste e para o sul, baixando gradativamente 
de altitude até o nível do mar na Bolívia e Paraguai meridional e daí para o ex- 
tremo nordeste da Argentina, em Misiones, ainda ao nível do mar. Esta área é 
densamente florestada sendo o ambiente próprio de B. jararacussu banhados ri- 
cos de vegetação dentro da mata. AMARAL (1977) afirma que essa espécie ha- 
bita zonas alagadiças e baixas situadas em campos. Não sabemos porque AMA- 
RAL excluiu a parte do Planalto na corologia da espécie. 

No Rio Grande do Sul, B. jararacussu ainda não tinha sido registrada, 
apesar de GLIESCH (1925) ter afirmado: '“Esta cobra existe no Estado do Rio 


* Aceito para publicação em 16/VIII/1979. Contribuição FZB nº 147 


* Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1188, 90000 Por- 
to Alegre, RS. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq Proc. 1111.6090/76) 
* Pesquisadora do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):63:70, 30 mar. 1980. 


64 LEMA, T. de & LEITÃO DE ARAUJO, M. 


Grande do Sul somente no norte. Informaram-me que ela pode ser encontrada 
nos municípios de Lagoa Vermelha, Palmeira [das Missões] e Lavras, não pas- 
sando de 28º S” [sic]. FRÕES (1952), com base em GLIESCH (1925), afirma 
que B. jararacussu ocorre ao norte do Estado do Rio Grande do Sul. Mas, todas 
as listas publicadas posteriormente ao artigo de GLIESCH, principalmente a de 
HOGE & ROMANO (1972), que é a mais atualizada, e com base no material do 
Instituto Butantan de São Paulo, registram a espécie para o sul do Brasil até o 
Estado de Santa Catarina. 


MATERIAL E MÉTODOS 


Forang examinados espécimens dos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Cata- 
rina e Rio Grande do Sul, no Brasil, sendo considerados apenas os dos dois últimos Estados, que 
pertencem às coleções do Departamento de Zoologia do Instituto de Biociências da Universidade 
Federal do Rio Grande do Sul (DZURS) e do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica 
do Rio Grande do Sul (MCN), ambas em Porto Alegre. 

As medidas são dadas em milímetros (mm). 

Os dados de lepidose são indicados com as siglas: C, escudos cantais; CC, comprimento da ca- 
beça: CU, comprimento da cauda; DO, fileiras longitudinais de escamas dorsais; ESC, escamas (fi- 
las) sobre a cabeça: GU, escudos gulares, séries; IL, infralabiais; IL/MA, infralabiais em contato 
com mentais anteriores; NE, número do especimen; NO, número de ordem; SC, subcaudais; SL, 
supralabiais; T, comprimento total; TR, comprimento do tronco; VE, escudos ventrais; VU, vestí- 
gio (cicatriz) umbilical. 


Material examinado: 

SANTA CATARINA - São Francisco do Sul: MCN 4196 (adulto, fêmea; 17.1X.1973, H.O. 
Lippold leg.). MCN 4013, 4017, 4035, 4574, 4575 (filhotes, machos), MCN 4036 (filhote, fêmea), 
nascidos do MCN 4196, em laboratório. Florianópolis: MCN 6620 (jovem, macho; Saco Grande, 
X1.1976, C.R. Poli leg.); MCN 6624 (jovem, fêmea; Ingleses do Rio Vermelho, 111.1976, C.R. Poli 
leg.); MCN 6630 (adulto, macho; Tijucas, IV.1977, C.R. Poli leg.); MCN 6997 (adulto, fêmea; 
Daniela, 02.VII.1978, T. de Lema leg.). 

RIO GRANDE DO SUL - Tenente Portela (Parque Estadual Florestal do Turvo); DZURS 
1015 (adulto, fêmea; 1.1978, A. Witek leg.); MCN 7085 (filhote, macho; X.1978, J.P. Vallauer 
leg.); MCN 7155 (adulto, fêmea; XI.1976, A. Bolsson Neto leg.). 


ESPÉCIMENS DO RIO GRANDE DO SUL 


O autor sênior, em 1945, quando identificava a coleção zoológica do mu- 
seu escolar do Colégio Cruzeiro do Sul da Igreja Episcopal Brasileira, em Porto 
Alegre, Rio Grande do Sul (RS), encontrou uma pele de um espécimen adulto 
de B. jararacussu em bom estado de conservação. Através de informação verbal 
de um professor da escola, soube-se que o exemplar foi capturado pelos escotei- 
ros do colégio no verão de 1943 (janeiro a março), em um município ao norte 
do Estado. Essa pele tem cerca de 120 cm de comprimento total e a coloração é 
de um pardo-amarelado, com as marcas castanho-escuras em forma de ângulos 
obtusos e muito estreitas. 

Em 1973, o Engenheiro- Agrônomo Oswaldo Rodrigues Camargo, da Se- 
cretaria da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul, informou ao autor sé- 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):63:70, 30 mar. 1980. 


Sobre Borhrops jararacussu LACERDA.... 65 


nior ter visto um espécimen adulto abatido no Parque Estadual Florestal do 
Turvo, município de Tenente Portela, RS. Media cerca de um metro e a cor era 
escura. 

O espécimen DZURS 1015, abatido por um guarda florestal do Parque 
Estadual Florestal do Turvo, está lesionado, podendo-se analisar sua folidose: 
Crimes filas; ESC 8 filas: SE S/S IL, 10/10; DO, 25-23-19: VE; 175:8SC; 
47/46. Medidas: CC, 65; TR, 1180; CU, 125; T, 1370. Coloração: geral é me- 
lânica, a primária é amarelada com tonalidade dourada, “'pattern”” castanha 
enegrecida; contornos das marcas dorsais mal definidos devido à presença de fi- 
no pontilhado preto que escurece a região vertebral de todo o animal, princi- 
palmente no último terço do corpo. Pode-se afirmar que este espécimen possui 
elevado teor de melanina. 


O espécimen MCN 7085 é um filhote, capturado no mato limpo em volta 
do prédio da Direção do Parque Estadual Florestal do Turvo. Folidose: primei- 
ros C semelhantes aos internasais, formando longa e reta sutura intermediária: 
rostral não visível de cima; segundos C isolados entre si por uma escama retan- 
gular longa e de carena suave (rasa), disposta longitudinalmente: entre a porção 
posterior dos segundos C há duas escamas modificadas, voltadas opostamente 


para os lados, apresentando carena apenas em sua porção distal; terceiros C se- 
melhantes a pré-oculares superiores e separando os segundos C dos supra- 
oculares, em cada lado; a área supracefálica situada entre os supra-oculares e os 
C apresenta-se revestida de escamas dorsais modificadas, voltadas para trás e pa- 
ra os lados, dispostas em cinco séries longitudinais, todas com carenas curtas an- 
teriores (parece ser próprio dos filhotes desse grupo de Bothrobs WAGLER, 
1824 a presença de grandes escudos supracefálicos anteriores, o que as aproxima 
de outros Viperidae da América do Norte e da Europa; vimos isso em B. atrox 
(L., 1758), B. jararaca (WIED, 1824) e B. jararacussu; SL, 8/8; IL, 11/11; 
IL/MA, I-IV; uma fila de escudos pequenos posteriormente sob a órbita; outra 
fila de escudos maiores que aqueles, entre estes e os SL; DO, 23-23-19; primei- 
ra fila paraventral com carena vestigial e da mesma cor do ventre; mentais ante- 
riores muito maiores que as posteriores, estas semelhantes a GU; GU, 5/5 entre 
IL e primeiro VE; VE, 2 + 170, há um ázigo esquerdo antes do cloacal, que é in- 
teiro; VU, 149-154; SC, 4+ 51/51; terminal 3,5 vezes o comprimento do últi- 
mo SC. A carena das DO varia ao longo da cabeça ao tronco: na região suprace- 
fálica há poucas DO, que são irregulares anteriormente regularizando-se para 
trás, nas mais anteriores a carena é vestigial, para o meio evidencia-se tornando- 
se elevada e ocupando apenas a parte anterior de cada escama; na região occipi- 
tal e início da cervical a carena alonga-se e torna-se rasa; no tronco a carena ocu- 
pa todo o comprimento da DO visível e é rasa, mas na porção basal oculta de ca- 
da DO não há carena. Medidas: CC, 24; TR, 370; CU, 62; T, 456. Coloração: 
primária é castanho amarelada com as margens das marcas em castanho escuro; 
as marcas são muito partidas, principalmente as vertebrais que são indistintas; 
as marcas laterais são partidas e assemelham-se às de B. coziara (GOMES, 1913); 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):63:70, 30 mar. 1980. 


66 LEMA, T. de & LEITÃO DE ARAUJO, M. 


a coloração da cabeça é igual a dos adultos e a cauda é branco amarelada, como 
em B. neuwiedi ssp. e B. jararaca. 

O espécimen MCN 7155 foi capturado no terreno em volta da sede do 
Parque Estadual Florestal do Turvo. Folidose: C, 1/1/1; rostral não visível de ci- 
ma; área supracefálica com ESC em cinco séries longitudinais entre supra- 
oculares e cantais; SL, 8/8; IL, 10/10: IL/MA, I-IV; duas filas de escudetes en- 
tre a órbita e SL, sendo a inferior maior que a superior; DO, 26-23-19; primeira 
fila paraventral tom carena vestigial e da mesma cor amarela dos VE; mentais 
anteriores muito maiores que os posteriores, sendo estes semelhantes a GU; 
GU, 5/5 entre IL e primeiros VE; VE, 177, há um ázigo esquerdo antes do cloa- 
cal, que é inteiro; SC, 32/31 +5 + 14/14; terminal três vezes o comprimento 
do último SC. Medidas: CC, 60; TR, 1075; CU, 145; T, 1280. Coloração: pri- 
mária amarelo dourada, marcas em castanho enegrecido quase preto, sendo to- 
das as marcas inteiras; coloração da cabeça e da cauda é castanho enegrecido. 


ESPÉCIMENS DE SANTA CATARINA 


Dos espécimens do Estado de Santa Catarina (SC) foram tomados apenas 
os dados mais importantes (Tabela). 

De São Francisco do Sul foram examinados sete espécimens, sendo uma 
fêmea e seis filhotes da mesma. A fêmea foi criada em terrário no Posto de Pis- 
cicultura da Universidade Federal de Santa Maria, RS, pelo Técnico Rural Horst 
Oscar Lippold. Ela deu à luz cerca de 20 filhotes, sendo que os demais (14) esca- 
param na sede do Posto, não tendo sido mais encontrados, segundo informação 
do referido técnico. 

Todos os exemplares de SC possuem variação ontogênica na cor. Os filho- 
tes apresentam a garganta preta malhada de cor creme; nos jovens a região gular 
é mais clara, tornando-se cinza nos adultos médios e branca nos adultos bem 
desenvolvidos. À coloração de fundo é um cinza pardacento que vai clareando 
com o crescimento, tornando-se amarelada nos adultos. As marcas pleurais são 
obtusângulas e estreitas, geralmente irregulares e partidas, assemelhando-se a 
B. cotiara. As marcas vertebrais são pouco distintas, destacando-se apenas man- 
chas ocelares pequenas ao longo dalinha vertebral; nos exemplares de maior 
porte a região vertebral torna-se mais escura destacando-se marcas vertebrais de 
forma losangular. A coloração ventral varia do branco amarelado imaculado ao 
melânico com inúmeras manchas irregulares pretas; há duas filas longitudinais 
de manchas pretas, uma paraventral e outra látero-ventral (margens dos VE), 
sendo esta constituída de manchas maiores. Os filhotes apresentam o ventre 
com as manchas pouco distintas, predominando a cor clara. 


CONCLUSÕES 


O encontro de B. jararacussu no Rio Grande do Sul confirma o que pro- 
pôs LEMA (1971) ao postular que existe uma continuidade faunística e florística 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):63:70, 30 mar. 1980. 


Sobre Bothrops jararacussu LACERDA... 67 


ao norte do Rio Grande do Sul com o Estado de Santa Catarina e a Província de 
Misiones, bem como o Paraguai meridional. Floristicamente isso já foi demons- 
trado (SCHMIEDER, 1962; MANN, 1968; WEBER, 1969), porém a fauna ain- 
da não é conhecida no lado do Brasil. O rio Uruguai delimita as terras do Brasil 
e da Argentina, mas não a biota (RAMBO, 1956). À fauna reptiliana é a mesma 
nos dois lados do rio, pelo menos é o que se sabe em alguns taxa (GANS, 1966; 
LEMA & FABIAN-BEURMANN, 1977, entre outros). As frequentes cheias do 
rio Uruguai propiciam a passagem de fauna de um lado para outro, somando-se 
a isso a passagem espontânea. 

Por outro lado, a Província de Misiones recebe fauna brasileira provinda 
do centro da América do Sul, Brasil ocidental e final de dispersão de espécies 
ocorrentes no Planalto Meridional Brasileiro. Neste último caso as linhas de dis- 
persão apresentam um sentido oblíquo NE/SW. No Rio Grande do Sul obser- 
vamos o mesmo, do Planalto (chamado serra) para o Planalto Médio e região do 
Alto Uruguai. B. jararaca, B. atrox, B. cotiara e B. jararacussu apresentam essa 
mesma orientação de dispersão, ocupando, basicamente, a área de distribuição 
da Araucaria angustifolia (BERTOL.) O. KZE., considerada em sua forma ori- 
ginal. 

Espécies de répteis tropicais dispersam-se até Misiones seguindo uma rota 
norte-sul, destacando-se Iguana iguana iguana (L., 1758), Boa constrictor cons- 
trictor L., 1758 e Eunectes notaeus COPE, 1862. Esta última atinge o NE argen- 
tino pela rede fluvial Paraná-Paraguai-Uruguai, notadamente quando há gran- 
des cheias, mas parece não residir na área. Achamos provável que tais espécies 
tropicais possam chegar, também, à região do Alto Uruguai, onde se situa o 
Parque Estadual Florestal do Turvo e onde foram encontrados os espécimens de 
B. jararacussu. 

“ Pelo material em mãos e por informações colhidas junto a técnicos e guar- 
das florestais do Parque Estadual Florestal do Turvo, B. jararacussu apresenta- 
se, aparentemente, em duas variedades: uma chamada de urutu preto, um pouco 
melânica, com coloração de fundo amarelo pálido quase cinzento; outra cha- 
mada de urutu dourado, com marcas castanho enegrecidas sobre fundo amarelo 
forte. Pelas informações colhidas no local esta espécie parece ser comum no Par- 
que. Não é muito rara no lado argentino, segundo FREIBERG (1970) e 
SCHMIDT (1945). 

No Estado de Santa Catarina encontramos B. jararacussu na Ilha de Santa 
Catarina, onde está a zona mais povoada da capital (Florianópolis). Esta espécie 
também foi encontrada nos banhados centrais da ilha, onde, antigamente, to- 
dos os morros existentes eram densamente floresiados e que, atualmente 
apresentam-se revestidos de gramíneas. Também ao longo do litorai catarinense 
esta espécie é bem conhecida, como nas marpens do Planalto Meridional do 
Brasil. Temos seguras notícias de sua ocorrência, além das citadas no texto, em 
Porto Belo, que fica a 60 km ao norte de Florianópolis pela rodovia BR-101, 
no Baixo Jordão, próximo a Criciuma entre o Planalto e a baixada do litoral e 
em São Joaquim, a cerca de 1400 m acima do nível do mar, próximo à divisa 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):63:70, 30 mar. 1980. 


68 LEMA, T. de & LEITÃO DE ARAUJO, M. 


com o Rio Grande do Sul. O Engenheiro Agrônomo João Rodrigues de Mattos, 
que dirigiu a Estação Agrícoia de São Joaquim, assegurou-nos ter encontrado a 
jararacussu naquele município, bastante frequente, principalmente em banha- 
dos ricos de vegetação densa e alta. Todos os locais citados apresentam, para 
oeste, densas florestas que pertencem ao Planalto. 


Do Estado do Paraná, o autor sênior examinou diversos espécimens, al- 
guns gigantes, que estavam conservados no museu da Estação de Piscicultura da 
Secretaria da Agricultura daquele Estado, em Curitiba. Um espécimen de gran- 
de porte foi visto, à tarde, no passeio próximo ao prédio da administração do 
Parque Nacional de Foz do Iguaçú, no SW do Paraná, em janeiro de 1975: Se- 
gundo relato do Diretor deste Parque, em 1973 houve um acidente ofídico por 
B. jararacussu, envolvendo um guarda florestal quando se banhava em arroio 
próximo à sede do Parque; apesar de medicado na hora o acidente mostrou-se 
de alta gravidade. 


A contagem de escudos ventrais do material examinado pareceu-nos mui- 
to baixa em número, tendo em vista os limites de variação apresentados por 
HOGE & ROMANO (1972:132) e PETERS & OREJAS-MIRANDA (1970) e 
que são de 60 a 66 SC, enquanto que no material examinado variou de 50 a 60. 
Há uma discordância entre estas duas publicações citadas no que se refere ao 
número de VE: PETERS & OREJAS-MIRANDA dão de 181 a 185 e HOGE & 
ROMANO dão de 170 a 186. Em nosso material a variação observada foi de 170 
a 178. Consultando as referências, especialmente aquelas que apresentam cha- 
ves de identificação, constatamos que as cifras acima são sempre repetidas pelos 
autores em geral, sem ampliação do intervalo de variação dos VE. 

No que se refere à variação de colorido, AMARAL (1925 e 1977) apresen- 
ta um estudo da variação ontogênica e que, certo modo, confere com o que ob- 
servamos. Notamos que a coloração de fundo é mais escura nos filhotes e jovens 
do que nos adultos, tendendo a um cinzento nos filhotes, com melanização da 
zona gular; essa região vai clareando com a idade, chegando a ficar cinza claro 
nos jovens e branco nos adultos bem desenvolvidos. À coloração de fundo varia 
de um pardo cinzento no filhote até um amarelo pálido no adulto. Nos mais 
desenvolvidos o amarelo fica mais forte, sendo chamado pelo povo de dourado. 
Também as marcas modificam-se com a idade: nos mais novos as marcas são 
muito longas e obtusângulas, com um par de marcas ocelares vertebrais entre as 
marcas lätero-dorsaiss Com o crescimento, essas áreas vertebrais vão escurecendo . 
até o ponto de ficarem sob a forma de losangos castanho-escuros ou, mesmo, 
até pretos, mas sempre notando-se o par de ocelos alongados vertebrais. 


Com base no material descrito, no observado em coleções, no dos serpen- 
tários dos Institutos Butantan e Pinheiros de São Paulo e nas inúmeras ilustra- 
ções da espécie, quer em trabalhos científicos, quer didáticos, o chamado urutu 
dourado parece ser a coloração dos indivíduos mais desenvolvidos. Esta foi a 
conclusão prévia a que chegamos, devendo ser confirmada com o exame de 
muito maior número de espécimens. 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):63:70, 30 mar. 1980. 


Sobre Bothrops jararacussu LACERDA... 69 


TABELA - Dados dos espécimes de Bothrops jararacussu LACERDA, procedentes de Santa Catarina, Brasil. 


E” ILMA GU ESC IC DO VE SC VU 


MCN 4035 10/10 LIV 5/5 5 1/1/1, 25-25-19 1+ 174 58/58 154-59 7 232 
MCN 4036 10/10 IM 5/5 5 1/1/1 27-25-19 2+173 56/56 154-59 5 37- 287 
MCN 4013 10/10 III 5/4 1/1/1  27-25-19 1+170 5/5+28+27/27 '153-56 289 
MCN 4017 9/9 LUI 5/5 1/1/1 25-24-19 2+ 172 60/60 155-59 295 
MCN 4574 10/10 I-IV 5/5 1/1/1 25-25-19 3+178 50/50 158-62 B 296 
MCN 4575 10/10 III 4/4 1/1/1 25-25-19 2+172 57157 155-58 7 Í 309 
MCN 6620 10/10 LIV 5/5 1/1/1 26-25-19 2+54+1/1+116 9/9+4+43 +43 — 868 
MCN 6624 11/10 III 5/5 1/1/1 25-25-19 1+174 51/51 1113 
MCN 6697 10/10 III 5/5 1/1/1 27-26-21 2+170 50/50 7 1215 
MCN 4196 11/10 NI 5/5 1/1/1 27-27-19 2+174+1/1 50/50 1500 
MCN 6630 10/10 HI 5/5 1/1/1 28-26-21 2+177 50/50 1564 


ONA AA AA SIA WW A 
00000000000 


AGRADECIMENTOS 


Agradecemos ao Engº Agr? Alcidio Witek, do Núcleo Interdepartamental de Estudos Ecoló- 
gicos do Instituto de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e ao Vet. Jordan 
Paulo Vallauer pela doação de exemplares. Agradecemos de forma especial a este último por suas 
atenções quando de nossa estada no Parque Estadual Florestal do Turvo. 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 


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IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):63:70, 30 mar. 1980. 


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12 est. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):63:70, 30 mar. 1980. 


Sobre a ocorrência do tubarão espinhoso Echinorhinus brucus 
(BONNATERRE, 1788) para a costa sul brasileira (Squaliformes: 
Squalidae) * 


Lauro P. Barcellos ** 
Maria Cristina Pinedo *** 


ABSTRACT 


It is registered for the first time the occurrence of Echinorhinus brucus (BONNATERRE, 
1788) in the Brazilian Southern waters (33º10'S, 53°40’W, 35m of depth). This species has been 
recorded in South African and New Zealand waters. Up to the present morhent these are eigth re- 
cords for the S W Atlantic Ocean, one for Argentina in the last century (BERG, 1898) and seven for 
Southern Brazilian waters (this paper). Morphological characteristics and the most important mea- 
surements of one 2.07m female, caught in August 1978, near Rio Grande, are presented. 


RESUMO 


Registra-se pela primeira vez a ocorrência do tubarão espinhoso Echinorhinus brucus (BON- 
NATERRE, 1788) em águas sul brasileiras, com base em sete exemplares, cinco dos quais captura- 
dos em novembro e dezembro de 1975, pela Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (SU- 
DEPE) e dois capturados em agosto e outubro de 1978. Essa espécie é mencionada para o Sul da 
Africa é Nova Zelândia. Características morfológicas e as principais medidas de uma fêmea de 
207cm de comprimento capturada em agosto de 1978 (33º10'S, 53°40’W, 35m de profundidade) 
são apresentadas. 


INTRODUÇÃO 


Em 16 de agosto de 1978 foi capturado com rede de arrasto pelo barco 
pesqueiro Abel I, um exemplar fêmea de tubarão espinhoso Echinorhinus bru- 
cus (BONNATERRE, 1788) a 35º10'S, 53°40’W, 35m, o qual foi doado para o 
Museu Oceanográfico da Fundação Universidade do Rio Grande (MOFURG). 

GARRICK (1960), citado por MUSICK & McEACHRAN (1969), reco- 
nhece duas espécies para o gênero Echinorhinus, E. brucus (BONNATERRE, 
1788) e E. cooki (PIETSCHMANN, 1928), sendo a ocorrência de E. brucus para 
a maioria dos oceanos e de E. cooki para o Pacífico. O autor notou a diferença 
em relação ao diâmetro e forma de tubérculos dérmicos entre as duas espécies: 
E. brucus apresenta tubérculos dérmicos de até 15mm de diâmetro quando iso- 
lados e de 35mm quando compostos; presença de finos e pontudos espinhos. 
Em E. cooki os numerosos tubérculos dérmicos apresentam-se semelhantes a ar- 
maduras, acima de 4mm de diâmetro, com bases angulares sumamente denta- 
das e espinhos grosseiros. Não há, de acordo com o mesmo autor, diferenças 
com relação às dimensões, morfologia externa ou dentes. BARNARD (1925) re- 


* Contribuição Base Oceanográfica Atlântica nº 14. Aceito para publicação em 28/VIT/1979 
** Acadêmico do Curso de Oceanologia da Fundação Universidade do Rio Grande, CP. 474, Rio Grände, RS > 
*** Pesquisadora da Base Occanogräfica Atlântica da Fundação Universidade do Rio Grande. CP. 474, Rio Grande, RS 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):71:74, 30 mar. 1980. 


72 BARCELLOS, L.P. & PINEDO, M.C. 
MD ES > 


gistra a ocorrência de E. brucus para as zonas tropicais e temperadas, Atlântico 
Norte, Nova Zelândia, África do Sul, Japão e Mediterrâneo. 

MUSICK & McEACHRAN (1969) registram detalhadamente a ocorrência 
de E. brucus pela primeira vez para o Atlântico Norte Ocidental (37º38'N, 
74°15’W). Até o momento havia um único registro de E. brucus para o Atlän- 
tico Sul Ocidental (BERG, 1898), perto de Mar. del Plata (Província de Buenos 
Aires, Argentina). 


DESCRIÇÃO 


O exemplar fêmea possui o corpo alongado e compacto, focinho curto e 
artedondado; epiderme escura, com presença de tubérculos dérmicos espinho- 
sos dispostos irregularmente e revestindo grande parte do corpo (fig. 1 A, B). Os 
dentes 11-12/11-10 apresentam-se iguais, tanto os maxilares quanto os mandi- 
bulares, cada um possuindo quatro cüspides inclinadas (fig. 1 C). Os tubérculos 
dérmicos apresentam-se simples ou compostos (2-5 tubérculos fusionados) (fig. 
1 B, a-b). De 42 tubérculos dérmicos retirados da epiderme, 21 eram simples e 
os diâmetros variavam entre 10-20mm. Nos compostos a variação ocorreu entre 
8-31mm. Linha lateral profunda em sua porção posterior e marginada por papi- 
las dérmicas. A quinta abertura branquial apresenta-se inserida na base anterior 
da nadadeira peitoral. Nadadeiras peitorais subtruncadas e com ângulos arre- 
dondados, apresentando tubérculos espinhosos. Nadadeiras dorsais pequenas es- 
tando a primeira dorsal situada acima da metade posterior da pélvica. Do exem- 
plar conserva-se a mandíbula, coluna vertebral e alguns tubérculos espinhosos 
(MOFURG 79-020). As medidas (cm) obtidas foram: comprimento total, 
207,6; distância desde o focinho até o. meio das narinas, 8,5, ao ponto médio da 
boca, 14,4, a primeira abertura branquial, 30, a quinta abertura branquial, 42, 
ä otigern da primeira dorsal, 124,8, à origem da segunda’dorsal, 142,8, à oti- 
gem da peitoral, 49,2, à origem da pélvica, 114; diâmetro do olho, 3,5; largura 
da cabeça a nível da primeira abertura branquial, 36; largura da boca, 24; dis- 
tância entre as narinas, 11,5; distâncias inter-branquiais, 12, 32, 52, 26. Pri- 
meira nadadeira dorsal: altura 11,5, base 12. Segunda nadadeira dorsal: altura 
12,8, base 10. Nadadeira caudal: lobo superior 42, lobo inferior 24. Nadadeira 
peitoral direita: borda anterior 25, borda posterior 12, largura 21,5. Distância 
entre nadadeiras dorsais 9,6, segunda dorsal e origem da caudal 9,0. Distância 
desde origem da peitoral a origem da pélvica 48. 


ADDENDUM 


Em outubro de 1978 um segundo exemplar fêmea da mesma espécie, 
com 300cm de comprimento, foi capturado pelo barco pesqueiro Abel I do 
qual foi retirada a mandíbula (MOFURG 79-021) que apresenta a fórmula 13- 
13/12-13. 

Devido a essas ocorrências os autores tomaram conhecimento de cinco 


IHERINGIA. Sér. Zool., Porto Alegre (56):71:74, 30 mar. 1980. 


Sobre a ocorrência do tubarão espinhososo... 73 


exemplares capturados anteriormente pelo barco de pesquisas pesqueiras Mes- 
tre Jerônimo, da Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (SUDEPE). 

Essas capturas estão registradas no Mapa de Bordo nº 6 (cruzeiros 1 a 
3/75) com as seguintes referências: em novembro de 1975, dois exemplares a 
32º55'S, 50°51’W, 82m de 89 e 95 kg de peso. Dois exemplares a 33°03’S, 
50°25’W, 350-370m de 72 e 93 kg. Um exemplar fêmea com 22-24 embriões 
em dezembro de 1975 a 32°45’S, 50°25’W, 160-180m de 115 kg. 

Encontram-se conservadas no Projeto de Desenvolvimento Pesqueiro 
(PDP-Rio Grande) as nadadeiras da referida fêmea e dois de seus embriões, que 
apresentam os seguintes comprimentos: 35,8cm (macho) e 36,0cm (fêmea) 

Essas ocorrências permitem-nos a 47107: supor que não se trata de uma es- 
pécie rara em nossas águas. As indústrias pesqueiras de Rio Grande evisceram e 
cortam as cabeças dos tubarões capturados, o que, a não ser pela pele espinhosa, 
dificulta seu reconhecimento posterior. 


AGRADECIMENTOS 


À indústria pesqueira Abel Dourado, a qual pertence o barco Abel I, que gentilmente doou o 
exemplar capturado ao Museu Oceanográfico da Fundação Universidade do Rio Grande; ao Prof. 
Hugo P. Castello que nos auxiliou na identificação do exemplar e deu sugestões na elaboração do 
texto; e ao Sr. Erni Rahn do Projeto de Desenvolvimento Pesqueiro (PDP - Rio Grande) pela genti- 
leza no fornecimento do Mapa de Bordo. 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 


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NELSON, J.S. 1976. Fishes of the world. New York, John Wiley, p. 38-9. 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):71:74, 30 mar. 1980. 


74 BARCELLOS, L.P. & PINEDO, M.C. 


Fig. 1: Echinorhinus brucus (BONNATERRE, 1788). A. vista lateral; (BIGELOW & 
SCHROEDER, 1948); B. tubérculos dérmicos espinhosos: a. simples; b. composte; C. dentes (MO- 
FURG 79-020). 


IHERINGIA. Ser. Zool., Porto Alegre (56):71:74, 30 mar. 1980. 


Esponjas de São Sebastião, litoral de São Paulo, Brasil (Porifera, 
Demospongiae) * 


Beatriz Mothes de Moraes ** 
RESUMO 


Duas espécies de esponjas marinhas (Porifera: Demospongiae), respectivamente Cinachyra 
alloclada ULICZKA, 1929 e Tethya maza SELENKA, 1879, são registradas para São Sebastião, São 
Paulo (24º49'12" S - 45º24'36"" W). É oferecida uma descrição comentada com ilustrações dos es- 
pécimes e de seus conjuntos espiculares, além de tabelas com mensurações micrométricas das mi- 
croscleras e megascleras pertinentes às duas espécies. 


ABSTRACT 


In the present study the author registers the occurence of two species of Demospongiae (Pori- 
fera) respectively Cinachyra alloclada ULICZKA, 1929 e Tethya maza SELENKA, 1879, for São Se- 
bastião beach, São Paulo, Brazil (24º49'12"" S - 45º24'36" W). A commented description with il- 
lustrations of the specimens studied and their scleres, besides of tables with the micrometric measu- 
res of the microscleres and megascleres is given. 


INTRODUÇÃO 


Em 1929, ULICZKA descreveu a espécie Cinachyra alloclada com base 
em três espécimes, coletados nas ilhas Tortugas, sudoeste da Flórida (Estados 
Unidos da América). 

HECHTEL (1976) registrou pela primeira vez a ocorrência de C. allociada 
para a costa brasileira, mais precisamente para o litoral do Recife (Brasil). 

Posteriormente, WIEDENMAYER (1977) estudando as esponjas mari- 
nhas das ilhas Bimini a leste da Flórida, redescreveu a espécie acima citada. 

Em 1879, SELENKA descreveu a espécie Tethya maza, cujo material 
apresentava grande quantidade de gêmulas e fora coletado durante os meses de 
inverno, na baía do Rio de Janeiro (Brasil). 

SOLLAS (1888), examinando alguns espécimes de . »zaza, redescreveu o 
material, registrando também a ocorrência de gêmulas na esponja durante o in- 
verno, porém não continuamente. 

Através da viagem realizada pela “Expedição Skeat’’ (1899-1900), SOL- 
LAS (1902) obteve espécimes de T. 7maza coletados na ilha Pulau Bidang, situa- 
da a oeste da costa da península malaia, e baseado neste material, ofereceu uma 
breve descrição dos exemplares, ressaltando que os espécimes observados não 
apresentavam gêmulas. 

BURTON (1924) ofereceu uma breve diagnose da espécie T, maza, colo- 
cando T. maza SELENKA, 1879 e T. maza SOLLAS, 1888 em sinonimia com 


* Aceito para publicação em 11/1X/1979. Contribuição FZB nº 148. 
* Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Cx. Postal 1188. 90.000 Porto 
Alegre, RS. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (T.C. nº 1111.652/77) 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56): 75-86, 30 mar. 1980 


76 MOTHES DE MORAES, B. 


Donatia maza citando a abundância deste material para a costa da América do 
Sul. 

A espécie T. maza é novamente citada em 1976 por HECHTEL, por oca- 
stão de seu estudo zoogeográfico das esponjas marinhas brasileiras, assinalando- 
a para Rio de Janeiro, Santos e Sul do Brasil. 

Em 1973 e 1974, pesquisadores do Museu de Ciências Naturais da Funda- 
ção Zoobotânica do Rio Grande do Sul, coletaram vários espécimes de C. allo- 
clada e T. maza no litoral de São Paulo, praia de São Sebastião, com baixa dis- 
tribuição batimétrica. Os exemplares de T. 7maza foram coletados em julho e 
apresentavam, na ocasião, grande quantidade de gêmulas, confirmando SE- 
LENKA (1879). 


MATERIAL E METODOS 


O material estudado encontra-se conservado em álcool 70% e depositado na coleção de Pori- 
fera do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. 

Siglas usadas no texto: MCN, Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio 
Grande do Sul, Porto Alegre, RS; BR, Brasil; SP, São Paulo. 

Para o método usado nas preparações de dissociação espicular veja-se MOTHES DE MORAES 
(1978). 


Cinachyra alloclada ULICZKA, 1929 
(Figs. 1-4) 


Cinachyra alloclada ULICZKA, 1929:41-3 (Ilhas Tortugas, Florida); HECH- 
TEL, 1976: 242, 247, 252 (Recife, BR); WIEDENMAYER, 1977:183-5 e sino- 
nímia (Ilha Biminı, Bahamas). 

MATERIAL EXAMINADO - MCN 217 (lote com 7 espécimes), São Sebastião, SP, profundidade 
2m, 30.VIl.1973, A. Lise leg.; MCN 245 (lote com 7 espécimes), São Sebastião, SP, profundidade 
20cm, 31.VII.1974. S. Pauls leg.; MCN 459, Sao Sebastião, SP, profundidade 3m, 16.X11.1974, 
A. Lise leg.. 


Foram examinados vários espécimes inteiros e alguns fragmentados apre- 
sentando uma ligeira diversidade de formas e tamanhos entre os lotes. Exem- 
plares do lote MCN 217 apresentam forma subesférica, com 4 a 8em de compri- 
mento, 4 a 6,5cm de largura e 2 a 4cm de altura; exemplares do lote MCN 245 
tem forma cônica, com a porção superior acentuadamente plana, todos conser- 
vando uma certa uniformidade quanto ao tamanho: 2cm de comprimento, 
1,9cm de largura e Icm de altura: exemplar MCN 459 com forma subesférica, 
2,5cm de comprimento, 2em de largura e 3,5cm de altura. 

A cor do material quando vivo é alaranjado; após fixado varia externa- 
mente de branco sujo a cinza escuro. Internamente o material fixado apresenta 
um gradiente de coloração do esbranquiçado ao amarelado. 

Os cálices vestibulares (WIEDENMAYER, 1977) são de forma circular 
tendendo à elíptica, distribuem-se predominantemente na extremidade equa- 
torial de um dos hemisférios da esponja e apresentam uma espécie de colarinho 
circundante. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56): 75-86, 30 mar. 1980 


Esponjas de São Sebastião, litoral de... 77 


Foi observada uma certa relação entre o diâmetro de um cálice vestibular 
e a distância entre eles: os do lote MCN 217 com 5mm de diâmetro e Smm de 
distância; os do lote MCN 245 com Imm de diâmetro e Imm de distância e os 
do MCN 459 com 2mm de diâmetro e 3mm de distância. 

A superfície da esponja é hispidante, devido à projeção de espículos além 
do ectossoma. À consistência da esponja é variável: espécimes do lote MCN 245 
apresentam consistência compressível, os do lote MCN 217 e do MCN 459 são 
duros. 

O ectossoma é muito delgado, caracterizando-se por uma fina película 
que cobre a porção externa da esponja. Internamente encontra-se o coanossoma 
onde as grandes megascleras dispõem-se radialmente formando feixes. Ocorre 
grande número de grandes oxeas e protrienes, cujos rabdomas estão mergulha- 
dos no coanossoma e os cladomas atravessam o ectossoma € projetam-se para o 
exterior. São registradas algumas megascleras do tipo anatriene e raras oxeas pe- 
quenas. As microscleras são abundantes e contram-se espalhadas pelo coanosso- 
ma. 


Megascleras. 


Oxeas-robustas: fusiformes, podem apresentar as extremidades abruptamente 
pontiagudas, levemente estrongiliformes ou gradualmente pontiagudas, algu- 
mas com uma discreta curvatura. 

Oxeas-pequenas: fusiformes, extremidades gradualmente pontiagudas ou leve- 
mente estrongiliformes, ligeiramente curvas. 

Protrienes: rabdoma com a extremidade aguçada e cladi delgado; cladı com ei- 
xos de tamanhos diferentes e discretamente ondulados com extremidades 
abruptamente pontiagudas, alguns apresentam uma pequena constrição na ex- 
tremidade de um dos eixos. 

Anatrienes: rabdoma com extremidade aguçada, cladi com eixos acentuada- 
mente recurvados para baixo e extremidades abruptamente aguçadas ou leve- 
mente estrongiformes, alguns com a ponta dos eixos recurvadas para baixo. 


Microscleras. 


Sigmaspiras: discreta microespinhadura na superfície; alguns apresentam um 
prolongamento em forma de espinho em uma das extremidades, podendo 
ocorrer formas com as extremidades rombas; a forma predominante é seme- 
lhante à letra C, mas há algumas semelhante à letra S; raramente retorcidas. 
COMENTÁRIOS. Os espécimes por nós estudados são semelhantes aos descri- 
tos por ULICZKA (1929) e WIEDENMAYER (1977) no que se refere à morfo- 
logia externa e disposição dos espículos no interior da esponja. Pequenas dife- 
renças foram observadas em relação à morfologia e ao tamanho dos espículos. 

ULICZKA, na sua descrição original, não se refere às às pequenas oxeas, Ci- 
tadas por WIEDENMAYER e também observada por nós, as quais ocorrem ra- 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56): 75-86, 30 mar. 1980 


78 MOTHES DE MORAES, B. 


ramente e são maiores do que as descritas por WIEDENMAYER. As grandes 
oxeas diferem um pouco das observadas por ULICZKA e por WIEDENMA- 
YER, pois suas extremidades não são sempre açuçadas, podendo este tipo de es- 
clera ocorrer com pontas levemente estrongiliformes. Ambos os autores registra- 
ram como sendo de ocorrência abundante as megascleras do tipo anatriene e re- 
duzidas as do tipo protriene, mas nos espécimes por nós estudados observamos 
o inverso. As microscleras do tipo sigmaspiras apresentam uma discreta microes- 
pinhadura na superfície, detalhe este que não se encontra registrado por 
ULICZKA e por WIEDENMAYER. Quanto ao tamanho dos espículos, as me- 
gascleras são todas um pouco maiores das citadas por ULICZKA e por WIE- 
DENMAYER, com exceção das microscleras que apresentam tamanhos seme- 
Ihantes daquelas observadas pelos autores acima citados. 

- Tais diferenças provavelmente se devem ao fato de que os exemplares 
descritos por ULICZKA e por WIEDENMAYER são procedentes do Mar das 
Antilhas, sendo que os de WIEDENMAYER foram retirados a 400m do litoral, 
constituindo ambiente, talvez, diverso daqueles coletados no litoral de São 
Paulo numa distância de 4 a Sm da costa. 


Tethya maza SELENKA, 1879 
(Figs. 5-8) 


Tethya maza SELENKA, 1879:472-5 (Rio de Janeiro, BR); SOLLAS, 1888:440 
(Rio de Janeiro, BR); SOLLAS, 1902:216(Pulau Bidang, Arquipélago Malaio); 
HECHTEL, 1976:255 (Rio de Janeiro, BR). 

Donatia maza BURTON, 1924:1040 


MATERIAL EXAMINADO - MCN 313 (lote com 4 espécimes), São Sebastião, SP, profundidade 
3m, 23.XII.1974, A. Lise leg.; MCN 155, São Sebastião, SP, profundidade 2m, 30.VII.1973, A. 
Lise leg.. 


Foram observados dois espécimes inteiros e um fragmentado. Os espéci- 
mes do lote MCN 313 apresentam formas hemisféricas a subesféricas, sendo 
que a porção superior de alguns exemplares é irregularmente plana. O maior es- 
pécime deste lote tem 3,4cm de comprimento, 2cm de largura e 1,2cm de altu- 
ra; o menor espécime apresenta 2cm de comprimento, 2cm de largura e 1,7cm 
de altura. O exemplar MCN 155 tem forma subesférica, com 1,5cm de compri- 
mento, 1,8cm de largura e 0,8cm de altura. 

A cor do material quando vivo é amarelo-alaranjado, após fixado apre- 
senta externamente a cor branco sujo sendo que em algumas regiões observam- 
se variações de cores desde cinza a marrom escuro. Internamente a esponja apre- 
senta tonalidades que variam do branco sujo ao amarelo claro. 

Em um espécime do lote MCN 313 observou-se um ósculo, com forma 
elíptica, aproximadamente com 1,5cm de diâmetro maior, situado numa pe- 
quena depressão da porção superior da esponja. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56): 75-86, 30 mar. 1980 


Esponjas de São Sebastião, litoral de... 79 


À esponja apresenta consistência levemente endurecida na zona do córtex 
e delicada no coanossoma. 

Nos espécimes estudados observou-se regular quantidade de gêmulas de 
forma que varia de esférica a ovóide fixas ao corpo da esponja por pedúnculos 
rígidos. O conjunto espicular desses corpos de resistência é constituído por es- 
trongiloxeas delgadas iguais aquelas que ocorrem no corpo da esponja, dispos- 
tas em feixes radiais, que se abrem em forma de leque à medida que se distan- 
citam do ponto de i inserção da gêmula com o pedúnculo. Também foram obser- 
vadas microscleras do tipo quiásteres, as quais concentram-se em maior número 
na região periférica da gêmula, oferecendo o aspecto de um anel periférico à gé- 
mula; estas mesmas escleras encontram-se espalhadas em menor quantidade no 
interior da gêmula. Na gêmula não foram observados espículos do tipo esferás- 
ter. 

No material observado constatou-se a presença de um conjunto de escle- 
ras do tipo quiásteres, as quais variam sucessivamente em tamanho e forma à 
medida que passam do córtex para o coanossoma. A maior concentração deste 
tipo de esclrea ocorre na porção superior do córtex. 

Na zona inferior do córtex foram observadas microscleras do tipo esferás- 
ter. as quais também ocorrem raramente no coanossoma, ou algumas vezes 
distribuem-se entre os quiästeres. As megascleras do tipo estrongiloxeas situa- 
das no coanossoma estão dispostas radialmente em feixes e, entre estes, formas 
reduzidas dessas mesmas escleras foram observadas espalhadas nesta região da 
esponja. 


Megascleras. 


Estrongiloxeas - grandes: robustas; retas; na extremidade aguçada pode ocorrer 
uma pequena constrição; raramente extremidades anfistrôngilas. 
Estrongiloxeas - pequenas: delicadas; retas ou levemente curvas; algumas com 
pequena constrição na extremidade aguçada. 


Microscleras. 


Esferásteres-grandes: com eixos cônicos; extremidades gradualmente aguçadas 
ou levemente estrongiliformes; raramente eixos dicotômicos. 
Quiásteres: centro pequeno; arredondado ou muitas vezes ausente; apresentan- 
do 5 a 7 eixos, cilíndricos, com extremidades estrongiliformes ou truncadas; 
superfície dos eixos com microrrugusidades. 
COMENTÁRIOS. As escleras do tipo oxiaster, citadas por SOLLAS (1902) « 
BURTON (1924) não foram observads no material examinado, constatando-se 
somente a presença de um só tipo de microsclera com formas bastante variáveis, 
as quais também foram registradas por SELENKA (1879) por ocasião da descri- 
ção da espécie. 

Registrou-se a presença de estrongiloxeas delgadas espalhadas pelo coa- 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56): 75-86, 30 mar. 1980 


80 MOTHES DE MORAES, B. 


nossoma, confirmando SELENKA (1879), SOLLAS (1902) e BURTON (1924) 
mas não apresentando a diversificação de formas citadas por SELENKA. 


O conjunto espicular registrado para as gêmulas é idêntico àquele citado 
por SELENKA. 

Quanto ao tamanho das escleras examinadas foi constatada uma grande 
semelhança com as descritas por SOLLAS (1902), cujo material foi coletado no 
Oceano Pacífico. 


TABELA I 


Comprimento e espessura em micrometros dos espículos de Cirachyra al- 
Joclada. São dadas as dimensões mínimas, média e máxima observadas. 


Comprimento | Espessura 


mínima 2644 7! 
(Oxeas maiores média 4923 38 
máxima 6256 56 
mínima 74 4 
(Oxeas menores média 159 7 
máxima 225 9 
mínima 407 3 
Rabdomas média 437 11 
mäxima 462 23 
Protrienes 
minima 21 
Cladomas media 96 
máxima 320 
mínima 28 3 
Rabdomas média 8289 9 
máxima 9061 14 
Anatrienes 
minima 28 
Cladomas média 72 
pd — máxima 111 k 
minima 10 
Sigmaspiras media 14 
| máxima 22 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56): 75-86, 30 mar. 1980 


Esponjas de São Sebastião, litoral de... 81 


TABELA II 


Comprimento, diâmetro e espessura em micrometros dos espículos de 
Tethya maza. São dadas as dimensões mínima, média e máxima observadas. 


Diâmetro 


Comprimento . Espessura 


mínima 
média 
máxima 


Estrongiloxeas maiores 


mínima 
Estrongiloxeas menores | média 6 
máxima 9 


mínima 
média 
máxima 


Esferásteres 


mínima 
média 
máxima 


Quiásteres 


AGRADECIMENTOS 


O autor agradece ao Dr. Arno Lise da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul e às pes. 
quisadora Sheila M. Pauls pela coleta do material, objeto do presente estudo, bem como à Fun. 
ção de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul auxílio concedido para a aquisição de bibliograr : 


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 


BURTON, M. 1924. The sponge family Donatiidae. Proceedings of the General Meetings 19 
Scientific Business of the Zoological Society of London, London (2):1040, pl. 1. fig. 3 
HECHTEL, G.J. 1976. Zoogeography of brazilian marine Demospongiae. New York, Academi. 
Press. p. 237-60. Separata de ASPECTS of sponge biology. New York, Department of Eco- 

logy and Evolution State, University of New York at Stony Brook. p. 242, 245. 252. 255 

MOTHES DE MORAES, B. 1978. Esponjas tetraxonidas do litoral Sul-brasileiro: II-Material coleta 
do pelo N/Oc. “'Prof. W. Besnard’’ durante o programa Rio Grande do Sul. Bolm Ins: 
Oceanogr., São Paulo, 27(2):57-78, il. 

SELENKA, E. 1879. Ueber einem Kieselschwamm von achtstrahligem Bau, und über Entwicklung 
der Schwammknospen. Zeitschrift für Wissenschaftliche Zoologie, Leipzig:472-5, 1880 
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GER DURING THE YEARS 1873-76. Report on the scientific results; zoology. London 
H.M.S. Government. [New York, Johnson Reprint, 1965] v.25, p.440. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56): 75-86, 30 mar. 1980 


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ULICZKA, E. 1929. Die tetraxonen schwamme Westindiens (auf der ergebnisse der Reise 
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WIEDENMAYER, F. 1977. Shallow-water sponges of the western Bahamas. Basel, Birkhäuser Ver- 
lang. 287p., 180fıg., 52tab. 


NENNEN 
u a r u | N | “ 


Fig. 1-3: Cirachyra allochda ULICZKA, 1920. Fotografia dos espécimes (1. MCN 217; 2. 
MCN 245; 3. MCN 459): vista da porção superior. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56): 75-86, 30 mar. 1980 


Esponjas de São Sebastião, litoral de... | 83 


Fig. 4: Cinachyra alloclada ULICZKA, 1929. Fotografia do espécime (MCN 217): vista lateral 
evidenciando os cálices vestibulares. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56): 75-86, 30 mar. 1980 


84 MOTHES DE MORAES, B. 


PR; 


| 
3 
| 


DU pu AUT 
2 Bd 5 E 7 


Fig. 5-6: Tethya maza SELENKA, 1879. Fotografia dos espécimes (MCN 155, 313): vista da 
porção superior. 


Fig. 7: Tethya maza SELENKA, 1879. Fotografia do espécime (MCN 313): vista superior evi- 
denciando o ósculo e gêmulas. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56): 75-86, 30 mar. 1980 


| Esponjas de Säo Sebastiäo, litoral de... 85 
(ED a a e e ungern eee mem 


Fig. 8 Cinachyra alloclada ULICZKA, 1929. Desenhos em cämara clara (microscöpio binocu- 


lar Leitz) evidenciando o tamanho relativo dos componentes espiculares (MCN 217, 245, 459): a. 
anatriene; b. protriene; c. oxea; d. sigmaspiras; e. pequena oxca. 


Fig. 9: Cinachyra alloclada ULICZKA, 1929. Desenhos em câmara clara (microscópio binocu- 
lar Leitz) dos componentes espiculares (MCN 217, 245, 459): a-a’'. variação das extremidades das 
grandes oxeas; b-b’’’. variação das pequenas oxeas; c-c'’'. variação dos cladomas de protrienes; 
d-d’’. variações de rabdomas de anatrienes; e. sigmaspiras. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56): 75-86, 30 mar. 1980 


86 MOTHES DE MORAES, B. 


Sr SE EE A 


Fig. 10: Tethya maza SELENKA, 1879. Desenhos em câmara clara (microscópio binocular 
Leitz) dos componentes espiculares (MCN 155, 313): a. quiästeres; b. esferásteres; c-c’’. variação 
das extremidades das estrongiloxeas; d-d’. variação das extremidades das pequenas estrongiloxeas. 


Fig. 11: Tethya maza SELENKA, 1879. Desenhos em câmara clara (microscópio binocular 


Leitz) evidenciando o tamanho relativo dos componentes espiculares (MCN 155, 313): a. estrongi- 
loxeas; b. estrongiloxea pequena; c. esferáster; d. quiásteres. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56): 75-86, 30 mar. 1980 


Redescrição do material tipo de Dru/ia cristata (WELTN ER, 1895) 
e identificação. do conteúdo espicular associado (Porifera- 
Spongillidae). * 


Rosária De Rosa Barbosa ** 


RESUMO 


Neste trabalho, é feita a redescrição ilustrada do material tipo de Dru/ia cristata (WELTNER, 
1895), visto a descrição original ter sido resumida e sem ilustração. Registra-se também a fauna es- 
pongológica associada. 


ABSTRACT 


In the present work is given an illustrated redescription of the type material of Drulia cristata 
(WELTNER, 1895), since the original description is resumed and not illustrated. The associated 
spongological fauna is also registered. 


INTRODUÇÃO 


WELTNER (1895) descreve Drulia cristata para o rio Tapajós, Amazonas, 
Brasil, abreviadamente e sem ilustrações, mencionando que o material tipo de 
D. crıstata é constituído de um único espécime. 

GEE (1930-1931) menciona que o tipo encontra-se depositado no Zoolo- 
gisches Museum, Berlin. 

Em 1968 PENNEY & RACEK, realizam a revisão dos espongilídeos pro- 
dutores de gêmulas, considerando D. cristata como uma espécie válida e que 
futuros estudos da mesma seriam necessários. Nesse estudo é referido que lâmi- 
nas do síntipo de D. cristata da coleção N. GIST GEE foram observadas. Entre- 
tanto, examinando-se lâminas de D. cristata da coleção N. GIST GEE deposita- 
das na Smithsoniam Institution, verificou-se que aquelas lâminas foram feitas 
com material depositado no Zoologisches Museum, Berlin, sendo na realidade 
lâminas do próprio holótipo, havendo, portanto, um único espécime tipo. 

Esse trabalho visa ampliar a descrição do tipo de D. cristata e apresentar 
pela primeira vez ilustrações, além de registrar a fauna espongológica associada. 


MATERIAL E METODOS 
Abreviaturas usadas no texto: 
1) MCN - Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul, Porto Ale- 


gre, RS, Brasil. 
2) ZBM - Zoologisches Museum, Berlin. 


* Aceito para publicação em 26/1X/1979. Contribuição FZB nº 149 
* Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1188, 90.000 Porto 
Alegre, RS. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (T.C. 1111.1128/77) 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):87-94, 30 mar. 1980 


88 DE ROSA-BARBOSA,R. 


Material examinado: 


1) ZBM 2117 - holótipo: rio Tapajós, Amazonas, Brasil. 
2) MCN 0550 - 14 lâminas do holótipo. 
3) Smithsonian Institution 150/369 - lâmina do holótipo. 


REDESCRIÇÃO 
Megascleras 


Anfistrôngilos fortes com uma leve curvatura, lisos, pouco variáveis quan- 
to ao comprimento. Alguns apresentam malformações como: espinho colocado 
na extremidade do eixo em uma das pontas ou em ambas podendo ser confun- 
didos com oxeas (Fig. 1a"); flexionamento do eixo, ocorrendo geralmente ape- 
nas numa extremidade (Fig. 1a”); inflamento de uma das pontas ou ambas, 
sendo esta a mais rara das malformações. 


Dimensões das megascleras: 


Comprimento: mínimo 441,6 micrometros; médio 555,4 micrometros; 
máximo 630,2 micrometros. 

Diâmetro do eixo: mínimo 38,6 micrometros, médio 52,9 micrometros, 
máximo 69 micrometros. 


Microscleras 


Anfioxeas muito pequenas e delicadas com extremidades muito aguçadas, 
terminando em ponta de agulha. São retas ou levemente curvas. Todo o espícu- 
lo é revestido de microespinhadura. Geralmente na região central do espículo 
há espinhos que se inserem perpendicularmente ao eixo da microsclera. Os es- 
pinhos apresentam extremidades arredondadas ou triangulares, sendo também 
recobertos por microespinhos. As microscleras são variáveis, quanto ao compri- 
mento e quantidade de espinhos inseridos no eixo. Algumas microscleras apre- 
sentam inflamentos na região central com ou sem espinhos (Fig. 2b). 


Dimensões das microscleras: 


Comprimento: mínimo 60,6 micrometros; médio 77,4 micrometros; má- 
ximo 100,6 micrometros. 

Diâmetro do eixo: mínimo 4,07 micrometros; médio 7,06 micrometros: 
máximo 11,47 micrometros. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre 456):87-94, 30 mar. 1980 


Redescrição do material tipo de Drulia cristata... | 89 


Gemoscleras 


Apresentam forma de escudo, típica para o gênero. As bordas das rótulas 
são lisas ou com expansões voltadas para cima (considerando-se a inserção na gê- 
mula). Esses prolongamentos formam bordas delicadas ou alargadas que são li- 
sas ou onduladas. O eixo da gemosclera é bastante variável, podendo ser curto e 
grosso ou comprido e fino. Esse, geralmente, sofre um estrangulamento próxi- 
mo à porção anterior, resultando um eixo em forma de clava. As gemoscleras 
apresentam malformações no eixo, como prolongamentos, sendo que em al- 
guns dá origem a um espinho recurvado, ou então podem se expandir lateral- 
mente, resultando uma lamela (Fig. 2a). 


Gemulas 


As gêmulas ocorrem em pequeno número, de formz arredondada e 
possuem um forâmen. O tubo foraminal é curto, cônico e desprovido de ge- 
moscleras. As gêmulas geralmente têm uma única camada de gemoscleras, mas 
em muitos pontos há superposição das mesmas, indicando eventual dupla ca- 
mada. As gêmulas não apresentam cápsulas e a camada pneumática é fina. Diä- 
metro da gêmula de 644 a 1012 micrometros. 


Esqueleto 


O tipo está conservado em seco, sendo sua constituição densa, porém frá- 
gil e quebradiça. Forma hemisférica com 7cm de largura por 4cm de altura. A 
região côncava do espécime apresenta uma superfície irregular com uma série 
de orifícios grandes e profundos. O lado plano possui aspecto regular, notando- 
se algumas cavidades e sulcos. A cor é marrom escuro. A estrutura do esqueleto 
não é a típica do gênero, sendo mais uniforme, com pouca diferenciação em fi- 
bras longitudinais e transversais, tomando uma constituição de rede mais fecha- 
da do que para as outras espécies, porém muito mais delicada. Em certos pontos 
podem ser notadas fibras longitudinais muito delgadas, que protraem na super- 
fície, e fibras transversais mais delgadas do que aquelas, constituídas por uma 
ou duas escleras. O espécime encontra-se com seu retículo completamente obs- 
truído por grãos de sílica de diversos tamanhos. 


Comentários 


Megascleras. WELTNER (1895) descreve anfistrôngilos lisos enquanto 
que PENNEY & RACEK (1968) comentam a existência de espículos do tipo 
oxea. Constatamos que na realidade trata-se de anfistrôngilos que possuem um 
pequeno espinho na ponta. 

Microscleras. Todas as características descritas no presente trabalho coin- 
cidem com as relatadas por WELTNER (1895) e PENNEY & RACEK (1968), 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):87-94, 30 mar. 1980 


90 DE ROSA-BARBOSA, R. 


excetuando-se a microespinhadura existente sobre os espinhos e o tamanho das 
microscleras. 

Gemoscleras. A forma das gemoscleras e a maneira como .as mesmas se 
dispõem na gêmula correspondem com a descrição de WELTNER (1895); en- 
tretanto WELTNER não mencionou os tipos de malformações que ocorrem, 
além de haver divergências em relação às medidas por nós obtidas. 


CONTEÚDO ESPICULAR ASSOCIADO 


Examinando-se as lâminas histológicas de D. cristata constatou-se que es- 
tá associada com uma série de espongilídeos. Verificou-se a ocorrência de três 
espécies do gênero Trochospongilla: T. paulula (BOWERBANK, 1863), T. va- 
riabilis BONETTO & DE DRAGO, 1973 e T. delicata BONETTO & DE DRA- 
GO, 1967 sensu VOLKMER-RIBEIRO & DE ROSA BARBOSA, «1972. Os ele- 
mentos espiculares desses exemplares são muito abundantes nas lâminas histo- 
lógicas. Essas espécies há haviam sido mencionadas para a bacia Amazônica 
(VOLKMER-RIBEIRO et alii, 1975). 

Outro espongilídeo que ocorre em elevado índice de associação é segura- 
mente do gênero Radiospongilla, provavelmente R. crateriformis (POTTS, 
1882) pelas características observadas nos espínculos gemulares. Não se pode 
afirmar com certeza que se trata de R. crateriformis, pois nas lâminas histológi- 
cas não foram localizadas as megascleras que fazem parte do conjunto espicular 
da espécie. Além disso as medidas das gemoscleras obtidas são maiores que as 
apresentadas por CARVALHO (1942) o qual cita pela primeira vez R. crateri- 
formas para a América do Sul no Estado de São Paulo. 

Entre as espécies constatadas com menor índice de frequência e que foi 
possível identificar, têm-se: Oncosclera navicella (CARTER, 1881), já mencio- 
nada para a fauna Amazönico-Paraneana por VOLKMER-RIBEIRO et alii 
(1975); Corvospongilla böhmu (HILGENDORF, 1883), sendo a primeira cons- 
tatada para a bacia Amazônica; Metania spinata (CARTER, 1881), com ampla 
distribuição nos rios da região Amazônica (VOKMER- RIBEIRO, 1976) e Uru- 
guaya corallioides (BOWERBANK, 1863) anteriormente citada por CORDERO 
(1923), sendo esta a segunda constatação para a bacia Amazônica. 

A identificação desse material espicular associado permite ter-se uma no- 
ção preliminar da fauna de esponjas do rio Tapajós. Para esta fauna não havia 
qualquer levantamento realizado até o presente. 


AGRADECIMENTOS 


Ao Dr. D. Kühlmann, do Zoologisches Museum, Berlin, pelo empréstimo do espécime tipo. 
Ao Dr. Klaus Ruetzler, do Smithsonian Institution, pelo envio das lâminas da coleção N. GIST 
GEE. De modo especial, à Dra. Cecília. Volkmer-Ribeiro pelas sugestões e apoio científico presta- 
dos. À autora expressa seu reconhecimento à Dra. Alpha da Rosa Teixeira, coordenadora do Centro 
de Estudos de Saneamento Básico - DMAE, pelo acesso ao equipamento fotográfico do CESB e ao 
Biólogo Paulo Roberto Soares pela tomada das fotomicrografias. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):87-94, 30 mar. 1980 


Redescrição do material tipo de Drulia cristata... 91 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 


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Fac. Filos. Ciênc. Univ. S. Paulo. Zoologia, São Paulo (6):267-79, 2est., 1 mapa. 

CORDERO, E.H. 1923. Dos esponjas de agua dulce (‘‘Spongillidae’’) de la América del Sur. 
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GEE, N.G. 1930-1931. A contribution toward an alphabetical list of the know fresh-water sponges. 
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PENNEY, J.T. & RACEK, A.A. 1968. Comprehensive revision of a worldwide collection of fresh- 
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cias, PUCRS. Porto Alegre, 1976. [Não publicada] 

WELTNER, W. 1895. Spongillidenstudien III. Katalog und Verbreitung der bekannten Süsswas- 
serschwamme. Arch. Naturgesch, Berlin, 1:114-44. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):87-94, 30 mar. 1980 


92 DE ROSA-BARBOSA,R, 


Fig. la-lc: Drulia cristata (WELTNER, 1895). Lâminas do Holotipo (MCN 0550): Desenhos 
em câmara clara, ao microscópio do conjunto espicular; ta. megascleras (125x); la”. megasclera 
malformada com flexionamento no eixo (125x); 1a’’. megasclera malformada com espinho coloca- 
do na extremidade do eixo (125x); 1a’’’. megascleras (500x); 1b. microscleras (500x); 1c. gemoscle- 
ras (500x). 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):87-94, 30 mar. 1980 


. Redescrigäo do material tipo de Druíia cristata... ; 93 


Fig.-2: Drulia cristata (WELTNER, 1895). Lâminas do Holótipo (MCN 0550): Desenhos em 
câmara clara, ao microscópio com 1250x: 2a. gemoscleras; 2b. microscleras. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):87-94, 30 mar. 1980 


94 DE ROSA-BARBOSA, R.. 


PPT . 


° CR 


_ Fig. 3-7: Drulia cristata (WELTNER, 1895): 3-4. Holótipo ZBM 2117:3. vista superior; 4. vis- 
ta inferior, 5-7. Lâminas do holótipo MCN 0550, fotomicrografias: 5. Megascleras: A. anfis trôngilo 
(100x); B. anfistrôngilo com espinho apical (400x); 6. Microscleras, variação quanto ao tamanho e 


número de espinhos (400x); 7. Gemoscleras, variação quanto ao tamanho da rótula e forma do eixo 
(400x). 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):87-94, 30 mar. 1980 


Sobre a osteologia craniana de Liolaemus occipitalis BOULEN- 
GER, 1885, L. /utzae MERTENS, 1938 e L. multiformis simonsii 
BOULENGER, 1902 (Lacertilia, Iguanidae). * 


Marta Elena Fabian-Beurmann ** 
Marisa Ibarra Vieira *** 


RESUMO 


O presente trabalho € um estudo parcial e comparativo da osteologia craniana de Lio/aemus 
occipitalis BOULENGER, 1885, L. /utzae MERTENS, 1938 e L. multiformis simonsii BOULEN- 
GER, 1902, com referência às estruturas ósseas que apresentam diferenças significativas nessas três 
espécies. 


SUMMARY 


This publication is a parcial and comparative study about the skull of Lzo/zemus occibitalis 


‚BOULENGER, 1885, L. /utzae MERTENS, 1938, and L. multiformis simonsii BOULENGER. 
1902, with reference to the osteology diferences in the three species. 


INTRODUÇÃO 


As espécies do gênero Lio/zemus WIEGMANN, 1834, têm sido estuda- 
das basiçamente do ponto de vista da morfologia externa. 

GALLARDO (1964) e DONOSO BARROS (1966), além de apresenta- 
rem os caracteres morfológicos de Lz0/2e7mus, referem-se: também ao tipo de 
dentes e à presença de dentes pterigóides, sem mencionar contudo aspectos 
anatômicos ou osteológicos. ETHERIDGE (1965), em seu trabalho comparativo 
do esqueleto abdominal de lagartos iguanídeos, menciona o gênero Lio/aemus, 
não especificando as espécies estudadas. Nada existe na literatura quanto às di- 
ferenças osteológicas interespecíficas do crânio. 

“Neste trabalho apresenta-se um estudo parcial, comparativo, da osteolo- 
gia crahiana de L. occıpitahs BOULENG:R, 1885, L. /utzae MERTENS, 1938, 
e L. multiformis simonsu BOULENGER, 1902, fazendo-se referência apenas 
às estruturas ósseas onde se verificaram diferenças significativas entre as três es- 
pécies. 


MATERIAL E MÉTODOS 


Os exemplares estudados pertencem às coleções do Instutito de Zoologia da Fundación Mi- 
guel Lillo (Tucumán, Argentina) e do Museu de Ciências Naturais (MCN) da Fundação Zoobotäni- 
ca do Rio Grande do Sul (Porto Alegre, Brasil). Sua preparação foi pelo método de maceração das 
partes moles com peróxido de hidrogênio e hipoclorito de sódio. 


* Aceito para publicação em 26/1X/1979. Contribuição FZB nº 150 
** Pesquisadora do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Caixa Postal 1188, 90.000 Porto 
Alegre, RS. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Proc. 1111.5364/76). 
** Pesquisadora do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):95-102, 30 mar. 1980 


96 FABIAN-BEURMANN, M.E. & VIEIRA, M.I. 


Material estudado. 


| Liolaemus lutzae - Brasil, Rio de Janeiro: Cabo Frio, 1.1976, O.C. de Oliveira leg. (MCN 
7007); Município de Maricá, 23:V.1977, C.J. Becker leg. (MCN 6464). 
Liolaemus multiformis simonsit - Argentina, Província de Salta, San Antonio de los Cobres, 


11.1975, E. Lavilla e G. Scrocchi leg. (00689). 

Liolaemus occipitalıs - Brasil; Rio Grande do Sul: Municipio de Torres, 03-80. XI. 1960, T. de 
Lema e G.R. Hoffmann leg. (MCN 6459); Município de Tramandaí, Praia de Mariluz, 
03-12.1.1963, T. de Lema leg. (MCN 6411); Praia de Cidreira, 03-04.11.1956, T. de Lema e R.H.R. 
Correa leg. (MCN 6418), 23.X1.1964, P.C. Braun leg. (MCN 6461, 6462), 11.1965, P.C. Braun 
leg. (MCN 6460), 01.X1.1971, P.C. Braun leg. (MCN 6412), 01-03.X1.1973, P.C. Braun leg. 
(MCN 6419), 20.1.1974, R.C. de Lema leg. (MCN 6413), 20.1X.1976, P.C. Braun leg. (MCN 
6409); Praia do Pinhal, 09.11.1975, R.C. de Lema e G.C. de Lema leg. (MCN 6463); Município de 
Viamão, X.1973, T. de Lema leg. (MCN 6410). 


RESULTADOS 
Pré-maxilar. (Fig. 1-6) 


O processo nasal do pré-maxilar, de aspecto lanceolar, estende-se em di- 
reção posterior. Este processo se encaixa entre as duas extremidades ântero- 
medianas dos nasais. Na base desse processo se abrem dois forames voltados pa- 
ra a frente (um de cada lado do processo). L. occipıtalıs e L. /utzae apresentam 
apenas a extremidade posterior do processo nasal em contato com os nasais. L. 
multiformis simonsi apresenta mais da metade do processo nasal em contato 
com os nasais. 

Comparando a relação largura-comprimento do pré-maxilar, verifica-se 
que em L. occıpitalıs e em L. /utzae a razão dessa relação varia entre 0,750 e 
0,884, enquanto que em L. multıformis simonsi é de 0,675, isto €, o compri- 
mento do pré-maxilar em relação a sua largura € maior em L. multiformis sı- 
monsil do que nas outras duas espécies consideradas. 

Quanto ao número de dentes, não se verificam diferenças interespecifi- 
cas, variando entre 5 e 7, e predominando o número de seis nas três espécies 
consideradas. L. ocezpıtalis apresenta dentes pré-maxilares cônicos, em L. /utzae 
aparecem vestígios de uma ou duas cúspides e em L. »zu/ltiformis simonsii todos 
os dentes pré-maxilares são tricúspides. 


Maxilar. (Fig. 1-6) 


O processo nasal do maxilar apresenta-se recurvado dorsalmente, 
encaixando-se entre a borda lateral do nasal e a borda anterior do pré-frontal. 
Em L. occipitalis a curvatura é angulosa, formando, na maioria dos exemplares 
examinados, uma pequena carena. As outras duas espécies examinadas apresen- 
tam essa curvatura arredondada. A extremidade dorsal do processo nasal em LZ. 
occıpitalis rem aspecto de um ângulo aproximadamente reto, sendo em alguns 
exemplares mais ou menos arredondados. Em L. /utzae o ângulo é pronuncia- 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):95-102, 30 mar. 1980 


Sobre a osteologia craniana de Liolaemus... 97 


damente agudo, enquanto que.em L. multiformis sımonsi a extremidade dor- 
sal do processo nasal é quadrangular. 

Os dentes maxilares são do tipo pleurodonte, seu número varia entre 15 e 
17 emL. occipitalis e L. lutzae, sendo 18 em L. multiformis simonsii. Quanto à 
forma dos dentes, L. occipitalis apresenta os primeiros quatro ou cinco dentes 
anteriores cônicos, sucedendo-se um ou dois com lobos laterais vestigiais, sendo 
os demais tricúspides. Em L. /utzae os primeiros três ou quatro dentes anterio- 
res já apresentam lobos laterais vestigiais, sendo os demais tricüspides. Em L. 
multiformis simonsi, todos os dentes são marcadamente tricüspides. 


Nasal. (Fig. 1-6) 


. Analisando comparativamente o contato do nasal com o pré-frontal 
observa-se uma variação na relação de contato. Em L. occipitalis 2/3 da borda 
lateral do nasal contatam com o pré-frontal, em L. /utzae essa relação é de pouco 
mais de 1/2 e em L. zultiformis simonsii e de 3/4. 

Comparando a relação largura-comprimento do nasal, verifica-se que em 
L. occıpıtalis e L. /utzae a razão dessa relação varia entre 0,395 e 0,265, enquan- 
to em L. multiformis simonsii é de 0,488, isto €, o comprimento do nasal em 
relação a sua largura é menor em L. multiformis simonsii do que em L. occipita- 
lis e L. luizae. 


Pré-frontal. (Fig. 1-6) 


Examinando-se comparativamente o pré-frontal pela face dorsal do crä- 
nio, observam-se diferenças na forma e dimensões. 

Em L. occipitalis a borda ântero-medial faz contato com o maxilar e com 
o nasal, formando um ângulo aproximadamente reto. Em I. /utzae esta borda é 
arredondada, enquanto L. multiformis simonsii apresenta uma projeção trian- 
gular dirigida para a frente. 

A porção posterior da borda medial do pré-frontal acha-se em contato 
com a borda externa do frontal. Em Z. occipitalis o pré-frontal contata com o 
frontal ao longo de 1/5 do comprimento deste último. Em L. /utzae o contato é 
um pouco maior, correspondendo a 1/3 do comprimento do frontal, enquanto 
que em L. multiformis simonsii praticamente a metade do comprimento do 
frontal está em contato com o processo posterior do pré-frontal. 


Frontal. (Fig. 1-6) 
Além das diferenças acima especificadas relacionadas ao contato do fron- 
tal com o pré-frontal, a extremidade anterior do frontal em Z. occzpitalis é trirra- 


diada, enquanto em L. multiformis simonsit e L. /utzae tem a forma de ponta 
de lança. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):95-102, 30 mar. 1980 


98 FABIAN-BEURMANN, M.E. & VIEIRA, M.I. 


Comparando a relação largura-comprimento do frontal, verifica-se que 
em L. occipitalis e L. lutzae a razão dessa relação varia entre 0,870 e 1,063, en- 
quanto em L. multiformis sımonsu é de 0,855, isto é, o comprimento do fron- 
tal em relação a sua largura é maior em L. multiformis simonsii do que nas duas 
outras espécies consideradas. 


Pós-frontal. (Fig. 1-3, 5) 


Este pequeno osso, situado na extremidade posterior da órbita, está em 
contato com o frontal, parietal e postorbital. 

Em 1. qmultiformais simonsiz uma de suas extremidades situa-se na altura ' 
da sutura do postorbital com o parietal, enquanto toda a borda posterior do 
pós-frontal se acha em contato com o parietal e frontal. 

Em L. occipitalis e L. /utzae o contato do pós-frontal com o postorbital é 
bem maior, equivalendo a pouco menos da metade do comprimento do pri- 
meiro. 


Pterigóide. (Fig. 7-9) 


L. occipitalis apresenta um número variável de dentes pterigöides. Em al- 
guns exemplares são totalmente ausentes. Na maioria dos exemplares examina- 
dos esses dentes ocorrem em número de dois. tendo sido encontrados três em 
alguns espécimes. Em L. /utzae verifica-se a presença de quatro dentes pterigói- 
des, enquanto que no exemplar de-L. mu/tiformis simonsit constatou-se a pre- 
sença de apenas três dentes. 


Mandibula. (Fig. 10-15) 


Pela face medial, a mandíbula apresenta como principal diferença inte- 
respecífica a posição dos forames alveolar inferior anterior e milo-hióide ante- 
rior. 

O forame alveolar inferior anterior em L. occipitalis situa-se junto à extre- 
midade anterior do esplenial. Em Z. /utzae e L. multiformis simonsii acha-se 
afastado da extremidade anterior do referido osso. 

O forame milo-hiöide anterior em L. occipitalis e L. Intzae situa-se na li- 
nha de sutura entre o esplenial e o dentário. Em L. multiformis simonsii esse fo- 
rame acha-se totalmente incluído no esplenial. 

. Pela face lateral da mandíbula observa-se que o forame supra-angular an- 
terior em L. occipitalis e L. multiformis simonsit abre-se na porção posterior da 
sutura do coronóide com o dentário, enquanto que em L. /utzae abre-se na por- 
ção anterior do osso supra-angular. O forame milo-hióide posterior é muito pe- 


queno nas três espécies em estudo e abre-se na linha de sutura entre o dentário 
e o esplenial. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):95-102, 30 mar. 1980 


Sobre a osteologia craniana de Lio/aemus... 99 


CONCLUSÕES 


Pela análise dos resultados, verifica-se que as diferenças mais importantes 
entre as três espécies estudadas podem ser resumidas nos seguintes ítens: 
1. As proporções entre largura e comprimento do pré-maxilar indicam que /. 
occıpitalis e L. /utzae são muito semelhantes entre si, enquanto L. multiformis 
stmonsit difere significativamente destas duas espécies. 
2. L. lutzae apresenta caracteres intermediários entre L. occipitalis e L. multifor- 
mis simonsil quanto à presença de cúspides nos dentes pré-maxilares e maxila- 
res. 
3. As proporções entre largura e comprimento do nasal são idênticas em L. occi- 
pitalis e L. /utzae, diferindo de L. multiformis simonsii. 
4. As proporções entre a largura e o comprimento do frontal estão dentro da 
mesma faixa de variação em L. .occipitalis e L. /utzae, enquanto que em L. mul- 
tiformis simonsii o comprimento do frontal em relação a sua largura é maior. 
5. O comprimento da articulação do pré-frontal com o frontal é diferente nas 
três espécies, tendo L. /utzae medidas intermediárias em relação a L. occipitalis 
e L. multiformis simonsii. 
6. A posição do pós-frontal em relação ao postorbital e ao parietal é semelhante 
em L. occipitalis e L. /utzae, diferindo de L. multiformis simonsii. 


AGRADECIMENTOS 


Agradecemos ao Dr. Raymond F. Laurent, Diretor do Instutito de Zoologia da Fundación 
Miguel Lillo, pelo empréstimo do material. 


BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 


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ABREVIATURAS USADAS NAS FIGURAS 


c - coronóide d - dentário 

dm - dentes maxilares dpm - dentes pré-maxilares 
dpt - dentes pterigöides f - frontal 

m - maxilar n - nasal) 

p - parietal pf - pós-frontal 

pm - pré-maxilar po - postorbital 

prf - pré-frontal pt - pterigóide 

sa - supra-angular sp - esplenial 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):95-102, 30 mar. 1980 


Sobre a osteologia craniana de Lio/aemus... 101 


N Fig. 1-6. 1-3. vista dorsal do crânio: 1. L. occipitalis (MCN 6459); 2. L. /utzae (MCN 6464); 
3. L. multiformis simonsi (00689); 4-6. vista lateral do crânio: 4. L. occipitalis (MCN 6459); 5. L. 
Jutzae (MCN 6464); 6. L. multiformis simonsit (00689). 


IHERINGIA, Ser. Zool.; Porto Alegre (56):95-102, 30 mar. 1980 


102 FÁBIAN-BEURMANN, M.E. & VIEIRA, MI. 


Fig. 7-15. 7-9. vista ventral do crânio: 7. L. occipitalis (MCN 6459); 8. L. /utzae (MCN 6464); 
9. L. multiformis simonsii (00689); 10-15. vista lateral e medial da mandíbula: 10-11. L. occipitalis 
(MCN 6459); 12-13. L. /utzae (MCN 6464); 14-15. L. multiformis simonsit (00689) 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):95-102, 30 mar. 1980 


Novas adendas a ictiofauna marinha do extremo sul do Brasil 
(Actinopterygii: Teleostei).* 


Thales de Lema** 
Carlos Alberto S. de Lucena *** 
Zilda Margarete S. de Lucena **** 


RESUMO 


Registro de novas ocorrências de peixes Teleostei para o Brasil Meridional, Estados de Santa 
Catarina e Rio Grande do Sul, bem como confirmação de ocorrências raras de outros autores. São 
listadas 22 espécies e subespécies pertencentes a 17 gêneros, apresentando-se os principais dados 
merísticos de cada espécimen examinado. No Estado de Santa Catarina predominam espécies tropi- 
cais enquanto que no do Rio Grande do Sul predominam espécies de águas frias; ao norte do Rio 
“Grande do Sul observou-se uma área intermediária, em que os dois tipos de fauna se mesclam. Essa 
diferença entre os dois Estados parece decorrer da influência das correntes marinhas predominantes: 
a do Brasil, tropical, que atinge conspicuamente Santa Catarina e a das Malvinas que atinge o Rio 
Grande do Sul. 


ABSTRACT 


The authors present new records and confirm another made by several authors of Teleostean 
marine fishes from the Southern Brazil coast, in Santa Catarina and Rio Grande do Sul States. 
Twenty two forms pertaining to seventeen genera are listed and are presented the data of the exa- 
mined specimens. In Santa Catarina there are many tropical species, and in Rio Grande do Sul the- 
re is strong influence of Malvinas Current; in the north of Rio Grande do Sul occurs an intermediate 
area, with species and subspecies of both ichthyofaunae. 


MATERIAL E MÉTODOS 


O material examinado está depositado nas seguintes coleções: Museu de Ciências da Pontifí- 
cia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (MCP), em Porto Alegre; Museu de Ciências Natu- 
raís da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul (MCN), em Porto Alegre; Centro de aan 
Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarira (CAUSC), em Florianópolis. 

Foram examinados espécimens de peixes marinhos colecionados por Rudolf Gliesch e muitos 
dos quais foram citados em trabalho sobre a fauna de Torres ao norte de Estado do Rio Grande do 
Sul (GLIESCH, 1924-1925). Esse material pertenceu ao Instituto Borges de Medeiros, em Porto 
Alegre, atualmente Faculdade de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul 
(IBM), sendo que diversos espécimens foram determinados por Alípio de Miranda Ribeiro, 
destacando-se os seguintes: IBM 0446 - Scorpaena grandicornis CUVIER & VALENCIENNES, 1829 
- Torres, Rio Grande do Sul, fevereiro de 1925; IBM 1729 (2 espécimens) - Archosargus unimacula- 
tus (BLOCH, 1792) que, atualmente, está na sinonímia de A. rhomboidalis (* ., 1758) - Torres, Rio 
Grande do Sul, agosto de 1926; IBM 1731 - Archosargus probatocephalus (W ALBAUM, 1792) - 


Aceito para publicação em 18/X/1979. Contribuição FZB nº 159 
Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Bolsista do Conselho Nacional 


de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Proc. 1111.6090/76). Caixa Postal 1188, 90.000 Porto Alegre, Rio Grande do 
Sul. 

Pesquisador do Museu de Ciências da Pontífica Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Técnico da Supervisão da Pesca 
da Secretaria da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul. Caixa Postal, 1429, 90.000 Porto Alegre, Rio Grande do Sul 
Auxiliar de Pesquisas do Museu de Ciências da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Cajxa Postal 1429, 


90.000 Porto Alegre, Rio Grande do Sul 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):103-120, 30 mar. 1980 


104 LEMA, T. de et alii 


Ilha dos Lobos, frente a Torres, Rio Grande do Sul, março de 1926. Não foi possível retirar os espé- 
cimens para revisão e anotação dos dados. Nenhuma dessas espécies foi registrada para a área de es- 
tudo deste trabalho. 

As medidas são indicadas em milímetros e foram aferidas conforme LEMA & OLIVEIRA 
(1977). Os principais dados merísticos são apresentados com vistas a contribuir para uma melhor 
avaliação da fauna estudada. Nas espécies em que foi possível examinar maior número de espéci- 
mens, apresentou-se apenas a fregüencia dos dados. Em Dacty/oscopus tridigitatus GILL, 1859 fo- 
ram usadas percentagens em algumas relações para comparação com as descrições dos autores que se 
ocuparam desse taxon. 

Os taxa são citados na sequência apresentada por GREENWOODE et alii (1966). Nas tabelas 
os espécimens estão na ordem do maior para o menor. ) 

São apresentadas referências bibliográficas de registros para a área. Aquelas espécies sem:cita- 
ções estão sendo registradas pela primeira vez. 

As citações geográficas mais usadas foram indicadas pelas siglas: AR, Argentina; BR, Brasil; 
EUA, Estados Unidos da América: RLP, Río de La Plata; RS, Estado do Rio Grande do Sul, BR; SC, 
Estado de Santa Catarina, BR;/UR, Uruguai. 

Os dados foram indicados em tabelas, ou simplificadamente em frequências, com as siglas: 
A, aleta anal; C. aleta caudal; CC, comprimento da cabeça; CF, comprimento do focinho; CMX, 
comprimento do maxilar; CPT, comprimento da aleta peitoral; CT, comprimento total; D, aleta 
dorsal: DO, diâmetro horizontal da órbita; DP, distância pré-dorsal; esp., espinho; FI, filamento 
caudal; HM, altura maior do corpo; LL, número de escamas da linha lateral; LT, filas de escamas 
longitudinais contadas em uma linha vertical situada na HM; NE, número do espécimen; OAC, 
distância da origem da A à base da C; PI, aletas pélvicas; Pt, aletas peitorais; RB, branquiospinas do 
ramo inferior do primeiro arco branquial; STD, comprimento ““standard””; SV, séries de escamas 
verticais. Relações: R,, CC no STD; R,, CF no CC; R;, DO no CC; R,, HM no STD; Rs, Pt no STD; 
R$, DO no CF; R,, segundo espinho da A na HM; Rg, segundo espinho da D no CC; R,, base da A 
no STD; Rio, DO na base da A; R,,, CMX no STD; R,,, DO no STD; R,;, DP no STD; R,,, segun- 
do espinho da A no CC; R;5, DO no OAC. 


LISTA DAS ESPÉCIES 


SUPERORDEM ACANTHOPTERYGII 
ORDEM BERYCIFORMES 

SUBORDEM BERY COI DEI 

FAMÍLIA HOLOCENTRIDAE 


I. Holocentrus SCOPOLI, 1777 
1. Holocentrus ascensionis (OSBECK, 1771) 


Nomes vulgares: jaguaruçá (BR); “'squirrelfish”” (EUA). 


Material examinado: 
1. MCP 6618 - Barra do Sul em Ribeirão da Ilha de SC, SC. DXI+15, AIV+ 10, Pt 16, PI 


I+7, CT 300, STD 206, CC 66, CF 15, DO 25, HM 75, CMX 30, LL 51, RB 16. RT 1,15% 
R,=4,4, R,=2,75, Rıı=6,8. z 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):103-120, 30 mar. 1980 


Novas adendas à ictiofauna marinha... 105 


2. MCP 8077 - Garopaba, SC. D XI + 16, A IV + 10, Pt 16, PII + 7, CT 254, STD 190, CC 
59, CF 14, DO 19, HM 75, CMX 25, LL 51, C 20. R, = 1,27, R,=4,21, R4= 2,53, Rg = 7,6. 


ORDEM GASTEROSTEIFORMES 
SUBORDEM AULOSTOMOIDEI 
FAMÍLIA FISTULARIIDAE 


I. Fistularia LINNAEUS, 1758 


Nomes vulgares: trombeta, peixe-trombeta, trombeteiro (BR); ““cornet 


fish” (EUA). 
2. Fistularıa tabacaria LINNAEUS, 1758 


- Fistularia tabacaria — BARCELLOS, 1962:14 (RS) 


Material examinado* 


1. MCP 2497 - Garopaba, SC. D 13, A 14, Pt 16, PlI+5,C 13, CT 680, STD 630, CC 235, 
CF 164, DO 24. R,=2,89, R, = 1,43, R, = 9,79. 

2. MCP 6193 - Provavelmente SC. D (danificada), A 12, Pt 15, PlI+5,C 14, CT 695, STD 
660, CC 240, CF 170, DO 21. R,=2,75, R,=1,41, R;= 11,42. 


3. Eistularia petimba LACEPEDE, 1803 


- Fistularia tabacaria — MENEZES. 1971:49 (RS) (apud BENVEGNU, 
1973). 
- Fistularıa petimba — BENVEGNÜ, 1973:494 (RS). 
Material examinado: 


1-3. MCP 6382, 6383, 6962 - Porto Belo, municipio de Porto Belo, SC. 
4-5. MCP 8171, 8172 - Perequê, município de Porto Belo, SC. 


Dados: 
EIER] een [Sie ee Era MEMES 
a 
77 55 7 
67 47 5 
61 45 5 


Observação. Não variam: A 14, PL I+5. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):103-120, 30 mar. 1980 


106 LEMA, T. de et alii 


ORDEM; SGORPAENIEORM 
SUBORDEM SCORPAENOID 
FAMILIA SCORPAENIDAE 


HI. Helicolenus GOODE & BEAN, 1895 


ES 
ER 


4. Helicolenus dactylopterus labillei NORMAN, 1937 


— Helicolenus dactylopterus labillei — BENVEGNÚ, 1973:494 (Torres, RS a 
Maldonado, UR). 


Nomes vulgares: vermelho (RS); ““rubio””, ““rouget””, “'serrán imperial” 
(AR). 


Material examinado: 

1-13. MCP 0788-0799 - Florianópolis, SC. 

14-16. MCP 4698-4700 - Praia de Tramandaí, município de Tramandaí, RS. 

17. MCP 7534 - RS. 

18-31. MCP 3389-3391, 3400, 3414, 3459-3461, 3480, 3481, 3712, 3810, 3835 - Rio Gran- 
de, RS a Cabo Polonio, UR. 


Frequência dos dados: 


D Be 
2 


EHE Fee 


palas spo in 


R; 


3,4 
0 


Zen É = 3,3 


spa 


(a) Não variam: A HI +5, PL I+5. 
(b) Esta é uma subespécie própria da Argentina e que se dispersa até San- 
ta Catarina, talvez sob a influência da corrente das Malvinas. O tipo procede do 


Río de La Plata sendo bastante comum na Argentina e no Uruguai (LAHILLE, 
1913; DEVINCENZI, 1920). 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):103-120, 30 mar. 1980 


SU, 


Novas adendas à ictiofauna marinha... 107 


IV. Scorbaena LINNAEUS, 1758 
5. Scorpaena brasihensis CUVIER, 1829 
Nomes vulgares: mangangá vermelho, peixe-escorpião vermelho (BR). 


Material examinado: 

1. MCP 7323 - Porto Belo, município de Porto Belo, SC. 

2. MCP 7703 - Ponta das Canas, Florianópolis, SC. 

3-5. MCP 3617; MCN 2260, 4643 - Garopaba, município de Garopaba, SC. 


Dados: 


19/17 | 18 


17/17 | 16 
18/17 | 17 


Observação: Não variam: DXII + 10, AMI + 5,P15 + 5. 


6. Scorpaena plumieri BLOCH, 1789 
Nomes vulgares: mangangá preto, peixe-escorpião preto (BR). 


Material examinado: pt 
1-2. MCP 8091, 8092 - Praia do Canto, baía de Zimbros, município de Porto Belo, SC. 


3-4. MCP 6616, 6617 - Baía Norte, Florianópolis, SC. 


Dados: 


Observações. 


(a) Não variam: A III+5, PL I+5. 

(b) NOMURA & MENEZES (1964) afirmam, citando SANTOS (1952), 
que esta espécie ocorre da América do Norte até Santa Catarina. Entretanto, 
SANTOS (op. cit.) indica esta distribuição para $. grandicornis e não para S. 
plumiern. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):103-120, 30 mar. 1980 


108 LEMA, T. de et alii / 


FAMÍLIA TRIGLIDAE 
V. Peristedion LACEPEDE, 1802 
7. Peristedion sp. 


Nomes vulgares: cabrinha-de-chifres (BR); “'sea robin'”” (EUA). 


Material examinado: j 

MCP 8078 - Baía de Garopaba, município de Garopaba, SC. D VII + 17, A 18, Pr12,P16, 
CT 110, STD 94, CC 33 + 7 (esp. rostrais), DO 11, HM 16, carena lateral 37, placas laterais 25, R, 
(com rostro) = 2,35, R, (sem rostro) = a a R; (com rostro) = 3,63, R; = 5,87, carena lateral na 
HM. = 2,3, CC (com rostro) no CT = 


Observação. Pela revisão de TEAGUE (1961) o presente espécimen 
aproxima-se de P. altipinnis (REGAN, 1903) e P. schmitti TEAGUE, 1961, 
mas difere em alguns aspectos básicos. Por outro lado aproxima-se de P. roseum 
MIRANDA-RIBEIRO, 1903 que TEAGUE não viu nem o tipo nem qualquer 
espécimen que se enquadrasse na descrição da mesma. Entretanto, TEAGUE 
sugeriu a identidade da espécie de MIRANDA-RIBEIRO com P. altıpınnıs. 
Examinamos o tipo de P. roseum que está depositado no Museu Nacional do 
Rio de Janeiro e concluimos, previamente, que esta espécie é válida e que nosso 
espécimen MCP 8078 pertence a uma nova espécie a ser descrita. Deixamos de 
fazê-lo na esperança de conseguir mais exemplares. 


ORDEIMEPIERIGIEEZOZRINGE 
SUBORDEM PERCOIDE 


FAMILIA ECHENEIDAE 


S 
I 


VI. Remora GILL, 1863 
8. Remora remora (LINNAEUS, 1758) 


- Echeneis remora — GLIESCH, 1924-1925: 212 (Torres, RS). 
- Remora remora — BARCELLOS, 1962:14 (RS). 


Nomes vulgares: pegador-preto, piolho-de-cação (BR); “'pez chupador” 
(AR). 


Material examinado: 

MCN 4085 - Garopaba, SC. D. 21, Pt 27, P11+5, A 20, C 19, CT 273, STD 215, HM 30, 
CC 60, DO 8; comprimento x largura do disco = 75x32; número de pares de lamelas do disco 18; 
CC no STD 3,58; HM no STD 7,16; comprimento do disco no CT 3,64; largura do disco em seu 
comprimento 2,34. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):103-120, 30 mar. 1980 


Novas adendas à ictiofauna marinha... 109 


FAMÍLIA GERRIDAE 
VII. Diapterus RANZANI, 1840 
9. Diapterus rhombeus (CUVIER, 1829) 
Nomes vulgares: carapeba, acarapeba, níque, cará-da-pedra (BR). 


Material examinado: 
1. MCP 5010 - Ponta das Canas, Ilha de SC, SC. DIX +10, A 11+9, Pt 14, P11+5,C 18, 
(CESPE SDS EIN. 18 CEH57 CEB DOS: Il espiA SI espaDALO IRP=2066, Rat 25225 
= DD ey AO: 
2. MCP 8111 - Praia do Canto, baía de Zimbros, município de Porto Belo, SC. D IX + 10, A 
11-29, PeSIG PTS, E17 FETN227SITD-1107CE37,. CE 10, DONT, AM 59; RB 18, LI 40: 
JIesp.A 21; IT esp.D 3,5. Rj= 2,97, R4= 1,86, R;= 2,8, Rg = 1,05. 


VII. Eugerres JORDAN & EVERMANN, 1927 
10. Eugerres brasilianus (CUVIER, 1830) 


Nomes vulgares: carapeba, caratınga, acarapeba (BR). 


Material examinado: 
1-2. MCP 7409, 7410 - Mercado Municipal de Florianöpolis, SC. 
3-4. MCP 5268, 8248 - Lagoa da Conceição, município de Florianópolis, SC. 


Dados: 


Observação: Não variam: A III + 7,P1I + 5. 


IX. Eucinostomus BAIRD & GIRARD, 1855 
11. Eucinostomus gula (CUVIER, 1830) 
- E. [ucinostomus] gula — RINGULET & ARAMBURU, 1960:71 (Cuba, 
Venezuela, BR, AR). 


- Eucinostomus gula — CERVIGON, 1966:451 (Bermudas e Massachu- 
setts até AR; Golfo do México). 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):103-120, 30 mar. 1980 


110 


LEMA, T. de et alii 


Do] 


Nomes vulgares: carapicü, escrivão, riscador, cacundo (BR). 

Materia examinado: 

1-3. MCP 8250, 8252, 8253 - Praia de Perequê, município de Porto Belo, SC. 

4-6. MCP 5015, 5197, 5198 - Praia de Araçá, município de Porto Belo, SC. 

7-19. MCP 4625, 4695a-d, 5200, 7368, 7370-7372, 7895, 8255, 8267 - Praia de Porto Belo, 


município de Porto Belo, SC. 


2426, 


20-25. MCP 5012, 6585, 6588-6591 - Ponta das Canas, Ilha de SC, SC. 

26-29. MCP 1085, 1086, 1124, 8221 - Estreito, Florianópolis, SC. 

30-33. MCP 5265-5267, 5270 - Lagoa da Conceição, Florianópolis, SC. 

34-64. MCP 1573, 1890, 1897, 2394, 2395, 2398, 2405, 2406, 2410, 2414-2419, 2422, 2424, 
2429, 2431, 2436, 2438, 2439, 2441-2443, 2445, 2447, 2449, 3149, 3150 - Florianópolis, 


65. MCP 5228 - Palhoça, SC. 

66-69. Praia de Garopaba, município de Garopaba, SC. 

70. MCP 5695 - Tubarão, SC. 

71. MCP 0664 - Praia do Norte, município de Torres, RS. 

72. MCP 5372 - Praia de Tramandaí, município de Tramandaí, RS. 
73-74. MCP 0658, 1971 - Praia de Cassino, município de Rio Grande, RS. 


Frequência dos dados: 


Pt C 
15 16 17 18 19 20 21 22 
330124, isa RR PER PJ 
STD 
61-80 | 81-100 | 101-109 
16 37 19 2 


1. 
2 wen Merz 6 2 


aa | 38 | el ER | 3,9 [ao en 4,2 
7 6 5 1 6 1 1 0 0) 1 


Aa | a ER RI EA RCE 
.\e (a may ara Re area 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):103-120, 30 mar. 1980 


Novas adendas à ictiofauna marinha... 111 


Observação. Não variam: D IX + 10, PLI+5, A IIl+ 7, RB 7 (exceto nos 
especimens MCP 2441, 3554, 5012 e 5265 que tem 6). 


12. Eucinostomus melanopterus (BLEEKER, 1863) * 
Nome vulgar: carapıcü (RS). 


Material examinado; 


1. MCP 8261 - Praia de Perequê, município de Porto Belo, SC. 

2. MCP 7318 - Praia de Porto Belo, município de Porto Belo, SC. 

3-4. MCP 5011, 5569 - Ponta das Canas, município de Florianópolis, SC. 

5. MCP 1128 - Estreito de Florianópolis, município de Florianópolis, SC. 

6-7. MCP 1572, 3148 - Ilha de SC, SC. 

8.-MCP 5227 - Palhoça, SC. 

9-13. MCP 0655, 0659, 0661, 0663, 4081 - Praia de Torres, município de Torres, RS. 


Frequência dos dados: 


Pt 


5) 5 5 


STD 


3 10 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):103-120, 30 mar. 1980 


112 LEMA, T. de et alii 


Nes E PRE nn CERA 1331 
E 0 


EEE EE EN EO EA E 


3,4 3,6 [27 


1 0 0 1 


3,8 1 3,9 | 4,0 
3 0 1 


Observação. Não variam: D IX +10, P11+5, AII +7, RB8. 


13. Eucinostomus argenteus BAIRD & GIRARD, 1855 


- Eucinostomus NEN, — MENEZES, 1971:54 (RS) (apud BEN- 
VEGNU, 1973). 
- Eucinostoma argenteus — BENVEGNU, 1973:496 (Torres a Chuí, RS). 


Nomes vulgares: carapicü, escrivão (RS). 


Material examinado: 

1. MCP 8260 - Praia de Porto Belo, município de Porto Belo, SC. 

2-3. MCP 6579, 6582 - Ponta das Canas, Ilha de SC, SC. 

4. MCP 5269 - Lagoa da Conceição, município de Florianópolis, SC. 

5-8. MCP 1087-1089, 1568 - Estreito de Florianópolis, SC. 

9-23. MCP 1574, 2382, 2399, 2401-2404, 2408, 2409, 2423, 2432-2435, 2437 - Florianópo- 
lis, SC. 

24. MCP 3614 - Garopaba, município de Garopaba, SC. 

25. MCP 5269 - Lagoa do Mirim, município de Tubarão, SC. 

26-27. MCP 0656, 0665 - Praia de Torres, município de Torres, RS. 


Frequência dos dados: 


Pt E@ 
3 12 10 4 4 7 5 4 3 
STD 


R; 
Ear ge 2,8 30 | 341 


5 11 4 2 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):103-120, 30 mar. 1980 


Novas adendas à ictiofauna marinha... 113 


R; 
23 ae ae er Te 14973 


3,8 


0 0 0 1 


Ri; 
3 
2 7 10 4 1 1 (0) 0 (0) 


4,5 | 4,6 | 4,7 
1 2 1 


Rıs 
E Rae AEE Re EAN ESA EPRRERECO ECN E: 
ee so Pote lo da loaprsa 


Observação. Não variam: D IX +10, P11+5, A II+7, RB 7. 


FAMÍLIA POMADASYIDAE 
X. Haemulon CUVIER, 1829 
14. Haemulon steindachneri (JORDAN & GILBERT, 1882) 


— Haemulon caudimacula STEINDACHNER, 1876:15 (Acapulco, Mé- 
xico; Maranhão, Rio de Janeiro e RS no BR) [pré-ocupado por CUVIER, 1829]. 


Nomes vulgares: corcoroca, boca-larga (BR). 


Material examinado: 
1-8. MCP 8129-8136 - Praia do Canto, baía de Zimbros, município de Porto Belo, SC. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):103-120, 30 mar. 1980 


Bus LEMA, T. de etalii 


Dados: 


ea 


Cc 
XI +17 | 18/18 [19 


[er [Eee jr ee Br 
12 55 IS 027. 


54 


8182. | XII 16 19 54 : 
8129 | XII+17 2,62 
8133 | XII+ 16 2,54 
8134 | XII+16 3,3 
8136 | XII+16 2,5 
Sa X iz Ä 


8131 XI +15 


Observacöes. 


(a) Não vartam: P1 I+5, A III +9 (exceto o espécimen MCP 8131 que 
possue III + 8). 

(b) COURTENAY (1961), ao revisar a espécie, não levou em considera- 
ção a ocorrência no Rio Grande do Sul do material de STEINDACHNER 
(1876). | 


FAMILIA SPARIDAE 
XI. Archosargus GILL, 1865 
15. Archosargus rhomboidalis (L., 1758) 


- Archosargus rhomboidalis — ROUX, 1973:121 (Zimbros, SC). 


Nomes vulgares: canhanda, sargo, frade, mercador, salema, gnatucupa- 
juba (BR); sambuio (Bahia, BR). 


Material examinado: 


1. MCP 8137 - Praia do Canto, baía de Zimbros, município de Porto Be- 
los 4SC: 

2. MCP 1902 - Florianópolis, SC. 

3. MCP 5232 - Mercado Municipal de Florianópolis, SC. 

4-7. MCP 5572-5575 - Ponta das Canas, Ilhas de SC, SC. 


8. MCP 6593 - Porto pesqueiro de Rio Grande, município de Rio Gran- 
de IRS: 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):103-120, 30 mar. 1980 


Novas adendas à ictiofauna marinha... 115 


Dados: 


efe | ole poeta as uu 


Observação: Não variam: P1 I+5, DXIUI +II (exceto o espécimen MCP 
5573 que possue XII + 10), A III + 10 (exceto os espécimens MCP 5574 e 8137 
que possuem III + II), Pt 14 (exceto o espécimen MCP 5573 que possue 15), 
RB7. 
FAMILIA CHAETODONTIDAE 
XII. Holacanthus LACEPEDE, 1803 
16. Holacanthus tricolor (BLOCH, 1795) 


Nomes vulgares: papagaio (Garopaba, SC), soldado (Bahia, BR); “rock 
beauty” (EUA). 


Material examinado: 

1. MCP 8079 - Garopaba, SC (em seco). D+ XIV + 18, A III + 19, Pt 15, PLI+5,C 17, CT 
214, STD 178, CC 50, DO 11, HM 93. R, = 3,56; R; = 4,54; Ry = 1,91. 

2. MCP 8249 - Norte da Ilha de SC, SC. D+ XIV + 18, A III + 19, Pt 17, PLI+5,C 18, CT 
181, STD 146, CC 39, DO 9, HM 86. R, = 3,74; R; = 4,33; R4= 1,69. 


SUBORDEM SPHYRAENOIDEI 
FAMILIA SPHYRAENIDAE 


XIII. Sphyraena RÖSE, 1793 


17. Sphyraena guachancho VALENCIENNES, 1829 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):103-120, 30 mar. 1980 


116 LEMA, T. de et alii 


- Sphyraena guachancho — BENVEGNU, 1973:497 (Torres a Chuí, RS). 
Nome vulgar: bicudo (SC). 


Material examinado: 


1-11. MCP 6384-6390 - Praia de Porto Belo, municipio de Porto Belo, SC. 
12-14. MCP 8160-8162 - Praia de Perequê, município de Porto Belo, SC. 


Frequência dos dados: 


E STD R; 
EEIERBERAERIER] 
9 | 2 l 2 6 5 1 1 p} 2 7 

LL 


2 3 2 1 1 0 2 0 0 1 0 1 


R; 


1 1 2 3 1 2 


2 4 1 2 2 2 


17.9 19.419 
1 1 


Observação. Não variam: D V,I+9; AIl+8; PLI+5; DO 11 (exceto os 


espécimens MCP 8161 e 8162 que possuem 7); Pt 13 (exceto o espécimen MCP 
6384 que possue 12/13) 


SUBORDEM LABROIDEI 
FAMILIA SCARIDAE 
SUBFAMILIA SPARISOMATINAE 


XIV. Sparisoma SWAINSON, 1831 
18. Sparisoma abildgaardi (BLOCH, 1791) 


Nomes vulgares: batata, budião-vermelho, budião-papagaio (BR). 


Material examinado: 


MCN 4092 - Garopaba, SC (seco). D IX + 10, A 1+9,Pt12,P11+5.C15.CT 310, STD 
260, CC 75, DO 14, HM 87. R, = 3,46; R;=5,35; Ry = 2,98. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):103-120, 30 mar. 1980 


Novas adendas à ictiofauna marinha... 117 


SUBORDEM URANOSCOPOIDEI 
FAMILIA DACTYLOSCOPIDAE 


XV. Dactyloscopus GILL, 1859 
19. Dactyloscopus tridigitatus GILL, 1859 


Nome vulgar: “'sand stargazer’’ (EUA). 
Material examinado: 


1. MCP 7630 - Porto Belo, SC. D XII + 26, A 1l+33, Pr 13, P1I+3,C9,CT 62, STD 55, 
CC 13, CF 2, DO 1,5, HM 8, franjas operculares 10, DP II. R, = 23,6; R, = 8,7; R4= 6,9; Rıa = 2,7; 
Rı3=20. 
2. MCP 8268 - Porto Belo, SC. D XII +27, A 11+33, Pt 13. 
Pl1 +3, € 10, @7 57, STD5L, E@113,.CE 2; DO 1,5, HM 8; franjas operculares 11,.DP 
10. Rj = 25,5,R; = Saas Ry= 6,4; Rıs = DÃO; Ri; = 19,6. 


Observações. Os especimens examinados diferem da descrição de 
BÖHLKE & CHAPLIN (1968) quanto ao processo maxilar, o qual atinge a par- 
te posterior dos olhos, como em Dacty/oscopus crossotus STARKS, 1913, se- 
gundo aqueles autores. 

STARKS (1913) afirma que em D. crossotus a anal insere-se mais poste- 
riormente do que em D. iridigitatus. KANAZAWA (1952) diz que nesta espé- 
cie a origem da anal situa-se sob a reta sob a reta que passa que passa pelo quin- 
to raio da dorsal, como se vê no espécimen MCP 7630; entretanto, no MCP 
8260 essa reta passa pelo sétimo raio dorsal, portanto mais posteriormente. 

Pelo que pudemos observar D. crossotus e D. tridigitatus são espécies 
muito próximas e a única diferença digna de nota, que pode ser utilizada numa 
primeira e a única diferença digna de nota, que pode ser utilizada numa pri- 
meira aproximação, é o diâmetro ocular, o qual*é bem m aior na primeira. Na 
lista de FOWLER (1941) D. crossotus aparece citada como sinônimo da outra, 
mas autores mais recentes, como BÖHLKE & CHAPLIN (1968), consideram 
ambas válidas. 


O exemplar MCP 8268 é uma fêmea e o MCP 7630 é um macho, concor- 
dando com BÖHLKE & CHAPLIN (1968) quanto ao dimorfismo sexual que 


observamos. A fêmea apresenta as ovas amarelas e as bolsas sob as peitorais bem 
desenvolvidas. 


SUBORDEM GOBIOIDEI 
FAMÍLIA GOBIIDAE 


XIV. Dormitator GILL, 1861 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):103-120, 30 mar. 1980 


118 LEMA, T. de et alii 


20. Dormitator maculatus (BLOCH, 1790) 


Nomes vulgares: dorminhoco (BR); ''sleeper”” (EUA) 


Material examinado: 

CAUSC 0087 - Florianópolis, SC (em valeta de água doce próximo à praia). 

D VII+9, A 10, Pt 14, P1I+5,C 17, CT 122, STD 96, CC 26, CF 6, DO 5, HM 36, LL 34. 
Rı = 3,69, R,=4,33, Rz = 5,2, Ry = 2,66. 


SUBORDEM ACANTHUROIDEI 
FAMÍLIA ACANTHURIDAE 


XII. Acanthurus FORSKÄL, 1775 
21. Acanthurus bahıanus CASTELNAU, 1855 
Nome vulgar: peixe-cirurgião (BR). 


Material examinado: 
MCP 8076 - Garopaba, SC (em seco). D IX + 23, A III + 22, Pt 16, PLI+5, C 18, CT 178, 
STD 136, CC 39, CF 21, DO 11, EP 10, HM 70. R, = 3,48, R, = 1,85, R, = 3,54, R; = 1,94. 


AGRADECIMENTOS 


Agradecemos de forma especial ao Prof. Carlos Rogério Poli, do Centro de Ciências Agrárias 
da Universidade Federal de Santa Catarina, por sua eficiente colaboração na coleta naquele Estado. 
Ao Prof. José Vanderlí Andreata, da Universidade de Santa Úrsula do Rio de Janeiro por esclareci- 
mentos prestados. Finalmente, ao Prof. Dr. Jeter Jorge Bertoletti, Diretor do Museu de Ciências da 
Pontífica Universidade Católica do Rio Grande do Sul, por favorecer a realização deste. 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 


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7; 10(5):393-406, fig. 1-9, 4 est.; 10(6):443-52, fig. 1-7, Imapa. 

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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):103-120, 30 mar. 1980 


120 LEMA, T. de et alii 


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IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):103-120, 30 mar. 1980 


Lista prévia dos anfíbios do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil * 


Pedro Canísio Braun ** 
Cristina Assunção Sirangelo Braun *** 


RESUMO 


Este trabalho consta da listagem das 8 famílias, 24 gêneros e 65 espécies e subespécies de anfi- 
bios constatadas, até o momento, no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, com base no exame de 
material coletado pelos autores, de material existente em diversas coleções nacionais e estrangeiras € 
ainda em registros bibliográficos feitos sobre a região em estudo. 


ABSTRACT 


This work presents a list of 8 families, 24 genus and 65 species and subspecies of amphibians 
that occur in the Rio Grande do Sul State, Brazil. It's based in the examination of the material col- 
lected by the authors, in the material that exists in various national and foreign collections, and in 
the bibliography. 


INTRODUÇÃO 


HENSEL (1867) foi dos primeiros a se preocupar com os anfíbios do Rio 
Grande do Sul, elaborando uma lista de espécies do sul do Brasil, entre as quais 
mencionou 22 para o nosso, Estado. Depois dele muitos outros autores realiza- 
ram estudos de material anfibiológico originário daqui, quase sempre publi- 
cando artigos nos quais os anfíbios desta região são analisados sob os mais 
variados aspectos, sem apresentar, no entanto, o cunho específico de lista 
ou relação. Pode-se apontar como exceções, os trabalhos de BOULENGER 
(1885 a-b, 1886b), de BAUMANN (1912) e de NIEDEN (1923). P. BRAUN & 
C. BRAUN (1976a) apresentaram uma lista de anfíbios da Região Metropoli- 
tana (Grande Porto Alegre), englobando os 14 municípios que dela fazem 
parte, registrando um total de 31 espécies e subespécies. 

Estando os autores trabalhando, há bastante tempo, na elaboração de um 
catálogo dos anfíbios do Estado do Rio Grande do Sul, no qual serão abordados 
aspectos zoogeográficos, biológicos e ecológicos, sentiram a necessidade de lan- 
çar previamente esta lista, já que a conclusão do referido trabalho demandará 
ainda algum tempo. 

Com a publicação desta lista, visam os autores contribuir para um melhor 
conhecimento da anfıbiofauna do Estado do Rio Grande do Sul, tendo em vista 
a quase total ausência de trabalhos desse tipo nas últimas décadas. Cumpre sa- 
lientar no entanto, que as espécies e subespécies aqui listadas já foram, de uma 
maneira ou de outra, mencionadas para a região, pelos mais diversos autores. 


* Aceito para publicação em 26.X. 1979. Contribuição FZB nº 160: Realizado, em parte, com auxílio da Fundação de Amparo à 
Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS). Proc. Biol. 163/76 

* Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotänica do Rio Grande do Sul. Av, Dr. Salvador 
França, 1427, Caixa Postal 1188, 90000 Porto Alegre, RS, Brasil 
Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Rio de Janeiro. Proc. 1111-4532/76 

* Técnico Superior Pesquisador do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zooboränica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 
Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Rio de Janeiro. PRoc. 1111-0306/77 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980 


122 BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S. 


MATERIAL E METODOS 


A presente lista engloba as espécies e subespécies de anfíbios registrados para o Estado do Rio 
Grande do Sul, Brasil, até o momento, com base no exame do material que se acha depositado nas 
coleções do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, do Insti- 
tuto Central de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, do Museu Anchieta de 
Porto Alegre, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, da Facultad de Humanidades y Cien- 
cias de Montevideo, Uruguai, do Museo Nacional de Historia Natural de Montevideo, Uruguai 
e do Museo de La Plata, Argentina, num total aproximado de 20 mil exemplares. Também foram 
levados em conta os registros bibliográficos referentes ao material anfibiológico da região em estu- 
do. 

No que se refere à taxonomia dos anfíbios, seguimos. para a ordem Gymnophiona a ortenta- 
ção de TAYLOR (1968) e para a ordem Anura, a de LAURENT (1967). O mapa da figura 1 repre- 
senta as onze regiões fisiogräficas do Estado do Rio Grande do Sul, segundo FORTES (1959), pelas 
quais se distribuem as espécies listadas, seguindo numeração nele contida e de acordo com o que es- 
tá objetivado nos mapas das figuras 2-8. As localidades correspondentes a cada região, aparecem ci- 
tadas em ordem alfabética na distribuição geográfica de cada entidade. 


@lasse AU bip shi A 

Ordem GYMNOPHIONA 
Família TYPHLONECTIDAE 

Gênero Chthonerpeton PETERS, 1879 


1 — Chthonerpeton indistinctum (REINHARDT & LUTKEN, 1862) 


Localidades assinaladas: (fig. 2) 


Região 1 — Praia de Capão da'Canoa 

Região 2 — Alvorada, Canoas, Gravataí, Guaíba, Porto Alegre. 
Região 6 — Pelotas. 

Região 10 — São Leopoldo, Sapucaia do Sul. 


Família CAECILIDAE 
Gênero Sıphonops WAGLER, 1828 


2 — Sıphonops annulatus (MIKAN, 1820) 
Localidade assinalada: (fig. 2) 
Região 6 — Pelotas (IHERING, 1911). 


3 — Sıphonops paulensis (BOETTGER, 1892) 
Localidades assinaladas: (fig. 2) 
Região 3 — São Borja 
Região 7 — Tenente Portela 
Região 9 — Cruz Alta 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980 


Lista prévia aos anfíbios... 123 


Ordem ANURA 

Subordem ARCHAEOBATR 
Superfamília MY CROHYL 
Família MICROHYLIDAE 

Gênero E/achistocleis (GUERIN, 1838) 


4 — Elachistocleis bicolor (GUERIN, 1838) 
Localidades assinaladas: (fig. 6) 


Região 1 — Osório, Praia da Cidreira, Torres, Tramandaí. 

Região 2 — Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Gravataí, Guaíba, Por- 
to Alegre, São Jerônimo, Triunfo, Viamão. 

Região 3 — Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Borja, São Luiz 
Gonzaga. 

Região 4 — Bagé, Quaraí, Santana do Livramento. 


Região 5 — Caçapava do Sul. 

Região 6 — Jaguarão, Tapes. 

Região 7 — Iraí, São Valentim, Tenente Portela. 

Região 8 — Cambará do Sul, São Francisco de Paula, Vacaria. 

Região 9 — Cruz Alta. 

Região 10 — Campo Bom, Montenegro, Nova Petrópolis, Novo Ham- 
burgo, Sao Leopoldo. 

Região 11 — Caxias do Sul, Farroupilha, Veranópolis. 


Subordem NEOBATRACHIA 
Superfamília BUFONOIDEA 
Família BUFONIDAE 
Gênero Bufo LAURENTI, 1768 

5 — Bufo ictericus ictericus (SPIX, 1824) 


Localidades assinaladas: (fig. 3) 


Região 1 — Torres. 

Região 2 — Cachoeira do Sul, Cachoeirinha, Canoas, Esteio, Grava- 
taí, Porto Alegre, Santa Cruz do sul, Santa Maria. 

Região 3 — Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Borja, São Luiz 
Gonzaga. 

Região 5 — Caçapava do Sul. 

Região 7 — Barão do Cotegipe, Iraí, Tenente Portela. 

Região 8 — Bom Jesus, Cambará do Sul, São Francisco de Paula, Va- 
caria. 

Região 10 — Arroio do Tigre, Campo Bom, Candelária, Canela, Estre- 


la, Gramado, Lageado, Montenegro, Nova Petrópolis, 
Novo Hamburgo, Rolante, São Leopoldo, Sapirariga, Sa- 
pucaia do Sul, Taquara, Venâncio Aires. 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980 


124 BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S. 


Região 11 — Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Farroupilha, Flores da 
Cunha, Garibaldi, Muçum, Veranópolis. 


6 — Bufo granulosus dorbignyi DUMERIL & BIBRON, 1841 
Localidades assinaladas: (fig. 3) 
Região 1 — Osório, Praia da Cidreira, Praia de Atlântida, Rio Grande, 
Santa Vitória do Palmar, Torres, Tramandaí. 
Região 6 — Jaguarão, Pelotas, São. Lourenço do Sul. 


7 — Bufo'arenarum arenarum HENSEL, 1867 
Localidades assinaladas: (fig. 3) 


Região 1 — Osório, Práia da Cidreira, Praia de Atlântida, Praia do Pi- 
- nhal, Praia do Quintão, Santa Vitória do Palmar, Torres, 
Tramandaí. 


Região 2 — Porto Alegre, Viamão. 

Região 6 ri Tapes. 

Região 8 — Cambará do Sul. 

Região 10 — Santo Antônio da Patrulha, São Leopoldo. 


8 — Bufo paracnemis A. LUTZ, 1925 
Localidades assinaladas: (fig. 3) 
Região 4 — Alegrete, Uruguaiana. 


9 — Bufo granulosus fernandezae GALLARDO, 1957 
Localidades assinaladas: (fig. 3) 
Região 2 — Alvorada, Cachoeirinha, Gravataí, Porto Alegre, Viamão. 
Região 3 — Boçoroca. | 
Região 10 — São Leopoldo, Sapucaia do Sul. 


10 — Bufo crucifer henseli A. LUTZ, 1934 
Localidades assinaladas: (fig. 3) 
Região 1 — Torres. 
Região 2 — Porto Alegre, Viamão. 
Região 8 — Cambará do Sul, São Francisco de Paula. 
Região 10 — Campo Bom, Canela, Gramado, Nova Petrópolis, São 
Leopoldo, São Sebastião do Caí. 
Região 11 — Caxias do Sul, Farroupilha. 


Gênero Melanophryniscus GALLARDO, 1961 
11 — Melanophryniscus tumifrons (BOULENGER, 1905) 
Localidades assinaladas: (fig. 6) 


Região 2 — Porto Alegre, Viamão. 
Região 8 — Cambará do Sul. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980 


Lista prévia dos anfíbios... 125 


Região 10 — Campo Bom, Canela, Nova Petrópolis, São Leopoldo. 


12 — Melanophryniscus stelzneri atroluteus (MIRANDA-RIBEIRO, 1920) 
Localidades assinaladas: (fig. 6) 
Região 2 — Canoas. 


Região 3 — Boçoroca, Itaqui, Santo Antônio das Missões, São Borja) 
São Luiz Gonzaga. 

Região 4 — São Gabriel, Uruguaiana. 

Região 8 — Bom Jesus, Cambará do Sul. 


Região 10 — Arroio do Tigre, Sao Leopoldo. 


13 — Melanophryniscus stelzneri dorsalıs (MERTENS, 1933) 
Localidades assinaladas: (fig. 6) 
Região 1 — Praia da Cidreira, Praia de Atlântida, Torres, Tramandaí. 


14 — Melanophryniscus macrogranulosus P. BRAUN, 1973 
Localidade assinalada: (fig. 6) 
Região 1 — Torres. 


15 — Melanophryniscus cambaraensis P. BRAUN & C. BRAUN, 1978 
Localidade assinalada: (fig. 6) 
Região 8 — Cambará do Sul. 


Gênero Dendrophryniscus ESPADA, 1870 

16 — Dendrophryniscus brevipollicatus ESPADA, 1870 
Localidade assinalada: (fig. 3) 
Região 8 — Cambará do Sul. 


Família HYLIDAE 
Gênero Hy/a LAURENTI, 1768 
grupo faber 


17 — Hyla faber WIED, 1821 
Localidades assinaladas: (fig. 5) 
Região 1 — Osório, Praia da Cidreira. 
Região 2 — Alvorada, Gravataí, Guaíba, Porto Alegre, Viamão. 
Região 7 — Iraí, Tenente Portela. 
Região 8 — Cambará do Sul, São Francisco de Paula. 
Região 10 — Campo Bom, Canela, Montenegro, Nova Petrópolis, 
Novo Hamburgo, São Leopoldo, Sapiranga, Taquara. 
Região 11 — Caxias do Sul. 


18 — Hyla circundata (COPE, 1867) 
Localidade assinalada: (fig. 5) 
Região 10 — Gramado (B. LUTZ, 1973) 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980 


126 BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S. 
grupo pulchella 
19 — Hyla pulchella pulchella DUMERIL & BIBRON, 1841 

Localidades assinaladas: (fig. 7) 

Região 1 — Mostardas, Osório, Praia da Cidreira, Praia do Cassino, 
Praia do Pinhal, RioGrande, Santa Vitória do Palmar, 
Torres, Tramandaí. 

Região 2 — Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Gravataí, Guaíba, Por- 
to Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Triunfo, Via 
mão. 

Região 3 — Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Born Säo 
Luiz Gonzaga. 

- Região 4 — Bagé, Quaraí, Santana do Livramento, São Gabriel. 

Região 5 — Caçapava do Sul, Piratini. 

Região 6 — Jaguarão, Pelotas, São Lourenço do Sul, Tapes. 

Região 7 — Iraí, Tenente Portela. 

Região 8 — Bom Jesus, Cambará do Sul, Lagoa Vermelha, São Fran- 
cisco de Paula, Vacaria. 

Região 9 — Cruz Alta. 

Região 10 — Campo Bom, Canela, Gramado, Montenegro, Nova Pe- 
trópolis, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Sapiranga, Sa- 
pucaia do Sul, Taquara. 

Região 11 — Caxias do Sul. 

20 — Hyla marginata BOULENGER, 1882 

Localidades assinaladas: (fig. 5) 

Região 8 — Bom Jesus, Cambará do Sul, São Francisco de Paula. 

Região 10 — Arroio do Tigre, Taquara. 

21 — Hyla semiguttata A. LUTZ, 1925 


Localidade assinalada: (fig. 5) 
Regiäo 10 — Canela (B. LUTZ, 1973) 


grupo polytaenia 


22 — 


25 — 


Hyla guentheri BOULENGER, 1886 
Localidades assinaladas: não especificadas. 
Citada por BOULENGER (1886) e B. LUTZ (1973). 


Ayla bischofft bischoffi BOULENGER, 1887 
Localidades assinaladas: (fig. 5) 

Região 1 — Torres. 

Região 8 — Cambará do Sul, São Francisco de Paula. 
Região 10 — Taquara. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980 


Lista prévia dos anfíbios... 127 


24 — Hyla squalirostris A. LUTZ, 1925 
Localidades assinaladas: (fig. 7) 


Região 1 — Osório, Praia da Cidreira, Praia do Cassino, Rio Grande, 
Santa Vitória do Palmar, Torres. 

Região 2 — Gravataí, Guaíba, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa 
Maria, Triunfo, Viamão. 

Região 3 — Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Borja, São Luiz 
Gonzaga. 


Região 4 — Bagé. 

Região 6 — Jaguarão, Pelotas, São Lourenço do Sul, Tapes. 
Região 7 — São Valentim. 

Região 8 — Cambará do Sul, Vacaria. 

Região 9 — Cruz Alta. 

Região 10 — Canela, Gramado, Montenegro, São Leopoldo. 


25 — Hyla leptolineata P. BRAUN & C. BRAUN, 1977 
Localidades assinaladas: (fig. 5) 
Região 7 — São Valentim. 
Região 8 — Bom Jesus, Cambará do Sul, Lagoa Vermelha, São Fran- 
cisco de Paula, Vacaria. 
Região 10 — Canela, Gramado. 
Região 11 — Caxias do Sul. 


grupo x-signata 
26 — Hyla hayii BARBOUR, 1909 
* Localidade assinalada: (fig. 5) 
Região 2 — Porto Alegre (COCHRAN, 1954). 


27 — Hyla fuscovaria A. LUTZ, 1925 
Localidades assinaladas: (fig. 5) 


Região 1 — Praia da Cidreira, Praia do Cassino, Torres. 

Região 2 — Cachoeira do Sul, Canoas, Gravataí, Guaíba, Porto Ale- 
gre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Triunfo, Viamão. 

Região 3 — Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Borja. 

Região 4 — Bagé, Quaraí, Santana do Livramento, Uruguaiana. 


Região 5 — Caçapava do Sul. 

Região 6 — São Lourenço do Sul, Tapes. 

Região 7 — Iraí, Tenente Portela. 

Região 8 — Cambará do Sul, Esmeralda, Lagoa Vermelha, São Fran- 
cisco de Paula, Vacaria. 

Região 9 — Cruz Alta, Passo Fundo. 

Região 10 — Arroio do Tigre, Campo Bom, Candelária, Canela, Estän- 
cia Velha, Estrela, Gramado, Montenegro, Nova Petrópo- 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980 


128 


28 — 


grupo 
29 — 


BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S. 


lis, São Leopoldo, São Sebastião do Caí, Sapucaia do Sul, 
Taquara. 
Região 11 — Caxias do Sul. 


Hyla eringiophila GALLARDO, 1961 

Localidades assinaladas: (fig. 7) 

Região 1 — Torres. 

Região 2 — Gravataí, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, 
Triunfo, Viamão. 

Região 4 — Bagé, Quaraí, Santana do Livramento. 

Região 5 — Caçapava do Sul, Canguçu. 

Região 6 — Jaguarão, Tapes. 

Região 7 — Iraí, Santo Augusto, São Valentim. 

Região 8 — Cambará do Sul, São Francisco de Paula, Vacaria. 

Região 9 — Cruz Alta, Tupanciretã. 

Região 10 — Estrela, Montenegro, Nova Petrópolis, São Leopoldo, Ta- 
quara. 

Região 11 — Caxias do Sul. 


rubra 
Hyla.rubra altera B. LUTZ, 1968 


Localidade assinalada: (fig. 7) 
Região 2 — Porto Alegre (B. LUTZ, 1973). 


grupo catharinae 


30 — 


31 — 


22 — 


Hyla catharinae catharinae BOULENGER, 1888 
Localidades assinaladas: (fig. 7) 

Região 8 — São Francisco de Paula. 

Região 10 — Canela. 


Hyla flavoguttata A. LUTZ & B. LUTZ, 1939 
Localidade assinalada: (fig. 5) 
Região 8 — Cambará do Sul. 


Hyla berthae BARRIO, 1962 
Localidades assinaladas: (fig. 7) 


Região 1 — Praia da Cidreira, Torres. 

Região 2 — Gravataí, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Triunfo, Via- 
mão. 

Região 3 — Boçoroca. 


Região 5 — Caçapava do Sul. 
Região 6— Tapes 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980 


Lista prévia dos anfíbios... 129 


grupo 


I 


34 — 


Região 7 — Iraí, São Valentim. 
Região 8 — São Francisco de Paula. 
Região 10 —- Estância Velha, Estrela, Montenegro. 


minula 


Hyla minuta PETERS, 1872 
Localidades assinaladas: (fig. 7) 


Região 1 — Osório, Praia da Cidreira, Rio Grande, Torres, Traman- 
daí. 
Região 2 — Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Esteio, Gravataí, Guaí- 


ba, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Triun- 
fo, Viamão. 

Região 5 — Caçapava do Sul. 

Região 6 — Pelotas, São Lourenço do Sul, Tapes. 


Região 7 — Iraí, São Valentim, Tenente Portela. 
Região 8 — Cambará do Sul, Lagoa Vermelha, São Francisco de Pau- 
la, Vacaria. 


Região 10 — Campo Bom, Canela, Estância Velha, Gramado, Monte- 
negro, Nova Petrópolis, São Leopoldo, Sapiranga, Taqua- 
ra. 

Região 11 — Caxias do Sul. 


Hyla sanborni SCHMIDT, 1944 

Localidades assinaladas: (fig. 7) 

Região 1 — Osório, Prata da Cidreira, Rio Grande, Torres, Traman- 
daí. 

Região 2 — Alvorada, Cachoeirinha, Gravataí, Guaíba, Porto Alegre, 
Rio Pardo, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Triunfo, Via- 
mão. 

Região 4 — Bagé, Uruguaiana. 

Região 5 — Caçapava do Sul. 

Região 6 — Jaguarão, Pelotas, São Lourenço do Sul, Tapes. 

Região 8 — Canela, Gramado, Montenegro, Nova Petrópolis, São 
Leopoldo, Taquara. 


Gênero Phrynohyas FITZINGER, 1843 


2. 


Phrynohyas mesophaea (HENSEL, 1867) 
Localidades assinaladas: (fig. 6) 

Região 2 — Viamão. 

Região 10 — Montenegro, São Leopoldo. 


Género Aplastodiscus A. LUTZ, 1925 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980 


130 BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S. 


36 — Aplastodiscus perviridis A. LUTZ, 1925 
Localidades assinaladas: (fig. 6) 
Região 7 — São Valentim. 
Região 8 — Bom Jesus, Cambará do Sul, Lagoa Vermelha, São Fran- 
cisco de Paula, Vacaria. 
Região 10 — Canela, Gramado. 


Gênero Phy/lomedusa WAGLER, 1830 


37 — Phyllomedusa iheringii BOULENGER, 1885 
Localidades assinaladas: (fig. 6) 
Região 2 — Gravataí, Santa Maria. 
S Região 4 — Bagé. 
Região 5 — Caçapava do Sul. 
Região 6 — São Lourenço do Sul. 


Família PSEUDIDAE 
Gênero Lysapsus COPE, 1862 


38 — Lysapsus mantidactylus COPE, 1862 
Localidades assinaladas: (fig. 8) 


Região 1 — Mostardas, Osório, Praia da Cidreira, Rio Grande, Santa 
Vitória do Palmar, Torres, Tramandaí. 

Região 2 — Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Gravataí, Guaíba, Por- 
to Alegre, Santa Maria, Triunfo, Viamão. 

Região 4 — Bagé, Quaraí, Santana do Livramento, São Gabriel. 


Região 5 — Caçapava do Sul, Piratini. 
Região 6 — Jaguarão, Pelotas, São Lorenço do Sul. 


Região 8 — Cambará do Sul, Lagoa Vermelha, São Francisco de Pau- 
la, Vacaria. 
Região 10 — Campo Bom, Canela, Montenegro, Santo Antônio da Pa- 


trula, São Leopoldo, Taquara. 


Família CERATOPHRYIDAE 
Gênero Ceratophrys WIED, 1824 


39 — Ceratophrys varia WIED, 1824 
Localidades assinaladas: (fig. 2) 
Região 4 — Bagé. 

Região 6 — São Lourenço do Sul. 


40 — Ceratophrys ornata (BELL, 1843) 


Localidades assinaladas: (fig. 2) 
Região 1 — Rio Grande, Santa Vitória do Palmar 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980 


Lista prévia dos anfíbios... 131 


Gênero Proceratophrys MIRANDA- RIBEIRO, 1920 


41 — Proceratophrys bigibbosa (PETERS, 1872) 
Localidades assinaladas: (fig. 2) 
Região 8 — Cambará do Sul. 


42 — Proceratophrys cristinae P. BRAUN, 1973 
Localidades assinaladas: (fig. 2) 
Região 10 — Arroio do Tigre, Canela, Nova Petrópolis. 


Família LEPTODACTYLIDAE 
Gênero Odontophrynus REINHARDT & LUTKEN, 1862 


43 — Odontophrynus americanus (DUMERIL & BIBRON, 1841) 
Localidades assinaladas: (fig. 4) 


Região 1 — Osório, Praia da Cidreira, Rio Grande, Santa Vitória do 
Palmar, Torres, Tramandaí. 
Região 2 — Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Gravataí, Guaíba, Por- 


to Alegre, Santa Maria, Triunfo, Viamão. 

Região 3 — Boçoroca, São Luiz Gonzaga. 
Região 4 — Bagé, Quaraí, “Santana do Livramento, Uruguaiana. 
Região 5 — Caçapava do Sul. 

Região 6 — Jaguarão, Pelotas, São Lourenço do Sul. 

Região 7 — São Valentim. 

Região 8 — Cambará do Sul. 
“Região 9 — Cruz Alta. 

Região 10 — Campo Bom, Canela, Montenegro, São Leopoldo. 


Odontophrynus cultripes REINHARDT & LUTKEN, 1862 
Localidade assinalada: (fig. 4) 

Região 9 — Passo Fundo (COCHRAN, 1954). 

Gênero Cycloramphus TSCHUDI, 1838 


Ex 
Es 
| 


Género Crossodactylus DUMERIL & BIBRON, 1841 


45 — Cycloramphus asper WERNER, 1899 
Localidades assinaladas: (fig. 4) 
Região 3 - São Borja. 


46 — Crossodactylus dispar A. LUTZ, 1925 
Localidade assinalada: (fig. 4) 
Região 3 — São Borja. 


Gênero E/eutherodactylus DUMERIL & BIBRON, 1841 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980 


132 


BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S. 


47 — Eleutherodactylus guentheri (STEINDACHNER, 1864) 
Localidades assinaladas: (fig. 4) 

1 — Torres. 

Região 8 — Cambará do Sul, São Francisco de Paula. 

Região 10 — Canela. 


Região 


Gênero Hy/odes FITZINGER, 1826 


48 — Hy/odes meridionalis (MERTENS, 1927) 
Localidades assinaladas: (fig. 4) 
Região 8 — Cambará do Sul, São Francisco de Paula. 
Região 10 —- Canela, Gramado. 


Região 11 — Caxias do Sul. 


Gênero Thoropa COPE, 1865 


49 — Thoropa miliaris (SPIX, 1824) 
Localidade assinalada: (fig. 8) 
Região 8 — Cambará do Sul 


Gênero Leptodactylus FITZINGER, 1826 


50 — Leptodactylus ocellatus ocellatus (LINNAEUS, 1758) 
Localidades assinaladas: (fig. 8) 


Região 
Região 
Região 
Região 
Região 
Região 
Região 
Região 


Região 
Região 


Região 


IHERINGIA, Sér 


| == 


5 == 


Mostardas, Osório, Palmares, Praia da Cidreira, Praia de 
Atlântida, Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, Torres, 
Tramandaí. 

Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Gravataí, Guaíba, Por- 
to Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, São Jerônimo, 
Triunfo, Viamão. 

Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Luiz Gonzaga. 
Bagé, Quaraí, Santana do Livramento, São Gabriel, Uru. 
gualana. 

Caçapava do Sul, Piratini. 


6 — Jaguarão, Pelotas, São Lourenço do Sul, Tapes. 


Iraí, São Valentim, Tenente Portela. 

Cambará do Sul, Lagoa Vermelha, São Francisco de Pau- 
la, Vacaria. 

Cruz Alta, Passo Fundo. : 

Campo Bom, Canela, Gramado, Montenegro, Nova Pe- 
trópolis, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Taquara. 
Caxias do Sul. 


. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980 


Lista prévia dos anfíbios... | 133 


915 


52 — 


Leptodactylus fuscus (SCHNEIDER, 1799) 
Localidades assinaladas: (fig. 8) 


Região 1 — Torres. 

Região 2 — Porto Alegre, Santa Maria, Triunfo, Viamão. 

Região 3 — Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Borja, São Luiz 
Gonzaga. 


Região 7 — Iraí. 
Região 10 — Montenegro. 


Leptodactylus mystaceus (SPIX, 1824) 
Localidades assinaladas: (fig. 8) 
Região 2 — Porto Alegre. 

Região 10 — Canela. 


53 — Leptodactylus gracilis gracilis (DUMÉRIL & BIBRON, 1841)) 


Localidades assinaladas: (fig. 8) 

Região 1 — Mostardas, Osório, Praia da Cidreira, Rio Grande, Santa 
Vitória do Palmar, Torres, Tramandaí. 

Região 2 — Alvorada, Cachoeirinha, Gravataí, Guaíba, Porto Alegre, 
Triunfo, Viamão. 


Região 3 — Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Luiz Gonzaga. 

Região 4 — Quaraí, Rosário do Sul. 

Região 6 — Pelotas, São Lourenço do Sul, Tapes. 

Região 7 — Iraí, São Valentim. 

Região 8 — Cambará do Sul, Lagoa Vermelha, São Francisco de Pau- 
la, Vacaria. 


Região 9 — Cruz Alta. 


Região 10 — Campo Bom, Montenegro, São Leopoldo, Taquara. 
Região 11 — Caxias do Sul. 


54 — Leptodactylus mystacinus (BURMEISTER, 1861) 


JS — 


Localidades assinaladas: (fig. 8) 


Região 1 — Torres. 

Região 2 — Guaíba, Porto Alegre, Santa Maria, Triunfo, Viamão. 
Região 4 — Bagé, Quaraí, Santana do Livramento. 

Região 6 — Pelotas, São Lourenço do Sul h 

Região 7 — Iraí, São Valentim, Tenente Portela. 

Região 8 — São Francisco de Paula, Vacaria. 


Região 10 — Campo Bom, Estrela, Montenegro, Nova Petrópolis, São 
Leopoldo, Taquara. 
Região 11 — Flores da Cunha. 


Leptodactylus latinasus ESPADA, 1875 
Localidades assinaladas: (fig. 8) 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980 


134 
Região 
Região 


Região 
Região 


Região 
Região 
Região 
Região 


me 


BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S 


Osório, Praia da Cidreira, Praia de Atlântida, Rio Gran- 
de, Torres, Tramandaí. 

Cachoeira do Sul, Gravataí, Santa Cruz do Sul, Santa Ma- 
ria, São Jerônimo, Triunfo, Viamão. 

Boçoroca, São Luiz Gonzaga. 

Bagé, Quaraí, Santana do Livramento, São Gabriel, Uru- 
guaiana. 

Cacapava do Sul. 


6 — Jaguarão, Pelotas, São Lourenço do Sul, Tapes. 


(Sie 
VD — 


Cambará do Sul. 
Campo Bom, Candelária, Montenegro, Rolante, São Leo- 
poldo, Sapucaia do Sul, Taquara. 


56 — Leptodactylus geminus BARRIO, 1973 
Localidade assinalada: (fig. 8) 
Região 7 — Tenente Portela. 


Gênero Limnomedusa COPE, 1866 


57 — Limnomedusa: macroglossa (DUMERIL & BIBRON, 1841) 
Localidades assinaladas: (fig. 2) 


Região 
Região 
Região 
Região 
Região 
Região 
Região 
Região 


ji == 
Du 
9 == 
ut 
Pe 
gr 
Lore 
Lu 


Torres. 

Santa Maria. 

Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Luiz Gonzaga. 
Bagé, Quaraí, Santana do Livramento, São Gabriel. 
Iraí, Tenente Portela. 

Bom Jesus, São Francisco de Paula, Vacaria. 

Arroio do Tigre. 

Caxias do Sul, Veranópolis. 


Gênero Physalaemus FITZINGER, 1826 - 


58 — Physalaemus cuvieri FITZINGER, 1826 
Localidades assinaladas: (fig. 4) 


Região 


Região 


Região 
Região 
Região 
Região 


1 = 


2 == 


Sd == 


ee 
ee 
gu 


Osório, Praia da Cidreira, Rio Grande, Torres, Traman- 
daí. 

Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Gravataí, Guaíba, Por- 
to Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa Maria, Triunfo, Via- 
mão. 

Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Borja, São Luiz 
Gonzaga. 

Caçapava do Sul. 

Iraí, São Valentim, Tenente Portela. 

Bom Jesus, Cambará do Sul, Lagoa Vermelha, São Fran- 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980 


Lista prévia dos anfíbios... 135 


I 


60 — 


À cisco de Paula, Vacaria. 

Região 9 — Cruz Alta. 

Região 10 — Campo Bom, Canela, Gramado, Estrela, Montenegro, 
Nova Petrópolis, São Leopoldo, São Sebastião do Caí, Sa- 
pucaia do Sul, Taquara. 

Região 11 — Caxias do Sul. 


Physalaemus biligonigerus (COPE, 1860) 
Localidades assinaladas: (fig. 4) 


Região 1 — Osório, Praia da Cidreira, Praia de Atlântida, Torres. 

Região 2 — Gravataí, Guaíba, Porto Alegre, Santa Maria, Triunfo, 
Viamão. 

Região 3 — Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Borja, São Luiz 
Gonzaga. 


Região 4 — Quaraí. 

Região 5 — Caçapava do Sul. 

Região 6 — Jaguarão, São Lourenço do Sul, Tapes. 

Região 10 — Campo Bom, Montenegro, Nova Petrópolis, São Leopol- 
do, Sapiranga. 


Physalaemus henseli (PETERS, 1870) 
Localidades assinaladas: (fig. 4) 


Região 1 — Osório, Praia da Cidreira, Rio Grande, Santa Vitória do 
Palmar, São José do Norte, Torres, Tramandaí. 
Região 2 — Alvorada, Canoas, Gravataí, Guaíba, Porto Alegre, Santa 
Cruz do Sul, Triunfo, Viamão. 
“Região 3 — Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Luiz Gonzaga. 
Região 4 — Bagé, Quaraí, Santana do Livramento. 


61 — 


Região 5 — Caçapava do Sul. 

Região 6 — Pelotas. 

Região 8 — Bom Jesus, Cambará do Sul, Lagoa Vermelha, São Fran- 
cisco de Paula, Vacaria. 

Região 9 — Cruz Alta. 

Região 10 — Canela, Gramado, Montenegro, Nova Petrópolis, Santo 
Antônio da Patrulha, São Leopoldo. 

Região 11 — Caxias do Sul. 


Physalaemus gracilis (BOULENGER, 1883) 
Localidades assinaladas: (fig. 4) 


Região 1 — Mostardas, Osório, Praia da Cidreira, Rio Grande, Santa 
Vitória do Palmar, São José do Norte, Torres, Tramandaí. 

Região 2 — Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Gravataí, Guaíba, Por- 
to Alegre, Santa Cruz do Sul, Triunfo, Viamão. 

Região 3 — Boçoroca, Santo Ângelo, Santo Antônio das Missões, São 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980 


136 BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S. 
I 2 ERBEN NEN 


Luiz Gonzaga. 

Região 4 — Bagé. 

Região 5 — Caçapava do Sul. 

Região 6 — Pelotas, Tapes. 

Região 7 — Iraí, São Valentim, Tenente Portela. 

Região 8 — Bom Jesus, Cambará do Sul, Esmeralda, São Francisco de 
Paula, Vacaria. 

Região 9 — Cruz Alta, Passo Fundo. 

Região 10 — Campo Bom, Canela, Estrela, Gramado, Montenegro, 
Nova Petrópolis, Novo Hamburgo, São Leopoldo, São Se- 
bastião do Caí, Sapiranga, Sapucaia do Sul, Taquara. 

Região 11 — Caxias do Sul. 


62 — Physalaemus riograndensis MILSTEAD, 1960 
Localidades assinaladas: (fig. 4) 
Região 1 — Osório, Torres. 


63 — Physalaemus lisei P. BRAUN & C. BRAUN, 1977 
Localidades assinaladas: (fig. 4) 
Região 2 — Triunfo. 
Região 7 — São Valentim. 
Região 8 — São Francisco de Paula. 
Região 10 — Canela, Gramado, Nova Petrópolis, São Leopoldo. 


Gênero P/eurodema TSCHUDI;.1838 


64 — Pleurodema bibronia TSCHUDI, 1838 
Localidades assinaladas: (fig. 4) 
Região 1 — Praia da Cidreira. 
Região 8 —- Bom Jesus, Cambará do Sul, São Francisco de Paula, Va- 
caria. 
Região 10 — Nova Petrópolis. 
Região 11 — Farroupilha. 


Gênero Pseudopaludicola MIRANDA-RIBEIRO, 1926 


65 — Psreudopaludicola falcıpes (HENSEL, 1867) 
Localidades assinaladas: (fig. 8) 
Região 1 — Mostardas, Osório, Praia da Cidreira, Praia de Atlântida, 
Rio Grande, Santa Vitória do Palmar, Torres, Tramandaí. 
Região 2 — Alvorada, Cachoeira do Sul, Cachoeirinha, Canoas, Gra- 
vataí, Guaíba, Porto Alegre, Santa Cruz do Sul, Santa 
Maria, São Jerônimo, Triunfo, Viamão. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980 


Lista prévia dos anfíbios... 137 


Região 3 — Boçoroca, Santo Antônio das Missões, São Borja, São Luiz 
Gonzaga. 
Região 4 — Bagé, Quaraí, Rosário do Sul, Santana do Livramento, 


São Gabriel, Uruguaiana. 
Região 5 — Caçapava do Sul. 
Região 6 — Jaguarão, Pelotas, São Lourenço do Sul, Tapes. 


Região 8 — Lagoa Vermelha, São Francisco de Paula, Vacaria. 
Região 9 — Cruz Alta, Passo Fundo. 
Região 10 — Campo Bom, Canela, Gramado, Montenegro, Nova Pe- 


trópolis, Novo Hamburgo, Santo Antônio da Patrulha, 
São Leopoldo, Taquara. 


COMENTÁRIOS FINAIS 


Foram constatadas para o Rio Grande do Sul, até o momento, 8 famílias, 
24 gêneros e 65 espécies e subespécies. Apenas 2 famílias, 2 gêneros e 3 espé- 
cies, pertencem à ordem Gymnophiona. Às outras 6 famílias, 22 gêneros e 62 
espécies e subespécies, fazem parte da ordem Anura. 

A distribuição geográfica do material examinado confirma uma zona de 
influência subtropical ao norte, com entrada de fauna oriunda de Santa Catari- 
na, São Paulo e Rio de Janeiro. Isto é indicado pela presença de Hy/a flavogut- 
tata, Aplastodiscus perviridis e Dendrophryniscus brevipollicatus, entre outros. 
A sudeste, centro e sul, há uma zona própria que se prolonga em direção ao 
Uruguai e Argentina, de extensão não bem delimitada. A sudoeste e oeste, há 
uma zona de penetração de fauna provinda do noroeste do Uruguai e nordeste 
da Argentina, ainda pouco estudada. Assim, temos do sudoeste a entrada de 
Bufo paracnemis, e do oeste a profunda penetração de Bufo granulosus fernan- 
dezae atingindo a Encosta Inferior do Nordeste do Rio Grande do Sul, bem co- 
mo a presença de Leprodactylus geminus na região do Alto Uruguai. 


AGRADECIMENTOS 


Agradecemos ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e 
à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS), respectivamente 
pelas bolsas e pelo auxílio concedidos e que contribuiram, em parte, para a concretização deste tra- 
balho; ao Naturalista Prof. Dr. Thales de Lema, pioneiro no colecionamento e estudo sistemático 
dos anfíbios do Rio Grande do Sul, cujo esforço de muitos anos serviu como ponto de partida para 
os trabalhos que vimos desenvolvendo e especialmente para elaboração desta lista prévia; aos cole- 
gas do Museu de Ciências Naturais, mormente os do Núcleo de Vertebrados, pela colaboração pres- 
tada na coleta de espécimes. 


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IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980 


Lista prévia dos anfíbios... 


4 


1 - LITORAL 
2 - DEPRESSÃO CENTRAL 

3 - MISSÕES 

4 - CAMPANHA 

5 - SERRA DO SUDESTE 

6 - ENCOSTA DO SUDESTE 

7 - ALTO URUGUAI 

8 - CAMPOS DE CIMA DA SERRA 

9 - PLANALTO MÉDIO 

10- ENCOSTA INFERIOR DO NORDESTE 
11- ENCOSTA SUPERIOR DO NORDESTE 


CHTHONERPETON INDISTINC 
SIPHONOPS ANNULATUS 
SIPHONOPS PAULENSIS 


CERATOPHRYS VARIA dA 
CERATOPHRYS ORNATA E 
PROCERATOPHRYS BIGIBBOSA ) 
PROCERATOPHRYS CRISTINAE 


Booou>se 


LIMNOMEDUSA MACROGLOSSA 


143 


Fig. 2-8: Mapas indicativos da distribuição das diversas espécies e subespécies de anfíbios 


ocorrentes no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980 


144 BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S. 


@ BUFO ICTERICUS ICTERICUS 


© BUFO GRANULOSUS DORBIGNYI 
E BUFO ARENARUM ARENARUM 


BUFO PARACNEMIS 
A BUFO GRANULOSUS FERNANDEZAE 
A BUFO CRUCIFER HENSELI 
[à DENDROPHRYNISCUS BREVIPOLLICATUS 


O ODONTOPHRYNUS AMERICA 


O ODONTOPHRYNUS CULTRIPES 
E CYCLORAMPHUS ASPER 

E] CROSSODACTYLUS DISPAR 

A ELEUTHERODACTYLUS GUENTHERI 

/A HYLODES MERIDIONALIS 

O PHYSALAEMUS CUVI ERI 

[E PHYSALAEMUS BILIGONIGERUS : FIG. 4 

AA PHYSALAEMUS HENSELI [=] PHYSALAEMUS RIOGRANDENSIS 
& PHYSALAEMUS GRACILIS ® PLEURODEMA BIBRONII 


IHERINGIA, Ser. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980 


Lista prévia dos anfíbios... 145 


FLAVOGUTTATA 
FUSCOVARIA 
FABER 
CIRCUNDATA 
MARGINATA 
SEMIGUTTATA 
BISCHOFFI BISCHOFFI 
Hayıı 
LEPTOLNEATA 


O MELANOPHRYNISE 
© MELANOPHRYNISCUS STELZNERI ATROLUTEUS 
E MELANOPHRYNISCUS STELZNERI DORSALIS 
à MELANOPHRYNISCUS MACROGRANULO! 
(E MELANOPHRYNISCUS CAMBARAENSIS 
O PHRYNOHYAS MESOPHAEA 

& APLASTODISCUS* PERVIRIDIS 

A PHYLLOMEDUSA IHERINGII 

(d ELACHISTOCLEIS BICOLOR 

O PHYSALAEMUS LISEI 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980 


146 BRAUN, P.C. & BRAUN, C.A.S. 


O HYLA PULCHELLA PULCHELLA 


SQUALIROSTRIS 
ERINGIOPHILA 


© HYLA 
E HYLA 


RUBRA ALTERA 


O HYLA 
ALHYLA CATHARINAE CATHARINAE 


/NHYLA BERTHAE 
MINUTA 
SANBORNI 


A HYLA 
O HYLA 


O LYSAPSUS MANTIDACTYA 
© THOROPA MILIARIS 


E LEPTODACTYLUS OCELLATUS OCELNA 
©) LEPTODACTYLUS FUSCUS 

/A LEPTODACTYLUS MYSTACEUS 

A LEPTODACTYLUS GRACILIS GRACILIS 
/À LEPTODACTYLUS MYSTACINUS 
M LEPTODACTYLUS LATINASUS 
A LEPTODACTYLUS GEMINUS 
® PSEUDOPALUDICOLA FALCIPES 


IHERINGIA, Sér. Zool., Porto Alegre (56):121-146, 30 mar. 1980 


IHERINGIA é o periódico de divulgação de trabalhos científicos inéditos do Museu de Ciências Naturais, Jardim Botânico e Parque 
Zoológico da FZB. É publicado em quatro séries: BOTÂNICA, ZOOLOGIA, ANTROPOLIGIA e GEOLOGIA. 

Cada série é editada em fascículos com numeração corrida independente, podendo conter um ou mais artigos. 

O periódico em seu todo ou cada uma das séries individualmente é distribuído a Instituições congêneres em regime de permuta. Me- 
diante entendimento prévio pode também ser enviado a cientistas e demais interessados. 


IHERINGIA is the official scientific periodical of the “Museu de Ciências Naturais”. Its aim is the publishing of reports elaborated 
by the scientific staff of the three joining Instituts of “Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul”, the Museum of Natural Sciences, 
the Botanical Garden and the Zoological Park. 

Articles from other national and foreign Institutions researchers may be accepted. Emphasis is given to articles dealing with the 
flora, the fauna and the natural resourses of Rio Grande do Sul State. 

IHERINGIA is issued in four series, Botany, Zoology, Anthropology and Geology. Each series is issued in fascicles consecutively 
numbered and may contain one or more articles. 

IHERINGIA as a whole or as a separate series, is distribuited to similar scientific Institution on an exchanging basis and may also 
be a available to scientists and other interested parties on previours arrangements. 


RECOMENDAÇÕES AOS AUTORES: 


1. Os manuscritos devem ser encaminhados ao Editor, através de ofício, podendo ser aceitos a critério da Comissão Redatorial, fican- 
do sua publicação condicionada a autorização do Diretor-Superintendente da FZB. 

2. _ Terão prioridade os artigos dos pesquisadores do Museu de Ciências Naturais, Jardim Botânico e Parque Zoológico da FZB. A juí- 
zo, podem ser aceitos artigos de pesquisadores de Instituições nacionais ou estrangeiras cujas investigações versem preferencial- 
mente sobre assuntos relacionados à flora, à fauna e os recursos naturais do Rio Grande do Sul. 


3. — Osartigos em língua portuguesa devem ter um resumo em língua estrangeira e os em língua estrangeira (alemão, inglês, espanhol, 
italiano e latim) devem ter, obrigatoriamente um resumo em português. 

4. Os originais devem ser apresentados em 2 vias datilografadas em espaço dois, com margens mínimas de 2 cm, sem emendas, em 
papel branco (tamanho oficial A-4:21 x 29,7 cm), utilizando-se um só lado da folha, 

5. — Todas as folhas devem ser numeradas na margem superior direita, com numeração corrida e rubricadas pelo autor ou ao menos por 
um dos autores. 

6. Os nomes científicos de gênero e dos “'taxa"” infragenéricos deverão ser sublinhados com um traço ondulado. 

7. | Otítulo geral do trabalho, o nome do autor, os eventuais subtítulos bem como as palavras latinas ou gregas usadas no texto devem 
ser sublinhados com um traço reto. 

8. Os nomes de autores citados no trabalho, inclusive os constantes das referências bibliográficas (bibliografia consultada) devem ser 
éscritos com letras MAIÚSCULAS. 

9. As referências bibliográficas deverão estar dispostas em ordem alfabética e cronológica, dentro das normas da NB-66 da ABNT, 


salvo a indicação do ano de publicação que deverá seguir o nome do autor, obedecendo a seguinte ordem de elementos: 

a) Para artigos de periódicos: sobrenomes do autor seguido das iniciais do(s) prenome(s), ano do trabalho, título do trabalho, 
nome do periödico (sublinhado com um traço reto e abreviado de acordo com o “World List of Scientific Periodicals"") local, 
volume (em algarismos arábicos e sublinhados), número ou fascículo (entre parênteses) seguido de dois pontos, página inicial 
e final. 

Ex.: FRENGUELLI, J. 1925. Diatomeas de los arroyos del Durazno y en las Brusquitas em los arredores de Miramar. 
Physis, Buenos Aires, 8(29):19-79.set.2 est. 

b) Para livros: sobrenome do autor seguido das iniciais do(s) prenome(s), ano da edição, títulos do livro (sublinhado com um 
traço reto), edição (em números arábicos, seguido de ponto e da abreviatura do idioma da edição), local, editora, número de 
páginas (seguidas de p.), número de volumes (seguido de v.) ou então páginas consultadas ou número do volume consuitado 
(precedidos de p. e v. respectivamente). 

Ex.: SANTOS, E. 1952. Da ema ao beija-flor, 2.ed. rev. ampl. Rio de Janeiro, F. Briguiet, 335p. 


10. — Desenhos, fotos, mapas e gráficos devem ser citados como fig., com numeração corrida, em algarismos arábicos. O editor distri- 
buirá as figuras do modo mais econômico, sem prejudicar sua apresentação, respeitando tanto quanto possível as indicações do au- 
tor. 

11.  Todas as tabelas e figuras devem ter título claro, conciso e, se necessário, com explicações breves que possibilitem seu entendimen- 
to sem consultas ao texto. Este título, bem como as legendas, se houver, devem vir em folhas a parte. 

i2. | Os desenhos gráficos e mapas devem ser feitos a nanquim preto, preferencialmente em papel vegetal e as fotografias nos tamanhos 


que permitam a redução para o máximo de 17cm x 1lcm. As ilustrações a cores devem ser combinadas previamente e seu custo fi- 
ca a cargo do autor. 

13.  Osartigos, sempre que possível, devem compreender os seguintes tópicos: Título; Nome do autor(es); Referências do artigo (data 
de aceitação para publicação, etc) e do autor (local de trabalho e endereço); Resumo (conforme item 3); Introdução; Material e 
Métodos, Resultados e/ou Discussão: Conclusões; Agradecimentos; Bibliografia Consultada ou Referências Bibliográficas. 


14. A correção das provas tipográficas será, sempre que possível, de responsabilidade do autor. 
15.  Seräo fornecidas gratuitamente 100 separatas de cada artigo, independentemente do número de autores. Maior número de 
separatas poderá ser fornecido mediante prévio ajuste, devendo o pedido ser feito na ocasião da entrega dos originais. 


Prof. Dr. Arno Antonio Lise 


EDITOR 
ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA ENDEREÇO PARA PERMUTA 
(Mailing Address) (Address for exchange) 
Museu de Ciências Naturais Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul 
Caixa Postal 1188 Biblioteca 
90.000 Porto Alegre, RS Caixa Postal 1188 
Brasil 90.000 Porto Alegre, RS 
Brasil 


COMISSÃO REDATORIAL 
Thales de Lema 
Hilda Alice de Oliveira Sastal 
Moema Leitão de Araujo. 
Inga L. Veitenheimer Mendes 
Maria E. Lanzer de Souza 


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